Como o João Figueiredo já aqui publicou, decorreu neste fim de semana no Seixal a Conferência Nacional do PCP sobre Questões Económicas e Sociais. Esta Conferência, muito participada, não foi coberta pela comunicação social. Nos trabalhos preparatórios realizaram-se várias assembleias, debates e encontros. Nestas iniciativas participaram comunistas e outros, que não sendo comunistas, viram na Conferência uma porta aberta para uma alternativa de políticas às que efectivamente têm sido seguidas pelo PS, PSD com ou sem CDS. Neste trabalho imenso de milhares de pessoas fez-se o diagnóstico à situação actual, apresentaram-se propostas e concluiu-se que a luta é de todos, comunistas e não comunistas. De todos aqueles que querem um Portugal melhor, mais justo, onde os portugueses tenham acesso a educação, saúde, emprego, habitação e cultura.
Muitos dirão que é mais do mesmo. Outros dirão que não vale a pena lutar, que a globalização e a comunidade europeia controlam tudo e que a soberania portuguesa está ferida de morte. Os comunistas dizem que é altura de falar verdade e de atacar os problemas na sua essência.
Falemos de déficit. Portugal têm vários défices, não só o das contas públicas. Temos um déficit produtivo: alimentar, industrial, cultural, democrático e por aí fora. O que temos feito? Só nos temos preocupado com o das contas públicas. Quando utilizo o nós não o faço sem agora referir que somos mais uma vez todos responsáveis. Os problemas dos portugueses não se resolvem sem a participação dos portugueses e por isso vou transcrever as últimas palavras de Jerónimo de Sousa nesta grande iniciativa:
“A experiência histórica dos portugueses deve ser relevada e recordada. O impossível para muitos aconteceu a 25 de Abril.
É possível resistir e vencer. É possível romper com esta política injusta. É possível construir um País à medida das necessidades e aspirações do povo português.
Vale a pena lutar com este Partido. Apoiem o PCP. Apoiem este Partido que se opõe à exploração, à pobreza, à cada vez maior concentração da riqueza. Que não tolera a situação que permite a uma reduzida casta de privilegiados engrossar as suas fortunas à custa do país e da grande maioria da população. Este Partido que não aceita esta situação, não tolera este estado de coisas, que quer mudança, e luta com os trabalhadores e o povo para que haja uma profunda mudança em Portugal.
Partido portador de esperança e confiança que não desiste nem descansa de alcançar um país onde se viva melhor, com justiça, progresso, paz e democracia.
Num mundo em que o capitalismo mostra a sua natureza exploradora e agressiva, a todos dizemos, aos trabalhadores, ao povo português, apoiem este Partido portador de projecto que dá resposta aos problemas centrais da sociedade portuguesa!”
A consultar:
PCP
Para acesso a documentos
6 comentários:
"Que não tolera a situação que permite a uma reduzida casta de privilegiados engrossar as suas fortunas à custa do país e da grande maioria da população."
Outro rumo e outra política era terem tomates e responderem à mensagem que eu enviei aos vossos deputados e ao Partido do Colectivo e que lá chegou bem e de saúde -- sei-o por fonte segura e até já tive cópia de um dos papeis na mão -- aos seus camaradas e de resposta até agora nada.
Está já aqui e com cópia aqui, para o caso de ainda não terem reparado.
Até mais.
Por todo o mundo se verifica a censura dos grandes media às intervenções e acções de partidos e movimentos de esquerda. O perigo maior provém, actualmente, das tentativas de criminalizar juridicamente as organizações de esquerda anti-capitalista, facto já consumado em alguns países, por exemplo, da Europa dita democrática. A quase ausência de cobertura informativa deste acto do PCP vem apenas confirmar a marginalização a que uma importante parte da sociedade é sujeita todos os dias. Queixa-se o PCP com razão, queixa-se o BE também com razão, e ainda os pequenos partidos esquerdistas e outros movimentos.
Se fosse um discurso rosa ou laranja, para não dizer azul e amarelo, por mais vazio e demagógico que resultasse, teria um grande eco em qualquer órgão de comunicação social dito de referência.
Até o PNR e a Nova Democracia se queixam e não são de Esquerda.
É esse seu queixume aplicável a estes "censurados" de Direita ou só é Verdade de afectar os "coitadinhos" da Esquerda?
O queixume é, na verdade, uma denúncia. Direita censurada? Não me faça rir... Mas digo-lhe com franqueza: o PNR deveria ser totalmente censurado, na medida em que é uma organização anti-democrática, racista, xenófoba, violenta e com valores proibidos (e bem) pela Constituição, esta sim verdadeiramente esquecida. Não se esqueça que foi a Direita que oprimiu durante 48 anos o povo português.
Olhe que o comunismo é uma coisa linda e com valores do mais democrático que há. Especialmente o Cubano, Coreano, Soviético, Romeno, etc, etc, etc, etc.
A Constituição, ao proibir a Liberdade de Expressão dos movimentos de Direita (mesmo da Extrema) e ao não usar do mesmo crivo com os movimento da Esquerda é um resquício PREC-iano que já deveria ter sido removido há muito a bem da Liberdade e da Democracia.
É por a Constituição não permitir o Comunismo que é Democrática, e por tal deveria a bem da coerência ilegalizar o Partido Comunista Português e todos os outros partidos não parlamentaristas como o vosso.
Palhaçada.
E não sou do PNR nem de Direita mas vocês metem nojo com o vosso falso moralismo e complexo de superioridade bacoca completamente falso e deslocado da realidade que vocês mesmo praticam.
Vejam-se a purgas constantes que efectuam no partido sempre que alguém se começa a tornar incómodo, até históricos impolutos do tempo da clandestinidade, como o Brito, vocês correram do partido de forma ignóbil.
Olhe-se mas é ao espelho antes de criticar o PNR (ainda se fosse a FN ainda se podia tentar compreender), agora um partido legal e registado que se quer eliminar só porque tem opinião diversa da vossa.
Assim se vê bem o vosso sentido de Liberdade, de Democracia e de Pluralidade de Opinião.
Cala-te nazi porco, só destilas é ódio contra pessoas que lutam pela liberdade e pelos direitos das pessoas.
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