2009-02-15

Ando a nestes últimos dias a tentar ler alguns textos para melhor responder ao desafio que a CM da Moita colocou aos banheirenses sobre o futuro próximo da Rua 1º de Maio. A minha posição é clara: a Rua 1º de Maio deve ficar interdita ao tráfego automóvel, e já aqui tinha sido defendida.

Nesta tentativa de documentação, encontrei no site de Mário Alves, um especialista em Gestão da Mobilidade, um texto magnífico do qual retiro estes excertos:

"A errância, a deriva, o flanar, o jogo, fizeram sempre parte do património sociológico e estético do ser humano e da cidade. Estas formas de procurar o encontro fortuito com o “outro” são os fundamentos da cidade democrática. Ao reduzirmos as deslocações sobre o território a um fenómeno meramente utilitário de ligação entre actividades, estamos a perder algo subtil, mas que nos define como sociedade.

(...)

Com o aumento da presença e velocidade dos automóveis, diminui a presença e circulação dos peões. Dito de outra forma, com a invasão do automóvel, as ruas deixam de ser aquilo para o qual serviram durante séculos — pontos de encontro. Transformadas em “esgotos de tráfego” as ruas transformam-se em patologias. A velocidade dos automóveis (o perigo, e em menor grau o ruído), é o elemento que mais contribui para esterilizar as ruas, transformando-as em meros corredores de passagem"

Errare Humanum est...

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