Excelente artigo de Batista Bastos no Diário de Notícias de hoje. Aborda o tema da alteração à Constituição da República Portuguesa proposta pelos “PATRÕES” do nosso país. Em causa está a reclamação sobre a mudança de artigos da Constituição. Por exemplo o 53.º, proíbe o "despedimento sem justa causa por motivos políticos ou ideológicos". E já agora também se deveria permitir o despedimento pela cor futebolística, pela roupa, pelo carro. Democracia Laboral às favas que as outras já perdemos… E ainda existem trabalhadores que consideram que a Greve Geral não fazia grande sentido. Fazia até porque corre o risco de ser a última Greve legal!
No Jornal de Notícias ficamos a saber que na sessão legislativa anterior, à semelhança do que aconteceu na que a antecedeu, PCP e BE (com doze e oito deputados) foram os partidos mais produtivos produção legislativa, com 26 e 22 projectos-lei. Estes dados são importantes e levam-nos a pensar que muitos deputados do PSD e PS não fazem o seu trabalho como deviam e que outros partidos, mais produtivos deveriam ter mais representatividade. Mas já sabemos como é que isto funciona. Um militante rico paga as quotas e assim determina quem ganha as directas e depois paga outras coisas, tal e qual como Marques Mendes afirmou. Democracia por influência de tudo menos ideias e valores. Portugal no seu melhor.
Por último, vou manifestar a minha opinião sobre a posição de Saramago. Como já me manifestei em outras ocasiões, sobre outras posições do senhor, vou escrever o que penso:
- Saramago tem o condão de nos fazer pensar ainda que por vezes seja mal interpretado;
- Saramago lançou uma provocação através de uma constatação. Os espanhóis já estão implantados em Portugal. São donos de parte da banca, dos meios de comunicação, vendem-nos energia, colocam produtos mais baratos, produtos que já produzimos mas que hoje, fruto de políticas desastrosas já não se produzem cá no burgo. Decidem pelo nosso governo, vejamos o caso do TGV, o projecto português é à medida espanhola;
- Manifesto total estranheza quando alguns senhores europeístas, que defendem que se defina em Bruxelas (e em outros locais) o que se vai fazer cá, condenem Saramago que sempre se mostrou favorável à soberania dos povos. Mas a soberania não é só ter um governo próprio porque se este não trabalhar para o seu povo, este deixa de ser soberano, que é o que se passa aqui. Veja-se o caso do Novo/Velho Tratado Europeu e chegue-se a conclusões.
- Sou Português e por isso gosto do meu povo, o resto são balelas e alertas no sentido de passarmos a ser governados pelo interesse colectivo;
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