“No país vizinho, tal como em muitos outros na Europa, os sindicalistas preocuparam-se também com as questões de cariz social, criando cooperativas de habitação, creches, lares da 3ª. Idade, apostando na formação e nos mais variados apoios sociais.
Hoje, confrontados com a crise, os seus filiados tem mais direitos, mais apoios e nem todos são da responsabilidade dos Governos.
(...)
O problema é encarar de frente os novos sistemas de trabalho, a flexibilidade, as novas polivalências, as novas profissões, os novos horários de trabalho respeitando as cargas de trabalho, no princípio de que deve ser o trabalho a adaptar-se ao homem e não o contrário.”
Tenho que humildemente reconhecer que de sindicalismo percebo muito pouco, mas parece-me que esta globalização não fez mais do que trazer ao séc. XXI alguns dos problemas dos trabalhadores dos inícios da Industrialização: um poder excessivo do patronato sobre os assalariados, ou seja: trouxe um aumento das desigualdades sociais.
E no meio de uma crise global, surgida num processo de globalização onde segundo os indicadores económicos, a economia de alguns países cresceu como nunca, mas que ao mesmo tempo criou as tais desigualdades sociais que estiveram na génese da crise, acho estranho que sejam sindicalistas a alinhar num discurso anti-sindical, quando foram precisamente os sindicatos que mais lutaram, ou se o termo não agradar a alguns, chamaram a atenção, para os perigos que se correm quando se retiram direitos e poder de compra às classes mais desfavorecidas.
Quantas cooperativas e associações mutualistas não começaram num tempo em que nem Estado nem Empresas assumiam as suas responsabilidades sociais! Direitos que mais tarde, graças ao esforço dos trabalhadores, e da população em geral, organizados em sindicatos em partidos, foram assumidos pelo Estado, contra uma natural retribuição de quem trabalha. “O que um Estado Social propõe é exactamente que todos paguem conforme os seus rendimentos, para que todos possam usufruir dos mesmos serviços, ao mesmo preço. A justiça social é feita através da fiscalidade.” Foi o que escrevi num comentário há algum tempo.
E já agora, sempre que oiço algumas vozes a falarem de “flexibilidade” com uma certa “leviandade” lembro-me sempre deste filme: “Tempos Modernos” de Chalie Chaplin, É que a precariedade, conduz à falta de liberdade, porque quem não é livre tem que dizer “sim” mesmo que queira dizer “Não!”
Hoje, confrontados com a crise, os seus filiados tem mais direitos, mais apoios e nem todos são da responsabilidade dos Governos.
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O problema é encarar de frente os novos sistemas de trabalho, a flexibilidade, as novas polivalências, as novas profissões, os novos horários de trabalho respeitando as cargas de trabalho, no princípio de que deve ser o trabalho a adaptar-se ao homem e não o contrário.”
Tenho que humildemente reconhecer que de sindicalismo percebo muito pouco, mas parece-me que esta globalização não fez mais do que trazer ao séc. XXI alguns dos problemas dos trabalhadores dos inícios da Industrialização: um poder excessivo do patronato sobre os assalariados, ou seja: trouxe um aumento das desigualdades sociais.
E no meio de uma crise global, surgida num processo de globalização onde segundo os indicadores económicos, a economia de alguns países cresceu como nunca, mas que ao mesmo tempo criou as tais desigualdades sociais que estiveram na génese da crise, acho estranho que sejam sindicalistas a alinhar num discurso anti-sindical, quando foram precisamente os sindicatos que mais lutaram, ou se o termo não agradar a alguns, chamaram a atenção, para os perigos que se correm quando se retiram direitos e poder de compra às classes mais desfavorecidas.
Quantas cooperativas e associações mutualistas não começaram num tempo em que nem Estado nem Empresas assumiam as suas responsabilidades sociais! Direitos que mais tarde, graças ao esforço dos trabalhadores, e da população em geral, organizados em sindicatos em partidos, foram assumidos pelo Estado, contra uma natural retribuição de quem trabalha. “O que um Estado Social propõe é exactamente que todos paguem conforme os seus rendimentos, para que todos possam usufruir dos mesmos serviços, ao mesmo preço. A justiça social é feita através da fiscalidade.” Foi o que escrevi num comentário há algum tempo.
E já agora, sempre que oiço algumas vozes a falarem de “flexibilidade” com uma certa “leviandade” lembro-me sempre deste filme: “Tempos Modernos” de Chalie Chaplin, É que a precariedade, conduz à falta de liberdade, porque quem não é livre tem que dizer “sim” mesmo que queira dizer “Não!”
2 comentários:
Belo texto amigo João!
Com a idade fiquei um sentimentalão, tenho de confessar que me fizeste deitar uma lágrima.
Ainda bem que trouxeste aqui a história verdadeira da criação das sociedades mutualistas e das cooperativas, pelos vistos agora o sindicalista Chora quer passar tudo isso para os sidicatos!
Hà outro filme interessante,não sei se viste, é muito antigo, chama-se "Há Lodo no Cais" com Marlon Brando, mostra também uma certa maneira de transformar os sindicatos, estes na América.
Um abraço
O Merceeiro Honesto
A Globalização, tal como foi concebida, vai determinar o fim da Europa social que conhecemos.
O ocidente caiu na armadilha da Globalização que os bancos e as grandes companhias lhe venderam. A actual crise não é apenas uma crise criada pela especulação bolsista americana e pela não fiscalização das reservas de segurança da generalidade dos bancos e dos fluxos monetários com destino aos paraísos fiscais, onde depois se perde o rasto do dinheiro. Os bancos e as grandes companhias visavam a obtenção de maiores lucros. Os primeiros procuravam a liberdade total para fazerem o que muito bem entendessem ao dinheiro que lhe era confiado; os segundos pretendiam aproveitar-se dos baixos custos de produção no extremo oriente, em virtude dos baixos salários e da inexistência de obrigações sociais. O resultado está à vista: o descalabro bolsista e bancário, a falência de bancos e a necessidade de corte nas produções industriais das empresas, mesmo das que se mudaram para os novos países, porque as produções se destinavam sobretudo à exportação para o ocidente e para as populações com maior poder de compra agora em rápido declínio, fruto da globalização criada.
Ao aderirem ao desafio dessa globalização, os países ocidentais e da União Europeia prometeram ao seus cidadãos que as suas economias se tornariam mais robustas e competitivas e não exigiram aos países do oriente que prestassem às suas populações mais e melhores condições sociais, como: regras laborais justas, melhores salários, menos horas e menos dias de trabalho, férias anuais pagas, assistência na infância, na saúde e na velhice para poderem aceder livremente aos mercados ocidentais. Não! o ocidente optou simplesmente por abrir as portas à importação desses países sem que essas condições fossem satisfeitas, criando assim uma concorrência desleal e “selvagem” da qual o ocidente nunca poderá ganhar. A única solução será a de nivelar as condições sociais dos trabalhadores ocidentais pelas desses países e que são miseráveis (crianças chegam a ser vendidas pelos próprios pais para servirem de escravos). O ocidente franqueou as suas portas a países que estão em rápido desenvolvimento tecnológico, com custos de mão de obra insignificantes e sem comprometimento com a defesa do ambiente, com tecnologias altamente poluidoras e por isso mais baratas.
É a um nivelamento por baixo das condições sociais dos trabalhadores ocidentais que estamos a assistir neste momento numa tentativa desesperada de resistir a uma guerra perdida. Daí a revolta que se observa nos vários países da UE. Mas será que os trabalhadores ocidentais vão aceitar trabalhar a troco de dois ou três quilos de arroz por dia, sem direito a descanso semanal, férias, reforma na velhice, etc...? Não! O resultado será um lento definhar em direcção ao caos e enquanto umas empresas fecham portas para sempre e outras se deslocarem para a China ou para Índia, para não serem sufocadas pela concorrência desleal, mas mesmo essas terão que reduzir a sua produção. Entretanto, no ocidente a indigência, a marginalidade e o crime mais ou menos violento irão crescer e atingir níveis inimagináveis, apenas vistos em filmes de ficção ou referidos nos escritos bíblicos do apocalipse. Espera-nos uma espécie de nova “Idade Média”, onde restarão alguns privilegiados, protegidos por alta segurança, enquanto a maioria se afunda no caos: desaparecerá a chamada classe média e de remediados. Há que recuar mas será que ainda vamos a tempo?
Zé da Burra o Alentejano
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