2006-09-04

Este é apenas mais um exemplo pelo qual continuo a ouvir e apreciar a opinião do Vital Moreira, mesmo se agora andamos em campos políticos mais afastados.

"Afinal, o mau desempenho dos cargos políticos reflecte-se também, e sobretudo, sobre os respectivos partidos e sobre as hipóteses de manutenção das posições políticas conquistadas. Se um partido conclui que um seu eleito está a ter uma performance negativa, lesando o crédito político do partido e pondo em sério risco a hipótese de renovação do mandato nas eleições seguintes, é de todo justo que aquele o censure, e que, se necessário, lhe retire a confiança política e o inste a deixar o cargo. Por outro lado, os titulares de cargos electivos são eleitos na base de um programa que exprime a doutrina e as perspectivas do respectivo partido. Como negar o interesse legítimo dos partidos em velar pela execução desse programa? Não pode censurar-se, como é moda, a "descaracterização" doutrinária dos partidos políticos, e depois advogar uma total autonomia dos titulares de cargos políticos, apesar de eleitos para representarem os seus pontos de vista."

2 comentários:

AV disse...

E o artigo do Jorge Miranda, no mesmo jornal, em que se afirma exactamente o contrário, não leu?

AV1

joao figueiredo disse...

não, não li, mas já conheço a sua posição, que defende a "independência" dos eleitos, e não só os autarcas, em relação aos partidos. mas como já deve ter compreendido, neste ponto como noutros, eu não concordo com o prof. Jorge Miranda.