2006-07-26

21 de Setembro de 1945. Essa foi a noite em que eu morri”. É assim que começa o Túmulo dos Pirilampos. A história passa-se nos últimos dias da II Guerra Mundial. Os bombardeamentos americanos vão arrasando o Japão (numa só noite em Tóquio morreram 100 mil japoneses, tantos quantos os que morreram logo a 6 de Agosto em Hiroxima), e Truman avisa: "Que ninguém se engane. (...) Se não aceitarem agora as nossas condições, podem esperar uma chuva de ruína que lhes cairá do céu, uma chuva jamais vista na nossa Terra."

É neste cenário que duas crianças perdem a mãe, e depois de maltratados por uma tia, decidem tentar sobreviver sozinhos, habitando um abrigo junto ao rio. Seita, de 14 anos tenta cuidar da irmã, Setsuko de 4, comprando os poucos alimentos que encontra com o dinheiro que a mãe lhes deixou, ou roubando nas quintas mais próximas. A menina não sobrevive à subnutrição, e poucos dias depois é também Seita quem sucumbe, numa estação de comboios, rodeado de outros corpos também sem vida.

O filme de Isao Takahata baseia-se num livro semi-biográfico de Akiyuki Nosaka, que também viu a sua irmã de 4 anos morrer de subnutrição durante os bombardeamentos de 1945, e é o mais belo e pungente filme que já alguma vez vi.

1 comentário:

Anónimo disse...

Também adorei! Uma história, linda e comovente.