2007-08-01

Acordos de Lisboa

Ao que parece Bloco de Esquerda e Partido Socialista têm acordo para governar a Câmara de Lisboa. O Bloco de Esquerda, com legitimidade política, porque não escondeu durante a campanha eleitoral que estava aberto a negociações com o vencedor desde que este não fosse o PSD, CDS ou Carmona Rodrigues, coloca no acordo condições que do ponto vista legal estão a levantar dúvidas. Apontam que parte dos empreendimentos imobiliários deverá ser feita tendo em atenção a habitação a custos controlados, mais baixos e por isso mais apelativos no sentido de 20% das casas novas da capital sejam vendidas (ou arrendadas) a preços sociais, ou seja, abaixo dos valores praticados no mercado, o que esbarra nas funções da EPUL e nos direitos já adquiridos de promotores. A segunda diz respeito a novos empreendimentos ribeirinhos, que segundo o Bloco devem ser reduzidos, para além de uma passagem de responsabilidades do Porto de Lisboa em locais que não se prendam com assuntos de exclusiva competência técnica deste, o que claramente não cabe nas funções da Câmara Municipal.

O que me parece é que o Bloco ao colocar estas condições ao Partido Socialista vai além do que António Costa Presidente da Câmara Municipal de Lisboa poderia comprometer-se e entra na esfera do que António Costa como ex-membro do Governo poderia fazer, ou melhor como ministro. Mas se o Bloco considera António Costa desta forma também sabe que Costa foi o responsável pela Lei das Finanças Locais e que Costa é um dos responsáveis pelas políticas de direita praticadas desde Fevereiro de 2005 (pelo menos).

Segundo a opinião de Gil Garcia, da Ruptura-FER — corrente que, aliada a um movimento de independentes e sindicalistas, elegeu no último congresso do BE 12 elementos em 80 , em declarações à Agência Lusa, o acordo "vai no sentido contrário à orientação política" aprovada na convenção do Bloco de Esquerda de Junho.

"Com este acordo, o Bloco cedeu ao PS e não se afirma como alternativa socialista ao Governo de Sócrates. Este acordo com António Costa, que foi o número dois do Governo, representa indirectamente um apoio ao Governo do PS.

O ponto do acordo sobre o plano e orçamento camarários foi o que mereceu mais dúvidas por parte dos críticos. Gil Garcia afirmou recear que o BE não tenha garantido a liberdade de voto em relação àqueles instrumentos."


Isabel Faria, sindicalista, de acordo com nota publicada na tsfonline, fez uma leitura nacional do acordo em Lisboa, mostrou incompreensão quanto à posição de Sá Fernandes e afirmou que não entende a disponibilidade por parte do Bloco para este tipo de acordos com o PS de António Costa. Questionando: Como é que em 2009 nos afirmamos como alternativa socialista ao Governo do PS se na Câmara de Lisboa apoiamos um presidente da câmara que foi o número dois do Governo PS?

Louvo a postura de Ruben de Carvalho e do Partido Comunista Português que continuam a afirmar que não entram em coligações, tendo em atenção que não se pode criticar o governo à segunda, quarta e sexta-feira e à terça-feira fazer parte de uma coligação governativa na maior autarquia do país com o antigo número dois do governo.

De positivo, a imposição do corredor verde de Ribeiro Telles, vamos ver, se o conseguirem ganhamos todos, lisboetas e não só.

24 comentários:

Anónimo disse...

Estou e acordo com este Cavaco (Nuno), realmente é de louvar o PCP por não entrar em coligações com o PS, para coligações já lhes basta a de Setubal com o PSD.
È que se eles fizerem uma coligação oficial em Lisboa com o PS, o PSD corria com eles da Câmara de Setúbal, onde só se mantêm graças ao apoio do Marques Mendes
Também essa do BE de fazer acordos autárquicos com o PS, que impõem custos de habitação controlados, de modo a permitir o arrendamento para jovens é algo que o PCP e o Cavaco (Nuno) rejeitam pois afinal na Câmara que lhe dá emprego a da Moita, é exactamente o contrario que acontece, aqui é a aposta na especulação imobiliária é a subida constante do preço das casas é o enriquecer dos amigos especuladores e o empobrecimento dos pequenos proprietários, veja-se o caso da Várzea da Moita e do ataque do PC local pequenos proprietários dessa zona do concelho.
Logicamente que estar com o PSD em Setúbal ás segundas quartas e sextas, com os grandes empresários da construção na Moita não permite estar ás terças, quintas e sábados com o PS em Lisboa, mesmo que isso sirva para melhorar a cidade e garantir os tais corredores verdes.

Anónimo disse...

A Helena Roseta já esclareceu a quem faz falta o Zé. Já na Moita, Bloco de Esquerda e PS passearam e distribuiram propaganda política juntos. Na Greve Geral de 30 de Maio os comentários do Bloco de Esquerda foram muito próximos ao PS.

Para quando a fusão entre os dois partidos e o assumir do PSE, Partido "Socialista" de Esquerda.

Anónimo disse...

Gostei daquela parte do arrendamento do 1º comentário. Esqueceu-se o comentarista de referir que nenhuma Câmara tem poder para isso, como se verifica em Lisboa. Isso são assuntos para outro nível, o nível nacional, com políticas coerentes e para todos os munícipios.

Anónimo disse...

Não me parece que este post tenha sido deselegante para o Bloco de Esquerda e se tivermos em atenção as críticas internas temos de concordar que até é brando demais.

Por isso, não percebo a razão de ser do primeiro comentário.

Anónimo disse...

Vamos por partes
qual o objectivo dos partidos á esquerda?
é ou não melhorar as politicas sociais da população?
com este acordo melhora-se ou não este tipo de politicas?
é que se estamos á espera que o PCP vá para o poder para as melhorar, vamos ter que esperar muito tempo, mas mesmo assim estamos sempre sujeitos a levar com politias como as que estão a ser praticadas aqui no nosso Concelho.

Anónimo disse...

Um titulo que demonstra com quem está os que atacam o acordo do PS/BE......


".Sá Fernandes fica com pelouro do ambiente, empresas de construção protestam.."

garanto que não está no site da CMMoita, mas é o que preocupa o PC da Moita.

Ontem um senhor amigo da maioria que governa esta camara (Moita) falava junto ao seu iate na doca de Belem e também ele mostrava a sua preocupação com o tal acordo e com a questão dos custos controlados na contrução e arrendamento, dizia o tal "amigo" que isso só em Cuba a do Fidel, mas alguem tem que dizer a esse senhor que por muito que se goste ou não do Fidel, tal politica existe na cidade de Nova Iorque, Barcelona, Madrid, Bona etc. só não existe em Lisboa e na Moita porque aí estavam e estão os amigos do tal senhor.

Anónimo disse...

Vamos então por partes:

1) O compromisso dos custos é possível?

Se for irá ser uma grande vitória do Bloco de Esquerda, se não for é mais do mesmo, demagogia.

2) O Bloco como suporte do Ps irá sair reforçado ou não?

Depende do trabalho que se fizer nestes dois anos

Parece-me que vamos ter de esperar.

Também me parece que tentar atacar o PCP com este acordo só demonstra que muitos simpatizantes do bloco têm ódio ao PCP, o que é muito mau.

Anónimo disse...

Vê-se o ódio que um blog com tendências PC (moiteiro) se congratula ao colocar postagens sobre o BE.

Anónimo disse...

É bom sinal que o Gil Garcia ou a Isabel Faria possam expressar livremente a sua opinião, coisa que os renovadores no PCP tentaram e foram encostados às tabuas.
O que diria Carlos Sousa...

Anónimo disse...

O grave é que o Gil ao afirmar o que afirmou, disse entre-linhas que não cabe no BE, ou seja, não cabe num partidp cuja prática é viabilizar opções de direita. Assim, deveriam mudar o nome:

Bloco de Direita

Anónimo disse...

A noticia dos comentários da Isabel Faria já descobri que o jornalista deturpou-a, pois só ouve declarações à LUSA leia-se aqui.
O Gil diz o que lhe apetecer, não leva rolha na boca de certeza, ao contrário de outros partidos que costumam usar essa técnica.

Anónimo disse...

"Creio que o Bloco de Esquerda e Sá Fernandes cometem um erro ao assinarem o acordo com Antonio Costa, para a CML" - Isabel Faria

Vamos ver se cometem erro ou não, que foi apenas o que o Nuno Cavaco escreveu. Não sei porque tanta crispação.

Anónimo disse...

"Não têm nenhuma credibilidade para criticar o Blcoco os que sempre fizeram acordos com os Partidos da Direita nas Autarquias. Os que ainda os mantêm por essa Lisboa fora. Os que os fizeram no Porto, apesar do PSD estar no Governo. E em Sintra, apesar do PSD estar no Governo, por exemplo."
Ou em Setúbal para variar.

Anónimo disse...

Vou levantar quetões outra vez.
ao dizer que o objectivo dos partidos de esquerda é melhorar as condicões Sociais da população estou a dizer mal ou bem do PC?
ao ficarmos á espera se as propostas do BE correm bem ou mal, é positivo ou negativo?
o que menos interessa aqui é se o BE sai reforçado ou não, o que interessa é que se estamos á espera é sinal que se fez alguma coisa, se conseguem ou não vamos esperar, mas uma coisa é certa, que está a incomodar quem nos interessa lá isso está.
mas concordem ou não é uma forma alternativa de fazer politica, tentando fatiar alguma coisa enquanto que outros limitam-se a ser do contra,que realmente é muito mais fácil, é só ser do contra e já está.

AV disse...

Multiassessor,
Explique-me lá como é que o PC esteve em coligação com o PS na CML durante vários mandatos, sendo que parte deles o PS estava no Governo e o PC criticava esse governo às 2ªs, 4ªs e 6ªas?
Sei que é muito novo nisto, se calhar não se lembra, mas peça lá aos mais velhos para lhe explicarem.

nunocavaco disse...

Gosta muito de usar o termo multiassessor, ok.

Vou dar a minha opinião relativamente ao assunto.

O PCP saiu muito prejudicado da coligação com o PS na Câmara de Lisboa porque era o partido mais votado e agora não é. Por outro lado quando a coligação foi feita tinha por base a ideia de estender um projecto autárquico ao país que desde logo foi abortado pelo PS. Mas concordo consigo que o PC à 2ªs, 4ªs e 6ªs criticava o governo e nos restantes dias dizia bem da câmara o que lhe tirou credilbilidade, por isso penso que o Bloco sai enfraquecido deste acordo, que sem sombra de dúvida fortalece António Costa e o apresenta como homem de consensos.

Não nos podemos esquecer que António Costa é o homem da lei das finanças locais e foi nº2 do governo socialista, ou seja um dos responsáveis pela situação finaceira da CM Lisboa.

Quanto aos acordos com o PSD, podemos, na minha opinião interpretar isto de várias formas, mas devem ser encarados localmente, tal e qual este acordo de Lisboa.

Anónimo disse...

Olhe que o Carmona pensava o mesmo e olhe como foi o Sá Fernandes que lhe deu a machadada.

Não sei não se esta CML não vai cair também mais dia menos dia e com graves prejuízos para o PS.

A mim não me parece que o acordo tenha sido lá muito favorável ao António Costa e além disso ainda ficou com o resto da oposição para lhe malhar no lombo sempre que puderem.

Vai ser bom é para o Sócrates que assim já eliminou dois potenciais competidores: o António e a Helena.

Até mais.

nunocavaco disse...

Não me parece que tenha sido o Sá Fernandes a dar a machadada no Carmona e também não me parece que António Costa tenha saído fragilizado e veja que o que temos andado a discutir é se Sá Fernandes fez bem ou mal, essa pergunta está na agenda pública.

Anónimo disse...

Utilizava o meu voto de protesto no sistema votando no BE. Depois desta coligação de Sá Fernandes com o sistema terei que pensar noutra alternativa. O que se constata é que todos os que se aproximam do sistema esquecem rápidamente as promessas de oposição e são rapidamente absorvidos pelo mesmo, já o tinha notado no BE desde que foram eleitos deputados desta corrente politica para a AR. Face à falta de credibilidade da generalidade dos politicos seja de que quadrante forem, torna-se necessário rever este modelo de democracia, exige-se que cada um tome o seu destino em mãos, a delegação está provado que não serve, a bem da continuidade a prazo da própria democracia que com estes protagonistas cada vez é mais posta em causa, pedimos a democracia directa.

Já sabemos agora porque "fazia falta o Zé"
Por TM, Lisboa

In comentários no público à notícia que pode ser lida em:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1301167&idCanal=12&showComment=1#commentarios

Anónimo disse...

Eu resumo numa só expressão: Tenha vergonha Dr. Sá Fernandes, gastou tanta "palheta" mas sinceramento nunca me convenceu, porque eu sabia que não falava verdade... Os políticos deste país são uns "monos", não servem para nada...

Ficamos à espera...
Por Shakespeare, Hamlet

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1301079&idCanal=10&showComment=1#commentarios

Anónimo disse...

Tanto criticaram o Governo e agora juntam-se a ele - Era mesmo só para o tacho - Será que agora irá aumentar o nr. de Acessores - O Costa deve deixá-lo em função do numero de vezes que vai votar a favor de algumas decisões do PS - É inacreditável a posição do BE. Eu já votei mas arrependi-me - Acreditei nunma nova esquerda que afinal está mais interessada em manter regalias do que a defender os direitos dos outros (POVO). Seria melhor acabar com o BE e integra-lo no PS - Exceptuando alguns casos - Caso da saudosa UDP.

Que eu saiba, o Sr. Sá Fernandes não é Comunista.
Por Victor Trindade, Lisboa

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1301079&idCanal=10&showComment=1#commentarios

Anónimo disse...

E os "interesses escondidos"? Sá Fernandes já se esqueceu?
Por Anónimo, Lisboa
Perde Costa e perdem os lisboetas. "Interesses secretos", "candidato do Governo", etc, etc... quem as disse? Não foi um tal de Zé?

Fonte: http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1301106&idCanal=10&showComment=1#commentarios

Anónimo disse...

já vi que os comentários deste blog voltou outra vez á palhaçada,boa tarde e até daqui a alguns meses.

Anónimo disse...

Já alguém se lembrou que o fernandes tem graves responsabilidades na situação económica da CML? sim porque ele com o seu hábito de embargar obras, é responsavel por muitas derrapagens nos orçamentos, esse homem custa milhões à cidade de Lisboa. Agora existe uma dúvida, será que ele vai embargar o seu novo aliado que também tem culpas na situação económica, pois o governo do qual ele faz parte cortou e em muito os orçamentos das câmaras municipais.