2007-05-17


Uma questão de prioridade

Na actualidade noticiosa existe duas noticias completamente distintas entre si à excepção de um factor, a "semelhança" dos valores monetários, a prioridade dos investimentos.
Uma das noticias vem de terras de sua majestade (da deles), onde através da soberba do ainda 1º ministro, se auto intitulam como a maior nação do mundo (e que nós sabemos!!!). Fizeram uma obra de verdadeiros líderes mundiais, um estádio (novo estádio de wembley). Custou cerca de 1,2 mil milhões de euros. Decerto uma obra que afirma o estatuto de Londres à boa maneira romana. Desta forma vão iludindo os britânicos, em relação aquilo que já está a acontecer, a queda do império. Andam de cabeça perdida em relação às guerras contra os “bárbaros” do sul.
A segunda noticia chega de Timor-Leste, onde o recém-eleito Ramos Horta espera, desbloquear e aplicar o dinheiro do tesouro do estado timorense (avaliado em 1,3 mil milhões de dólares provenientes do petróleo e gás natural da região), em tranches de 40 milhões de dólares anuais, pelas 100 mil pessoas mais pobres do estado, construir e distribuir casas de borla para os funcionários públicos, dinheiro para dioceses católicas, água potável, electricidade de baixo custo e em estradas pavimentadas.
Uma das leituras que se pode ter em relação a estas prioridades tão diversas de investimentos e das verbas envolvidas, é termos a consciência que todos temos necessidades básicas, e quando não as temos lutamos para tê-las. Ignorar as necessidades básicas de um povo, é como ignorarmos o bairro de lata da nossa cidade, mais cedo ou mais tarde pagamos a factura. Não é por morarmos num condomínio fechado que vamos ser mais felizes, o mundo é muito mais do que as paredes que nos enclausuram; é uma ilusão pensarmos que por termos um estádio somos melhores do que quem joga no pelado. Nunca assim foi! O Talento tanto aparece num estádio como num pelado.
A História está cheia de exemplos de ascensão e queda de impérios, ou seja, o imperialismo é a cegueira da Humanidade mas ao mesmo tempo o seu catalisador tecnológico. Fabrica-se tecnologia mas para seres autómatos, incapazes de reflectirem, seguem e repetem as palavras de quem os comanda. Veja-se a maneira como certos lideres se dirigem aos seus compatriotas e incutem nestes um espírito nacionalista doentio. Bem sei que a auto estima faz bem ao ego, mas quando se fala em público tem que se ter cuidado com as várias leituras possíveis, pois o mundo pelos média torna-se pequeno. A liberdade de dizer o que se sente nem sempre se restringe à nossa própria. Nem todas as pessoas fazem a leitura que nós queremos que elas façam. Um líder de um outro país, que tenha necessidades económicas, nunca poderá ver por parte desta pessoa uma vontade desinteressada em ajudar. Esta atitude faz com que desenvolva a desconfiança que culmina numa acção de afastamento e defesa, perpetuando um ciclo vicioso.
Numa altura em que tanto se fala na ajuda e no perdão de dividas aos países africanos, (como se estes devessem alguma coisa a quem tanto os explorou), assim como as promessas feitas aos seus cidadãos, seria bom que os lideres repensassem a forma de fazer politica, pois num mundo cada vez mais informado, depressa se apanham os falsos profetas.

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