2007-09-10

Ordenamento do Território em Portugal (II)

Num país onde só agora começamos a ter e muito mal um Plano Nacional de Ordenamento do Território, onde os Planos Regionais de Ordenamento do Território não têm a legitimidade democrática que deveriam ter porque não existem eleições paras as entidades que os produzem e fazem aprovar, onde durante muitos anos o poder local não existiu porque se constituía como uma corrente de transmissão das ideias do regime fascista, onde os sucessivos governos do PS e PSD criaram uma complexíssima teia burocrática e de referências técnicas que tornavam praticamente impossível a elaboração dos Planos Directores Municipais, até que em 1990, o Decreto-Lei n.° 69/90, de 2 de Março foi aprovado, fruto de imposições comunitárias, e que até 1990 apenas 5 Municípios Portugueses tinham Plano Director Municipal (a Moita conta com 1 desde 1982), onde os princípios legislativos que foram aprovados para orientar as produções dos planos, se vergavam à classe dominante de cariz neo-liberal, os primeiros Planos Directores Municipais, os chamados de 1ª geração, serviram na sua maioria para densificar os índices de ocupação, para permitir a contratualização dos mais diversos negócios. O argumento foi o das leis do mercado, da oferta e da procura só que estas não se aplicam aos solos e assim os PDM´s, na sua grande maioria, passaram a ser meras plataformas negociais para captar investimento. Cumpria-se assim o desígnio da direita- Menos Estado, Melhor Estado.
Foram elaborados Planos Directores Municipais que prevêem, na sua vigência de dez anos, um aumento de duas ou três vezes o número da população dos respectivos concelhos. Alguns municípios metropolitanos que aprovaram áreas urbanas ou urbanizáveis onde, a serem edificadas, caberiam por inteiro as populações de algumas regiões do nosso interior desertificado. Alguns estudos realizados afirmam que a soma de todas as áreas urbanas e urbanizáveis, criadas pelos PDM aprovados, permitiriam alojar catorze milhões de pessoas. Reparem no que escrevi e para não haver deturpações, os PDM´s, aqui não são feitas referências a planos em concreto. E isto para um período de dez anos num país que tem uma população de dez milhões de habitantes. Mas porquê?
O solo para construção é agora mais barato? A habitação é mais barata? As políticas habitacionais do estado têm agora solos para se desenvolverem?
Não, não e não.
Existe uma clara necessidade de levantamento de todo o solo disponível para construção e que este seja articulado a nível central, promovendo políticas anti-desertificação do interior, acompanhadas de políticas de ordenamento rural e de promoção do interior, equilibrando assim, por quem de direito, o país. Os nossos governantes têm de perceber que não podem comprometer mais solo e populações do interior à gula especulativa mas, as soluções apresentadas apenas amplificam o problema.
A maior parte das Revisões do PDM só se centram no aspecto das bolsas a urbanizar e nas suas infra-estruturas, poucos são os planos que atendem várias vertentes da realidade, por falha dos municípios em último caso e por falta de enquadramento tanto dos planos superiores como da administração central em primeiro factor a apontar.
A questão das mais valias é só a cereja em cima do bolo. As mais valias são apropriadas por particulares porque assim os governos o entenderam. Em alguns países estas mais valias ficam no estado e servem para regular o mercado habitacional, para contribuir para a oferta de habitações de qualidade a preços controlados mas isso é uma espécie de socialismo o que contraria o Menos Estado, Melhor Estado dos neo-liberais.

42 comentários:

Anónimo disse...

Falam uns poucos, muito contra o PDM, mas sempre que se entra num campo mais técnico ficam todos calados. Conclusão esses poucos não percebem nada do assunto e apenas dizem mal, por serem mal intencionados e quererem atacar a CMM a todo o custo.

Anónimo disse...

Que se saiba ninguém aponta a CMM, quanto muito aponto o que julgo ser erros praticados por quem a dirige. De facto a coisa é tal e qual o NC escreveu. O problema é que, sabendo dessa situação, os autarcas eleitos acolitados por assessores, técnicos e quejandos, que não a câmara, os torna ainda mais culpados dos erros cometidos. Por um lado porque conhecem a lei neoliberal para estas questões dos PDM's. Por outro por que ideologicamente não os perfilham mas dão-lhes continuidade para pior. A lei vigente prevê que se trate com rigor toda a sua nomenclatura no terreno. A lei vigente não discura, quando a altarquia quiser, sem a molestar, tratar como humanizar para melhor o território. Cabe aos eleitos, acolitados pelos técnicos e assessores propor, dentro do espaço físico do seu território dizer o que que seja urbanizável,reserva ecológica e reserva agrícola e (especial).
Aos autarcas de classe compete, sem desvirtuar a lei, geri-la no interesse das suas populações!

Anónimo disse...

Exacto, porque o que o NC esconde é que esta Câmara, em especial os seus presidentes da última década foram para a cama com os verdadeiros especuladores, um ao ponto de ser corrido e o outro não é corrido porque tem a seu crédito ter andado a tapar os buracos do outros.
Isto que é a verdade o camarada Nuno esconde-se de comentar.

Porque se isto é assim teoricamente, porque será que a CMM fez os protocolos que fez, permitindo aos empresários que jantam nos Freiras comprar aos velhotes os terrenos e multiplicar o seu valor?
Porque não negociaram com os proprietários originais uma parceria que guardasse as mais-valias para a autarquia e não apenas estradas que valorizam os loteamentos dos especuladores capitalistas?
Pois.

Anónimo disse...

É só mentiras e não há provas de nada, a PJ investigou na altura o João Almeida e nada de ilegal descobriu, o mesmo se passa agora com o João Lobo. Existem denúncias anónimas e a PJ investiga, mas não há nada para descobrirem a verdade tem sido essa.

nunocavaco disse...

Quando coloquei este artigo pensava que o queriam discutir de forma séria. Este é o segundo o primeiro já tinha publicado e ainda se trocaram umas ideias.

A questão fundamental é o que é queremos para o o ordenamento do território em portugal?

Queremos continuar a deixar que alguns se encham de dinheiro, levando os nossos ordenados nas prestações de casas que muito a custo conseguimos pagar?

Os custos da habitação tem de passar a ser controlados e só existe uma forma de o fazer, para bem de todos. Só que essa forma tem de ser escrita na lei e para todos os concelhos, até lá o jogo é inglório e não há nada a fazer. Aquela conversa de que numa câmara comunista isto e aquilo, não pega, não é verdade. A lei é para todos e aqui no concelho da moita ainda se conseguiu que as mais valias revertessem para as populações, o resto ...

Mas o que realmente importa é se temos vontade e força, ou não, para mudar o quadro de ordenamento do território.

Para isso há que fazer:

1- A regionalização e cumprir com os PROT´S;

2- Criar uma política nacional que vise uma angariação de terrenos para construção de habitação de qualidade a custos controlados. Por exemplo, em x m2 de construção, uma parte representativa deveria ser cedida às autarquias unica e exclusivamente para esse uso;

3- Querer um melhor estado que regule os solos e faça o equilibrio entre interior e litoral, entre urbano e rural e isso não pode estar na alçada das câmaras, tem de se fazer a nível central;

4- Por último e para sintetizar, exigir que todo o edifício jurídico do ordenamento do território seja efectivado para evitar continuar a manta de retalhos que Portugal é hoje.

Anónimo disse...

NC posiciona-se na corrida para 2009, afirmando-se como defensor da renovação urbanística impossível depois da aprovação deste PDM.

De caminho valida as exig~encias de José Sá Fernandes no acordo de Lisboa para controle do custo da habitação e defende a regionalização.

Grande confusão.

Notam-se as ideias, não se percebe a articulação com a prática política.

Ponto Verde disse...

Francamente, ou o meu amigo não vive neste planeta...pelo menos parece que não vive na margem sul e que não é um eleito (logo com responsabilidades) do e no que de pior se tem feito no país.

Ponto Verde disse...

A propósito deste e do anterior post, no a-sul:

" - Este fim de semana foi a cereja no topo do bolo com a rentrée politica da Atalaia, primeiro o discurso do líder pondo a tónica social na subida (preocupante) dos juros bancários sobretudo para os casos de crédito à habitação, mais uma vez os conhecidos ataques aos lucros da banca...

Mas esqueceu que as autarquias sob gestão PCP da margem sul, inclusivé e sobretudo aquela onde fazia o discurso, são das que no país e na última década mais têm servido os bancos e os grandes grupos económicos da construção, abrindo mão a esmo, de licenciamento de empreendimentos imobiliários de forma descontrolada e em mancha de óleo para a periferia, até para zonas florestais...

Uma das consequências deste descontrole que o líder não falou, poderá ser para além dos cidadãos estarem confrontados com a subida da sua dívida ao banco e respectiva mensalidade, que o valor do seu apartamento caia a pique e que caso o queira vender não consiga, porquê?

Pelo excesso de oferta incrementado por estas autarquias, por exemplo o Seixal , onde discursou e conhece bem, é o concelho do país que neste momento tem mais fogos em comercialização!!!

Nesta massificação ainda não estão construídas nem contabilizadas as urbanizações das antigas instalações industriais da Siderugia Nacional (a tal contaminada) do Quimiparque do Barreiro, da Lisnave de Almada ou a cidade de condomínios privados que se está a construír junto ao Centro de Estágios do Seixal...

- Esta rentrée do PCP trouxe também uma figura que não via desde Setembro .... de 1975 , a figura de "brigadas populares" (com uniformes da autarquia) a "ordenarem" o trânsito na cidade da Amora, substituindo-se à autoridade e impedindo os cidadãos de circular em determinados locais publicos , como se de uma cidade conquistada se tratasse...(só resta saber quem mandou e ...quem pagou - estou a falar de "milicias" formadas por cidadãos com uniformes da Câmara do Seixal) .

Anónimo disse...

Pronto lá estão os disparates do ponto verde, é só mesmo para rir.

Anónimo disse...

Para rir é o NC fingir que a CMM não anda na cama com os empresários do imobiliário. Depois acusa um intermediário na venda de casas de ser especulador, quando os Catums deste mundo fazem milhões de lucro com os protocolos.
Sai um balde de alcatrão e penas para o ex-multiassessor e actual controleiro de vereadores.

Anónimo disse...

És tão mentiroso av1, MENTIROSO.

A CMM não anda com especuladores, tu av1, tu andas com o aa, que é especulador, corrupto e vigarista.

O NC não é controleiro de vereadores nem isso existe, és mentiroso e de má fé.

Anónimo disse...

Tou contigo "pela verdade", subscrevo

nunocavaco disse...

Ao ponto verde nem dou resposta.

Caro amigo d:, não me posiciono para corrida nenhuma, para o bem e para o mal estou como sempre estive com o PCP.

Engana-se o amigo d: quando afirma que copiei o Sá Fernandes. A diferença é que eu defendo uma política nacional e o Sá Fernandes inventou uma patranha eleitoral. Quem é que acredita que vai cumprir os 25% de habitação a custos controlados? Isso é acção da EPUL e não de privados. Os privados não podem ser obrigados a isso, a lei não o permite. A questão é simples, mude-se a lei.

Anónimo disse...

pela verdade e eleitor, os dois ao colo num computador em dia feriado

Anónimo disse...

ao colo andas tu do especulador corrupto

Anónimo disse...

Caro Nuno,

Você é inacreditável. Depois queixa-se das respostas.

Até mais.

Anónimo disse...

"Por exemplo, em x m2 de construção, uma parte representativa deveria ser cedida às autarquias unica e exclusivamente para esse uso;" - NC

Não! Estás a gozar. Trato-te por tu porque assim perdes todo o respeito que te podia ter.

E os milhares de hectares que os mais variados construtores civis de pequena e média dimensão deram de contrapartida à Câmara Municpal do Seixal e à de Almada para a criação de espaços verdes e que posteriormente, e passados poucos anos, essas mesmas edilidades os venderam em hasta pública para... a construção de mais prédios?

Só pode é ser piada, essa não, como dizem os nossos amigos brasileiros.

Ó pá! É melhor você deixar de escrever sobre certos assuntos mais profundos ou então saia desse partido que é para não cair no mais completo ridículo.

Até mais.

Unknown disse...

Este Mário da Silva é um prato, daqueles sem fundo. Então o Mário da Silva não sabe que foi o PCP e as autarquias do PCP que deram os primeiros passos em ordenamento do território.

Também não sabe que Sá Fernandes quer acabar com EPUL e que a proposta do vereador Sá Fernandes é de fazer habitação a custos controlados em todos os loteamentos?

Você é um mentiroso e gosta é de desconversar. A resolução destes problemas tem de ser feita a nível nacional porque e é pena, nem todas as autarquias são como as da margem sul, se fossem estavamos bem melhor.

Anónimo disse...

Paulinho, tu ainda não tens cabedal. Não te armes aos cucos. Não te metas em conversas de homens.

Anónimo disse...

anónimo vai-te masturbar que tu ainda não saiste da puberdade.

Anónimo disse...

"A resolução destes problemas tem de ser feita a nível nacional porque e é pena, nem todas as autarquias são como as da margem sul, se fossem estavamos bem melhor." - Paulo

Camarada. A nível da Margem Sul estamos é bem lixados. Só não lê quem já nem usa palas... é cego!

Até mais.

Anónimo disse...

marocas achas que alguém liga ao ponto negro?

Anónimo disse...

o mário da silva não anda bom da cabeça, então o que o ponto negro diz é que são provas irrefutáveis? AHAHAH

Anónimo disse...

o ponto verde ou negro ou lá o que ele é, ainda é pior que tu mário da silva, tem juizo isso já é desespero.

Anónimo disse...

Pois! Basta olhar à volta e vêr o "excelente" trabalho produzido.

Muito Terceiro Mundista, mesmo ao gosto das Ditaduras Comunistas por esse mundo fora.

Nesse aspecto o camarada Paulo tem toda a razão; se fossem todos assim estavamos "bem" melhor.

E para nos pirarmos nem precisariamos de balsas à moda cubana nem de saltar muros a moda alemã... bastava-nos ir "ao salto" à moda Salazarenta.

Ê pá! Vão dar banho ao cão.

Anónimo disse...

Mais a mais, o que está escrito aqui nem tem nada a vêr com o Ponto Verde mas sim com este artigo e isso convém-vos escamotear dentro do vosso processo normal de defesa.

Também é o tradicional, de um certo ponto de vista (PV, idem).

Até mais

Anónimo disse...

Algumas nocões de porque sou contra este PDM... se realmente alguém estiver interessado em discussão séria, o que duvido.

Até mais.

Anónimo disse...

"dar banho ao cão" continuas com as ofensas e ameaças mário da silva, tudo o que dizes são mentiras e opiniões maldosas apenas para seres contra a CMM, não vales nada como gente.

Anónimo disse...

E acho bem que te deixes de ameaças senão vou ter que dizer a todos quem tu és.

Anónimo disse...

À vontadinha, que é para nos rirmos todos... menos o degraçado/a que apanharem na rifa.

Boa noite, sim! E guardem os bichos que ficam a apanhar frio.

Anónimo disse...

É interessante que o pessoal deste blog subitamente eclipsa-se e fica só a maralha do costume.

Anónimo disse...

maralha do costume onde tu estás incluido anónimo das 11:11

Anónimo disse...

Ok eu digo, o mário da silva é "o em substituição" e mais não preciso dizer. Todos entenderam

Anónimo disse...

"Cabe aos eleitos, acolitados pelos técnicos e assessores propor, dentro do espaço físico do seu território dizer o que que seja urbanizável,reserva ecológica e reserva agrícola e (especial)."

O problema é quando os acólitos são também "amigos" e colaboradores do maiores beneficiados dessas "acolitagens" como foi o caso recente de certo advogado da nossa praça.

Estamos bem lixados quando é deixado aos eleitos e seus acólitos a gestão do território sem nenhuma supervisão ou controle.

E depois queixam-se de sermos o país mais corrupto da EU.

Até mais.

Anónimo disse...

municipe disse...

Ok eu digo, o mário da silva é "o em substituição" e mais não preciso dizer. Todos entenderam


ahahahhahahahahahahahahahahah! Até choro de tanto rir.

Esgraçadinho do rapaz.

Tiro na água. Tiro na água.

A gastarem assim munições,
não chegam às eleições.

Até rimei.

Olha que se calhar sou o outro, o que vêr o futuro nas estrelas.
Ou etão o "pintor". É! O pintor ficava bem.

Ou até posso bem ser o vice, chateado com as lobadas que me andam a codilhar o futuro todo.

Ou se calhar já ando a vêr isto tudo por um "canuto" e fiquei farto.

Olha! Asseguro-te que não sou a Vivina que ela mal sabe falar quanto mais escrever. E a Monica também não sou que essa já ficou sem motivos para reclamar... já está sentada.

Lolada do caraças. Lolada do caraças.

Anónimo disse...

Se não és o "em substituição" porquê tanta preocupação em negar? porquê um comentário tão extenso? tantas loladas só servem para disfarçar.

Anónimo disse...

Em cheio municipe

Anónimo disse...

Boa! Continuem. São uns "quidos", vocês.

Mas olhem lá para os outros comentários que por aí polulam que ou sou o Hélder Pinhão, ou o Vitor, ou o Guerra (a quem nem nunca ouvi a voz e só vi a côr da pele prái duas vezes na vida) ou...

Decidam-se de uma vez por todas, ok?

Anónimo disse...

és o "em substituição"

Anónimo disse...

O "em substituição" sou eu!
Ou era e agora já não sou.

memória curta desta gente que deitou o João de Almeida fora com tanta rapidez como o Sousa e chora lágrimas de crocodilo.

Anónimo disse...

O Almeida saiu por problemas pessoais e acho que deveria ser respeitado, acho que toda a gente sabe a situação familiar dificil que ele passou. Tenham respeito, até a politica suja e o vosso ódio ao PCP tem que ter limites.

Anónimo disse...

A "situação familiar" era outra que a verdadeira já existia e não foi por isso que ele se veio embora.

Ou a "situação familiar" só aconteceu DEPOIS das eleições para que certos Lobos se pudessem sentar sem irem a votos?

É como agora com o Sousa. Grande camarada Sousa. Não foi nada posto a andar antes que a CMSetúbal caísse ao estilo de Lisboa, não senhor. Foi por ser um "burguês" com gostos caros.

Palhaçada!