Quando fazemos as nossas férias estivais no Algarve temos por hábito convidar alguns amigos e familiares para passarem uns dias connosco. Tunes fica ali ao lado e habitualmente cabe-me a função de os ir buscar e levar alguns dias depois. Com o passar dos anos noto que apesar da elevada afluência, tanto nos comboios pendulares como nos intercidades, fora os jovens turistas de mochila e chinelo, poucos são os passageiros que utilizam a Linha do Algarve como ligação ao seu destino final. Tal como eu, muitos são os que ali acorrem a recolher passageiros. A explicação é simples: a Via do Infante é muito mais eficiente do que uma velha ferrovia servida por material circulante obsoleto e com estações afastadas da costa, que já se sabe, é destino preferencial nesta altura do ano.
Bizarro é o horário das ligações dos comboios de longo curso à linha do Sado. Imaginemos que apesar das férias sou obrigado a vir à Baixa da Banheira. O preço da gasolina, e das portagens se optar pela rapidez e comodidade da A2, aliado a um gosto particular por viajar de comboio, faz-me optar pela ferrovia. O bilhete compro-o no multibanco mais próximo, e desta vez sou eu quem agradece a boleia até Tunes, porque à porta da velha estação existe uma paragem de autocarros que sempre vi deserta. Duas horas e meia depois, supondo que utilizo o pendular que alterna a velocidade entre os 240 e os 80 km/h dependendo do troço de via em que circula, e já no Pinhal Novo, sou obrigado a uma espera de quase uma hora pelo comboio de ligação à Baixa da Banheira. Estranho não é? É, e para o trajecto inverso a espera é da mesma magnitude. Na prática o que acontece é que quase todos temos um familiar ou um amigo que se disponibiliza a ir buscar-nos, e 15-20 minutos depois já estamos em casa. Assim é natural que a Linha do Sado vá perdendo mais alguns utentes, e a CP sabe-o.
3 comentários:
vai a pé que faz-te bem jf
Também estiveste no Algarve? Mau!
estive sim, e percorri o Algarve inteiro e não vi vivalma!
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