2008-03-28

Nos últimos dias tem sido grande a intensidade de contra informação sobre a nova travessia do Tejo na comunicação social. Hoje o circo contou com um anúncio de uma decisão por parte do LNEC, prontamente desmentido. Dando de barato que uma obra desta dimensão, e com a importância que terá na Área Metropolitana de Lisboa, está a mexer com muitos interesses (alguns deles já assumidos, outros ainda na penumbra), custa-me assistir a esta prova de falta de capacidade da Comunicação Social para resistir às investidas. Ávida de polémica, não se furta ao ridículo de anunciar coisa nenhuma só para dar voz a alguém, sem sequer questionar o conteúdo do que divulga, quantas vezes recheado de erros, demitindo-se descaradamente da sua responsabilidade em informar o público.

Por exemplo, esta notícia da RTP afirma que a opção Beato-Montijo “representa uma poupança de mais de 500 milhões de euros”, mas nas linhas seguintes informa de que ainda é necessário acrescentar uma nova ponte a ligar o Montijo ao Barreiro e de que afinal esta ligação apenas contempla tráfego ferroviário. Curiosamente, num parágrafo anterior é referido que nos custos da Ponte Barreiro-Chelas a fatia correspondente ao tabuleiro ferroviário ascende a 500 milhões euros, os mesmos da poupança. E ainda falta a tal ligação Montijo-Barreiro e o que custará a afectação da base aérea do Montijo com 2 pontes e TGV a passar por aquelas bandas. Enfim, nada disto é lá muito sério.

Espero que rapidamente seja tornado público o relatório do LNEC, porque obviamente ambas as soluções têm vantagens e inconvenientes, e para que o mais brevemente seja tomada uma decisão política sobre o futuro da mobilidade na AML, e é neste sentido que julgo que a melhor solução é a ligação Barreiro-Chelas (ou Lavradio-Chelas como não se cansa de repetir um amigo meu). Mas admito que possa estar errado. Eu, ou qualquer outra pessoa que defenda o contrário.

1 comentário:

Anónimo disse...

Nascido aqui na Moita, terei forçosamente de sentir esta e outras intervenções, umas como esta de mais uma ponte e entre outras, a ponte da B.Banheira. Em qualquer dos casos considero crime.

Que interessa se atravessam o Tejo ou somente a via-ferrea?

A meu ver o que se deve questionar é a sua necessidade e para quem vai servir as ditas.

Ao pormos uma questão, ou questões desta natureza aos outros, deveríamos verificar o comportamento das populações a jusante e a montante delas.

O impacto ambiental estará a ser preservado?
Haverá descaracterização para pior?

Não estaremos a contribuir para a desertificação de áreas de importancia fundamentais à vida humana?
Entre outras interrogações, que respostas temos de dar antes da construção das ditas pontes?
A ponte da B.Banheira interessa a alguém menos aos utentes que são as pessoas. Ainda como toda a gente verifica aquilo é um mamarracho a toda a prova, como diria o B. Apolónio!