Estou espantado com as críticas do Bloco de Esquerda à Greve Geral de dia 30 de Maio. Considero que este partido ao criticar a luta dos trabalhadores neste dia e desta forma, coloca uma tónica de ataque ao PCP no centro das suas preocupações quando o que deveria fazer era se colocar no lado dos trabalhadores. Declarações como as de António Chora, da Autoeuropa de Palmela e eleito na Assembleia Municipal da Moita, nas quais refere que "houve um erro de avaliação profundo por parte da CGTP ou de quem a levou à greve", referindo-se ao "comité central" [do PCP] que "usa a greve como arma de arremesso", não fazem sentido e demonstram claramente do lado em que o bloco se colocou nesta luta. Outros responsáveis políticos do Bloco de Esquerda fizeram declarações ainda mais mirabolantes:
Miguel Portas afirmou que, para o BE, a greve foi política e enfraqueceu a CGTP perante o Governo. "Esta greve foi pouco geral porque o Comité Central do partido a que tive o orgulho de pertencer durante duas décadas [PCP], ouve cada vez menos. Só escuta o que lhe convém, o que encaixe nas decisões que já tomou". Como se as greves não fossem políticas.
Francisco Louçã, no encerramento da V Convenção considerou que a direcção do partido foi contra a oportunidade e os objectivos desta greve geral. Numa altura em que o Bloco considera que o desemprego é um grave problema e que o ataque aos serviços públicos é o mais forte de sempre não vejo qual o sentido de oportunidade deste partido.
Inacreditável, mas penso que é esclarecedor. O Bloco tal como a UGT e o governo desvalorizam as lutas dos trabalhadores.
10 comentários:
São todos uns vendidos ao governo
Eu quando ouvi as declarações destes responsáveis políticos nem quis acreditar.
Já nas Presidênciais Louçã apontava como objectivo ficar á frente do Jerónimo. Mas afinal eles andam a combater quem? Quem afirmam defenderem?
É triste que se escondam debaixo do chapéu da esquerda. Gostava que explicassem quais serão hoje as formas modernas de luta dos trabalhadores, serão os acordos do tipo AUTOEUROPA em que de ano para ano se perdem direitos e salários.
A luta dos trabalhadores num país como Portugal faz sempre sentido. Nos últimos 20 temos assistido a uma delapidação do património do Estado, a uma degradação do apoio social do Estado, a uma entrega do poder produtivo do estado aos privados e a um forte aumento do desemprego (tal e qual como deve ser visto e não com recurso a estatísticas falseadas). NÃO É MOTIVO PARA LUTAR.
Já sei devem querer que deixemos nas mãos da esquerda que lhes bate mais forte (sem greves e sem agitação) a defesa dos interesses dos portugueses.
A mim já não me enganam. Foi a gota de água. Ainda por cima não respeitaram quem fez greve pondo em risco o emprego, afirmando que esta foi um falhanço.
Gostava também que o Chora, símbolo do sindicalismo moderno explicasse a baixa taxa de adesão à greve na AUTOEUROPA. Seria porque o Comissão de TRabalhadores também não estava motivada para a greve tal e qual a Direcção do Bloco de Esquerda.
TENHAM VERGONHA
Qual o nível real de adesão à greve na CMM?
Quem estiver com curiosidade consulte. Nós apesar de outros não o fazerem, estamos com os trabalhadores e sabemos que só em luta é que conseguimos travar esta ofensiva.
http://grevegeral.pcp.pt/
Apesar do erro, e tens de concordar que não foi a melhor forma para levar uma Greve Geral em frente, se reparaste (deves ter reparado, considero-te um moço que navega bastante na net) o BE apoiou a Greve quando esta foi despoletada e não se acobardou. Agora há que tirar responsabilidades políticas da coisa, ou achas que o Carvalho da Silva já não tem os patins colocados pelo comité?
Assumam os erros que a vossa (e minha) central sindical (comandada por vós) comete.
Achas que a Greve não poderia ter mais impacto se não tivesse sido convocada à maluca?
Gostei do Tio Jerónimo "devaneios Socio-democratas", bem...
O camarada ofendeu-se com verdades ditas? Eh lá, que a malta já se pode expressar.
ps: não deturpe as minhas palavras nem isole frases fora do contexto, por favor.
Hasta!!
se tinhas dúvidas quanto ao BE apoiar a greve, visita o blog do BE Moita.
Caro anónimo dirigentes do bloco esquerda tiveram um comportamento inaceitável perante a Greve. Deram os números do governo.
Por exemplo o António Chora no jornal o Rio ao referir os protestos em Lisboa excluiu 70 000 trabalhadores, falou em 100 000 trabalhadores em cada protesto e estiveram presentes, segundo as contas da polícia 120 000 e 150 000 respectivamente. Desvalorizar a luta é dar argumentos a um lado e foi o que o Bloco fez.
Leiam no arremacho os post do broncas, talvez aprendam alguma coisa.
O Broncas no arremacho critica algumas declarações de alguns responsáveis pelo bloco de esquerda, mas entende que já passou.
Se fossem declarações do PCP não tinha passado.
Ah pois, disseste bem.
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