2006-09-16


Muito já se falou sobre alterações climáticas e respeito ao ambiente. Na segunda leva (a primeira consistiu na apresentação de teorias pouco sérias sobre a evolução dos climas como as apresentadas no documentário de Al Gore, o quase presidente dos E.U.A., por sua própria vontade, porque não zelou pelo estado de direito e pelos interesses dos americanos e logicamente do resto do mundo) tenta-se descridibilizar a luta dos partidos políticos de esquerda e dos verdadeiros movimentos ambientalistas. Vamos esquecer o clima e a política. Observemos o mundo. Na terra os países industrializados ou desenvolvidos, como queiram, poluem e "consomem a quase totalidade dos recursos", os restantes países são submetidos à pobreza. Surgem as preocupações ambientais e o que acontece? Estabelecem-se cotas de poluição, ou seja os países só podem poluir x, senão são multados. A maior parte das nações aperta as sanções às actividades poluidoras. Posteriormente decidem, os mesmos do costume, os do poder, que as cotas podem ser adquiridas, permitindo aos países desenvolvidos comprar licenças para poluir ainda mais, remetendo milhares de milhões de pessoas dos países mais pobres a uma pobreza ainda mais extrema. Não contentes com isto os países desenvolvidos tentam açambarcar através de multinacionais os recursos naturais existentes nos países pobres. As sociedades começam a acordar e resistem, principamente nas Américas, veja-se o caso da Venezuela que remeteu o controlo dos recursos naturais para o Estado, garantindo que grandes fatias de população possam ver o seu nível de vida aumentado. Inventam-se guerras como a do Iraque para roubar os recursos aos países mais pobres. Renasce o terrorismo de estado que impõe o estado do medo de forma a controlar as liberdades no mundo ocidental, no mundo controlador. Mas eis que surge a solução miraculosa, a energia nuclear. Apresentam-na como o garante de um ambiente estável, como uma fonte segura de energia, como o garante do nosso modo de vida. Aqui surgem divisões profundas, quer no campo ideológico, quer no campo científico (como se fosse possível separar).
Voltando à política. Atacam a esquerda por denunciar o drama, o medo inventado das alterações globais. Escrevem-se coisas tão rídiculas e sem fundamento com o intuito de apenas atacar a esquerda consciente. A verdadeira esquerda é contra as cotas de poluição. A verdadeira esquerda defende as pessoas e não o capital e aí entra bem o nuclear.

Por agora só me vou concentrar num aspecto da energia nuclear, apresentada pela direita como a salvadora do ambiente e denuncianda pela esquerda como uma fonte de lucros brutal e um perigo para a humanidade, os resíduos.

Actualmente não existe forma de tratar os resíduos do núclear. São embalados em contentores cujo o tempo de vida é inferior ao tempo de vida do resíduo, constituindo assim um enorme perigo para a humanidade. E o que se faz a esses contentores? Lançam-nos no mar e deixam um presente às novas gerações ou colocam-nos em grutas como uma bomba-relógio.

No campo científico alguns espertos falam em enviar os resíduos para o espaço ou colocarem os ditos na lua. Ainda mais errado, muito errado. Os resíduos devem ser tratados ou eliminados e isso ainda não se consegue. A solução pode estar na geologia.

A terra é constituída, a grosso modo e em termos geológicos por três unidades fundamentais, a crusta, o manto e o núcleo. O manto é radioactivo e portanto uma unidade que conseguia absorver e incorporar estes resíduos. Para isso era necessário colocá-los nas zonas de subducção (zonas onde uma placa oceânica mergulha, por ter maior densidade, sobre uma placa continental) como se pode observar na figura abaixo. A subducção levaria os resíduos para o manto e o problema seria resolvido. Só que isso não é possível. As zonas de subducção localizam-se a grosso modo em fossas oceânicas (Trench) que por vezes atingem 12000 metros de profundidade o que torna impossível a colocação dos resíduos pelos meios actuais nestes sumidouros ou túneis de contacto com o manto.













http://www.platetectonics.com

Voltarei ao assunto e tentarei demonstrar como o poder financeiro tece o medo e apresenta soluções pouco amigas do ambiente mas amigas das suas carteiras. O clima, a guerra, o medo, o nuclear devem ser entendidos com verdade e não com falsos relatos e apresentações de quem não tem mais nehum interesse do que fazer enriquecer os amigos. A energia nuclear é perigosa, suja e não será ela que fará com que o clima não se altere. Mas numa coisa reconheço ao Al Gore mérito, faz-nos pensar e discutir sobre isto.


15 comentários:

nunocavaco disse...

A questão é essa mesmo e a minha resposta é simples. Não sei. O que sei é que temos de mudar os nossos modos de produção e combater a poluição na fonte. Sei também que não se investiu em energias renováveis e que mesmo essas não serão no futuro o garante de um ambiente como todos queremos até porque não garantem toda a energia necessária. Não nego o nuclear, só que hoje não existem condições para a sua implementação devido ao que referi e ainda mais aos acidentes que poderão significar a "morte" de muitas regiões como já aconteceu. A resposta não é simples e por isso é que acho que as pessoas devem saber a verdade e não as fantasias de alguns senhores que sonham com os bolsos cheios à conta da miséria humana.

Anónimo disse...

A subducção será segura? Não poderá haver problemas de fugas antes de entrar no manto? Não estou muito convencido. No geral concordo mas a solução para a energia nuclear deve ser muito bem estudada.

Anónimo disse...

Em primeiro lugar, é a "crosta".

Em segundo lugar, era capaz de ser muito divertido colocar resíduos em zonas de subducção que, logo por caso, são igualmente zonas de actividade sismíca e vulcânica, em ambiente marinho ou à superfície.

Ia ser interessante ver os resíduos a serem colocados lá para baixo e a saírem disparados uns tempos depois pelos vulcões, nas zonas de falha, em especial no Japão, na zona de encaixe da placa asiática com a do subcontinente-indiano, etc, etc.

E no caso do rift no centro do Atlântico lá era desta vez que os Açores davam origem à Atlântida ou ficavam com mais umas ilhotas de brinde.

Isto é mesmo para levar a sério ou é só para disfarçar?
Não brinquemos.
É que eu tive um professor especialista nesta matéria, Engenheiro de Minas e tudo, que até foi director dos Serviços Geológicos e andou pelos Capelinhos e quando ouvia estas teorias da treta ria-se, ria-se muito.
Por isso, estas versões Reader's Digest deixam-me sempre incrédulo.

Anónimo disse...

Como é que se percebe que desta vez NC não copioou apenas o texto, a menos que tenha sido de um site brasileiro:

1)Os erros habituais de palmatória como "descridibilizar", o que não é linguisticamente credível.

2)A clássica troca entre "cotas" e "quotas", o que num geógrafo é de palmatória.

3) É ignorada toda a problemática dos resíduos tóxicos nos países de Leste, onde tudo era (e é) feito sem qualquer controle. Qualquer artigo sério tocaria nesse assunto.

Por isso os meus parabéns ao articulista. Quanto ao conteúdo, já se sabe, considero que as opiniões são livres, a deturpação dos factos enfim... sendo caricato que tentem associar o Al Gore à energia nuclear.

Mas o que sei eu sobre isso, que possa ultrapassar os conhecimentos da "verdadeira esquerda consciente"?

100smog lda. disse...

tb concordo devemos mudar....e acho q deveria de ser quase de forma radical!!! de qq forma fica o artigo excelente e muito obg!

Ponto Verde disse...

Baralher e dar de novo introduzindo um novo tema, a arte da desinformação, nisso são peritos.

Só que o "PCP", por vosso intermédio está a ter a mesma posição do Partido Nacionalista... informações em www.a-sul.blogspot.com

Avante Mocidade Avante!

joao figueiredo disse...

Soluções simples não existem, é claro.

Eu diria que é importante diversificar as fontes de energia, reduzindo a produção de resíduos à partida. Isto implica utilizar as energias ditas “renováveis” ou pilhas (ou células) de combustível. Outro ponto igualmente importante é a redução do consumo energético. Nestes 2 pontos ainda há muito por fazer, não só em Portugal, mas aqui também, especialmente dada a nossa crónica dependência energética.

A energia nuclear não interessa por que não inverte o ciclo vicioso do aumento do consumo, que gera aumento da produção energética e consequente aumento da quantidade de resíduos. É que o problema está sempre nos resíduos, e do fim a que os destinamos, seja no fundo do mar, na atmosfera ou num aterro.

nunocavaco disse...

Agradeço ao Av1 por continuar a ser mestre-escola (saudades do passado) mas se os alertas em relação ao português são válidos, tudo o resto ou é irónico ou então ignorância. Continue e passe por aqui, vai aprendendo algumas coisas, ainda que a boa educação não se ensine.

Acho particularmente interessante o comentário do João e a problemática da redução do consumo energético o que nos deveria a mudar o nosso modo de vida.

Anónimo disse...

Nuclear? URSS?

Anónimo disse...

A "crusta" é muito "cota".

Como se percebe que o autor escreveu texto próprio? Porque está cheio de erros do vocabulário específico da sua disciplina de origem.

:D

Se fosse cópia estava bem escrito, como aquele outro.

nunocavaco disse...

Prove-me que só se utiliza a palavra crosta e não vale a pena andar a inventar porque desta vez a sua arrogância valeu um prémio. Ainda me estou a rir.

Anónimo disse...

quota, cota, quota, cota, quota, cota

Eu provava-lhe citando dicionários, mas tenho aqui uma ferida com uma "crusta" que está a custar a tirar.

cota, quota, cota, quota, cota, quota

nunocavaco disse...

Vocação para cientista não existe mas para outras coisas está lá.
Parabéns.

Já agora quais os dicionários?

Anónimo disse...

É um artigo científico?
É uma opinião fundamentada?
É uma peça de divulgação?
Não.
É apenas um plágio, plágio, PLÁGIO, PLÁGIO, não façamos por esquecê-lo.

Bem como os telefonemas à moda das velhas polícias.

Consultório só para gente séria.

nunocavaco disse...

:)