2006-07-31

O União Desportiva e Cultural Banheirense já recebeu uma resposta do governo relativamente à candidatura que apresentaram para a construção do seu campo de futebol (candidatura aprovada). A resposta é que a colectividade deve aguardar até tempo indeterminado porque o governo está em situação financeira desfavorável. É pena, mas pelo menos responderam, ainda que com um atraso escandaloso, agora só falta cumprirem o prometido e apoiarem as candidaturas que aprovam nos projectos que lançam.
Os municípios da região de Lisboa “chumbam” o Plano Nacional de Ordenamento porque, entre outras coisas, é insatisfatório nas áreas da mobilidade e ambiente. O documento não faz referência a uma terceira travessia do Tejo, nem ao futuro da rede ferroviária nacional, não refere a necessidade de articulação entre o Plano Regional de Ordenamento do Território e o Plano Nacional de Ordenamento do Território ferindo a lei de bases e toda a legislação aprovada no seu seguimento e, por último, não transpõe as metas estabelecidas na Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável. Ou seja, o plano não cumpre o papel para o qual foi criado e mantém tudo como estava, sem articulação.

2006-07-29

Como escreveu José Vicente, poeta popular banheirense:

Nascemos p’ra construir
Construir é um dever
Quem não vive para servir,
Não serve para viver


E, sem se dar por isso, já cá estamos há 6 meses....

2006-07-27

Ontem pelas 23h45m no programa do canal 2 Clube de Jornalistas foi abordada a Cobertura jornalística da ofensiva Israelo-Libanesa. Interessantes as opiniões destes senhores das quais deixo ficar algumas:

1- Foi realizado um estudo na Inglaterra em que as conclusões apontam para que 91% das pessoas inquiridas não sabem quem é o ocupado ou o ocupante;
2- Os termos usados na cobertura são reveladores de tendências contra os palestinianos e libaneses;
3- O Rui Pereira considera que a maior parte dos jornalistas portugueses não aprofunda as questões. Considera que algumas manchetes não informam, mas sim, são propaganda política. Considerou também que um programa, que se intitula “Toda a Verdade”, nunca deveria ter passado um documentário produzido pelo exército israelita;
4- Não me recordo o ano, mas foi referido pelo Pedro Pezarat Correia que num ano em que o LIKUD ganhou as eleições, estes senhores referiram que não reconheciam o estado palestino e a Comunidade Internacional nada fez, ao contrário do que fez recentemente ao governo palestino.

É assim, dois pesos e duas medidas. A chamada “Democratização” do Médio Oriente, ou seja, colocar nas posições de gestão os amigos dos americanos e ingleses, os que defendem os seus interesses, não os do povo inglês e americano. Isto é obtido a todo o custo, por exemplo, o assassinato dos observadores da ONU dificulta um cessar-fogo imediato. Repito o assassinato e não o dano colateral.
Concluíram assim, que em todas as guerras existe dissimetrias e assimetrias, dissimetrias porque os meios usados são diferentes (armas, comunicação, enfim, o potencial é muito desigual, os israelitas têm muito mais meios, quer deles quer de quem os apoia) e assimetrias, devido ao tipo de guerra, que no caso do conflito actual se traduz por uma guerrilha por parte dos adversários dos israelitas, devido à desproporção de meios entre as duas partes.
Na revista Visão nº 698, Gomes Canotilho dá um entrevista, onde descreve com uma grande clareza aquela que foi uma das grandes conquistas do século passado:“O Estado Social só funciona cumprindo-se uma lógica de crescimento e desenvolvimento. O chamado milagre europeu baseou-se numa grande eficácia da escola pública, numa justa remuneração do trabalho e numa justa redistribuição de rendimentos, através do Estado.”

Só não se percebe como mais à frente afirma “O Governo está a tomar muitas medidas justas e adequadas, embora ainda tenha que fazer mais”, mas pronto, o que interessa é a primeira parte...

2006-07-26

21 de Setembro de 1945. Essa foi a noite em que eu morri”. É assim que começa o Túmulo dos Pirilampos. A história passa-se nos últimos dias da II Guerra Mundial. Os bombardeamentos americanos vão arrasando o Japão (numa só noite em Tóquio morreram 100 mil japoneses, tantos quantos os que morreram logo a 6 de Agosto em Hiroxima), e Truman avisa: "Que ninguém se engane. (...) Se não aceitarem agora as nossas condições, podem esperar uma chuva de ruína que lhes cairá do céu, uma chuva jamais vista na nossa Terra."

É neste cenário que duas crianças perdem a mãe, e depois de maltratados por uma tia, decidem tentar sobreviver sozinhos, habitando um abrigo junto ao rio. Seita, de 14 anos tenta cuidar da irmã, Setsuko de 4, comprando os poucos alimentos que encontra com o dinheiro que a mãe lhes deixou, ou roubando nas quintas mais próximas. A menina não sobrevive à subnutrição, e poucos dias depois é também Seita quem sucumbe, numa estação de comboios, rodeado de outros corpos também sem vida.

O filme de Isao Takahata baseia-se num livro semi-biográfico de Akiyuki Nosaka, que também viu a sua irmã de 4 anos morrer de subnutrição durante os bombardeamentos de 1945, e é o mais belo e pungente filme que já alguma vez vi.

2006-07-25

O governo do partido socialista quer "mexer" no subsidio de desemprego. Numa altura em que a crise provoca desemprego, o governo devia apoiar os desempregado e não diminuir o apoio que lhes dá, quer em tempo de apoio, quer em dinheiro, afinal os desempregados também são vítimas da política do governo.
cartoon de António

2006-07-24

CONCENTRAÇÃO EM FRENTE À EMBAIXADA DE ISRAEL

Os bombardeamentos constantes e diários levados a cabo por Israel sobre o Líbano, que se sucedem à violenta ofensiva contra o povo palestiniano em Gaza, são verdadeiros crimes e representam uma nova e perigosa escalada belicista no Próximo e Médio Oriente que só podem merecer a nossa mais firme condenação. Os bombardeamentos já causaram centenas de mortos, entre os quais mulheres e crianças, e a destruição de importantes infra-estruras vitais daquele país e que bem demonstram quão falaciosa é a procura dos soldados israelitas.
Nada justifica estas acções bélicas contra as populações civis. Trata-se de uma acção belicista absolutamente desproporcional, tendo em conta o desequilíbrio da correlação da força militar...
Convém ter presente que Israel continua a ocupar territórios palestinianos, do Libano e da Síria, sendo – à luz do direito internacional – legítima a luta contra os ocupantes. As acções bélicas de Israel só são possíveis com a cobertura dos EUA e com a cumplicidade da União Europeia, incluindo a do governo português. Consideram
insuportável o silêncio da ONU.
As organizações subscritoras:
Apelam a todos os portugueses para que se solidarizem com o povo libanês e palestiniano vítimas destas agressões e exigem do governo português uma posição de condenação dos ataques israelitas e de defesa
uma política que conduza à paz na região, com base no respeito dos direitos nacionais de cada povo.
Convocam para o próximo dia 26 de Julho, às 18.30, uma concentração em frente à Embaixada de Israel a fim de exigir o fim dos bombardeamentos e uma paz justa no Médio Oriente.
— Reafirmam a sua solidariedade com a luta do povo palestiniano pela edificação de um Estadoindependente e viável, com a capital em Jerusalem Leste, e com o povo libanês na defesa do seu país e com todos os povos do Médio Oriente, vitimas de agressão ou ocupação.
— Desde já condenam a possível extensão do conflito. Em particular qualquer agressão à Síria ou ao Irão, seja qual for o pretexto que vier a ser invocado.
— Apelam à ONU para intervir no sentido de pôr termo aos bombardeamentos, nos exactos termos da Carta, que estatui como filosofia da organização a resolução política dos conflitos.
— Saúdam todas as organizações que em Israel se opõem à guerra e defendem a paz justa e duradoura para toda a região.

Organizações Subscritoras
PAZ NO MÉDIO ORIENTE!
26 JULHO • 18H30
FIM AOS MASSACRES NO LÍBANO E PALESTINA!
PAZ NO MÉDIO ORIENTE!

APD – Associação Portuguesa dos Deficientes
Associação Amizade Portugal – Cuba ATTAC Portugal
Bloco de Esquerda
CCPC – Conselho Português Para a Paz
CESP – Sindicato do Comércio e Serviços
CGTP-IN
Colectivo Múmia Abud Jamal
FEQUIMETAL – Fed. Metalúrgica, Metalo-Mec., Minas, Química,Farm., Petróleo e Gás. Intervenção Democrática
Juventude Comunista Portuguesa
Movimento Democrático das Mulheres Núcleo de Almada do CPPC – Almada pela Paz Núcleo do Seixal do CPPC
Opus Gay
Partido Comunista Português
SNTCT – Sind. Nac. Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações
Sociedade “Os Penicheiros”
STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração
Local URAP – União de Resistentes Anti-fascistas Portugueses
USL – União de Sindicatos de Lisboa

http://resistir.info/moriente/convocatoria_26jul06.pdf

2006-07-20

Quando quiserem chatear um assessor lembrem-se destes.
Numa conversa ao almoço disseram-me que a Comissão de Trabalhadores, foi à Assembleia da República apresentar as suas preocupações sobre uma determinada resolução do Conselho de Ministros. Curiosa foi a sugestão para que os trabalhadores tentassem obter eco nos Jornais, ainda mais vinda da bancada da maioria. É uma questão de Poder, acho eu…
Li numa Visão

“Continuo convencida da necessidade do marxismo e nem só um dia essa minha convicção enfraqueceu. Pelo contrário, tornou-se mais sólida com o passar do tempo.”
Vanessa Redgrave

2006-07-19


Um grupo extremista Judeu, que decerto conta com o apoio de outros Países Sionistas da região, num acto de retaliação à ofensiva palestina contra um governo de Israel, democraticamente eleito, raptou 8 soldados Libaneses. Este foi o despoletar de uma explosão raivosa do governo libanês contra o povo israelita, que dura já uma semana e que já originou a deslocação de aproximadamente um milhão de refugiados, bem como à retirada dos estrangeiros do País.

As Nações Unidas reuniram de emergência o seu Conselho de Segurança, e decidiram enviar uma força de paz com capacidade para por termo a este conflito, com o apoio dos esforços diplomáticos das principais potências europeias, mas especialmente dos Estados Unidos, cujo Presidente tomo a seu cargo um largo esforço para a resolução do conflito.

Hã?

2006-07-18

Nada que não se estivesse a ver...
O Presidente Cavaco Silva pediu aos autarcas algarvios para que resistam à pressão dos construtores. Como o Algarve é, de uma ponta a outra, um exemplo de boa gestão urbanística, e não só, podemos estar descansados.

Podemos estar descansados também porque as receitas ficais de milhares de camas ilegais ficam longe da Tesouraria Nacional, assim como os de cada um dos pequenos comerciantes que vive 10 meses à sombra do roubo que faz ao turista no pico a época estival.

A agricultura é outra das mais valias da região. Os relvados de golfe reproduzem-se bem, assim como os pomares e vinhas abandonados, à espera de mais um subsídio europeu. Tanto assim é que até aquela senhora, já com mais de 70 anos vividos, prefere a amendoa espanhola para usar nos seus doces regionais.

Salva-se aquele turista que não vê um algarvio. Aquele que sai do avião e é empacotado numa carrinha directamente para um daqueles resorts onde não se fala português, e que de nacional apenas a areia da praia, já que do sol se diz que é de todos. Esse paga, e bem!

Mas não aprendem.

Ouvi eu, não foi ninguem que me contou, da boca de uma senhora que tem várias casas alugadas, que se constroi demais; ouvi da boca do outro que gosta de falar da história da terra, que "isto havia mais pescadores e muita gente rica" e que "andam a acabar com isto tudo", mas dele sei que já são duas casas, uma delas forrada azulejo sanitário. Também se queixam das pensões, que são baixas. Já se sabe, foi uma vida de trabalho, mas descontar nunca houve, nem haverá.

Agora é so começar a subir pelo País e descobrir as diferenças.

2006-07-16


Acabadas as férias, no meio de um calor infernal, volta este blog ao seu normal funcionamento, sem moderação de comentários.

2006-07-13

Indignado, muito indignado
O Sr. Deputado António Chora, do Bloco de Esquerda, escreveu um artigo para o Jornal da Moita, sobre a questão da Segurança no Concelho da Moita em tom de resposta a um artigo do meu camarada Manuel Madeira onde, entre muitas outras afirmações, declara que para o Bloco de Esquerda o que conta é a resolução de problemas, não a abertura de conflitos. Nesse mesmo artigo escreve "O deputado Manuel Madeira mentiu (será isto novidade?)..." e "A CDU, qual Alberto João Jardim resolveu mais uma vez aplicar a ditadura da maioria e fazer aprovar a Moção com os seus votos favoráveis.". Aqui constatamos de facto que o Sr. não gosta de conflitos, mas vai mais longe acusa a C.D.U. de fazer política alarmista sobre a questão de haver ou não haver um posto da GNR na freguesia da Moita. Aqui a palavra alarmista é usada sem bases, sem estudos e tem por base esta ideia "... não é a distância de 5km que separa a Baixa da Banheira da Moita, que vai alterar o desempenho das forças da GNR...". Ainda tem esta afirmação "...pois estes profissionais como já afirmámos, apesar dos fracos meios que o governo põe ao seu dispor, tem sabido desempenhar as suas funções com profissionalismo.", agora é que eu não percebi nada. Fracos meios! Então não era o Bloco de Esquerda que defendia uma polícia sem armas? Para o Bloco as forças de segurança têm meios a mais, o que explica o uso inúmeras vezes da palavra repressão neste artigo sobre segurança e o próprio enquadramento que liga a actualidade com o regime fascista. Ora bem e sintetizando, o nosso deputado não gosta de conflitos e chama mentiroso ao Manuel Madeira, não gosta de conflitos e compara a gestão CDU com a postura do Alberto Jardim, alega com recurso a uma análise de distância (referem os 5km da Baixa da Banheira à Moita) que a postura da CDU é alarmista sem sequer dar dados sobre a criminalidade ou sobre quantas vezes são os elementos da GNR chamados a Sarilhos Pequenos e usa a palavra repressão num artigo de resposta várias vezes. Estou indignado, muito indignado com esta postura do diz que dá e não dá, mas sou eu, que até gosto de conflitos .

2006-07-06













No século XVI, Thomas Moore escreveu a Ilha da Utopia. Homem religioso, hoje é considerado santo. A Ilha da Utopia tem várias particulariedades interessantes. O narrador é um navegador português que descreve uma ilha, no mundo novo, com um sistema político muito diferente das sociedades europeias da época. Na ilha corre o rio Anhydris (sem água), governa o Ademus (príncipe sem povo), e lá habitam os Aleopolis (cidadãos sem cidade).

No livro, o autor faz uma aproximação à abolição da propriedade privada, uma condenação ao dinheiro, e um elogio ao trabalho igualitário e à paz. Declara o princípio da tolerância religiosa – nenhum homem poderá ser condenado pela defesa da sua religião.

É um livro a ler para quem não o fez. É um dos meus preferidos.
Para além da obra literária fica a vida. Thomas Moore foi condenado à morte pelo rei Henrique VIII não ceder os seus princípios e permitir o divórcio real. Só por aí se vê a integridade e o carácter do homem que escreveu pela primeira vez a palavra UTOPIA.
Pequenos gestos, grandes significados

Por vezes, o que consideramos menor, tem uma importância de tal ordem que acaba, mais cedo ou mais tarde, por se revelar significativo para a nossa vida. As filosofias orientais apontam neste sentido, na relação entre todas as coisas, muito bem expressas naquela ideia do que o que fazes mais cedo ou mais tarde regressa a ti. A sabedoria popular do nosso povo, à sua maneira, também o afirma com o cá se fazem, cá se pagam. Mas será que pagam? Será que temos de dar um jeitinho para que efectivamente se possa cumprir a sabedoria dos povos? E ao fazer isto não estamos nós também arriscados a que o jeitinho se volte contra nós? Bem, não sei, o que sei é que por vezes mais vale deixar acontecer sem retirar significado aos pequenos gestos, afinal as coisas só têm a importância que nós lhe damos, independentemente do seu significado.

2006-07-03

Depois de tanta asneirada que vi escrita em alguns blogs, depois da saída do governo do único ministro de esquerda, depois das emoções vividas nesta mundial, um amigo meu fez-me ver a luz. Vi a luz e a solução para um dos maiores problemas de Portugal, os fogos florestais. Faz 30 anos, ou já fez, não sei bem, afinal nem sequer tenho 29, o Partido Comunista Português apresentou em sede própria, leia-se Assembleia da República uma proposta de criação de ZIF´s, Zonas de Intervenção Florestais. Seriam Zonas onde os proprietários e outras entidades se associavam para exploração destes espaços e para operações correntes de manutenção, leia-se limpeza de matas ou florestas (a diferença entre mata e floresta tem a ver com o grau de cobertura, por exemplo uma floresta terá um grau de cobertura próximo dos 100%, o que significa que as copas das árvores estão juntas). Esta proposta recebeu os votos contra do P.S., P.S.D. e C.D.S.. Passados estes anos e muita madeira queimada e vida destruida, o P.S. apresenta esta ideia como sua, aliás ouvi no outro dia uma senhora doutora a afirmar que é a mãe destas entidades. Mãe poderá ser, que a natureza está muito bem pensada, destas entidades é que não. Chamo a isto pouca vergonha, mas parece que isso é o que não falta neste cantinho à beira mar plantado. Mas, um amigo meu tem uma ideia melhor, mais barata e mais eficaz e passa por alargar no tempo o mundial e aumentar a sua frequência. O Mundial teria como duração cinco meses, de Junho a Outubro e, realizaria-se todos os anos, o que faria com que os incêncios não acontecessem. O que não é descabido, uma vez que durante o Euro e agora durante o Mundial, o número de fogos foi e é muito reduzido. Os incendiários trocaram os fósforos por bandeiras e os grandes incendiários (aqueles que pegam fogo de avião) estão na Alemanha, num qualquer aposento de luxo. Já estou a ver o nosso 1º, o Ministro que assina Convenções contra a Co-Incineração e depois afirma que é a única saída, numa conferência de imprensa a gabar-se de ter sido ele a inventar o futebol e por estas ordem de ideias a acabar com os fogos florestais. Haja paciência.