2009-06-22

Plenários na Autoeuropa foram uma grande resposta
por O Faísca [*]

Os plenários recentemente realizados na Autoeuropa confirmaram o sentimento de contestação dos trabalhadores da empresa. Foram uma resposta clara de que não se pode continuar a seguir a mesma linha de cedência até que um dia já não haja mais direitos consagrados aos trabalhadores.

Duas ideias sobressaíram: que os trabalhadores têm uma vida pessoal, familiar e social; que os trabalhadores não podem continuar a pagar a crise perante os altos rendimentos dos cargos executivos ligados à marca ou ao grupo.

O trabalho suplementar acresce de retribuição suplementar precisamente por se tratar de trabalho prestado no horário de descanso do trabalhador, descanso para que este possa desfrutar de actividades sociais, familiares, desportivas, culturais, etc. Daí ter que ser paga com acréscimos porque priva, durante esse tempo, o ser humano de outras actividades necessárias ao seu bem-estar, para além da actividade produtiva material. Aliás, que sentido faz apontar o alargamento da semana de trabalho quando existe uma saturação de mercado?

Já em relação aos rendimentos dos administradores da Autoeuropa, continua a nossa pergunta: quais os seus salários mensais, que prémios recebem e outras gratificações, já que foi tornado público que os 5 gestores de topo do grupo VW, em conjunto, somaram em 2008 um rendimento anual de 45,4 milhões de €uros, ou seja, um aumento de 175% em relação a 2007?

Em relação à produção, não produzimos mais devido à falta de capacidade da fábrica fornecedora de motores, o que confirma que, também ali, a solução é o seu incremento e não o ataque aos direitos consagrados.

O sentimento demonstrado pelos trabalhadores nos Plenários realizados não pode ser ignorado pela Administração e pela maioria da CT. nas negociações em curso.


17/Junho/2009

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Braços para trabalhar – Cabeça para pensar
Os últimos plenários realizados recentemente foram um ponto alto em que os trabalhadores demonstraram que têm braços para trabalhar e cabeça para pensar. Perante a firmeza demonstrada, a administração viu-se obrigada a recuar e retocar a sua proposta/imposição.

É mais que evidente que não é a crise, ou seja, a quebra de produção que até aqui têm alegado, que mais preocupa administração. A pressão que tem sido feita sobre os trabalhadores para impôr o aumento da semana de trabalho de 5 para 6 dias (incluindo os sábados), para além de ser totalmente contraditória com a situação de baixa de produção face à capacidade produtiva instalada, representa uma vez mais uma vergonhosa chantagem a que a administração não se coibiu de recorrer de forma rasteira. O seu objectivo é liquidar direitos aos trabalhadores, passando por cima da própria Legislação cuja revisão, apesar de a ter agravado, não foi aquilo que realmente pretendia o grande patronato, impedido pela luta corajosa que os trabalhadores portugueses moveram nestes últimos anos.

Uma vez mais, respondendo ao apelo da administração através do comunicado dirigido aos trabalhadores, não faltaram fazedores de opinião, os escribas do costume a até Belmiro de Azevedo botou sermão, numa ardilosa campanha para tentar isolar os trabalhadores da Autoeuropa da opinião pública, uma campanha onde não faltaram a mentira e a manipulação para se alcançarem os objectivos que apenas interessam ao grande capital. O governo português, através do Ministro da Economia, juntou-se ao coro, numa clara opção de classe. A crise precisa de uma saída, mas não pode passar por cima do esforço e do sacrifício dos mesmos do costume: os trabalhadores. Os lucros obtidos no passado devem servir para ultrapassar a crise do presente.

Segundo notícias surgidas na comunicação social, a recente reunião anual de accionistas da Volkswagem decidiu aumentar os dividendos em relação ao ano de 2007. Assim, referente ao ano de 2008 foram distribuídos mais de 700 milhões de euros.

Por outro lado não podemos esquecer que o governo português disponibilizou cerca 900 milhões de euros para o chamado Programa de Apoio ao Sector Automóvel (PASA) para que as empresas ultrapassem as quebras de produção/vendas, evitando despedimentos e garantindo os salários aos trabalhadores abrangidos.

Perante este cenário de luta em que se encontram os trabalhadores da Autoeuropa, é preciso ter ânimo e resistir às ofensivas da administração. Os comunistas estão na primeira linha na defesa dos postos de trabalho. Fazem-no de cabeça erguida, sempre com os trabalhadores e garantem tudo fazer para que os nossos direitos, liberdades e garantias sejam respeitados.


29/Maio/2009
[*] Boletim da Célula dos Trabalhadores do PCP da Autoeuropa.

8 comentários:

Zé Ferradura disse...

Ainda bem que o PCP reconhece, assim as responsabilidades das consequências sobre os trabalhadores terão nome: Partido Comunista Português!

Anónimo disse...

As consequências são o Partido Comunista Português?
que queres dizer meu xuxa de trazer pelo Barreiro?
Tu viste um Filme que se chamava "O REI DAS BERLENGAS"? tás a ver a figura do pobrezinho de estimação que se arrastava e a quem davam bolachas?
Pois quer parecer-me que a para os alemães os trabalhadores da Auto-Europa são, ou pretendem que sejam os seus pobrezinhos de estimação-

Eles os patrões todos querem o mesmo "MUITO TRABALHO POR POUCO DINHEIRO"

Adeus Cavalgadura, perdão Ferradura

E se possível larga o meu Benfica, cheguei primeiro

Aguia Real (republicana)

ze disse...

só uma questão:
Duas ideias sobressaíram: que os trabalhadores têm uma vida pessoal, familiar e social; que os trabalhadores não podem continuar a pagar a crise perante os altos rendimentos dos cargos executivos ligados à marca ou ao grupo

Os executivos não são trabalhadores?

J.S. Teixeira disse...

PS e PSD lideram isolados a tabela de partidos com mais casos de corrupção autárquica. Veja o artigo no blogue O Flamingo.

Anónimo disse...

O FAÍSCA lançou uma petição, desculpem, uns anónimos lançaram uma petição para a administração voltar à mesa das negociações.
Queriam tourada? Pois conseguiram-na. A ver vamos quando a malta começa a vir para casa.
Depois dizem que até lutam por manter postos de trabalho.
Pois, pois.

667 Vizinho da Besta
Abracitos

Anónimo disse...

acho que se brinca com os trabalhadores.
isto são assuntos serios para serem tratados por gente seria.
os partidos não deveriam, independentemente das suas convicções, andarem a tentar tirar proveitos politicos destas situações.

Anónimo disse...

Os executivos são trabalhadores, claro que são, mas os seus TURNOS e o seu trabalho ao Sábado,permite vida familiar, tás a ver? por outro lado o ordenado dá para ter aquelas férias, lá na República Dominicana e toda a família se sente compensada.
O que querem agora, repetir a votação, assim tipo Irlanda, fazem-se as votações necessárias até ser aprovado o tratado Europeu, neste caso o acordo da Administração?
Abraços
Águia Real(republicana)

Raposa Matreira disse...

O que querem agora, repetir a votação, assim tipo Irlanda, fazem-se as votações necessárias até ser aprovado o tratado Europeu neste caso o acordo da Administração?
Ou mesmo tipo PDM da Moita.

Aprovaremos, aprovaremos!!!