2006-10-31

O ponto verde, bloguista da Península de Setúbal, homem preocupado com a gestão autárquica dos concelhos do distrito de setúbal escreveu umas palavras sobre PDM´s, passo a citar:

Os PDM's , Planos Directores Municipais ainda em vigor, datam do ínicio dos anos noventa (do século passado) , nasceram porque tiveram de ser... senão fechavam-se muitas torneiras de subsidios e subvenções, não eram leis para levar a sério.

Bem, é triste ler uma coisa destas ainda por cima escrita por uma pessoas que critica tudo, emite calúnias e que se assume como um delator da corrupção. Já o li a acusar o Presidente da Câmara do Seixal e os vereadores da C.D.U.. Já o vi a acusar o Partido Comunista Português e sempre com apoio de pessoas do nosso concelho. Aliás é comum alguns virem em sua defesa quando o objectivo é comum, ou seja bater no P.C.P. Os PDM´s nasceram precisamente para regulamentar o uso do solo, para que a prática de 40 anos de ditadura não fosse mais usada. Para que se pudesse fazer tudo sem que as coisas não estivessem definidas por regulamentação apenas pela vontade de alguns.

O nosso processo de Revisão do Plano Director Municipal passou com pareceres favoráveis por mais de uma vintena de entidades até que fosse colocado a votação e são essas mesmas entidades que exigem que as leis sejam levadas a sério. Quem não pode ser levado a sério é quem emite a opinião que o Sr. Ponto Verde emitiu. Se você estivesse identificado se calhar não afirmava isto, porque cairia no rídiculo e assim quem caí é a entidade ponto verde, mas você sabe isso melhor que eu.

2006-10-30

Num artigo de opinião de título Cybercobardia, publicado Expresso, Miguel Sousa Tavares faz algumas considerações sobre a blogosfera.

“Tenho lido muitas opiniões contrárias, de gente que acredita que os blogues e toda essa conversa «in absencia» são uma forma moderna de democracia de massas, directa e instantânea, como nunca houve: uma espécie de «speaker’s corner» planetário. Mas discordo: não penso que a qualidade da democracia se meça pela quantidade de envolvidos e, menos ainda, pela irresponsabilidade. Não há liberdade de expressão onde existe impunidade do discurso. E se no «speaker’s corner» fala quem quer, também é verdade que quem fala tem o rosto a descoberto, pode ser convidado pelos circunstantes a identificar-se e pode, sobretudo, ser confrontado e contraditado por estes - enquanto na maioria dos blogues o anonimato é regra, santo e senha.”

(...)

“O que já sabia dos blogues confirmei: em grande parte, este é o paraíso do discurso impune, da cobardia mais desenvergonhada, da desforra dos medíocres e dessa tão velha e tão trágica doença portuguesa que é a inveja. Mas fiquei a saber, e não sabia, que os blogues, mesmo anónimos, são uma fonte de informação privilegiada e credível para o nosso jornalismo.”
O Sr. Vereador Vitor Cabral escreveu isto no seu blog ( http://vcabral.blogspot.com/ )


Um Presidente de Câmara atravessava tranquilamente a estrada, ali junto à Kleopatra, quando foi atropelado por um carro que o matou. A alma dele, ao chegar ao Paraíso, deu de caras com o S. Pedro que o saudou assim:

- Benvindo sejas ao Paraíso! Antes de entrares há um probleminha. Como raramente vemos políticos por estas bandas, não sabemos bem o que havemos de fazer contigo...

- Não vejo problema nenhum, disse o ex-Presidente de Câmara – habituado como andava a resolver tudo com facilidade. É só deixar entrar...

- Eu bem gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: passas um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Depois, com conhecimentos de causa, já podes decidir ondes desejas passar a eternidade.

- Não preciso disso! Eu já decidi: quero ficar no Paraíso! – disse o ex-Presidente de Câmara.

- Desculpa, meu amigo, mas nós cá em cima, temos as nossas regras.

S. Pedro acompanhou-o até ao elevador e ele desceu, desceu, desceu... até ao Inferno. A porta abriu-se e ele, surpreendentemente, encontrou-se no meio do Parque Temático. Ao fundo um hotel onde viu nitidamente todos os amigos, este empresário, aquele promotor imobiliário, o tal construtor, o outro empreiteiro, ah, também o famoso advogado, e muitos políticos com os quais tinha convivido. Todos muito felizes e garbosamente vestidos. Ao vê-lo aproximaram-se para o abraçar efusivamente com muitas palmadinhas nas costas. Trocaram impressões sobre os bons tempos em que ficaram ricos à custa de favorecimentos, de cunhas, de corrupção. Depois, sentados, jogaram uma partida de xadrez, de damas, de dominó ou de cartas no meio de grandes risadas, comendo lagosta, caviar, sorvendo bebidas requintadas, e a fumar grossas cigarrilhas.

Quem observava tudo isto com enorme satisfação era o diabo que se mostrava muito afável e passava o tempo todo dançando e contando piadas picantes. Quase sem dar por isso, chegou a hora do nosso ex-Presidente da Câmara se ir embora. Tinha chegado ao fim o seu surpreendente dia de inferno.

Os amigos acompanharam-no até ao elevador e, com grandes abraços, despediram-se dele. O elevador subiu, subiu, subiu... a porta abriu-se e deu com São Pedro à sua espera. Era agora a vez de visitar o Paraíso.

Passou um dia inteiro junto de um grupo de almas contentes que, de nuvem em nuvem, o acompanharam tocando harpas e cítaras e entoando os louvores de Deus.. Quase sem dar por isso o dia chegou ao fim e novamente se encontra na presença de São Pedro que lhe pergunta:

- Amigo, chegou a hora de decidir. Passou um dia no Inferno e outro no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna.

- Olhe, São Pedro, eu nunca pensei...Achei o Paraíso muito bom, mas acho que vou ficar no Inferno...

São Pedro levou-o ao elevador e ele desceu, desceu, desceu até ao inferno. Quando a porta se abriu, ele encontrou-se no meio de um imenso baldio, não conseguia reconhecer se era o Cais Novo cheio de ferro velho, se o aterro sanitário, cheio de lixo... Os seus amigos estavam todos de roupas rasgadas e sujas, de rostos famélicos, a escolher o entulho que colocavam em sacos pretos. O diabo vem ao encontro do ex-Presidente, coloca-lhe a mão no ombro enquanto ele, estupefacto, gagueja:

- Não estou a entender nada disto! Ontem mesmo, eu estive aqui e havia um Parque Temático,
um hotel, lagosta, caviar e nós dançámos e divertimo-nos à brava... Hoje só vejo esses nunca acabar de lixo e os amigos todos sujos, rotos, arrasados, com cara de fome...

O diabo olhou para ele, sorriu ironicamente e disse-lhe:

- Amigo, ontem estávamos em campanha eleitoral...Precisávamos do seu voto. Agora já o conseguimos, está diante da realidade.
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A mim parece-me mais indicado para José Socrátes e não para um ex-presidente de Câmara, aliás parece-me mais indicado para o partido socialista. Mas a minha opinião é tão válida quanto a do Vereador ainda que de promessas eleitorais perceba e muito o partido socialista.

Meus senhores em política não pode valer tudo e penso que este texto do Sr. Vereador, pessoa que até estimo e que cumprimento sempre, passa um pouco das marcas. Se por acaso existem questões deste âmbito o Sr. Vereador deveria recorrer para órgãos competentes nesta matéria e assim prestava um serviço a todos nós. Fazer textos com este teor é que não é nada. Penso que é um dever cívico informar as pessoas e por isso vou no próximo mês escrever sobre a Reserva Ecológica Nacional no intuito de esclarecer, porque é disto que se trata principalmente quando se fala no P.D.M. da Moita.

Deixo ficar só uma frase para reflexão, frase que consta no decreto-lei nº180/2006 de 6 de Setembro que altera o Decreto-Lei nº93/90, de 19 de Março ou em português, que altera o regime da REN e mais especificamente os seus usos e acções.

...
De facto, existe um largo consenso, partilhado pelas várias entidades com competências na matéria, pelos municípios e pelos particulares em geral, sobre a necessidade de rever o regime da Reserva Ecológica Nacional, com vista ao seu aperfeiçoamento tendo por base a avaliação da experiência adquirida, volvidos mais de 20 anos.
...

E foi o que o governo do partido socialista fez e bem com esta alteração, ainda que deixe abertas as portas para uma revisão mais profunda, deu um primeiro passo e isso sem sombra de dúvida é positivo. E se a mim não me custa reconhecer o bom trabalho quando ele é feito não vejo porque é que é tão difícil a outros.
Nova ponte com ligação ao Barreiro

Já aqui escrevi que esta é a solução mais lógica. Resta saber se desta vez é a sério.
Ao longo dos últimos anos cresceu, e muito, o número daqueles que exercem uma actividade de investigação ou conexa, estejam ou não em formação, com o estatuto de bolseiro de investigação. Ao mesmo tempo, decresceram em termos relativos, se não mesmo absolutos, as oportunidades de emprego científico. As carreiras técnicas, de investigação e docente estão praticamente bloqueadas e o sector empresarial continua a não absorver em número suficiente trabalhadores científicos qualificados.

Desta forma, os bolseiros – sejam BICs, BIs, BTIs, de Mestrado, de Doutoramento, Pós-Doutoramento ou de Gestão de C&T – asseguram, com níveis diversos de responsabilidade, não apenas uma parte fundamental da investigação que hoje se faz em Portugal, mas também uma série de actividades conexas que, no seu conjunto, sustentam o funcionamento do Sistema Científico e Tecnológico Nacional.

Não obstante a sua importância, hoje unanimemente reconhecida, persistem, e nalguns casos agravam-se, os problemas e dificuldades que os bolseiros de investigação enfrentam:

A falta de perspectivas de inserção profissional uma vez terminadas as bolsas; a ausência de protecção social digna, com a manutenção à margem do regime geral de segurança social; uma deficiente assistência na doença e a falta de qualquer assistência na eventualidade de desemprego; a não actualização dos montantes das bolsas - o mesmo é dizer, a diminuição consecutiva do seu valor real ao longo dos últimos quatro anos; incumprimentos vários do Estatuto do Bolseiro de Investigação, nomeadamente nas situações de doença, maternidade e quanto ao pagamento pontual das bolsas; falta de regulamentação de outros pontos do Estatuto, nomeadamente a protecção na doença; um regime de dedicação exclusiva aplicado de forma injusta e pouco racional.

O investimento que se faz em Ciência mede-se, em boa medida, pelo investimento que é feito naqueles que nela trabalham, pelas condições de vida e de trabalho que se lhes proporcionam. A situação hoje vivida pelos bolseiros de investigação científica é assim, infelizmente, o mais cabal desmentido das sucessivas declarações de aposta na Ciência no nosso país.

Numa altura em que – em sede de discussão do Orçamento do Estado para 2007 – se anuncia novamente o crescimento sem precedentes do orçamento para a Ciência, cabe perguntar com clareza: quanto desse dinheiro que vem a mais para a Ciência vai ser usado para melhorar a situação daqueles que trabalham em Ciência?

Impõe-se uma resposta clara. Todavia, as perspectivas já anunciadas não são famosas: a contratação a termo (por um período de 5 anos) de 500 investigadores é notoriamente insuficiente face às actuais necessidades do conjunto das instituições de I&D e aos milhares de doutorados e pós-doutorados em condições de ingressar já hoje numa carreira (para já não falar nos milhares que concluirão o seu doutoramento nos próximos anos). Acresce que não há qualquer garantia de prosseguimento da carreira terminado o período de 5 anos, independentemente do mérito do desempenho do investigador. Por outro lado, ignora-se a necessidade de contratação, não apenas de investigadores, mas também de técnicos e técnicos superiores, absorvendo os milhares de bolseiros BICs, BIs e BTIs que hoje asseguram necessidades desta índole.

Continuam a ignorar-se as recomendações da Comissão Europeia constantes da Carta Europeia do Investigador, que apontam, entre outras coisas, para condições de trabalho justas e atractivas e para a não discriminação dos jovens investigadores em início de carreira – mesmo dos que se encontram em formação (caso dos doutorandos), por exemplo no acesso à segurança social e regimes de protecção social.

Por tudo isto, entendemos ser este o momento indicado para dar expressão e visibilidade públicas ao descontentamento e insatisfação que percorrem os milhares de bolseiros de investigação. Para dizer, de forma firme e clara, que algum do dinheiro que a Ciência vai receber em 2007 terá de ser usado na melhoria das condições de vida e de trabalho dos que trabalham em ciência.


A ABIC marcou para hoje, dia 30 de Outubro, segunda-feira, pelas 17H, uma concentração de bolseiros em Lisboa, em frente à Assembleia da República, onde decorrerá a iniciativa "Cientistas nas Lonas", cujo objectivo é dar a conhecer a contradição existente entre as declarações de aposta e investimento na ciência e a situação hoje vivida pelos bolseiros de investigação.

in bolseiros.org

2006-10-26

O Plano Director Municipal

Muito se tem escrito sobre o Plano Director Municipal. Ontem em sessão pública da Câmara Municipal da Moita esta proposta de plano foi aprovada pela vereação com os votos contra da oposição. E ontem já era tarde. O P.D.M. é o documento camarário por excelência. Traça a estratégia para os próximos anos. A população em geral só tem a ganhar com esta aprovação. Claro que está que o P.D.M. não consegue satisfazer todas as pretensões e nem conciliar todos os interesses. Mas analisemos os argumentos. A maioria C.D.U. da Câmara Municipal da Moita após cumprir todos os trâmites legais e depois de ter um parecer da comissão técnica de acompanhamento que louva o próprio plano, submete-o a aprovação, ou seja submete a aprovação a estratégia que apresenta para o concelho. Mais uma vez a Câmara Municipal da Moita é pioneira, depois de ser das primeiras Câmaras a ter um P.D.M. aprovado está em condições de aprovar um dos primeiros planos de 2ª geração. A oposição entende que o processo está cheio de problemas mas, alguma das coisas que afirma não têm fundamento. Afirmam que não foram respondidas ainda as reclamações dos munícipes e desconhecem que estas só podem ser respondidas depois da proposta aprovada. Afirmam que o processo não é democrático mas muitas das reclamações foram atendidas e integram esta proposta agora aprovada. Fazem umas contas que são chapa 3, contabilizam que a oferta habitacional vai duplicar no concelho, quando antes muitos outros afirmaram o mesmo em todos os concelhos mas isso é completamente errado, o P.D.M. define como se pode utilizar o solo e deixa nas mãos da Câmara Municipal a decisão quando antes de ele existir não era assim e isso é demonstrado pelos edifícios com muitos andares que vemos em muitas localidades, pela falta de planeamento. O P.D.M. regulamenta e integra o espaço concelhio, pena é que os P.D.M. continuem a não ter continuidade fruto da falta de competência das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional que como hoje existem não têm as competências, nem os meios necessários para o fazer. A Regionalização resolveria estes problemas mas ainda não a temos. Vou apenas referir mais um argumento utilizado pela oposição, a oposição exige a suspensão do processo, o Bloco de Esquerda exige o “começar de novo”, mas depois afirmam que este processo já dura muito tempo. Então em que ficamos, não traçamos as linhas orientadoras do concelho e ficamos à espera para que depois afirmem que o concelho não tem estratégia, ou avançamos com o projecto que em Outubro passado recebeu da população nas urnas um grande voto de confiança quando este assunto estava na ordem do dia? Por respeito à população avançamos e continuaremos a avançar até que a população assim o entenda.

Nota: entendo que este texto não ofende ninguém ao contrário de outros que tenho lido.
Ontem assisti ao debate na RTP sobre os grandes portugueses, e deixo aqui uma nota ao Prof. José Hermano Saraiva.

Salazar foi maestro e ícone de uma trupe da qual v. ex. fez parte. Menorizou o País e as suas gentes, calcando-nos durante quase meio século. Com o auxílio do poder económico, espalhado em meia dúzia de famílias, suprimiu a oposição política, a imprensa livre ou qualquer outra organização que pudesse quebrar a hegemonia da União Nacional. Criou a Polícia Política PVDE/PIDE/DGS, espiou, perseguiu, matou, construiu um campo de tortura e morte no Tarrafal, unificou o País pelo medo e pela fome, e acabou lançando-nos para uma guerra fratricida.

Por tudo isto, e por muito mais que certamente sabe melhor do que eu, Salazar foi um dos mais pequenos portugueses.

2006-10-25

A primeira vez que lembro de ouvir falar de Carlos Bica foi algures entre os finais dos 80 e inícios do 90 quando integrava o Grupo Cal Viva com Mário Laginha, Maria João, José Peixoto e José Salgueiro. Vi-os na TV numa gravação de um concerto no S.Luis, se não estou em erro. Para mim foi o abrir de uma porta para o jazz, mas não só, porque a sua música é também jazz, entre muitas outras coisas. Há alguns meses foi isto mesmo que mais uma vez pude confirmar no excelente projecto Contra3aixos, que também esteve entre nós.

Sobre o álbum que vem agora apresentar à Baixa da Banheira, o seu site diz o seguinte:

Carlos Bica é um dos poucos músicos portugueses que alcançou projecção internacional, tendo-se tornado uma referência no panorama do jazz europeu.

Entre os vários projectos musicais que lidera e para além das suas colaborações com teatro, cinema e dança, o trio Azul, com o guitarrista Frank Möbus e o baterista Jim Black, tornou-se na imagem de marca do contrabaixista e compositor.

Quando fala da música de Carlos Bica, a crítica costuma salientar a forma como nela se interpenetram referências de diferentes universos, da música erudita contemporânea à folk, ao rock, ao jazz, às músicas improvisadas.

O que corresponde, como seria natural, à própria trajectória do intérprete compositor. Aprendeu a tocar contrabaixo na Academia dos Amadores de Música, nos Cursos de Música do Estoril, na escola superior de música de Würzburg, na Alemanha. Mas o seu primeiro concerto de jazz deu-o pouco antes de partir para a Alemanha.
Fez muita música improvisada, durante anos tocou com Maria João, trabalhou e gravou na área da música popular portuguesa com Carlos do Carmo, José Mário Branco, Janita Salomé, Camané e participou em inúmeros festivais de jazz internacionais em colaboracäo com músicos como Kenny Wheeler, Ray Anderson, Aki Takase, Alexander von Schlippenbach, Lee Konitz, Mário Laginha, Albert Mangelsdorf, Paolo Fresu, António Pinho Vargas, Steve Arguelles, John Ruocco e Matthias Schubert entre outros.

Em Outubro de 2005 edita o belíssimo Single (Bor Land), o seu primeiro álbum de contrabaixo solo, onde músico e instrumento se encontram a sós e onde Bica revela o seu lado musical mais íntimo. Na digressão que fez em Portugal de promoção desse disco, resolveu ter como convidados alguns dos seus amigos e músicos favoritos, tais como tais como: João Paulo Esteves da Silva; Jesse Chandler; Sam the Kid; Kalaf; Alexandre Soares; Jorge Coelho; DJ Il Vibe; Matthias Schubert; Kalle Kalima e Ana Brandão.

A colaboração com DJ Ill Vibe prolonga-se agora para o novo álbum — o quarto, após Azul, Twist e Look What They've Done to My Song — do projecto Azul onde o DJ é convidado especial.

Believer marca o 14º aniversário da existência do Azul, que mantém intacta a formação original, numa empatia rara que tem contribuído para o reconhecimento internacional do projecto de Carlos Bica, Frank Möbus e Jim Black.

O concerto é já amanhã, 26 de Outubro às 22h.

nota: como já devem ter verificado, no programa de Outubro a data vem com gralha.

2006-10-24

Querem que acreditemos nisto:

- O aquecimento no século XX não tem precedentes;
- Somente durante este século é que houve alterações climáticas a nível global;
- As anteriores alterações climáticas foram locais ou regionais;
- Nunca houve uma taxa anual de aumento da temperatura como actualmente;
- O aumento da temperatura é particularmente elevado na região do Árctico;
- Não houve o MWP-Medieval Warm Period nem a LIA-Litle Ice Age a nível global;

mas não é de acreditar, antes pelo contrário é de duvidar e muito.

2006-10-23

Quem se lembra de ver este artista a defender os governos de Durão Barroso e Santana Lopes, onde, principalmente no ultimo, a rebaldaria era de hora a hora? E depois são vozes como esta, que diáriamente entram na TV, Rádio e Jornais que dizem que os políticos não são sérios.

fotografia de Erwin Olaf
imagem sacada do Público, e só agora inserida porque o blogger esteve com dificuldades para engolir isto
Um amigo, em conversa sobre os resultados escolares do seu filho, disse-me que preferiu inscreve-lo numa escola com melhores condições, e inserida num meio menos problemático, e que dois anos após o ingresso na escola, e devido aos bons resultados, os professores tinham-lhe proposto a troca de turma para uma onde estariam os melhores alunos. Recusou. Não queria que o seu filho fosse arrancado aos seus amigos. O filho agradeceu e os bons resultados mantiveram-se. Segredos não há, cada vez que necessita de ajuda tem nos pais uma ajuda próxima, e até hoje dispensa explicações pagas a preço de ouro. Naturalmente que os pais não se sentem à vontade em algumas matérias escolares, mas com um pouco de esforço, e muito estudo em família os resultados aparecem, e no meio de tudo isto o Pedro continua com tempo para brincar e conviver. Isto assim escrito parece fácil, mas acreditem que não é, e acima de tudo, é raro!
Os rankings dizem algo sobre as escolas, mas é certo que não dizem tudo. Ficam escondidos nos resultados, quer o meio em que a escola se insere, como o próprio espaço físico da escola, por exemplo.

Quem consultar o ranking das 587 escolas secundárias verificará que a Escola Secundária da Baixa da Banheira se encontra em 467º lugar, com uma média de 9,16. Estou demasiado longe da escola para poder saber das suas actuais condições físicas, mas lembro-me bem de a ter frequentado. No entanto, sei que estou numa freguesia onde, segundo os dados dos censos 2001, 14% da população não completou nenhum grau de ensino (a nível nacional são 14,4%) e onde 31,9% (35,0% no país) se ficou pela antiga 4ª classe, mas em que 23,9% (bem superior aos 16,0% nacionais) terminou o secundário e 7,5 % já possui um curso superior (ainda inferior aos 10,6% nacionais). Estes números não dirão tudo, mas dirão certamente que estamos num freguesia em que a escolaridade é valorizada, pelo que uma média de 9,16 valores, ainda que partilhada com a freguesia do Vale da Amoreira, é francamente má.

2006-10-20

Amanhã é a apresentação do Quebra-Nozes pelo Ballet Clássico Estatal de Kiev no Fórum José Manuel Figueiredo.

Bailado em dois actos escrito por Piotr Ilitch Tchaikovsky, o Quebra-Nozes passa-se na noite de Natal, com a fantasia e a realidade a fundirem-se. No primeiro acto, à volta de uma lareira, frente à árvore de natal, Clara recebe um quebra-nozes que julga mágico. O quebra-nozes leva-a então em sonhos e transforma-se em príncipe. No segundo acto, a acção decorre no palácio, onde Clara e o príncipe são convidados da fada do açúcar. No final, todos dançam em apoteose, com Clara a acordar do sonho.

Texto sacado do Expresso.

Para quem não tenha programa para os próximos dias, o doclisboa está aí.
Sobre o limite de 8% para o aumento da electricidade, o Atalaia tem uma, ou duas, coisas a acrescentar…
António José Teixeira diz, e muito bem, que sobre o referendo à despenalização da interrupção voluntária da gravidez “O que deve ser discutido com elevação é a nossa concepção sobre a ilicitude, ou não, de um comportamento limite numa circunstância concreta

2006-10-18

Afinal vou mesmo escrever sobre as alterações climáticas. Vem hoje no jornal Metro um artigo intitulado “Raios partam o tempo” que conta com algumas afirmações de Direitinho Tavares, do Instituto de Meteorologia e de João Miguel Dias, professor do curso de Oceanografia e Meteorologia da Universidade de Aveiro:

O tempo também muda, não só de estação para estação, mas de década para década. “Os desastres ambientais, como os ciclones tropicais, são cada vez mais frequentes”, fenómeno que Direitinho Tavares diz poder estar associado ao aquecimento global. “Com o aumento de dióxido de carbono na atmosfera, todos os modelos apontam para uma alteração climática.”

“Há uma tendência para a subida das temperaturas máximas e mínimas nas zonas continentais”, contudo o fenómeno do aquecimento global ainda é uma incógnita. “Não se sabe muito bem como irá afectar o planeta e o clima”, refere o meteorologista do IM. Mas dentro de cinco a dez anos já sera possível responder com mais certeza a esta pergunta.

Existem diferentes teses sobre a forma como a acumulação de dióxido de carbono na atmosfera irá afectar o clima. Com o aquecimento global há sempre uma tendência para se criarem mais nuvens. Contudo, estas podem formar-se de formas diferentes. “Se forem baixas há uma tendência para um aquecimento da superfície. Mas se, pelo contrário, se formarem numa zona mais alta da atmosfera há uma tendência para um arrefecimento”, clarifica.

(...)

A temperatura, essa, está já mais alta. Desde o fim do século XIX que o clima aqueceu, entre 0,4 a 0,8 graus. “Um aumento significativo nas áreas continentais.” Mas os meteorologistas alertam para a necessidade de dar tempo ao tempo. A variabilidade climática é analisada num prazo de 30 anos. “Por exemplo, agora estamos a passar por uma fase cuja tendência é de subida de tempeperatura, mas nos anos 70 aconteceu o inverso”, refere.

No mesmo jornal vem também referência aos 45,7% de espanhóis (inexplicavelmente arredondados para 50%) que, segundo uma publicação espanhola, desejam a anexação de Portugal pela Espanha. Nada que me admire, pois é certo que muitos espanhóis continuam saudosistas do império Filipino. E falo dos espanhóis, não dos catalães, galegos e muito menos bascos…

2006-10-17

Na mais recente edição do jornal “O Rio” o Sr. Ricardo Guerreiro escreveu um artigo de resposta a um outro publicado por mim no mesmo órgão de comunicação social. A sua resposta não contesta nem prova nada em contrário ao que escrevi. Afirma que existe aquecimento global e que este é aceite por toda a comunidade científica, mas não o prova, dá apenas dados de previsões catastróficas para o mundo e para o concelho. Apesar destas afirmações não serem correctas, penso que o artigo está bem escrito. Termina o mesmo com conselhos muito úteis para todos, com os quais concordo. Apenas não gostei do final em que o Sr. refere em nota e já fora do artigo, que só escreveu aquelas linhas para me responder, para repor uma verdade que alega que eu quero esconder ou ocultar. Penso que não está correcto e que em nada beneficia esta discussão, saudável e científica. Por tudo o que escrevi vou responder ao Ricardo, contrapondo os factos que ele apresenta como dogmas, e para que fique bem claro, eu entendo que nem se pode falar de aquecimento global, nem de arrefecimento global porque em algumas regiões as temperaturas médias aumentam e noutras diminuem. E isto não quer dizer que não existe efectivamente em termos médios uma tendência, seja ela qual for (de aquecimento ou de arrefecimento) mas até que se saiba não é prudente, nem aconselhável assumir uma ou outra. A minha intenção quando escrevi o artigo era de alertar para os perigos de uma aceitação massificada de uma facto que ainda não é aceite por toda a comunidade científica, o aquecimento global. São vários os nomes de cientistas ligados ao clima que se consideram críticos perante o aquecimento global. Em Estocolmo a 11 e 12 de Setembro juntaram-se as tendências e não chegaram a nenhum consenso (já escrevi sobre isto aqui). A ciência é isto mesmo, vive do contraditório e este é que a faz evoluir, tal como a vida. Ao Ricardo um abraço e que escreva mais vezes, no entanto evite de colocar notas como a que escreveu porque o que mais interessa aqui não é o Nuno, nem o Ricardo, mas sim as posições assumidas pelos dois, essas sim, são um contributo para o pensamento de muitas pessoas que fazem o favor de ler o que escrevemos.
O orio.pt já está online.
Muito do que penso sobre a Legalização do Aborto está nesta conversa com o Brocas.

foto de JoaoLuc
Achei que o Presidente da CM do Porto Rui Rio foi corajoso quando rompeu com a proximidade excessiva que os seus antecessores mantinham com a direcção do FC Porto. Teimou na razão que lhe assistia e ganhou, pelo menos, em termos eleitorais. Não cedeu às ameaças e injúrias, nem sequer às facadas do vizinho, e vincou a sua posição com firmeza.

O que se passou esta noite no Rivoli não foi teimosia, foi cobardia.

2006-10-16

Da Constituição da República Portuguesa,

Artigo 64.º
(Saúde)

1. Todos têm direito à protecção da saúde e o dever de a defender e promover.

2. O direito à protecção da saúde é realizado:

a) Através de um serviço nacional de saúde universal e geral e, tendo em conta as condições económicas e sociais dos cidadãos, tendencialmente gratuito;
b) Pela criação de condições económicas, sociais, culturais e ambientais que garantam, designadamente, a protecção da infância, da juventude e da velhice, e pela melhoria sistemática das condições de vida e de trabalho, bem como pela promoção da cultura física e desportiva, escolar e popular, e ainda pelo desenvolvimento da educação sanitária do povo e de práticas de vida saudável.

3. Para assegurar o direito à protecção da saúde, incumbe prioritariamente ao Estado:

a) Garantir o acesso de todos os cidadãos, independentemente da sua condição económica, aos cuidados da medicina preventiva, curativa e de reabilitação;
b) Garantir uma racional e eficiente cobertura de todo o país em recursos humanos e unidades de saúde;
c) Orientar a sua acção para a socialização dos custos dos cuidados médicos e medicamentosos;
d) Disciplinar e fiscalizar as formas empresariais e privadas da medicina, articulando-as com o serviço nacional de saúde, por forma a assegurar, nas instituições de saúde públicas e privadas, adequados padrões de eficiência e de qualidade;
e) Disciplinar e controlar a produção, a distribuição, a comercialização e o uso dos produtos químicos, biológicos e farmacêuticos e outros meios de tratamento e diagnóstico;
f) Estabelecer políticas de prevenção e tratamento da toxicodependência.

4. O serviço nacional de saúde tem gestão descentralizada e participada.

2006-10-15

Os Los Santeros actuaram ontem no Parque Zeca Afonso, na Baixa da Banheira. Mais do que o próprio concerto, o importante foi provar que aquele espaço tem capacidade para receber este tipo de eventos.

O concerto do trio barreirense formado por Nick Nicotine, Fast Eddie Nelson e Chicken Birdie Joe, e que contou com a participação especial de vários convidados, dos quais não podemos deixar de descacar o banheirense Mad Manel que brindou a assistência com "Hey João". Entre os temas apresentados figurava também o mítico "Ela Perdeu o Control", tema que levou ao rubro a assistência e em especial o pequeno Pachucho. O autor destas linhas espera que banda volte aos relvados banheirenses, o que provavelmente só acontecerá depois da estação das chuvas.

2006-10-13

Ontem o protesto geral de âmbito nacional arrefeceu a confiança do governo. Foi uma batalha ganha pelos trabalhadores. Esperemos que a democracia funcione e que o governo se abra a uma discussão séria e honesta. Não basta ao Eng. Sócrates referir que tem uma maioria absoluta dada pelo povo português, tem de referir também que esse povo votou nele a pensar que o prometia iria ser para cumprir. A verdade é que não está a ser.
Cartoon de Bandeira retirado do DN de ontem

2006-10-12


Ao preço do bilhete acresce o preço da deslocação até à estação, ou do parque de estacionamento. É caro, digo eu...

2006-10-10

Respondendo ao Brocas- amigo tens toda a razão. Não consigo explicar o porquê dos resultados das sondagens eleitorais. Mas que o descontentamento existe é verdade, ainda que não se manifeste nas intenções de voto. Quanto á deslocalização para Leste, a resposta é não. Veja-se o exemplo dos países nórdicos e o valor da tributação das empresas. Nos países desenvolvidos o custo do trabalho é mais elevado e a tributação também é maior. Aí localizam-se empresas intensivas em Know-How, que geram riqueza e como os salários são mais justos, esta riqueza é mais bem repartida. As dificuldades são distribuídas por todos e as empresas assumem alguns dos custos sociais. O que se observa em Portugal é o contrário. As empresas localizam-se cá por custos de trabalho mais baixos e por benefícios fiscais. A fuga para leste é destas empresas. A riqueza não se cria desta forma, pelo menos para se manter. A economia deve ser sustentada e não andar ao sabor de apetites.

Quanto aos outros comentários, só duas linhas. Eu nunca escrevi que não existiam alterações climáticas o que escrevi é que existe aproveitamento relativamente a estas questões e demonstrei com provas que não é sério falar de aquecimento global sem este estar devidamente provado. Tudo o resto não é sério.

2006-10-09

O descontentamento com a governação do partido socialista é enorme. As pessoas manifestam-se em tudo o que é lugar. Na padaria, na rua, no trabalho, em todo o lado. Quem não consegue ver isto ou anda a leste ou então não conhece Portugal. No entanto vários artigos têm sido publicados nos orgãos de comunicação social a enunciarem os méritos e a justeza deste caminho único traçado e seguido por esta equipa governativa. São os professores que são injustos e que não percebem que o único caminho a seguir é o traçado. Quais queixinhas, são uns ingratos. São os autarcas, juízes, advogados, militares, estudantes, enfermeiros, médicos (podia continuar, mas acho que já perceberam, os trabalhadores em geral) que não aceitam e não entendem os méritos destas reformas. Apenas um pequeno grupo (quer em número, quer em ideias) aceita bem estas ditas reformas, os grandes empresários. Será que o caminho seguido de ir ao bolso de quem trabalha deixando de fora os ricos e poderosos é realmente justo? Acham? Ou será que eu e todos aqueles que apontam outros caminhos, independentemente da formação política que preferimos ou do trabalho que fazemos, estamos errados.

Tomemos como exemplo a Reforma da Segurança Social. O P.S. propõe cortar nas pensões aumentando a idade destas, e reduzir todos os apoios socias para equilibrar as contas da Providência. O P.S.D. propõe a privatização de parte deste capital, realmente social e público. O P.C.P. propõe a tributação em sede de bolsa das grandes empresas, mediante uma pequena taxa sobre os rendimentos cada vez mais elevados destes gigantes do dinheiro bem como a tributação directa dos lucros brutais de algumas destas empresas. As propostas do P.S. e P.S.D. foram discutidas a do P.C.P. foi ignorada. Será que não merece discussão? Estamos errados? E que legitimidade tem o nosso primeiro ministro de afirmar que todos pagam a crise?

Assim continuamos e no dia 12 de Outubro, Quinta-Feira, haverá manifestação. Um Protesto Geral contra estas medidas que penalizam quem trabalha e enriquecem quem especula. Um Protesto que exige uma mudança de políticas com vista a maior justiça e à repartição do esforço e sacrifício por parte de todos.

A Coreia do Norte arranjou um belo pretexto para muitos generais irem às compras...
Sobre o aniquilamento do Movimento Associativo referido num comentário cobarde, vem na página 5 d’O Rio nº203, com data de 3 de Outubro, o seguinte:

“A União Desportiva e Cultural Banheirense acaba de ver adiado pelo quarto trimestre consecutivo a comparticipação financeira do Estado para a construção do seu Parque Desportivo. Não foi suficiente para sensibilizar o Sr. Secretário de Estado, João Ferrão o facto da sua candidatura ser considerada prioritária pelo Governo Civil de Setúbal, ser de interesse público, ter pareceres favoráveis da CCDRLVT e do Instituto do Desporto de Portugal, ter a garantia de comparticipação financeira da CMM, de ter como objectivo servir a população da Baixa da Banheira, assegurar a prática do desporto a centenas de jovens e ser uma infra-estrutura única na freguesia onde já estão gastos cerca de 240 mil euros.

Não é a primeira vez que a formação política actualmente no Governo prejudica deliberadamente Baixa da Banheira porque já antes destes sucessivos e tendenciosos adiamentos, o deputado Vicente Merendas (CDU) apresentou cuja preocupação era assegurar a prática do desporto à população da Baixa da Banheira, que foi chumbada com o voto contra do partido socialista, todos os outros partidos com assento no parlamento votaram a favor.”


Como quem não deve não teme, o artigo está assinado.
Ainda à volta daquilo que se faz, ou não faz, no Vale da Amoreira, o Rostos apresenta uma conversa esclarecedora.

"“A Câmara Municipal da Moita tinha em curso a “Operação de Revitalização Urbana do Vale da Amoreira e Baixa da Banheira” sendo esta uma intervenção que perspectivava acções, quer na Baixa da Banheira, quer no Vale da Amoreira.
Inicialmente o investimento que tinha sido previsto, nessa operação, era financiado através do PROQUAL.
O Acordo que foi assinado, com vários Ministérios e com a Câmara Municipal da Moita, era um investimento que rondava os 29.6 milhões de euros, isto para abarcar um conjunto de intervenções, quer físicas, quer económicas, quer sociais.
O que veio a acontecer é que, por vicissitudes diversas, não houve a disponibilidade financeira, do Estado português e, portanto, o volume de investimento que se perspectivava, dos tais 29.6 milhões, a comparticipação que nos deram foi só sobre 2.5 milhões de euros.
Ficámos com um investimento total de 13 milhões e 800 mil euros, dos quais a Câmara Municipal da Moita pagou integralmente com fundos seus 6 milhões.” – salientou a Técnica da Câmara Municipal da Moita.
"

E após situações como esta, que acredito que se repitam em vários pontos do país, o governo diz que os municípios estão excessivamente endividados.

Segundo o site da Uguru, a Jacinta tem concerto agendado para o Fórum, no dia 10 de Novembro, e reparem como está escrito "Baixa da Banheira", e não "Moita"...

2006-10-08

Quem analisar a história das colectividades desta localidade ficará surpreendido ao verificar que, mormente as primeiras aqui criadas, mantiveram durante largo tempo umas escola pré-primária ou primária para crianças e até algumas, uma escola nocturna para adultos.

Esta actividade escolar, nos «centros associativos» foi o resultante de na Baixa da Banheira não existir, durante largos anos, qualquer escola do Ensino Primário e na medida em que estas, depois, iam sendo criadas, o número de crianças na idade escolar era tal que as escolas eram insuficientes.

Nos primeiros tempos as crianças iam aprender nas escolas de Alhos Vedros, que ficavam a mais de dois quilómetros de distância, sujeitas a todas as intempéries mas, mesmo assim, aquelas cedo se superlotaram o que levou a populaça banheirense a recorrer a moradas fictícias na vizinha vila do Lavradio para que os filhos pudessem utilizar as escolas desta vila, que também deixaram de ter condições para tanta criança.

Então, aqueles que não conseguiam lugar nas Escolas Oficiais (e muitas eram infelizmente) recorriam às «Escolas» das colectividades que nem sempre reuniam o mínimo de condições para leccionar, ou a particulares, na maioria mal preparados para o fazer, onde as crianças ficavam «presas» durante o dia e iam aprendendo o «ABC».

Somente a 6 de Maio de 1941, em Sessão de Câmara, o município moitense deliberou dotar a Baixa da Banheira com um Posto Escolar que funcionou, no ano lectivo seguinte, numa casa de Manuel Moreira da Silva (Manuel Custódio) de que foi regente Hermínia da Conceição Barão.

(…)


Entretanto a edilidade moitense, logo em 13 de Junho de 1941, deliberou em Sessão de Câmara, pedir ao Ministério da Educação um novo Posto Escolar, indicando para seu regente Emília Abrantes, o qual viria a funcionar na sua própria residência, que fora adaptada para tal fim, uma casa na Estrada Nacional recentemente demolida.

Em Agosto de 1950, a Câmara deliberou, em Sessão daquela data, expropriar, a Manuel António Moreira Júnior, terreno para a construção duma escola primária, em virtude do elevado preço que aquele proprietário exigia na venda que lhe fora proposta. Cremos que a expropriação não foi concretizada pois, em 25 de Maio do mesmo ano, a Câmara comprou a Manuel Vicente da Silva, entre as ruas 27 e 29 (hoje ruas António Sérgio e Padre José Feliciano) 1.999 metros quadrados de terreno a 15$00 cada metro quadrado.

A «Escola» construiu-se, mas o problema da falta de escolas não encontrou solução e por isso, em 3 de Janeiro de 1959 o correspondente local de «O Setubalense» denunciava neste jornal a situação caótica em que o ensino primário era ministrado na Baixa da Banheira onde, em determinada «Escola» 120 crianças «aprendiam» numa sala que tinha apenas 36 metros quadrados!

Em 1960, na altura do ano escolar, existiam nesta terra dois postos de ensino e duas escolas que perfaziam 14 salas de aula para comportar 900 alunos de ambos os sexos, leccionados por 23 professores e regentes.

in "A Baixa da Banheira até aos nossos dias", José Rosa Figueiredo, 1979
imagem retirada de "Baixa da Banheira - contributos para a sua História", José Rosa Figueiredo

2006-10-07

Entre os slides de família já com alguns anos, encontrei este tirado nas salinas em meados dos anos 70, já então abandonadas, e onde hoje está implantado o Parque José Afonso, e este, na Quinta do Facho, onde ainda se vê uma ponta da antiga Fábrica do Sal, então também abandonada, e se não estou em erro, ocupada por algumas famílias ciganas. Hoje o mesmo edifício está ocupado pelas oficinas da FIAT.

2006-10-06

















Sem palavras
Eu tinha prometido a mim mesmo não escrever aqui sobre o clima, mas acho que isto merece uma excepção.
no Rostos, Vitor Ramalho afirma "o PS foi feito desta amálgama, de Católicos Progressistas, ex-comunistas, Republicanos, maçónicos – “somos um partido de esquerda”, enquanto, sublinhou o PCP é “um partido do miserabilismo”; “Vamos ganhar em muitos sítios as próximas eleições autárquicas”.


É o regresso da fórmula Taco-a-Taco, que tão bons resultados deu nas ultimas autárquicas, já para não falar do nível com que se dirige aos adversários políticos e que talvez explique alguns comentários que por aqui teimam em aparecer...

Quanto ao PS ser um partido de esquerda, este governo encarrega-se diariamente de desmentir este militante do partido socialista.

Diz o DN que “No fim dos anos 60, Samuel Beckett pegou em alguns dos seus textos - teatro, prosa, poesia - escolheu excertos, fez-lhes pequenos ajustes. Transformou-os em algo novo e chamou-lhe Beginning to End. O actor Jack MacGowran estreou este monólogo em 1970 e interpretou-o até à sua morte, três anos mais tarde. Este ano, João Lagarto andou à procura de um dos raros exemplares desse texto, traduziu-o, dirige e interpreta-o sozinho. Chamou-lhe Começar a Acabar

Passa amanhã, 7 de Outubro, às 22 horas, pelo Fórum Cultural José Figueiredo.

2006-10-03

Voltando ao clima. Leiam isto:

http://members.iinet.net.au/~glrmc/2006-09-11%20KTH%20Stockholm%202zZ.pdf

Foi apresentado em Estocolmo e azedou o ambiente, ou melhor, arrefeceu o clima na sala.

P.S.- não me levem a mal mas não me apeteceu linkar o texto, burro velho é o que é, eu e não o Al Gore.

Bob Carter é investigador do Laboratório Geofísico Marinho da Universidade James Cook, Austrália. É autor de uma vasta obra que se pode encontrar facilmente na Internet e tem afirmações deliciosas, enfim é um desalinhado.
Dia 12 de Outubro de 2006, pelas 14h30m no Rossio, vai ocorrer um protesto geral contras as políticas do governo do partido socialista. Existem alternativas ao rumo que o país leva e estas serão apresentadas.

O protesto servirá para:

- combater as propostas do governo para a Segurança Social, do aumento da idade da reforma e da redução das pensões;

- exigir a criação de emprego com direitos;

- responder às "reformas" da administração pública;

- pelo direito à contratação colectiva;

- fazer crescer realmente os salários, principalmente os mais baixos;

Por um Portugal Maior esta luta dos trabalhadores deve ser travada.
O Governo quer requalificar o Vale da Amoreira, assim como mais outros 2 bairros suburbanos. Segundo a RTP pretende também “A promoção de uma imagem positiva da polícia, com patrulhamento de proximidade”. Tendo em conta que os vários governos sempre recusaram a instalação de forças de segurança naquela freguesia, fico à espera para ver o que quer dizer “patrulhamento de proximidade”.

É claro que “operar mudanças ao nível urbanístico, e consequentemente ambiental, e trazer os seus moradores à solução de parte dos seus problemas” e a “criação de um espaço de experimentação artística, arte pública, apoio a empresários e criação de um "mercado da diversidade" que atenda às várias culturas presentes, com muitos imigrantes de Angola e Moçambique e seus descendentes” são projectos que merecem todo o meu apoio, mas quando o Primeiro-Ministro afirma que se trata de "um desafio à coordenação dentro do Governo, mas é também um desafio à coordenação entre a Administração Central, as autarquias e as organizações" eu lembro-me logo do processo de alteração da Lei de Finanças Locais, ou ainda de como funciona o apoio governamental por estes lados.

Resta-me esperar que desta vez tudo corra bem.

2006-10-02

As pessoas sensíveis

As pessoas sensíveis não são capazes
De matar galinhas
Porém são capazes
De comer galinhas

O dinheiro cheira a pobre e cheira
À roupa do seu corpo
Aquela roupa
Que depois da chuva secou sobre o corpo
Porque não tinham outra
O dinheiro cheira a pobre e cheira
A roupa
Que depois do suor não foi lavada
Porque não tinham outra

"Ganharás o pão com o suor do teu rosto"
Assim nos foi imposto
E não:
"Com o suor dos outros ganharás o pão"

Ó vendilhões do templo
Ó construtores
De grandes estátuas balofas e pesadas
Ó cheios de devoção e proveito

Perdoai-lhes Senhor
Porque eles sabem o que fazem

Sophia de Mello Breyner Andersen
[Livro Sexto, 1962]
No sábado, na celebração de um casamento, ouvi um senhor padre afirmar que os médicos não deviam fazer cesarianas. Não contente com isto, o senhor no final da celebração lançou um viva às parteiras. Eu considero que cada macaco deve estar no seu galho e que as coisas do espírito não devem sustentar um parecer tão polémico e ainda por cima, emitido numa ocasião destas.
Fui, e sou, contra o referendo ao aborto por achar que as questões de consciência não se referendam, e uma vez que o referendo realizado não foi vinculativo devido a falta de quórum, não vejo necessidade de se realizar novo referendo. Vejo sim a urgência em se acabar rapidamente com um caso de Saúde Pública e injustiça social. Concorde-se ou não com a minha posição, creio que é clara.

O que já me parece bastante nebuloso, para não lhe chamar um nome menos próprio, é a posição agora lançada pelos partidos da direita tradicional, a que supostamente alguns socialistas aderem. Segundo o Expresso, consta que:

“Deputados do PSD e do PP vão concertar posições para dar um sinal de ‘boa vontade’ na questão do aborto. No dia em que o referendo for discutido no Parlamento, propõem o arquivamento de todos os processos contra mulheres que abortaram. A ideia - que visa retirar um dos principais argumentos aos defensores do ‘sim’ - partiu, entre outros, de Paulo Portas e Marcelo, mas é Zita Seabra (deputada do PSD, e primeira deputada a defender o aborto na Assembleia, quando era do PCP) a organizadora de um projecto-lei que visa ter, já na quarta-feira, assinaturas de deputados das bancadas da direita e ‘‘talvez de deputadas da bancada do PS’’.”

No meio desta barafunda, em que os que sempre foram contra afirmam agora que afinal são a favor mas não tanto, vem a agora a proponente desistir porque “considera que a notícia publicada este sábado pelo «Expresso», que fala em arquivamento dos processos, desvirtua o sentido do diploma.”.

Como se uma proposta de lei se desvirtuasse na comunicação social. Desvirtua-se a si própria se assim for caso. E neste caso, é.
O Transpolis é uma ferramenta que pode ser útil. Nos testes que fiz pareceu-me ter uma precisão bastante razoável.
Todos os que tiveram acesso ao boletim municipal de Setembro já viram esta imagem, que nos mostra as 3 rotundas que estão a ser construídas, entre Alhos Vedros e a Baixa da Banheira, com o alargamento da antiga Estrada Nacional. Mostra também a futura localização da passagem desnivelada sobre a linha férrea que permitirá o encerramento da passagem de nível na Rua 1ºde Maio. Com este encerramento e consequente desvio do trânsito, esta artéria poderá finalmente ser encerrada ao trânsito e tornar-se (ainda mais) numa zona de convívio dos banheirenses, já que se trata de um espaço excelente para múltiplos eventos ao longo de todo o ano, pela quantidade de gente que nele convive diariamente.

Não menos importante será o reordenamento do trânsito na Vila, uma oportunidade para melhorar um dos maiores problemas para quem aqui vive e quem nos visita, devido à própria estrutura da vila, de ruas e passeios estreitos, tendo em atenção que esta nova via proporciona um aumento de transito numa zona onde estão localizadas 3 escolas e um mercado municipal. O reperfilamento da Av. 1º de Maio (que aguarda financiamento) poderá ter aqui um papel importante.