2007-05-15

Greve Geral, Porquê?

O sucesso de uma Greve Geral passa não só por uma elevada adesão de trabalhadores mas também pela consciencialização de toda a sociedade para a justeza da mesma.
A CGTP convocou uma Greve Geral para dia 30 de Maio apresentando 6 razões: perda do poder de compra das famílias, aumento do poder patronal para promover despedimentos, aumento da precariedade no emprego, aumento da imigração, destruição do Sistema Nacional de Saúde e a sua entrega a privados e a degradação dos sectores da Justiça e Educação. A justeza da Greve é sublinhada por duas jornadas de protesto que a antecederam. Em de 12 de Outubro de 2006, 120 000 trabalhadores manifestaram-se em Lisboa para exigir uma mudança de políticas que realmente combatessem estes problemas, o governo pouco ou nada fez e continuou na mesma senda, o que prejudicou ainda mais a qualidade de vida dos portugueses. A 2 de Março de 2007 e porque as suas vozes não foram ouvidas, 150 000 trabalhadores protestaram novamente nas ruas de Lisboa contra os mesmos motivos. O nosso governo, apesar das promessas eleitorais em sentido contrário, fez-se surdo e perante esta posição, a CGTP aprovou uma Greve Geral que mais não é do que a continuação da luta, tornando-a mais forte o que se entende porque os problemas vão sendo agravados pela linha política seguida pelo governo.
Ninguém tenha dúvidas, a Greve Geral é feita para mudar o rumo do país e melhorar as condições de vida dos portugueses e portanto é uma Greve de todos e a favor de todos. A Greve Geral será a expressão de todas as reclamações, exigências e aspirações sociais dos trabalhadores uma resposta às políticas governamentais lesivas dos direitos e interesses dos trabalhadores e à postura de parte do patronato que persiste em resolver os problemas da competitividade das empresas à custa de maior exploração dos trabalhadores. Só com a luta dos trabalhadores se conseguirá que o ataque aos seus direitos e interesses pare.
A necessidade sentida por todos nós de que o Governo deve mudar a sua política económica e social e que algum patronato não pode continuar a apostar na precariedade e na desregulamentação laboral deve ser expressa nesta Greve que assim funcionará como uma expressão democrática do povo português que farto de perder direitos, poder de compra e dignidade exige que as apostas do nosso governo visem o seu bem-estar e o progresso de todos.
As políticas económicas e sociais do governo não podem permitir o empobrecimento dos trabalhadores e a redução dos seus direitos e promover, por esta via o aumento dos lucros dos grandes grupos económicos. No último ano os quatro maiores grupos económicos portugueses, a EDP, SONAE, GALP e PORTUGAL TELECOM tiveram lucros em conjunto de 5 300 000 000€, ou seja 10 000€ por minuto, ao mesmo tempo que muitos trabalhadores perdiam direitos e os seus postos de trabalho.
Por tudo isto dia 30 de Maio é dia de luta por um Portugal mais justo e pela dignificação do trabalho.

Nuno Miguel Fialho Cavaco
Membro da Direcção Regional de Setúbal
do Partido Comunista Português

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