2007-07-26

A finalizar a noite

Ao ler o Plano da Moita deparei-me com esta preciosidade, passo a citar:

Haverá algum estudo relacionado com as alterações climáticas previstas, o aumento do nível do mar—e consequentemente do rio—e o PDM da Moita?


Não me parece! Até em zonas de escoamento natural de águas estão a construir rotundas e a encanar as águas pluviais.

Claro que o nosso amigo Cavaco nos vai indicar toneladas de factos que demonstram que construir prédios em zonas de potencial cheia e impermeabilizar as zonas de máximas infiltração aquífera do concelho não terão nenhum impacto já que o rio vai ficar tal qual está para todo o sempre.




Ao que eu pergunto ao nosso amigo:

1) Para além do óbvio que escreveu que se prende com a construção de prédios em zonas de potencial cheia, consegue provar que o nível da água do rio está a subir?

2) Acha que o nível da água do rio não está relacionado com a monstruosidade do número de barragens que se construiram no Tejo e que hoje provocam erosão costeira ao impedir o fornecimento de sedimentos que alimentariam as praias?

3) Quais são as alterações climáticas previstas? Por exemplo, quando estava de férias em Vila Real de Santo António o Bloco de Esquerda organizou um passeio de barco no Guadiana para se debater assuntos do ordenamento da bacia daquele rio e o aquecimento global. No fim da jornada estava previsto um comício-festa que acabou por ser um fracasso porque estava muito frio, em pleno mês de Julho. Quem ouviu Antimio de Azevedo, reputado meteorologista, na televisão percebeu que o homem acredita que a Terra vai sofrer um arrefecimento por efeitos astronómicos. Em que ficamos? Aquecimento, arrefecimento? Temos de estar atentos e não andar a bater palmas a quem quer fazer do ambiente um negócio, como alguns têm feito.

3) Se toma atenção ao que escrevo sabe que no próprio banheirense eu já escrevi sobre evolução paleogeográfica da Bacia do Tejo-Sado e aí está bem demonstrado o quanto os organismos fluviais são dinâmicos?

Sabe o que faz falta? É uma política nacional séria de recursos hídricos. Com cartas de risco de cheia elaboradas a partir de metodologia correcta para todo o país. Essas cartas deveriam depois ser incorporadas nos planos. Isto não foi feito porque não aceitaram as propostas do PCP, tal como as Zonas de Intervenção Florestal agora criadas e que têm dado alguns resultados mas que foram propostas pelo PCP em 1982. Se fossem aprovadas naquela data quantos fogos não tinham sido evitados?

Não podemos criticar por criticar. Por alguns nada se fazia no Concelho da Moita, a esta hora estavamos na caverna, mas sem fazer fogo, por causa do dióxido de carbono, não vá causar aquecimento global e estragar mais um comício-festa ao Louçã.


7 comentários:

Anónimo disse...

E eu a julgar que tinha a ver com o açoreamento da caldeira da Moita ou melhor o "Espelho de Merda".
O Louçã dá-lhe comixão, lol.

Anónimo disse...

Concordo com a necessidade de discussão sobre as alterações climáticas, sem preconceitos e muito menos sem seguidismos. Se o aquecimento global é uma balela que nos querem impingir, denunciemos o facto. Eu não sei se é uma balela ou não; todavia, o que nos deve importar é a verdade e, já agora, com ou sem aquecimento, a defesa do planeta. É altura, pois, de não condenarmos o Nuno Cavaco. Quem quiser seguir o Al Gore como uma ovelhinha bem comportada, basta fazer mé. No entanto, também não é justo aproveitar factos meramente circunstanciais (como a noite fria de 20 Julho no Algarve) para ridicularizar acções do Bloco de Esquerda que, com defeitos e com virtudes, ajudam as pessoas a pensar sobre estes temas.

Anónimo disse...

Quem quiser seguir o Lobo basta fazer Mú.

Anónimo disse...

Gostava de perguntar ao séquito do tal movimento para encher os bolsos com especulação imobiliária, se o PDM permitisse que vocês construissem na várzea, como é que isso ia salvar o concelho da suposta subida de nível das águas do Tejo?

Anónimo disse...

este artigo é a prova de que ter um canudo não im+lica ter inteligencia e muito menos cultura.
Este homem é um espanto, então e os aterros de sapais e de antigas salinas no concelho da Moita não contribuem para futuras cheias?

nunocavaco disse...

E alguém escreveu que não douto anónimo?

E que tal argumentar sem atacar as pessoas, consegue. Vá lá esforce-se verá que é capaz.

Anónimo disse...

O problema é a esquizófrenia do PCP:

1. O Nacional que propõe coisas bem feitas mas que sabe nunca serão aprovadas pelo simples facto de terem sido apresentadas pelo PCP (ou pela CDU, que eu julgava que a "melancia" estava lá para mais que fazer número)

2. O Local que propõe e faz exactamente o inverso sempre que pode, os aliados do grande capital, a urbanização desenfreada, os compadrios, a falta de democracia, as perseguições pessoais, etc, etc, etc.

Veja lá se se decide a que PCP pertence de uma vez por todas que a mim fica difícil percebê-lo. E olhe que essa coisa das duas verdades é muito mau sinal.

E deixe de apontar tudo ao Poder Central.

Há decisões elementares que você, como cientista que é, sabe que poderiam e deveriam ter sido adoptadas, pela simples noção de precaução e bom senso, no que toca à definição dos limites do PDM e que sabe muito bem como toda a gente que só não foram tomadas devido aos vastos interesses (inocentes para alguns) que se movem nesses mesmos terrenos e que são do mais escandaloso que poderia haver; mais ainda tratando-se do PCP e d'Os Verdes.

Até mais.