2006-07-06













No século XVI, Thomas Moore escreveu a Ilha da Utopia. Homem religioso, hoje é considerado santo. A Ilha da Utopia tem várias particulariedades interessantes. O narrador é um navegador português que descreve uma ilha, no mundo novo, com um sistema político muito diferente das sociedades europeias da época. Na ilha corre o rio Anhydris (sem água), governa o Ademus (príncipe sem povo), e lá habitam os Aleopolis (cidadãos sem cidade).

No livro, o autor faz uma aproximação à abolição da propriedade privada, uma condenação ao dinheiro, e um elogio ao trabalho igualitário e à paz. Declara o princípio da tolerância religiosa – nenhum homem poderá ser condenado pela defesa da sua religião.

É um livro a ler para quem não o fez. É um dos meus preferidos.
Para além da obra literária fica a vida. Thomas Moore foi condenado à morte pelo rei Henrique VIII não ceder os seus princípios e permitir o divórcio real. Só por aí se vê a integridade e o carácter do homem que escreveu pela primeira vez a palavra UTOPIA.

28 comentários:

Anónimo disse...

Visitem o Arremacho, o broncas até descobriu os chefes do gang taurino.

Anónimo disse...

Visitem o arremacho, o broncas a tratar da tauromaquia.

poca disse...

uma das minhas música preferidas... é dos goldfrap e chama-se: Utopia.

há muita coisa que eu gostava para este mundo que tem o mesmo nome, infelizmente.

isabel mendes ferreira disse...

T.M. encarna para mim o que deveríamos ter a coragem de ser.


recorro a ele quando não suporto mais o consumismo geral. de pessoas e bens.


excelente Nuno.

pS. tou a correr..dás por mim um abraço ao Helder????

bigado..

beijos. extensíveis....:)

AV disse...

Brilhante texto que padece do equívoco menor de, sendo "utopia" um termo do Latim, ter sido escrito pela 1ª vez, sei lá, uns 2000 anos antes da sua utilização pelo Thomas Moore.
Detalhes.
Quanto ao conteúdo, para não dizerem que fico pela forma, talvez nem todos percebam que a intenção do frei Tomás (o homem era clérigo) era denunciar as situações de opressão e abuso da autoridade, daí a defesa de uma utópica ilha fraterna.
Mas isso, em algumas implicações, talvez escape a quem entende a democracia como uma teia de requerimentos aos senhores da terra.

AV1

Anónimo disse...

Já se percebeu que a moderação dos comentários por aqui não é pelas razões que os autores deram, mas apenas para evitarem mostrar o seu gosto pelos cortes e para poderem estar sempre precavidos contra as críticas, só as divulgando quando lhes interessa e com possibilidade de resposta imediata.
Se a hipocrisia mordesse...

isabel mendes ferreira disse...

não consigo "entrar" no HL.



(será da droga do meu PC?).


assim venho EXPRESSAMENTE :) deixar aqui uma "onda" de beijos azuis.

e agradecer as visitas....

nunocavaco disse...

Um bom dia Poca;
Mendes Ferreira o abraço foi dado;
Amigo Av1, tem toda a razão quanto à palavra Utopia, no resto e mais concretamente "...Quanto ao conteúdo, para não dizerem que fico pela forma, talvez nem todos percebam que a intenção do frei Tomás (o homem era clérigo) era denunciar as situações de opressão e abuso da autoridade, daí a defesa de uma utópica ilha fraterna.- Av1", não tem razão nenhuma. Repare e felizmente não é só a minha opinião, o homem idealiza pela primeira vez um sistema político que combate as injustiças, abole a propriedade e ridiculariza o papel do dinheiro, se isso é apenas uma denuncia das situações de opressão e abuso de autoriedade vou ali e já venho. E é nesse sentido que eu acho que ele escreveu pela "primeira vez" a palavra Utopia;
Quanto ao estou de passagem..., isso não é verdade. Os comentários estão moderados, mas entram quase todos, sejam criticas como a sua, sejam de outro tipo. Como eu e o João estamos de férias e não podemos andar sempre no blog decidimos seguir esta via, mas a decisão é nossa, não meta foice em ...;
Abraço

AV disse...

Releia o livro e não se fique pela rama. Talvez se conhecesse melhor o contexto da sua elaboração, não estivesse a tornar o homem como o fundador do socialismo utópico.
Aliás, se perceber que ele era um tipo do clero, e não propriamente um rapaz muito flexível (o que só lhe ficou bem), perceberia que a referência fundamental que ele usa é a do Paraíso bíblico primordial.
Mas se quer saltar e dar um pulo directo para o imaginário socialista de um Proudhon e para os inícios da moderna sociedade induistrial e consequentes críticas que lhe eram feitas é consigo.
Eu sei que fui obrigado a distinguir essas coisas no Liceu, mas eu sou velho, estudei nos anos 70, aprendia-se a distinguir as mínimas nuances entre essas tendências.
O "Manifesto" era leitura obrigatória em História, os socialistas utópicos apareciam a cada esquina.
Percebo que a malta nova confunda tudo um bocadito e misture as árvores todas no mesmo mato.

AV1

AV disse...

Rais'me parta, ia-me esquecendo.
Você também não leu os clássicos gregos, pois não?
Nota-se um bocadito, mas ainda vai a tempo.
Há coisas para as quais há que ter paciência e vontade de aprender sem ser por fórmulas cómodas.

E já agora, de férias mesmo em cima da discussão final do PDM?
Oportuno, muito oportuno.

Vanda disse...

será utópica a revolta dos pimentos???

um beijinho :))

Van

nunocavaco disse...

Pasme-se Av1 mas eu concordo com o que escreveu, no entanto, o que fiz não foi confundir nada. Moore não foi o fundador do Socialismo (retiro o utópico), mas as grandes linhas que defendeu como a questão da propriedade, a liberdade religiosa, a valorização da paz, a questão das classes sociais, o mérito, o cuidar dos idosos, entre outras, são hoje, mais que nunca actuais. No texto surge uma reflexão sobre o sistema judicial de alguns países europeus da época. Moore considerava que havia muitas leis e dava o exemplo da "Utopia" como um local de poucas mas, sábias leis. Apresentava a moral, neste caso sem sombra de dúvida, a moral cristã, como o garante da justiça, o que eu não afasto. Considero que se cumprissemos os 10 mandamentos o mundo era bem melhor, portanto as questões religiosas na minha opinião não podem implicar divisões, a sua interpretação é que leva às cisões. Portanto concordamos no campo teórico, Moore não foi o fundador do socialismo (utópico), mas discodamos na interpretação da sua mensagem, apenas e só, pelo que lhe digo que a nossa discussão tem sido agradável, ainda que eu pense que você a centra na minha pessoa por preconceito e desconhecimento do que eu realmente penso.

AV disse...

E o que aconteceu ao meu comentário complementar, inserido logo depois do anterior?
Eu só centro em si a análise, porque julgo perceber a origem de alguns "desvios" ao rigor histórico.
Se fosse outro interlocutor, por certo que não culparia questões escolares, mas apenas a má-fé e cegueira ideológica (e se lhe cheirou a Madeira, cheirou-lhe bem).

AV1

nunocavaco disse...

Publiquei todos os seus comentários, não sei do que fala. E vou ficar por aqui umas vez que você não quer discutir o post, apenas a posição que "julga" que eu tenho.
Abraço

AV disse...

É pá, com toda a sinceridade, se é para discutir o Thomas Moore, que poderá para si ser refrescante novidade, eu vou ali e já venho que a temporada disso para mim passou há um quarto de século quando fiz o 8º ano de História.

Mas o PDM, meu caro, o PDM, será o caminho para essa ilha paradisíaca de que tanto parece gostar.
E olhe que o 2º comentário era em parte mesmo sobre o PDM e a oportunidade de certas férias que, eu sei, é óbvio, se devem a conveniências dos serviços.

Quanto ao resto eu é que acho que você "julga" quee eu "julgo", porque eu, em boa verdade, tenho pouco juízo senão já me tinha posto a andar e deixava-o aos beijinhos com o resto dos utentes.

Por certo que lhe agradará mais e ninguém esforça o neurónio.

AV1

Luna disse...

Não me quero meter no meio de tão acesa "discução"

venho deixar-te uma beijoca de bom fim de semana

Sea disse...

Válha-me Deus... Moore era obrigatório em HIP... já não me lembrava dele, nem do seu pensamento, desde os tempos da faculdade...

Zénite disse...

Caro Nuno,
A palavra “utopia” parece ter sido efectivamente formada - pela primeira vez, evidentemente - por Thomas More, por parassíntese (adjunção simultânea de um prefixo e de um sufixo a uma base).
A palavra deriva da base grega "topos" (lugar), tendo-lhe sido adicionado o prefixo "ou" (de origem grega, que significa "não") e o sufixo "ia" (também de origem grega, que designa qualidade, estado, etc.). Temos, assim, "utopia", "lugar que não existe".

É certo que alguns dicionários, depois de referirem que a palavra foi formada a partir do grego, acrescentam que provém "do lat. utopia", o que sugere tratar-se da forma latinizada, sem dúvida a posteriori, da palavra criada por T.M..
s.m.o.
===

«(…) Deu-se o nome de Utopia a uma Sociedade ideal cujos habitantes vivessem em condições perfeitas (…) A palavra apareceu pela primeira vez na obra Utopia, de Thomas More, publicada em latim com o título de “de óptimo Republicae statu, deque nova insula Utopia (Lovaina, 1516). A palavra foi composta por More, do grego “ou” (não) e “Tópos” (lugar) . A ideia da Utopia é, mesmo em literatura, mais, mais antiga que a ficção de More (Timeu, de Platão). (…)»
Fonte: Grande Enciclop. Portug. e Bras.)
P.S.: de parabéns estão os homens de Estado, por terem este "santo" por patrono. :)

nunocavaco disse...

Bem estando ausente alguns dias chego e deparo-me com alguns novos comentários. De resposta à Dreams realço que afirmei que a moral cristã é boa, o que é diferente de aceitar as regras da igreja, que não aceito e por vezes acho condenáveis ao zénite agradeço a explicação, muito útil certamente não só para mim, mas também ao amigo Av1.
Um abraço

alice disse...

olá nuno,

agradeço a sugestão de leitura que vou aproveitar

desejo-te uma boa semana

beijinhos

alice

poca disse...

faz falta o sol... e ar fresco!

que a vida venha e surpreenda!

beijinho grande

Joaquim Nobre (JJ©N) disse...

Uma boa sugestão de leitura...

Parece ser interessante!

Abraço...

* então e o amigo hl?
Um abraço tb para ele...

Frioleiras disse...

Engraçado... Thomas Moore já foi um dos meus "mitos"... agora já não há mitos... Estamos numa sociedade em que os mitos são ou futobolistas ou autarcas...

Vanda disse...

Passei, li, aprendi.

Obrigada aos três.

:)

Van

alice disse...

querido nuno,

agradeço o teu comentário e desejo um óptimo regresso à vida depois de férias

beijinho grande

alice

Sea disse...

O livro é muito interessante, para ter uma perspectiva do pensamento de.More foi canonizado como santo da Igreja Católica em 1935. Em 2000, São Thomas More foi declarado "O patrono celeste dos Estadistas e Políticos" pelo Papa João Paulo II.
Esta “Utopia” acabou por ser sinónimo de projecto irrealizável; fantasia; delírio; quimera; lugar que não existe.
Embora o caráter essencialmente imaginário e quimérico da "Utopia", a obra de More fica na história do socialismo como a primeira tentativa teórica da edificação de uma sociedade baseada na comunidade dos bens. E o seu nome ficou para sempre incorporado ao vocabulário universal como o significado do todo sonho generoso de renovação social (Caríssimo Nuno…. Ai… ai…)

nunocavaco disse...

Mais umas achegas que vêm alimentar o nosso conhecimento.
É bom comentar e discutir assim.

AV disse...

Já o PDM... valha-nos a fuga utópica ao quotidiano.
É bom surrealizar assim.