2006-10-02

Fui, e sou, contra o referendo ao aborto por achar que as questões de consciência não se referendam, e uma vez que o referendo realizado não foi vinculativo devido a falta de quórum, não vejo necessidade de se realizar novo referendo. Vejo sim a urgência em se acabar rapidamente com um caso de Saúde Pública e injustiça social. Concorde-se ou não com a minha posição, creio que é clara.

O que já me parece bastante nebuloso, para não lhe chamar um nome menos próprio, é a posição agora lançada pelos partidos da direita tradicional, a que supostamente alguns socialistas aderem. Segundo o Expresso, consta que:

“Deputados do PSD e do PP vão concertar posições para dar um sinal de ‘boa vontade’ na questão do aborto. No dia em que o referendo for discutido no Parlamento, propõem o arquivamento de todos os processos contra mulheres que abortaram. A ideia - que visa retirar um dos principais argumentos aos defensores do ‘sim’ - partiu, entre outros, de Paulo Portas e Marcelo, mas é Zita Seabra (deputada do PSD, e primeira deputada a defender o aborto na Assembleia, quando era do PCP) a organizadora de um projecto-lei que visa ter, já na quarta-feira, assinaturas de deputados das bancadas da direita e ‘‘talvez de deputadas da bancada do PS’’.”

No meio desta barafunda, em que os que sempre foram contra afirmam agora que afinal são a favor mas não tanto, vem a agora a proponente desistir porque “considera que a notícia publicada este sábado pelo «Expresso», que fala em arquivamento dos processos, desvirtua o sentido do diploma.”.

Como se uma proposta de lei se desvirtuasse na comunicação social. Desvirtua-se a si própria se assim for caso. E neste caso, é.

1 comentário:

isabel mendes ferreira disse...

venho A este espaço de informação séria e bem delineada deixar a minha solidariedade.
Com todos.
com o João F.
com o Nuno
com o Helder.
_________________um abraço.