2006-07-27

Ontem pelas 23h45m no programa do canal 2 Clube de Jornalistas foi abordada a Cobertura jornalística da ofensiva Israelo-Libanesa. Interessantes as opiniões destes senhores das quais deixo ficar algumas:

1- Foi realizado um estudo na Inglaterra em que as conclusões apontam para que 91% das pessoas inquiridas não sabem quem é o ocupado ou o ocupante;
2- Os termos usados na cobertura são reveladores de tendências contra os palestinianos e libaneses;
3- O Rui Pereira considera que a maior parte dos jornalistas portugueses não aprofunda as questões. Considera que algumas manchetes não informam, mas sim, são propaganda política. Considerou também que um programa, que se intitula “Toda a Verdade”, nunca deveria ter passado um documentário produzido pelo exército israelita;
4- Não me recordo o ano, mas foi referido pelo Pedro Pezarat Correia que num ano em que o LIKUD ganhou as eleições, estes senhores referiram que não reconheciam o estado palestino e a Comunidade Internacional nada fez, ao contrário do que fez recentemente ao governo palestino.

É assim, dois pesos e duas medidas. A chamada “Democratização” do Médio Oriente, ou seja, colocar nas posições de gestão os amigos dos americanos e ingleses, os que defendem os seus interesses, não os do povo inglês e americano. Isto é obtido a todo o custo, por exemplo, o assassinato dos observadores da ONU dificulta um cessar-fogo imediato. Repito o assassinato e não o dano colateral.
Concluíram assim, que em todas as guerras existe dissimetrias e assimetrias, dissimetrias porque os meios usados são diferentes (armas, comunicação, enfim, o potencial é muito desigual, os israelitas têm muito mais meios, quer deles quer de quem os apoia) e assimetrias, devido ao tipo de guerra, que no caso do conflito actual se traduz por uma guerrilha por parte dos adversários dos israelitas, devido à desproporção de meios entre as duas partes.

27 comentários:

joao figueiredo disse...

Ontem alguém dizia, tb na TV, que esta é uma guerra que opõe Israel e os EUA à Siria e ao Irão.

eu diria que isto não anda muito longe de uma guerra religiosa, com petroleo à mistura.

Anónimo disse...

Vi o programa, estranhei que na televisão portuguesa haja quem afirme os que aquelas pessoas afirmaram e que tu referes aqui. Claramente independentes. Lembro-me do Rui Pereira definir os chamados "moderados"- que são aqueles que concordam com os EUA e Israel, todos os outros são extremistas. É como em Portugal. Passou-se a ideia que ser do PS ou PSD é ser moderado, quando o que estes senhores fazem no governo é balançar a balança para o lado os "grandes". São extremistas e a comunicação social branqueia o que fazem.
Bom post, pena é que poucos tenham esta lucidez de espirito.

Anónimo disse...

Petróleo no Líbano? Pois.
Mas foi Israel que começou a coisa?
A estória é outra, mas nesse caso convém saber um pouco mais de História e entrar menos pelas posições pré-definidas de estes são "maus" porque são e estes são "bons" porque são.
É que provavelmente Israel é uma ditadura e a Síria uma democracia plena.
Israel tem uma política imperialista e meios para a desenvolver com a cobertura dos EUA?
Pois tem.
resta aos Árabes saberem lidar com isso e não serem mártires de interesses particulares, como no caso do Hezbollah que apenas está a fazer esquecer a questão iraniana.

Anónimo disse...

Sim e quais são, sobre a matéria, os seus conhecimentos?
Em que circunstâncias e de que forma foi criado Israel? O que dizer sobre os BÁRBAROS MASSACRES ordenados por Ariel Sharon (quando era general) em campos de refugiados (população civil) no Libano e, nessa época, condenados pela comunidade internacional? O que dizer das dezenas de resoluções da ONU a, na época, condenar Israel à extinção dos colonatos no território palestiniano e durante décadas nunca respeitadas pelos sionistas, sem que (ao contrário de outros recentemente) lhes fosse aplicada qualquer sansão? Em toda esta história de guerra desigual, inclusivé na actualidade, quem tem massacrado e quem tem sido violentado? Quem começou o quê?
Se as potências ocidentais, em 1947, tivessem, ao contrário do que fizeram, decidido atribuir e "enfiar" os judeus num qualquer espaço da velha Europa, pergunto se alguma vez acontecia aqui o que acontece na casa dos árabes e onde é que já estavam os judeus?
O assunto é complexo, mas não podemos falar do presente ignorando ou passando uma esponja na história recente.
Numa coisa concordarei: o terror tem de terminar e isso passa pela firme participação, sem hipocrisia ou dois pesos e duas medidas, da comunidade internacional e, indiscutivelmente, sem a marginalização da Siria e do Irão que na região (a casa deles!) são interlocutores previlegiados e sem os quais não há paz possivel.

nunocavaco disse...

Concordando inteiramente com o Manuel Madeira venho só afirmar que a comunicação social toma parte e isso é que está errado. Toma a parte de Israel, que por acaso possui bombas nucleares, o que não me deixa descansado. Ninguém fala nisso. Quando um palestiniano é morto é um terrorista, quando um israelita é morto, é um acto terrorista. Isto é que está mal. Dois pesos e duas medidas.

Anónimo disse...

Seria interessante "enfiar" os judeus num qualquer espaço da Europa - afinal, o Hitler tentou isso - sem atender às origens históricas do povo e da cultura.
Penso que o opinador anterior estaria satisfeito se, para resolver o problema curdo, os "enfiassem" no Tibete ou, para que os tchetchenos tenham um Estado os mandem para a Polinésia.
Esta argumentação é demasiado disparatada para sequer merecer muita atenção.

Em 1947 o Holocausto estava demasiado próximo e a cedência aos interesses do povo judeu não tinha qualquer forma moral de se impor.
Israel foi criado como um Estado só viável pela força do dinheiro criando um pólo de desiquilíbrio na zona e inviabilizando um Estado palestiniano.

O problema é sério?
É! Resolve-se atirando rockets contra Haifa?
Não!
Culpando Ariel Sharon pelos "crimes de guerra" cometidos em 82? Talvez, mas então é bom começarmos a estender esses dedos apontados a muito mais gente e não apenas a quem convém, de forma maniquísta.
Mas há quem só saiba pensar dessa forma, concordo.

nunocavaco disse...

O av1 disse que eu disse o que não disse e que penso de forma como não penso. Eu acho que o av1 é um terrorista ideológico, baralha e torna a dar as cartas, esquecendo-se dos trunfos na manga. Mas, comigo não funciona porque eu vou repetir aquilo que penso mais uma vez:

1- A comunicação social branqueia os crimes de Israel e dos EUA;
2- Sou a favor da soberania dos povos, como todos os militantes do P.C.P., os israelitas e os EUA não são. Defendem a democracia dos interesses deles;
3- Sou contra a guerra e não tomo parte na guerra, quando se pode chamar guerra. O conflito não é uma guerra, é terrorismo de estado. Se israel prende ministros palestinianos e ninguém faz nada porque não se prende ministros israelitas;
4- No dia em que os dois pesos e duas medidas acabarem, os crimes de guerra serão muito menos;
5- Por último e para responder ao Hélder, eu não durmo bem se alguém possuir armas nucleares. Temos de acabar com isso. Uma guerra justa é fechar os dirigentes numa casa e eles que andem à porrada, afinal são eles os responsáveis.

AV disse...

É pá, Nuno, é perfeitamente impossível tentar que você perceba sequer quando eu não estou a comentá-lo a si, mas ao que o Manuel Madeira tinha escrito.

Se tivesse lido o conteúdo com atenção - incluindo a expressão "enfiar os judeus" - talvez percebesse que nem tudo roda à volta do seu umbigo e que eu estava a responder aoutra argumentação.
Mas você tem a capacidade de percepção que já sabemos e não melhora com o tempo.

Aproveita dessa forma para umas ofensas gratuitas como é prática desta casa, pelo que eu me sinto à vontade para mandá-lo para o raio que o parta, lamentando que continue a demonstrar uma capacidade de compreensão do discurso escrito muito diminuta para as peneiras.

Eu estava a responder ao Manuel Madeira - era esse o comentador "anterior".
Assim não vale a pena tentar seja o que for, dialogar um mínimo que seja.
Pronto, vá para o espelho e beije-se até ao fim dos tempos, feliz por pensar que tudo roda à volta dos seus textos rabiscados de língua ao canto da boca e lápis atrás da orelha.

Agora já me pode chamar com justiça malcriado, porque é verdade, desta vez era mesmo a si que eu estou a considerar ignorante, pretensioso e centrado em si só.

AV1

nunocavaco disse...

Tenho de reconhecer que agora percebi mal, não é agora, de vez em quando sai asneira, assumo. Como o seu comentário vem a seguir ao meu e como eu escrevi que concordava com o Manel pensei que fosse para mim e não me revi no que escreveu. Por isso, tem razão e peço desculpa. Agora permita-me que concorde consigo, eu por vezes sou ignorante, o que acho positivo, pretensioso, o que não me parece que seja grande coisa, mas não me centro só em mim, se assim fosse não me preocupava com o que se passa naquelas bandas.
Mas, tem razão, desculpe.

Anónimo disse...

Abaixa-te mais Nuno que eu ainda não te vejo o rabo. És o político que eu conheço e conheço alguns, (retiro o que disse, políticos conheço poucos, aldrabões muitos) que mais pede desculpa e rectifica. Neste caso pedes desculpa a quem nunca pede, a quem te ofende.

Tive conhecimento do que o Brito de Apolónia escreveu no "Rio", no aproveitamento político que o P.S. fez de um torneio de hóquei de miúdos na Baixa da Banheira, usando o nome da colectividade para cascar na Câmara e na Junta. Sei que estiveste presente e a tua reacção foi serena e elegante, mas por vezes, não o deves ser. Porque não fazes um post a desmaracarar o que ocorreu?

Quanto ao post, concordo e acrescento que os israelitas estão a usar armas químicas.
Bjo

nunocavaco disse...

Tenho impressão que a Afrodite gostava que eu fosse diferente do que sou, mas minha cara, é o meu feitio. Quanto ao que relata, não comento, pergunte ao Sr. Brito de Apolónia o que escreveu, mas digo-lhe que reagi, só que as acções devem ser tidas na altura certa e por vezes o barulho não deixa ouvir o essêncial. Um bjo para si também.

Anónimo disse...

mas afrodite é mulher? não é aquele "amigo" que aparece sempre para "lavar" a imagem do nuno quando ele borra a pintura?

nunocavaco disse...

Querido anónimo, ou querida, não conheço a Afrodite. De vez em quando surge aqui no Banheirense e comenta, não percebo o que insinua mas também não quero perceber. Quanto ao borrar a pintura e lavar a imagem podia dar uns conselhos lá para Alhos Vedros é que quem coloca o "isco" também sabe que não se deve "morder".

Anónimo disse...

Nuno não respondas continua a dar a tua opinião.

Anónimo disse...

Espinhas na garganta é o que é e desde Outubro.

nunocavaco disse...

Estás contente, já desabafaste? Respira fundo que isso passa. Sabes qual é o teu problema trotsky, é que tu pensas que nós queremos ser alguma coisa. Mas desabafa, faz bem à saúde.

Anónimo disse...

Sobre o post podemos consultar

http://fromisraeltolebanon.info/

Alguns podem mudar um pouco, mesmo um pouquito, de ideias. Não concordo consigo (é com o Nuno que estou a falar) quando dá a ideia de que a comunicação social abafa. Hoje está um pouco mais isenta ainda que no geral manifeste simpatia pelo lado israel-americano-senhores do dinheiro e armamento.

Anónimo disse...

Tenho que ir beber café com o dirigente do moitense ou lá o que ele é

Anónimo disse...

Objectivo conseguido, o av1 chateia e carrega às costas o nosso amigo de leste. Porque é que não discutem o que os homens colocam aqui. O av1 vem e desconversa, o trotsky chega e ofende. Bela dupla.

Anónimo disse...

Faz-me confusão algumas das coisas que aqui se escrevem. Pró e declaradamente pró terrorismo. Ainda hoje ouvi dizer que os árabes querem ocupar toda a terra até à P. Ibérica. Não lhes faz confusão? São a favor?

Anónimo disse...

Radicais existem em todo o lado amigo. Não tome a parte pelo todo.

A Vilhena disse...

Porque carga de água, sempre que se verifica o bombardeamento de qualquer cidade ou lugar do Líbano há senhores jornalistas que
referem/afirmam/explicam/justificam/desculpabilizam dizendo que se tratou de um ataque a um bastião do Hezbollah.

Veja-se no dicionário:

bastião
do Fr. bastion
s. m.,

trincheira;
muro que serve de anteparo ao ângulo saliente de uma fortaleza;
baluarte;
sentido figurado reduto; sustentáculo.

Fico impressionado com sabedoria que exalam.. Como é que eles lograram saber/divisar/descobrir/investigar/adivinhar que aquelas cidades ou lugares são:
um muro do Hezbollah;
uma trincheira do Hezbollah;
uma fortaleza do Hezbollah;
um baluarte do Hezbollah;
um reduto do Hezbollah;
um sustentáculo do Hezbollah;

Deixo aqui algumas hipóteses explicativas para tanta sapiência. Escolha aquela que lhe parecer a melhor (ou a menos má...!!!):
* porque são bem informados
* porque foi a informação que colheram no local
* porque são os dados de que dispõem
* porque consultaram o CIA Fact Book
* porque perguntaram ao Mossad
* porque se não fosse assim... Israel não atacava
* porque pesquisaram na net
* porque toda a gente diz isso
* porque tinham de dizer qualquer coisa
* porque estão a gozar connosco
* porque nos estão a chamar parolos
* porque...

Mãezinha...!!!

António Vilhena

Anónimo disse...

manuel madeira said...
Para não recuarmos 2000 anos na história,como aventou "HL",direi
que estamos diante um conflito da responsabilidade da comunidade internacional e que remonta ao final da 2ª guerra mundial. Altura em que nenhum país estando interessado em manter os seus cidadãos de origem judaíca,
aproveitaram o fim da colonização inglesa em território da palestina para os despachar para aquela terra.

O processo decorreu sob os auspícios da ONU e nos seguintes moldes: 50% da Palestina para judeus, 40%(não me enganei!) para
os árabes e os restantes 10% do território eram para uma cidade internacional(jerusalém). Escusado será dizer-vos que esta brilhante decisão da ONU, em 1947, por razões diferentes não agradou a ninguém e deu origem à irracional violência e ódio que se foram acumulando até aos nossos dias.
Evidentemente que se isto fosse
à porta dos ocidentais, há muito que estava resolvido(a antiga Jugoslávia é ilucidativo), mas como não é e porque os interesses geo-estratégicos e económicos do imperialismo
estão(pelo seu peão na região) bem assegurados, façamos por não entender e deixemos andar que não é o nosso povo a ser dizimado.

O mais recente e actual episódio
deste conflito tem origem no rapto/prisão de 2 soldados
israelitas e não vou falar das centenas de, soldados/guerrelheiros árabes
presos por Telaviv.
É verdade que foram lançados rockets sobre Israel, provocando, inaceitavelmente do meu ponto de vista, baixas civis e destruição de alguns bens materiais. Mas,
convém não esquecer que este acto foi uma "resposta"à INICIATIVA bélica,absolutamente desproporcional e brutal de Israel.

Se dúvidas houver será uma questão de recordar o estado de cinzas a que o Libano está a ser transformado pela poderosa e sofisticada artilharia em concertação com os misseis, top de gama americanos, da força-aérea israelita;será uma questão de compararmos as condenáveis e criminosas baixas civis do povo árabe com a dos judeus.
Resolvida a equação, digam-me que não há, e não é de hoje, um abusivo e injustificado comportamento dos "falcões e da máquina de guerra" israelita.
Digam-me que não estamos perante um massacre.

2:10 AM, Julho 25, 2006

Anónimo disse...

manuel madeira said...
O consciente e deliberado aniquilamento de civis configura um atentado aos direitos humanos e um crime de guerra.
Há semelhança do sucedido no Iraque ou na antiga Jugoslávia, para quando a prisão e julgamento, no Tribunal Penal Internacional, dos responsáveis e cúmplices pelas atrocidades cometidas ao longo do conflito Israel-Árabe?

2:39 AM, Julho 25, 2006

Anónimo disse...

já vejo AV's a mais.
Agora há um Vilhena que também é "AV".
Mas eles agora multiplicam-se ou voltámos ao bom e velho roubo de identidades?

Anónimo disse...

A questão colocada pelo HL, no campo laboratorial (e à mesa do Rest.-Trindade) poderá dar uma boa discussão. Mas não podemos dar-lhe atenção, porque as preocupações têm de se enquadrar na realidade e não na ficção. HL está a levantar um outro assunto, fora da agenda se é que alguma vez lá chegará, que só pode desviar a nossa preocupação e, admito não seja sua intenção, contribuir para a desvalorização da trágica realidade. A qual tem aqui suscitado questões que muito boa gente finge não perceber e para as quais não se nota qualquer interesse de reflexão.

Sea disse...

AH! Está explicado!