2009-02-18

O valor do voto

Em Democracia o povo é quem mais ordena. As eleições assumem-se como o acto solene e soberano de um povo que escolhe o seu caminho, que escolhe os seus representantes/governantes e consequentemente escolhe o seu futuro. No ano de 2009 vamos participar em três actos eleitorais, as europeias, legislativas e as autárquicas. Numa altura em que assistimos ao agravar da Crise do Sistema Capitalista, onde milhões de pessoas ficam sem emprego, onde milhões de pessoas não têm apoios, onde milhares de empresas encerram, estas eleições assumem-se como fundamentais para o nosso povo e para o interesse nacional. As políticas e o rumo seguido não têm dado bom resultado. Os portugueses viram os seus direitos e o seu poder de compra diminuir e os serviços públicos a encerrar.
É pois em ano de eleições que se devem prestar contas, de se apresentar o que se fez e explicar porque assim foi, de enunciar o que não se fez e referir o porquê. É o mínimo que o respeito impõe e é o mínimo que os representantes de alguém devem fazer. A CDU no Concelho da Moita encontra-se a prestar contas à população, quer nas ruas, quer em salas do nosso concelho, mostrando o que fizemos, explicando o que não fizemos e lançando as bases para o futuro, dando atenção a temas tão diversos como o trabalho desenvolvido nas autarquias, movimento associativo e à defesa do património e valorização das tradições. Assumimos as nossas responsabilidades como sempre o fizemos e recusamos baixar os braços e levantar a bandeira da inevitabilidade, a isso respondemos com confiança e luta por uma vida melhor. Acreditamos ser possível um futuro onde ninguém deixe de aprender ou de ter acesso à saúde por não ter dinheiro, confiamos e lutamos por um futuro onde um trabalhador que viva do fruto do seu trabalho não viva no limiar da pobreza, temos a certeza que um dia Portugal vai vencer os deficits crónicos que os sucessivos governos PS, PSD, com ou sem CDS-PP, criaram, onde se produza, onde se valorize o aparelho produtivo, onde se valorize o trabalho. Esta é a nossa força e aí reside a nossa confiança.
Para o ano de 2009, um ano em que o nosso Primeiro-Ministro fala em investimento público para combater a crise, o governo do partido socialista reduziu em quase 90% o investimento previsto a nível do Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para o Concelho da Moita, seguindo o mesmo caminho de anos anteriores, ao mesmo tempo e, por pura coincidência, para o nosso concelho vizinho, o Montijo, este investimento previsto aumenta cinco vezes. Por esta decisão/votação teremos mais uma vez adiados investimentos importantes e necessários ao desenvolvimento do nosso concelho, ao nível da saúde, da educação, da segurança e do movimento associativo.
Em Democracia exige-se clareza e equidade, exige-se respeito e responsabilidade. A título de exemplo refiro a fiscalização constitucional do Código do Trabalho. Na oposição, o PS, considerava o Código do Trabalho do PSD-CDS/PP um retrocesso, uma malfeitoria, agora como governo não cumpriu mais uma vez o prometido, a alteração dos aspectos negativos do Código de Trabalho, e ainda o piorou, ao arrepio das promessas eleitorais. Para esta fiscalização, que deveria ser também promovida pelo nosso Presidente da República, é necessário que 10% dos deputados a aprovem. O PCP, que continua na luta contra este Código do Trabalho, necessita de solicitar a outros deputados, de outras bancadas, que dêem o seu aval, até 23 deputados manifestarem a sua concordância, correndo o risco de não se chegar a esta meta. Como se costuma dizer, por um voto se ganha e por um voto se perde, e desta situação percebemos bem o que é o voto útil. São nestes exemplos que se percebe o poder de um só voto. Por isso, quando votar pense nisso, quando votar pense em si!

Nuno Cavaco
Membro da DORS do PCP

3 comentários:

PQ disse...

Então e a revolução?

Annarkaa disse...

Excelente, gostei os meus parabéns!

Anónimo disse...

Bom artigo, mais uma vez.

É com jovens destes que se faz o futuro, gente que luta pelas coisas pelas próprias coisas. Homens como Nuno e o Daniel, pessoas de consensos que não viram a cara à luta e que dão o melhor de si a cada momento.

Não desistam, por vocês, por nós e pelos que ainda não perceberam que a vida só faz sentido com causas.