2006-11-17

Pode ser lido aqui:

Actualmente, o estuário do Tejo apresenta uma produtividade primária moderada com valores que variam entre 6 – 130 mgC/m2.d no período produtivo (Fig. 3). Estes valores são muito inferiores aos determinados em estuários europeus com problemas de eutrofização, como os do Danúbio (220-4400 mgC/m2.d) e do Scheldt(9-2700 mgC/m2.d).

(...)

A diminuição dos nutrientes (nitrato e fosfato) registada nos anos 1999 e 2001 não se deve a nenhum processo climático uma vez que não existe qualquer redução nos silicatos. O facto do tratamento de efluentes nas ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) reduzir os níveis de nitratos e fosfatos, mas não os de silicatos, leva a admitir que a instalação de cerca de 17 estações, funcionando com tratamento secundário, no concelho de Lisboa e, em particular, o emissário submarino da Guia, que começou a operar em 1994 e lança os esgotos tratados da região de Lisboa e margem norte do estuário na costa oeste da baía de Cascais, têm contribuído significativamente para a melhoria verificada na qualidade da água do estuário e zona costeira adjacente. Estes resultados indicam, pois, que a introdução de sistemas de tratamento de águas residuais têm tido um impacte positivo na qualidade da água deste ecossistema.

Embora actualmente se verifique que o estuário do Tejo corresponde a um sistema moderadamente produtivo e se observe uma redução significativa dos teores de nutrientes na zona costeira adjacente nos anos mais recentes, conforme foi apresentado, também a proliferação de algas tóxicas tem diminuído. Além disso, é previsível, também, que a qualidade da água do sistema estuário do Tejo-zona costeira seja ainda melhorada, logo que a totalidade dos esgotos seja tratada, em particular, os efluentes provenientes dos concelhos do Seixal e Barreiro.