2009-01-29


Ontem, durante a apresentação o BxB-Inferface surgiram imagens, imagens com pessoas, imagens com histórias, histórias que formam a história colectiva da Baixa da Banheira.

O BxB-Inferface é uma ferramenta que permite um trabalho estruturado de recolha, e que suscita a que se revelem pequenas e grandes histórias, como aquela de um pequeno curso de água que deu origem a uma rua, ou a revelação feita pelo Dr. Raul Coelho sobre os meandros do processo de elevação da Baixa da Banheira a freguesia, ou ainda como tantas outras que se foram contando enquanto a exposição "Pessoas, Memórias e Lugares" foi visitando e crescendo nas colectividades da Baixa da Banheira.

Ao serem percorridas, algumas imagens suscitaram imediatamente o comentário dos presentes. Exemplos? Tantos: as mortes que levaram à construção das antigas cancelas da Rua 13, as praias antigamente existentes por esta "banheira do Tejo", as primeiras escolas, os primeiros professores, as campanhas de alfabetização ou as colectividades. Mas além dos que falaram, foram as conversas paralelas sobre esta ou aquela fotografia, esta ou aquela história, o indicador de que há ainda muito "húmus" por onde crescer.

Este é um processo aberto, participado e que tem todas as condições para crescer, e não só no mundo virtual, mas também lá fora, porque é a falar que estas histórias se revelam. E para tal, nada melhor do que trazer o BxB-Interface para a Rua.

Mas este projecto engloba também uma galeria de artes, onde os banheirenses poderão partilhar os seus trabalhos, e está preparado para incluir contribuições em texto, áudio e vídeo. Quem o visitar agora verá que ainda está em fase se implantação. Mas para já visitem-no, e se puderem contribuam.




O BxB-Interface é uma Plataforma Comunitária Virtual de encontro e partilha de afluentes históricos, culturais e artísticos dos banheirenses.
É um lugar que podendo ser ocupado e construído por cada um de nós, todos o fazem e é de todos.

“À superfície todos nós nos conhecemos. Depois há outra camada, outra depois. Depois um bafo. Ninguém sabe do que é capaz, ninguém se conhece a si próprio, quanto mais aos outros, e só à superfície ou lá para muito fundo é que nos tocamos todos, como as árvores duma floresta – no céu e no interior da terra.”
Em “Húmus” de Raul Brandão

Com o seu “Húmus” próprio, de uma História de trabalho e acção colectiva que singulariza e nos toca, a Baixa da Banheira, encontra no BxB-Interface um instrumento de interacção no tempo, de aprendizagem, de agregação de esforços e vontades, através de registos escritos e fotográficos.

Assim, cada vez que a Plataforma for actualizada, promove-se um efeito histórico estruturante.

O BxB-Interface não está concluído, vai sendo construído.

2009-01-26

Vai um caldinho?


Esta Crise vem mesmo em boa altura para fazer uma "lavagem" à política empresarial. Para combater a Crise, os governos "dão" dinheiro para que os empresários não despeçam os seus trabalhadores. É impressionante como empresas que geram milhões de repente parecem viver como a maioria de nós, em que o ordenado não chega ao fim do mês. Pelos vistos, por mais que se façam as contas concluímos que andamos todos a viver a cima das nossas possibilidades. Se assim for, por ironia, temo que a palavra "injectar" dinheiro faça todo o sentido, pois se não houver uma reformulação profunda deste sistema económico, esta acção não passará duma dose de heroína. Experiência que todos infelizmente sabemos como acaba.
O surto de raiva que assola a capital angolana já provocou a morte a 42 crianças desde Outubro, aliás basta olhar para uma imagem da cidade, como esta recolhida por Paolo Pellegrin, para saber que a catástrofe já chegou à casa de muitos, mas não de todos, claro.

2009-01-24

Eu, que nesta manhã de sábado tinha sido arrastado até Lisboa pelo pretenso fim da fotografia tradicional, aquela das películas e emulsões, encontro no regresso uma emissão do “Fala com ela” de Inês Menezes, desta vez à conversa com o Fernando Alves, jornalista, homem de rádio, contador de muitas histórias que, sentado ao volante, fui apreciando. Entre outras coisas, falaram do fim da rádio e dos jornais como os conhecemos, que já se vê e já se sente em muitas redacções. O futuro o dirá. Falaram também dos sentimentos que cada vez menos se percebem nas vozes da rádio, e declararam-se felizes pela “tremideira”, sentimento incómodo, que ainda sentem cada vez se sentam em frente a um microfone, e do “cagaço” da primeira vez que em directo se fizeram ouvir.

Quem alguma vez fez rádio sabe bem do que falo. Algures nos anos noventa, enquanto estudava à noite nos Casquilhos, o meu amigo Álvaro, banheirense, técnico de som no então Som do Pinhal Rádio, agora Popular FM, perguntou-me se não queria ir tentar entrar na informação. Precisavam de alguém e eu tinha algum tempo livre. Aceitei com algum receio, e passados uns dias lá me sentei também eu em frente a um microfone, a tremer das pernas à voz, a suar abundantemente e a debitar notícias em excesso de velocidade. Na técnica estava o Álvaro, que desde miúdo andava ligado à rádio, primeiro na Rádio Arremesso, na altura já desaparecida. Alternava os horários matinais com o Rui, naqueles dias em que 3 banheirenses faziam rádio no Pinhal Novo.

O Álvaro ainda hoje continua ligado às rádios locais.

Da Rádio Arremesso restam memórias dos que por lá passaram e aquelas letras na Rua do Alentejo.

2009-01-19

O renascimento do Núcleo de Ciclismo da Baixa da Banheira, através de uma secção de triatlo, faz reaparecer um clube e uma modalidade com tradições na nossa terra.

via O Rio
Contrariamente ao que se vai ouvindo nas notícias, em particular nas entrevistas a cidadão americanos, Obama tem muito mais a recear do interior o seu país do que do exterior. É a história que o prova.

Longe vão os tempos d"a noite" e dos Sitiados, mas João Aguardela nunca desistiu de procurar novos caminhos para musica portuguesa em projectos como Linha da Frente ou Megafone, e nos últimos tempos com A Naifa.

Acabou hoje numa cama de hospital.

2009-01-15

Saí uma " Justiça" para aquele país ali do canto!

Há muito, ou desde sempre neste país…e noutros também, que a palavra "justiça" tem como significado o que cada um entende como tal. Como tal, devíamos ignorar a constituição e por em causa se realmente existe algum país com o nome de Portugal. Pois se realmente as leis servem para estabelecer uma identidade, neste caso, a portuguesa, para a qual pagamos impostos para que o sistema funcione e o país exista, não faz sentido continuar a ver este tipo de notícias, completamente surreais num estado que precisa que a justiça funcione para que se reconheça como tal. Talvez sejamos muito burros, e a solução milagrosa passe pelo anuncio da vinda de juízes e advogados de outros países para que a justiça funcione mas, talvez também precisemos, de políticos competentes para que o pais realmente exista.

2009-01-14

Outro embuste. No debate desta tarde o Primeiro Ministro não debateu. Ora vejamos:



Olha que curioso, parece que não fala com a esquerda. Sim, porque as palavras dirigidas aos Verdes são um insulto.


Na sua opinião, uma mulher que é agredida pelo marido deve manter o casamento ou divorciar-se?
Depende do grau de agressão.
O que é isso do grau de agressão?
Há o indivíduo que bate na mulher todas as semanas e há o indivíduo que dá um soco na mulher de três em três anos.
Então reformulo a questão: agressões pontuais justificam um divórcio?
Eu, pelo menos, se estivesse na parte da mulher que tivesse um marido que a amava verdadeiramente no resto do tempo, achava que não. Evidentemente que era um abuso, mas não era um abuso de gravidade suficiente para deixar um homem que a amava.

As respostas são de Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima, a uma entrevista ao DN.

Cuidado com os muçulmanos, mas já sabem, se casarem com um católico, comem e calam!

Então o Sr. Primeiro Ministro não tem mais nada para dizer sobre embustes? assim de repente lembrei-me de 150.000 empregos...
E o ano de 2009????

Assistimos neste início de ano ao agravamento da crise do sistema capitalista. Crise causada pela natureza do próprio sistema. Rapidamente os líderes mundiais, na sua maioria responsáveis pelo mesmo sistema, teceram grandes considerações sobre a Crise: uns entendem que esta foi causada pela ganância de alguns, outros entendem que foi um ou outro factor que a causou, mas nunca referem a verdadeira causa que é o próprio sistema.
Observamos também à continuação da apresentação dos diagnósticos e das soluções para a “maldita” crise. Incrédulos ouvimos os adeptos do “menos estado, melhor estado” a solicitar a intervenção cada vez maior do tal estado que eles queriam mais pequeno. Também ouvimos várias vezes expressões e palavras que esses mesmos senhores (ditos por eles próprios modernos) consideravam ultrapassadas e bafientas. Palavras e expressões como nacionalizações, intervenção do estado, estado social, entre outras consideradas demasiadas antigas para um mundo que avança no sentido global.
E se isto se passa no nosso planeta azul, em Portugal também constatamos que os nossos representantes voltaram a usar a mesma terminologia antiga e gasta. O Presidente da República converteu-se e agora defende o que não defendia enquanto 1º Ministro, a Constituição da República Portuguesa, ainda que só em parte como se viu no caso do Estatuto dos Açores. Esperemos que este espírito alastre e que passe também a defender a nossa lei fundamental nas questões laborais! O 1º Ministro depois de traçar um rumo para o país durante três anos, inverte agora o discurso apesar de não inverter as políticas. Afirma-se defensor do Estado Social e do emprego, ao mesmo tempo que tenta construir um Código do Trabalho injusto e tendencioso, contra os trabalhadores e depois de ter atacado as funções sociais do Estado.
Na prática, assistimos a uma reconversão nas palavras de alguns ao mesmo tempo que vão fazendo o mesmo de sempre: atacar o estado e os direitos dos cidadãos, em todas as suas vertentes.
Em 2009, as perspectivas agora enunciadas por estes senhores são muito más. Apresentam mais desemprego, mais dificuldades, mais insegurança, mais injustiça, mas nem por isso alteram o seu comportamento ou as suas políticas. Em 2009, o caminho para esses decisores é o mesmo que conduziu a esta crise: desmembramento do aparelho produtivo, desmembramento das funções sociais do estado, redução dos direitos dos portugueses em todos os campos e aumento da dependência portuguesa face ao exterior, colocando em risco por todas estas vias a soberania nacional e, em último caso a própria democracia portuguesa.
Mas como alguém dizia, apesar de não o fazer como devia: “Há sempre alguém que resiste, há sempre alguém que diz não!”
Desde sempre o Partido Comunista Português tem se apresentado aos portugueses como um defensor de uma outra política, uma política que quebre com esta, e por isso tem vindo a exigir uma ruptura, em que se valorize o aparelho produtivo, que se cumpra a Constituição e isto é melhorar as funções sociais do estado, criar políticas que fomentem o emprego, que defendam os direitos de quem trabalha e que crie condições para que Portugal reduza os deficits: o produtivo, energético, cultural, educacional e como não poderia deixar de ser o democrático, porque resolvendo estes facilmente se resolve o financeiro.
É neste quadro que nos apresentamos aos portugueses e é neste quadro que os portugueses vão ser chamados a votar em três actos eleitorais, todos eles com uma extraordinária importância, mas que por si só não substituem o papel de cada um de nós no dia a dia.
Em 2009 poderemos criar condições para uma ruptura com estas políticas, podemos e devemos lutar por ela, pela construção de uma sociedade melhor, onde cada um de nós tenha um papel, onde todos sejam válidos e onde se combata a exclusão. Está nas mãos e na consciência de cada um de nós exigir mais e melhor, porque sim, é possível uma vida melhor, basta lutar por isso e exigir um outro rumo, uma nova política.

Nuno Cavaco
Membro da DORS do PCP

2009-01-13

Durante este mês de Janeiro, o cinema no Fórum Cultural José Figueirdo estará dedicado ao Ciclo “Educação – O Cinema e a Escola”.

Ao longo dos anos ouvi muita música, alguns albuns verdadeiramente magníficos e outros que marcaram as suas épocas.

Os Xutos, naquela fase que durou 3 albuns e algumas migalhas, eram mais do que isso.


A partir de hoje são trintões.

2009-01-12

A REFER está a reconstruir vários equipamentos no troço da Linha do Sado compreendido entre o Barreiro e o Pinhal Novo. Na Baixa da Banheira estas alterações afectam o antigo apeadeiro e a antiga passagem de nível, agora a ser transformado em passagem pedonal inferior, obras há muito reclamadas e importantes para a melhoria da qualidade de vida dos banheirenses, apesar dos incómodos causados durante a sua construção.




Maqueta do antigo apeadeiro da Baixa da Banheira
(imagens encontradas nesta página de modelismo ferroviário)



Pormenor da obras na Alameda do Povo, na Baixa da Banheira.

Contrariamente a algumas opiniões que tenho ouvido por aí, não me faz confusão nenhuma de que o material circulante agora a uso na Linha do Sado não seja novo. Se o material é bom e estava disponível seria um desperdício comprar novo.

E é a questão do desperdício que me levanta dúvidas quanto ao volume das obras nas estações do Lavradio, Barreiro A e Barreiro. Não será um desperdício com a nova ponte aí à espreita?

2009-01-06

Ontem não tive a paciência necessária para ouvir a entrevista do Sr Primeiro-Ministro José Sócrates. O homem parecia irritado e para irritações bastam-me as de todos aqueles que ele e o seu governo tem maltratado ao longo deste mandato PS versão Sócrates.

Hoje, o Banco de Portugal retirou muita da relevância ao que o Governo têm vindo a dizer nestes últimos meses em a que crise apertou. A culpa, como sempre, é da situação internacional, como se as políticas nacionais fossem algo de irrelevante ou inócuo. Quem assim pensa não serve para governar.

2009-01-01

Bom ano Novo de 2009 sempre com a mesma música!