2008-06-25










Começa assim esta notícia no jornal rostos: "No decorrer da visita do deputado Miguel Tiago, do PCP, à Escola Zeca Afonso em Alhos Vedros, para melhor conhecer a unidade de ensino especial para surdos, é referido que “os pais manifestaram indignação e alguma revolta com a intenção do governo encerrar esta unidade especial de educação, que serve os concelhos de Alcochete, Montijo, Barreiro e Moita, e deslocar os alunos para o Seixal, o que na opinião dos pais lhes vem trazer enormes inconvenientes" , no jornal o Rio também se pode ler isto: "Segundo os pais e professores da EB 2,3 José Afonso e os professores da Unidade de Surdos de Alhos Vedros, não existe nenhuma notificação oficial nem foi feita nenhuma conversação ou negociação com a comunidade educativa no sentido do encerramento da Unidade. No entanto, a autarquia confirma que essa hipótese já foi alvitrada e foi mesmo praticamente confirmada pela Direcção Regional de Educação de Lisboa, ainda que sem apresentação oficial.

A Câmara Municipal da Moita e a Junta de Freguesia de Alhos Vedros já tiveram oportunidade por mais de uma vez, de informalmente manifestarem a sua frontal discordância com a possibilidade de encerramento daquela unidade que implicaria a deslocalização das 15 crianças que lá estudam para a Unidade do Seixal, considerada a Unidade de Referência à luz do Decreto-Lei nº 3/2008.

Os pais das crianças surdas manifestam fundadas preocupações com diversas questões e não aceitam a retirada de um direito através da implementação de uma política contrária à construção de uma Escola Inclusiva, que promova a integração e inclusão de todos. A Unidade de Surdos de Alhos Vedros serve os Concelhos da Moita, Alcochete, Montijo e Barreiro e a ser encerrada deixará como única alternativa a Unidade do Seixal.

É importante relembrar que não existem transportes públicos directos entre a região, os concelhos referidos e o concelho do Seixal e que as famílias ficarão objectivamente prejudicadas em tempo e meios económicos se tiverem de colocar os seus filhos numa unidade tão distantes das suas casas. Segundo alguns pais, as crianças teriam de sair da Moita por volta das 6.00 horas da manhã para chegarem atempadamente à escola no Seixal.

A tudo isto acresce o facto de a Unidade de Surdos de Alhos Vedros ser proveniente de um trabalho prolongado no tempo, onde a intervenção e empenho das populações teve determinante importância (desde a criação de um Núcleo de Aprendizagem para Deficientes Auditivos) e que, como tal, possui um património de experiência e de ligação às crianças, aos pais e à população em geral que não deve ser desprezado e desbaratado.

O Deputado do PCP solicita ao Governo que, por intermédio da Ministra da Educação, lhe sejam prestados os seguintes esclarecimentos:

- Tem o Governo conhecimento das situações expostas?
- Que medidas tomará o Governo para assegurar o apoio a todos os que optem por continuar na Unidade de Surdos de Alhos Vedros?
- Que medidas tomará o Governo para salvaguardar a continuidade do funcionamento da Unidade com manutenção ou melhoria dos seus actuais recursos técnicos, materiais e humanos?
- De que estudos dispõe o Governo que apontem para a solução de encerramento da Unidade e que mais-valias sociais e políticas daí advirão para a qualidade de ensino e qualidade de vida das famílias com filhos surdos nos concelhos de Moita, Alcochete, Montijo e Barreiro?
- Tenciona o Governo encerrar de facto a Unidade de Surdos de Alhos Vedros?
- A ser verdade, como assegurará às famílias a manutenção da qualidade de ensino dos seus filhos e como lhes garantirá a manutenção dos seus hábitos e qualidade de vida?
- Como garantirá o Governo as condições para o acolhimento de crianças surdas de toda a península de Setúbal na Unidade de Referência?
- Que melhorias, no âmbito da aprendizagem destas crianças e da qualidade do seu ensino, são esperadas pelo Governo ao criar escolas de referência por deficiência, completamente ao arrepio das melhores práticas de das mais fundamentadas orientações para uma Escola Inclusiva?"


Hoje, sabemos que este Centro Educativo não vai fechar. Hoje, sabemos que vale a pena lutar, o governo voltou atrás, não sem antes fazer questão de "alertar" a direcção da escola sobre como deveriam ser as suas práticas comportamentais, no âmbito do beija a mão. Mais não escrevo, até porque não posso correr o risco de escrever tudo o que penso!

3 comentários:

Ana Camarra disse...

Apesar de tudo, vale sempre a pena lutar!

Anónimo disse...

Calo que vale a pela lutar, porque quando se luta nem sempre se ganha mas quando não se luta perde-mos sempre....

Anónimo disse...

Escreve o que pensas Nuno, sempre evitas copiar notícias inteiras e ficamos resolvidos em poucas linhas.
Porque se pensasses alguma coisa a sério, é que nos admirávamos.