2007-04-02

As novas taxas que este fim-de-semana entraram em vigor no Serviço Nacional de Saúde não são uma questão de poupança, mas sim uma questão de política, introduzindo o principio do utilizador-pagador ao atropelo da Constituição. E a desculpa esfarrapada da redução das despesas em 14% ainda se torna mais patética, porque como é simples de perceber "práticas sistemáticas e anómalas", e muitas vezes "sem a mínima contrapartida" não podem existir na administração pública.

Apresento-vos um pequeno exercício de contas, porventura algo simplório, mas elucidativo. Se no triénio 2003-2005 os gabinetes governamentais movimentaram, em "práticas sistemáticas e anómalas" e muitas vezes "sem a mínima contrapartida", 3,1 mil milhões de euros, em média terão sido gastos 1,033 mil milhões de euros por ano. Se como o governo diz, houve uma redução em 14% nestas despesas, significa que em 2006 foram gastos aproximadamente 888,6 milhões de euros. Mesmo arredondado as contas para os 800 milhões de euros, este valor ainda está muito distante dos 16 milhões de euros que o Estado pretende arrecadar com as taxas no SNS.

E isto sem sequer tentar descortinar para onde foram a totalidade dos 12,5 mil milhões de euros gastos nos gabinetes ministeriais sob a responsabilidade dos governos de Durão Barroso, Santana Lopes e José Sócrates durante o mesmo período de tempo...

1 comentário:

Anónimo disse...

Ataque a Odete Santos e ao PCP no blogue fascista a-sul.FASCISMO NUNCA MAIS