2008-08-06

No Rio, podemos consultar este excelente artigo da autoria de Pedro Garcia, que deixa mail e tudo para quem lhe quiser responder:

Com inverdades não vale...

Pela primeira vez vou entrar nestas pretensas discussões de opinião que se vão fazendo na nossa imprensa regional. Não terei muito jeito para isso mas a forma pouco séria como se aborda o que se passou na última Reunião da Assembleia Municipal, leva-me a fazer alguns reparos, procurando repor a verdade sobre aquilo que realmente se passou.


Primeiro esclarecimento: a verdade é que a Ordem de Trabalhos, para que foi convocada a Sessão Extraordinária da A.M. referia apenas a discussão e consequente votação sobre o PDM apresentado pelo Executivo da Câmara. Não havendo condições para tal se concluir numa Reunião, foi convocada uma segunda Reunião com a mesma Ordem de Trabalhos. Na convocatória da 2ª. Reunião, para uma maior clareza, estavam indicadas três propostas de alteração, da autoria do Sr. Presidente da A.M., (no exercício das suas competências como membro da A.M.). Assim ninguém poderia alegar que era apanhado de surpresa pelo aparecimento das propostas. Portanto é uma inverdade dizer-se que a Ordem de Trabalhos foi alterada.

Também, só por ignorância e má fé é que se poderá dizer que a A.M. não tem competência para alterar uma proposta da Câmara, estão devidamente assinalados na Lei os assuntos que a A.M. não pode alterar e o PDM não está incluído nesses assuntos.

É também uma inverdade dizer-se que houve tratamento discriminatório na condução dos trabalhos, aliás não se apresentam factos concretos onde se apoie tal afirmação.

Outra inverdade é o dizer-se que houve uma proposta escrita que procurava alterar o decorrer normal dos trabalhos. Não houve a apresentação de nenhuma proposta nem, no intervalo entre as duas Reuniões, os Grupos Municipais terão tomado qualquer acção, junto do Sr. Presidente da A.M., que tivesse em vista a alteração ou o modelo em que os trabalhos deveriam decorrer.

Pode-se pois dizer que certas pessoas, quando não têm fundamentos para a discussão, se agarram a todos os meios, as chamadas bóias de salvação, para manter a visibilidade, tenham essas bóias as formas da demagogia, ignorância e mesmo da mentira.

Não acho grave que um munícipe desconheça o Regimento que regula o funcionamento da A.M. ou mesmo que desconheça a Lei. Acho um pouco estranho que um membro da A.M. demonstre não saber que o Regimento, (estatutos???!!!), se apoia na Lei, não se podendo sobrepor a essa mesma Lei. (Este desconhecimento ter-lhe-á tornada a estratégia obsoleta e daí talvez se tenha instalado uma grande confusão que apenas conseguiu ser resolvida com o abandono, adivinhado, da sala).

Poderei opinar que haverá, por parte dos Órgãos Autárquicos do Concelho da Moita, um modelo próprio de gestão que tem por objectivo a melhoria do bem-estar dos seus munícipes. No entanto e dirigindo-me áqueles que procuram obter notoriedade á custa de baixa demagogia, julgo que o modelo de gestão da nossa terra, como é evidente, não copia os modelos de Salvaterra de Magos e Lisboa.

A CDU aprovou o PDM, com as devidas alterações, por considerar que ele é essencial para o desenvolvimento do Concelho. Aliás, refere-se o parecer desfavorável da CCDR, no entanto não é referido que esse parecer, para além de estar de acordo com a maior parte do PDM, refere que há concordância por parte da REN, RAN e D.G.R.F.. Também não é referido que as alterações propostas e aprovadas se destinam a ir ao encontro das objecções com que a CCDR fundamentava o seu parecer desfavorável.

Quem, em vez da verdade, utiliza a demagogia e recorre a inverdades para sustentar as suas posições, não poderá, de modo algum, estar ao lados dos munícipes, estará, quando muito, ao lado de possíveis especuladores imobiliários que ainda não tiveram tempo de fazer alguns chorudos negócios, sendo que o arrastar da aprovação do PDM lhes servirá ás mil maravilhas.

Fico-me por aqui.

Parece-me um texto lúcido de uma pessoa da terra, que conhece os processos e as pessoas e deve ser levado muito a sério. Não é com votos de louvor de quem nunca cá colocou os pés que se faz política, é com os que cá estão e com os que cá estão por bem, que discordam mas respeitam, que criticam mas apresentam alternativas e que simplesmente por isso gostam do concelho e das suas gentes. Não é o que tenho presenciado, parece-me que a nossa oposição anda a reboque quer de notícias quer de uma estratégia definida por não-políticos. Em política, estratégias definidas por não-políticos correm sempre mal, porque não representam apenas se representam.

Espero que na discussão pública que vamos fazer, que se apresentem propostas, que se analise os documentos e que não se pretenda desviar as conversas e as análises para outros interesses que não sejam a aprovação de um novo PDM, que sirva o nosso concelho da melhor forma possível!

6 comentários:

LuisPVLopes disse...

Caros camaradas
Agradecia que me esclarecessem sobre que raio de demagogia barata andam os Xuxas a fazer aí pela Moita, se é que sabem, li o texto e fiquei mais ou menos por dentro, contudo queria ter a certeza.
Os meninos com cobertura d'oiro e recheio de caca, também por aqui andam a agarrar tudo o que flutua para embandeirar em arco, às vezes agarram "zubs" escorregadios e mal cheirosos.
O desespero por 2009 é imenso e é um vale tudo, mesmo o jogo baixo, tão baixo que roça o esgoto.


Obrigado

Ouss

Anónimo disse...

Camaradas......
Penso que o Pedro Garcia se está a perfilar para suceder ao Joaquim Gonçalves. Está muito bem e vem na mesma linha de orientação do Partido Comunista para o distrito de Setubal e designadamente para o concelho da Moita. Apesar de ser boa pessoa, e profissionalmente ser um mediocre e mau colega, tem contudo tido uma ascensão profissional que se deve à cunha dos camaradas na empresa onde trabalha, a Fisipe, tambem eles bufos informadores ligados ao aparelho partidario do PCP, que não irei nomear visto ser uma extensa lista. Portanto eu camaradas, apoio o Pedro Garcia para encabeçar a lista da CDU à AM da Moita

Anónimo disse...

Considera o srº que a Assembleia decorreu conforme o regimento e a lei. Esquecendo que foi o próprio Presidente que no inicio não só alterou a OTs por sua unica e exclusiva vontade, como a natureza da própria Assembleia.
Acrescendo o recurso, por mais de uma vez, a um acessor da Câmara, a pronunciar-se sobre questões relativas ao funcionamento da própria Assembleia.
Com isto e os consequentes disparates que observei,considero que não assisti a uma A.Municipal Extraordinária, mas a uma reunião qualquer, onde indevida e ilegalmente usaram tal estatuto.

A Assembleia Municipal é um orgão autónomo, naquela circunstância deixou de o ser. Pois todos os disparates acabaram acolhidos por uma maioria que optou apenas e só, pela garantia da soma dos votos.

Era bom que isto apenas fosse uma opinião, mas infelizmente assenta em factos ocorridos, em meu entender escusados, pois a maioria CDU não necessita de usar tais práticas - a não ser que existam de facto coisas estranhas, como os opositores pretendem demonstrar.

Zé Ferradura disse...

Já agora, do Rio também, publiquem aqui o artigo do Chora, sempre está mais completo!

Anónimo disse...

É fácil escamotear quando a opção é apenas verbalista, é ainda mais ligeiro quando o recurso assenta na vulgarização de reles comparações. O assunto é outro, o tal de Srº Chora como membro da Assembleia pelos motivos que entendeu saíu, já eu estive na assistência até ao fim.
O que observei foi o que descrevi.
O zÉ fERADURA por óbvio demais, nem precisaria disto, ele até sabe tudo.

Anónimo disse...

Olha, afinal parece que sempre se lembraram que o PDM andava a ser discutido.
O tal instrumento necessário para aprovar os protocolos com os especuladores imobiliários e deixarem passar em claro as negociatas do assessor Rui Encarnação e sua quadrilha.