2009-03-26

O bom sindicalismo

Os sindicalistas bons, que não são "instrumentalizados" nem fazem greves e manifestações e "aposta(m) na concertação e não no conflito", reuniram-se em congresso, durante o qual o seu "programa de acção" foi aprovado com 90% de votos.

Um dia depois, em resposta a declarações do líder do patronato, segundo as quais um salário mínimo de 500 euros em… 2011 é apenas uma "indicação" e "iremos ver se é possível", o secretário-geral reeleito explicitou em que consiste a "aposta": o sindicalismo bom "espera" que o próximo Governo "seja sensível".

Este tipo de sindicalismo não reivindica, "espera", não reconhece o salário como direito de quem trabalha, mas como prodigalidade. Se o próximo Governo for "sensível", e o patronato também, "darão" em 2011 aos trabalhadores um salário mínimo compatível, como os pedintes dizem, com as suas possibilidades.

Em contrapartida, os sindicatos e os sindicalistas bons continuarão a ser bons, se possível ainda melhores, e a não perturbar o trânsito nem impedir os jornalistas igualmente bons da Antena 1 de chegar a horas às conferências de imprensa da CIP e do Governo.

Manuel António Pina, no JN

2009-03-19

Documentário da BBC no Alentejo


Documentário: "Forest in a Bottle" from EcoLogicalCork.com on Vimeo.
E tudo o que "crise" levou

Alguns estudiosos, outros curiosos e muitos outros beneficiários ou privilegiados, consideram que a “crise” que vivemos é passageira e fruto do sistema neoliberal. À parte de palavras que a maioria de nós não conhece o verdadeiro significado, definem a crise do neoliberalismo como um episódio do capitalismo em que alguns gananciosos se deixaram levar por maus institutos, sob o olhar passivo da maior parte dos governos do mundo. Negam a realidade. Esta crise segue-se a muitas outras e é, mais uma vez, o resultado de um sistema injusto, assente num modelo de desenvolvimento que gera a destruição dos recursos naturais e que leva ao empobrecimento e à dependência da maioria dos seres humanos, ao mesmo tempo que nos afasta das decisões ditas “democráticas”, porque tem como objectivo a concentração de riqueza e poder nas mãos de muito poucos.
Estes estudiosos, curiosos e outros beneficiários, que defendiam um Estado Menor para se conseguir um Estado Melhor, e que acusavam quem defendia um Estado Forte e uma economia baseada na produção e no aparelho produtivo, de ter uma cassete enfiada na cabeça, fazem hoje tábua rasa, dando o dito por não dito e defendem a intervenção do Estado na Economia. Esta mudança de opinião, sem grandes justificações e com grande tranquilidade, surge em boa hora. Mas porquê?
Confundem as pessoas defendendo o que antes combatiam. Por exemplo, quem considerava as “nacionalizações” como um absurdo político, como coisa do passado, defende-as agora, retirando-lhe carga política e colocando-as ao seu dispor, ao serviço dos seus interesses. Estes processos que deveriam servir para colocar ao serviço do povo estes recursos, são agora utilizados para se fazer transfusões de capital, do capital dos estados, do capital de todos nós, para as mãos dos mesmos gananciosos. Porquê?
Para enganar, para continuarem estudiosos, curiosos e beneficiários do mesmo sistema, que de “neo” (novo) nada tem, e que está a morrer de velhice, apesar de nova roupagem e umas quantas operações plásticas.
Nacionalizar para estes senhores é salvar os ricos e poderosos com o dinheiro do povo, privatizando os lucros e nacionalizando os prejuízos, à conta da destruição do aparelho produtivo, da retirada de direitos aos trabalhadores, à custa de baixos salários e reformas de miséria.
Com a “crise”, que em Portugal, já conta com muitos anos, apesar do paraíso descrito pelo governo e pelo partido que o apoia, e que levou a inúmeros sacrifícios do nosso povo sem resultado visível, antes pelo contrário, urge lutar por melhores condições de vida, pelo progresso e pelo desenvolvimento e denunciar esta política, velha e bafienta de direita, que parecendo que muda alguma coisa não muda coisa nenhuma.
A solução passa pelo que mais de 200 000 manifestantes exigiram em Lisboa na passada Sexta-feira. Um Novo Rumo, uma nova política, uma politica para todos e que defenda o aparelho produtivo e os trabalhadores, que se traduza por uma transformação para melhor da nossa sociedade, para uma sociedade mais justa e fraterna. Objectivamente a criação de mais emprego, o combate à precariedade, a melhoria dos salários e a defesa dos direitos de todos, a erradicação da pobreza e injustiça social, passam por uma política de esquerda.
Esperemos que depois das “crises” terem colocado a nu as contradições e as injustiças deste sistema, que se abra um Novo Rumo, tão necessário à melhoria das condições de vida, e que esta “crise das crises” leve também as resistências à verdadeira mudança, já que a vergonha de muitos também foi levada!

Nuno Cavaco
Membro da DORS do PCP
Vamos ter a 2ª Feira Medieval organizada pelo Agrupamento de Escolas D João I e pela Associação de Pais.



2009-03-18


Convite para sentar e beber uma cerveja ou café com Selton Mello e Seu Jorge. Principalmente para quem gosta dos filmes do Tarantino, uma curta genial.

2009-03-17

No dia em que 200 mil se manifestaram em Lisboa esta música não me saiu da cabeça

2009-03-05


Este património que tanto faz parte da memória colectiva da nossa relação com o rio pode a curto prazo vir a funcionar. Ainda me lembro de ficar fascinado com aqueles montes brancos pra lá as caldeiras de águas rosadas onde no fundo raso, via-se o lodo gretado por onde passeavam os pequenos camarões que apanhávamos com uma serapilheira após abrirmos as comportas vigiando os passos dos marnotos. Embora estas não sejam as nossas salinas, é com mesmo saber e mar que são temperadas. Espero no entanto que as pessoas escolhidas para as dirigir tenham a seriedade, o talento e a sorte para não deixar morrer esta arte que faz parte da cultura, não só alcochetana como também de toda a comunidade desta margem e baía do Tejo.

2009-03-04

Não acredito em bruxas, mas que as há, há!

Após a novidade dos cães pisteiros Ingleses no caso Maddie que acharam vestigios de sangue da criança na bagageira do carro que os Maccann alugaram no Algarve e que os Ingleses por contradição e vaidade não consideraram relevante nesse processo, temos agora da parte dos alemães, para além do Rex (o cão policia), a melhor forma de apelidar um caso que dá muito trabalho investigar e não apetece, o Bruxedo. Sabemos que não passa de um nome adoptado pela policia alemã para os casos sem explicação, mas temo que por ironia, seja essa a justificação para o desfecho de mais um processo, neste caso, do desaparecimento de um jovem com um futuro promissor que teve o azar (neste contexto) de nascer português.

2009-03-02

Obrigado BBC!


A BBC veio a Portugal ensinar os portugueses a olhar para o seu próprio país. Infelizmente com tanta gente formada nas ciências naturais e com a tecnologia dos vários canais existentes no nosso país, "poucos" são os documentários acerca do nosso património natural de produção nacional que passam nos vários canais. De Norte a Sul passando pelo mar e ilhas, o nosso património é desconhecido, ou negligenciado pela maioria. Público existe, senão não eram compradas as series sobre a Natureza que vemos nas tardes dos fins-de-semana. Sabemos que são series que utilizam meios muito dispendiosos, mas se a receita funciona com outros, porque não haveria de funcionar connosco. Como exemplo, podemos mencionar as novelas, também elas eram compradas aos brasileiros até alguém entender que também poderíamos realiza-las. Ganharam os artistas e técnicos, trabalho, e os canais, audiências, chegando inclusive a exportar algumas delas.
No caso dos documentários ganhávamos todos. Aprendia-mos a conhecer melhor o nosso Património para melhor o preservar e seria também a melhor forma para promover o nosso cantinho no exterior.