2006-12-07

Na última edição do jornal "O Rio", foi publicado um artigo de Domingos Moura, que por falta de espaço foi abreviado pela redacção do órgão de comunicação social. Eu pedi por mail o artigo ao autor e este muito cordialmente autorizou-me a publicá-lo aqui no banheirense. Pelo que aqui fica.


NA AUTO EUROPA ESTÃO EM CONFRONTO A LUTA CONSCIENTE E O EXEMPLO REFINADO DA MODERNA COLABORAÇÃO DE CLASSES.



Duas questões me despertaram o interesse por este assunto. Por um lado, o facto de ter havido 36,5, isto é 864 trabalhadores que disseram não ao último acordo de Empresa o que se deduz que estavam dispostos a lutar por um melhor acordo.
Por outro lado o simpatiquíssimo acolhimento que o mesmo obteve nos meios de informação que geralmente estão sempre contra os trabalhadores.
Pensei logo no velho ditado : “quando o inimigo me elogia, pergunto-me que asneira cometi ?”
Depois comecei a ler os diversos artigos da autoria do Sr. Chora em vários jornais e verifiquei, que o tom dos mesmos é anormal no seio dos trabalhadores.
Depois, tive acesso a um comunicado da maioria da CT afecta ao Bloco de Esquerda, onde é divulgada uma carta recebida do Dr. Bernhard representante do grande capital alemão na Vw., com data de 24 de Outubro 2006, carta dirigida ao Sr. Chora. Não resisto a citar aqui algumas passagens da mesma : « fiquei bastante satisfeito com a noticia da passada quinta-feira, acerca do acordo a que chegaram a Administração e a Comissão de Trabalhadores da Auto Europa e o qual permite a redução dos custos de flexibilidade da Fabrica». «Hoje, felicito-o a si e a todos os colaboradores da Auto Europa, comprovaram mais uma vez que estão preparados para lutar pelo seu futuro, fazendo inclusive algumas concessões ». «Apenas posso encoraja-lo a si e a todos os colaboradores da Auto Europa para continuarem pelo caminho iniciado e agradecer-lhes pelo empenho no lançamento do EOS» (os sublinhados são meus).
Não há duvida, as relações são as melhores entre o colaborador principal Sr. Chora e o representante do grande capital alemão, que o incita a continuar pelo caminho iniciado leia-se, as cedencias e a colaboração sobre a melhor maneira de aumentar os lucros para os patrões alemães, sem levantar muitas ondas. Estas palavras entre eles contrastam imenso com as que o Sr. Chora dirige aos trabalhadores que votaram não.
Dei-me ao trabalho de analisar os artigos do Sr. Chora, e não me foi difícil compreender uma coisa ; para o Sr. Chora os inimigos principais são : os trabalhadores que disseram não ao acordo, os sindicatos e o PCP.
Falta-nos agora saber, quem são os inimigos principais para o Sr. Dr. Bernhard ? A resposta é obvia e todos os trabalhadores da Auto Europa conhecem a resposta.
Depois no seu ultimo artigo publicado no jornal o Rio, o Sr. Chora depois de agredir os 36,5 seja 864 trabalhadores que votaram não, ao actual acordo por o considerarem de cedência, e cujas opiniões eram e são de que se deveria lutar para melhorar o dito acordo. Em vez de compreensão e debate sério o Sr. Chora confundindo, o seu lugar no Bloco com o da CT, mostrou o seu tipo de democracia, desanca aqueles que não estão de acordo com aquilo que agrada e é elogiado pelos Media do capital e pelo Patrão da Auto Europa, esqueceu-se que outras lutas virão e que todos os trabalhadores são necessários para de mãos dadas unidos como os dedos da mão as poderem vencer. Ele afirma que os que não estão de acordo com a proposta que interessa ao patrão pretendem impor a vontade da minoria sobre a maioria afirmando : «ou seja utilizar as minorias para pressionar as maiorias esta é uma técnica conhecida».
Nesta sua tirada sobre minorias condena todos aqueles que através da historia lutaram pelos seus ideiais de liberdade, igualdade e fraternidade, quase sempre em minoria, e refiro-me especialmente aqueles que antes do 25 de Abril lutaram e sofreram as consequências dessa heróica luta até ao dia da nossa libertação
O Sr. Chora precisa de aprender a historia da luta dos povos, luta que já vem de muito longe.
Lembro-lhe que no Tarrafal estiveram apenas uma minoria, minoria que deve orgulhar qualquer democrata.
Spartakus ao ser derrotado em combate, e não em cedências ou compromissos com o inimigo gritou : “voltarei e serei milhões”.
Neste seu artigo o homem da Auto Europa assume o papel odioso de culpabilizar os trabalhadores e seus dirigentes sindicais e comissões de trabalhadores de serem os culpados dos despedimentos, e das deslocalizações desculpabilizando assim os patrões e seus governos, que se preocupam apenas com a procura do máximo lucro acima do ser humano, afirmando : «mas também evitamos embarcar em politicas que já foram testadas no pais e principalmente no Distrito, com os resultados desastrosos para milhares de trabalhadores». «Numa época em que deslocaliszar é a palavra chave neste pais, e até neste Distrito, garantir os seus empregos, garantir o seu futuro por muitos mais anos, e souberam dar no momento certo, o passo necessário para isso, é verdade que outros deram passos iguais sem resultados, mas digo eu deram-nos tarde demais». «Alguns tem a pratica e a politica de fazerem os possíveis para que tudo corra mal, para provarem que tem razão».
Considero esta linguagem, indigna de um membro de uma comissão de trabalhadores .
Este senhor ofende todos aqueles e são centenas de milhar que foram despedidos e “suas” empresas fechadas. Diz ele : “para provarem que tem razão”, mas que razão ? Razão de quê e para Quê ?
Num passado recente que não esquecemos havia nas empresas linguagens muito similares e provocatórias, eles tentavam fazer crer que os comunistas e outros democratas que lutavam eram gente ao serviço de interesses estrangeiros e que se serviam dos trabalhadores.
Também aqui o Sr. Chora inverte os papeis ou desconhece a historia. Lembrar-lhe-ei simplesmente caso a sua posição fosse de boa vontade o que duvido, que quem tem sido cúmplice e responsável das actuais politicas de desastre tanto em Portugal como nos outros países da Europa foram e são aqueles que colaboraram e colaboram na ilusão de uma pretensa comunhão de interesses entre o capital e o trabalho.
Foram eles na Alemanha que desenvolveram a co-gestão e em França os da participação nos benefícios que tinha como objectivo central responsabilizar os trabalhadores no funcionamento harmonioso colaborando no aumento da criação de lucros, mas a estes apenas lhe cabiam migalhas, e hoje que é feito de tudo isso ?
Já agora deixo-lhe aqui a informação que talvez não tenha ? Ou talvez não tenha querido divulgar. Os sindicatos espanhóis aceitaram um acordo nas fabricas de VW onde para alem de outras misérias, o despedimento de cerca de 800 trabalhadores. Mas durante alguns anos também falaram como o Sr. Chora.
Mas o pior da informação foi a noticia vinda a publico e que diz o seguinte : «O Citibank reconheceu num tribunal de Madrid o pagamento de mais de 650.000 Euros aos sindicatos CCOO, UGT e FITC pelo “esforço que realizaram” durante as negociações de 4 acordos laborais, de acordo com a revista Interviu. (Abel Alvarez, revista Interviu).
Disto não podem os nossos sindicatos de classe ser por si acusados ! E felizmente que para si a direcção apenas lhe mandou uma carta de agradecimentos, e de incitamento a continuar, não é Sr. Chora ?
O que impressiona nos artigos do homem do Bloco é que é tudo contra os que não estão de acordo com ele, silencio sobre os lucros da Auto Europa, silencio ou deformação dos resultados para os trabalhadores.
Estes perderam 8% do poder de compra com o anterior contrato.
Com o actual contrato perdem as percentagens dos sábados e perdem poder de compra, porque o que afirma o Sr. Chora de aumentos de 3% são apenas 2,25% ao ano e como a inflação é sempre acima do que anuncia o governo, teremos uma inflação nos 3% conclusão nova perda no salário real.
Normalmente o senhor procura sempre um bode expiatório aos crimes do capital, ou é a China ou são os sindicatos que lutam demais e não tem as excelentes relações de colaboração que o senhor tem com a direcção do capital alemão.
Assumir como o senhor o faz, a competitividade como critério central, equivale exactamente a aceitar o axioma central do capitalismo : “que a economia está ao serviço do lucro e não dos seres humanos. É uma lógica em que se confundem os interesses da empresa e os dos “seus colaboradores” um curioso regresso ao sindicalismo vertical.
O Sr. Chora tem de compreender que essas posições capitulatorias não tem futuro, com o fim da “co-gestão” na Alemanha, da “participação” em França e do estado Social Democrata, essa estrada reformista chegou ao fim, e que desde o seu inicio era um beco sem saída. Ironia amarga do desenvolvimento histórico contemporâneo, são os partidos sociais democratas da Inglaterra de Portugal e de outros países da Europa e do mundo agora instalados no poder, que não hesitaram em identificar-se sem reservas nem vergonha com a fase neo-liberal dos apologistas do capital.
Estes colaboradores na exploração dos trabalhadores merecem sempre elogios do patronato e seus servidores, através dos Media dos quais são proprietários. Na passada terça-feira 20/11/06 na Sic Noticias, até Basílio Horta, importante figura do patronato e do CDS, prestou homenagem ao Sr. Chora e á sua acção na conclusão de tão sábio acordo.
Num artigo sobre, o perigo fascista e o desemprego, Albert Einstein afirmava : «Não é sem dificuldades nem reticencias que o homem renuncia às suas liberdades e aos seus direitos. Mas basta que um povo se veja, em grande parte confrontado com uma situação insuportável para que se torne incapaz de um julgamento são, e se deixe abusar voluntariamente por falsos profetas. “Desemprego” é a palavra terrível que designa a situação, também o recear do desemprego é igualmente lancinante».
É neste contexto que tanto em todo o pais como na Auto Europa se desenrola a luta de classes, e com ela, a luta ideológica. As forças ao serviço do capital servem-se da “angustia lancinante” de que falava Albert Einstein para acentarem a sua autoridade chantageando os trabalhadores e acenando-lhes constantemente com o espantalho real do desemprego.
É então que aparecem os falsos profetas ! “Sou eu que com a minha colaboração com o patrão vos posso salvar do inferno do desemprego”.
Os outros são o diabo que vos tenta, acenando-vos com a luta para melhores salários, acenando-vos que outra sociedade é possível, etc, etc…
O papel de um homem que se diz de esquerda não pode ser um tal papel especialmente representando trabalhadores, o seu papel tem de ser o de esclarecedor, que dê combate ao conformismo, ao fatalismo, á descrença e ao colaboracionismo com a exploração, sempre visando um futuro livre de chantagens, de medos, de lacaios e da exploração.
«Se o povo se limita unicamente a fazer reivindicações pontuais não conseguirá mais do que remendar o capitalismo, melhorá-lo, embelezá-lo e sobreviver o dia a dia, mas nunca acabará com o sistema, nem com a sua miserável condição» (Rosa Luxembourg).
Toda a tese do Sr. Chora assenta num principio ultra reaccionario, que se pode definir de seguinte maneira : “acabe-se com os comunistas, acabe-se com os sindicatos e sindicalistas que baseiam a sua acção na luta de classes e na defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores, e promova-se e acarinhe-se tal como o fez o Dr. Bernhard e os Media patronais, os sindicatos e comissões de trabalhadores, que façam como o Sr. Chora que colabora em primeiro lugar com os patrões da empresa dos quais recebe cartas de felicitações quando vos convence a aceitar sem procurar melhorar, aquilo que os patrões acham bom. Se assim fosse feito seria o paraíso na terra, nas empresas e no pais, e não haveria mais deslocalizações, nem desemprego e iríamos todos para o céu de mãos dadas com o Dr. Bernhard.

O papel de um membro de uma qualquer CT é o de unir, debater, esclarecer, não pode ser o de um sectário que nos lembra o tempo dos provocadores . Partir do principio democrático que todos são trabalhadores explorados, os que votaram sim e os que votaram não.
Não condeno, não posso condenar nem os que acham que se deveria lutar por um melhor acordo, nem os que disseram sim, tal como não condeno aqueles que deram a maioria absoluta ao PS, porque ao faze-lo esperavam que com esse voto estavam a votar contra a direita, por um futuro melhor para todos, mesmo se para mim isso era uma grave ilusão.
Hoje, mais que nunca, é urgente a exigência de se declarar a que campo se pertence. Por mais que tentem não conseguirão esconder que as relações sociais continuam a ser determinadas pela luta, pelo conflito e não pela colaboração e suas obscuras manigâncias.
Confiar na historia que nos ensina que quando se luta nem sempre se ganha, mas quando se abdica da luta perde-se sempre.

Domingos Moura, antigo membro da Comissão de Trabalhadores da Setenave.

38 comentários:

Anónimo disse...

Este Moura é mais uma daquelas anedotas que preferem ficar sem emprego a fazer "concessões".
Não estranha que aqui lhe dêem abrigo. Camarada é camarada.

nunocavaco disse...

Não conheço o senhor António de lado nenhum, apenas achei que tinha interesse publicar todo o artigo. Pedi-lhe autorização e ele concedeu.

Não sei se é camarada ou não, mas se for, mas sei que tem todo o direito de dar a sua opinião.

nunocavaco disse...

Queria escrever "Não sei se é camarada ou não, mas sei que tem todo o direito de dar a sua opinião."

Anónimo disse...

"Quem não está connosco, está contra nós"- Salazar & António Chora, lda.

O que ainda é mais engraçado é notar que ainda se chateiam com simples opiniões, como se eles não as dessem também. Habituem-se é a democracia, é a democracia.

Ponto Verde disse...

O que este texto deveria ter dado trabalho a publicar, é longo para um copy paste... sobre os anteriores bem que poderia ter informado que era um coy paste do blogue "Mitos Climáticos"

Anónimo disse...

Esta parvoice toda faz lembrar a luta pelo "dominio" das colectividades de cultura e recreio cá da Baixa da Banheira, no periodo do PREC.
As mesmas tinham de ser ou da UDP ou do PCP e os militantes de cada um dos Partidos degladiavam-se cada vez que havia eleições para dominar a mesma. O Ginásio foi durante muito tempo "dominado" pela UDP. Quando passou a ser pelo PCP, "afundou-se". Não quero com isto defender a UDP pois também fizeram carradas de asneira mas, a coisa aqui é seria, é a defesa dos postos de trabalho a médio prazo e meus senhores, barada merda para a politica que cada um defende.

Se o problema é a defesa dos trabalhadores, porque é que uns só sabem dizer mal em vez de ajudar?

Anónimo disse...

"barda" e não barada

Anónimo disse...

Estou de acordo com a vertente ideológica do escrito. Já não estou de acordo com a generalização feita, por falta de conteúdo alternativo e estratégico relativo à Auto-Europa, naquele escrito fortemente referenciada.

Este facto, por si só torna-o num banal exercício retórico.

Como não sou trabalhador daquela empresa, aguardo pelo desenrolar deste debate.

Anónimo disse...

o Broncas said...

"Este facto, por si só torna-o num banal exercício retórico.
Como não sou trabalhador daquela empresa, aguardo pelo desenrolar deste debate."

10:03 PM, Dezembro 07, 2006

O texto não deixa dúvidas. Não é um "banal exercício retórico". É, isso sim, um exercício de Consciência e de Luta. Consciência de classe ou da inconciliável comunhão entre quem impoe as regras da compra do trabalho e todos os outros que a elas se têm de submeter; Luta, diz o ditado "quem não sente não é filho de boa gente", pela transformação, pela dignidade e porque a evolução civilizacional(ao longo de milénios) só foi e é possivel dessa forma, venham os invertebrados que vierem.

Só não percebe quem por opção... não quer, quem anda distraido, ou quem vive à margem.
Não me parece que o debate, este ou outro, sobre a matéria em questão (relação Trabalho/Capital e o Sentido da Vida) diga apenas respeito a quem na Auto-Europa, cada vez mais e à semelhança dos restantes trabalhadores, vê os seus direitos sociais (remunerações entre tantos outros) cada vez mais diminuidos. E em oposição assiste ou deve (segundo o elogiado e promovido amigo do energúmeno Dr. Bernhard, patrão da VW), assistir com compreensão ao aumento da exploração e dos aviltantes lucros do Capital.

Concluo, nesta, infelizmente, pouco iluminada Quadra Natalícia, com a seguinte lembrança: por tudo o que de Humano existe e ainda os nossos filhos usufruem, alguém pagou um elevado preço.
Se não nos dispusermos a contrariar a marcha neo-liberal ou da extinção dos Direitos humanos e a fazermos alguma coisa, bem podemos acreditar no "Tudo o Vento Levou" e no regresso ao passado liofilzado.

Anónimo disse...

De um lado os que acham que o sistema é bondoso e que os trabalhadores devem ajudar a resolver o problema dos patrões e do outro aqueles que consideram que com tantas cedências qualquer dia pagamos para trabalhar, se não o fazemos já.

Concordo com o Manuel Madeira, a continuar assim, somos todos abrigados em campos de concentração como escravos.

Ponto Verde disse...

"Não sei se é camarada ou não, mas se for, mas sei que tem todo o direito de dar a sua opinião.!

Nuno Cavaco

Mas há dúvida senhor Cavaco? Da direira à esquerda, o PCP é sempre o único e certo detentor da verdade, só não se percebe porque razão o seu partido aceita as alterações climáticas e o senhor as negue...ou melhor, se o PCP está sempre certo...é melhor não desalinhas, olhe a renovação, olhe os 500 lugares à disposição!!!

nunocavaco disse...

Onde é que o Sr. já leu que eu aceito ou deixo de aceitar as alterações climáticas?

Aprenda a ler e depois comente. E não vale a pena vir para aqui colar comentários meus atacando a pseudo-teoria do aquecimento global. Sabe, o que eu defendo é devemos ser muito críticos face ao que nos apresentam. Não dúvido que alterações climáticas estejam a acontecer, aliás como sempre aconteceram. O que dúvido é que exista aquecimento global e para isso justifico a minha posição com dados. Entendo que o aumento de temperatura registado não é significativo e que não ocorre regionalmente (umas regiões aquecem e outras arrefecem- às favas com o global), mas também sei que a repartição sazonal da precipitação está a seguir uma tendência de concentração nas estações intermédias, Primavera e Verão bem como uma distribuição geográfica distinta do que o que tem acontecido recentemente, fruto de alguns factores muito complicados de explicar num comentário.

PORTANTO E MAIS UMA VEZ, ACEITO AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS, NÃO ACEITO O AQUECIMENTO GLOBAL, que acho que é uma invenção mundial para massificarem a utilização de centrais nucleares construídas pelo lobby do petróleo.

Por isso o amigo ponto verde está equívocado quanto à minha opinião. Agora gostava de ver o ponto verde escrever relativamente à co-incineração. No seu blogue colocou um artigo meu, aliás sem que eu lhe desse autorização, o que é um enorme abuso, e parece que a sua posição é a mesma que a minha (mas só falou nisso uma ou duas vezes, como se o problema fosse um problema muito pequeno). Aliás o Paulo Silva até acha engraçado que siga a minha opinião para umas coisas e depois tente desacretidar tudo o que digo, mas aqui assumo, você não escreve sobre co-incineração porque as suas preocupações não são ambientais e essas são vísiveis no seu blogue, são as de atacar o PCP e os seus membros, não interessando para nada se está contra as populações ou não. Portanto Sr. Ponto Verde o sr. não anda cá por mais nada a não ser por objectivos políticos que não assume directamente porque não tem coragem.

Anónimo disse...

O que é que o assunto que o ponto verde apresenta vem acrescentar à conversa. Acha que o assunto discutido aqui não é sério? Ou as suas demandas são mais importantes? Não olhe tanto para o seu umbigo que deixa de ver a realidade.

Anónimo disse...

Grande contradição Nuno, então, aceita as alterações climáticas... como o quer que levemos a sério em relação ao resto, agora ao publicar artigos que ao ler descobre "que por falta de espaço foi abreviado pela redacção do órgão de comunicação social. Eu pedi por mail o artigo ao autor e este muito cordialmente autorizou-me a publicá-lo aqui no banheirense. Pelo que aqui fica."

Favorzinho ao partido esclerosado não é? Lugarzinho prometido entre os 5oo? O menino merece... sobre o assunto do texto, o PCP está a leste da actualidade politica e económica.

Fechem a loja que ninguém precisa da vossa agitação . Os tempos são outros e de convergência entre os interesses de empregadores e empregados, os perigos são outros e chamam-se deslocalização e mundialização

Mário da Silva disse...

Eles deviam era lutar também para que os pequenos e micro empresários tenham apoio do Estado e para que não sejam sempre os mesmo a comer as benesses, fiscais e outras.

Mas isso interessa-lhes pouco ou nada.

Até mais.

Anónimo disse...

O que interessa não é defender os trabalhadores, o que interessa é controlar os trabalhadores.
Aliás, viu-se o "sucesso" dessa estratégia na Setenave, na Lisnava, na Siderugia e em tantos outros locais. Mas claro que quem meteu a carne dos trabalhadores a arder se safou normalmente bem, graças ao aparelho.

Anónimo disse...

E os da Sorefame de Corroios? Um safou-se à grande, formou uma cooperativa, que teve o apoio da Câmara, que depois se tornou num outro tipo de sociedade, ele, tornou-se vereador, depopis vereador mais importante, agora em vias de ser presidente com a renovação dos 500! E não passa de um mero serralheiro com a 4ªclasse.

Anónimo disse...

mas o nuno escreveu alguma coisa?
estes pára-quedistas que aqui aparecem até metem dó.

Anónimo disse...

Pois tanta conversa fiada e objectivos afiados para com o partido dos trabalhadores. E o P.S. com a sua política anti-trabalhadores? E o bloco a concordar com as opcções do grande capital? Isso não leio aqui. Está certo. Vão fazendo que nós acreditamos.

Excelente artigo, pena é que tenha sido cortado, vejam lá se o do Vardasca foi cortado. Pois, pois, ... nem todos andam distraídos.

Anónimo disse...

Vamos a ver pagamos para trabalhar e ficamos contentes. Isto serve a quem?

Anónimo disse...

Senhor Mário da Silva,

Ao PCP tudo e todos interessam. Sempre demos atenção e, há muito tempo, trabalhamos organizadamente com elementos das micro, pequenas e médias empresas.

Em resultado disso o grupo parlamentar do PCP vai na Assembleia da República apresentar, em paralelo com outras propostas legislativas, um "Plano de Emergência em Defesa da Actividade Económica das Regiões Raianas", com medidas económicas e financeiras que permitam atenuar os diferenciais de competitividade. Resultantes por exemplo da taxa de IVA=21% no nosso país e de 16% em Espanha.

Como vê, temos uma sensibilidade e um empenhamento muito mais abrangente do que, certos meios, querem fazer crer.

Anónimo disse...

Então quando um membro da comissão de trabalhadores sofre pressões para ser expulso por não ter assinado o acordo também é legitimo, ou é mais uma perspectiva da democracia do Sr. Chora?

Anónimo disse...

O Chora é e sempre foi um traidor.

Anónimo disse...

Boa Tarde e Beijinhos e abraços Nuno.

Mário da Silva disse...

«"Plano de Emergência em Defesa da Actividade Económica das Regiões Raianas"» - NC

Isto da Raiana vai até aonde? Não me faça rir.

Então os problemas "resultantes por exemplo da taxa de IVA=21% no nosso país e de 16% em Espanha" para as micro e pequenas empresas para aonde???? Na arraia espanhola? Ai! Vê-se mesmo donde é que mais esta ideia peregrina saiu. Valha-nos Deus que pelos outros estamos perdidos.

Não se ponham os trabalhadores a pau com esta corja que pertençamente os defende e vã vêr onde é que vão parar.

Isto o que está a dar é montar uma off-shore ou uma empresa na arraia, mas do lado de lá da fronteira com Espanha.

Até mais.

Anónimo disse...

Mário da Silva,

O seu desejo de dizer mal traduz-se em cegueira e de tal ordem que não distinguindo quem comenta, troca os nomes. Resta saber se a aversão ao que aqui é comentado é de raíz ideológica ou de impotência de assimilação.
O seu comentário ás 2:41 AM, Dezembro 11, 2006- refere-se a outro comentário -2:03 AM, Dezembro 09, 2006- cujo autor não é NC, como cegamente escreveu, mas eu próprio.

A resposta às suas interrogações encontra-se nas dificuldades e preocupações, amplamente divulgadas nos "Media", manifestadas pelos agentes económicos das regiões com fronteira espanhola.

Não é por estarem fora do Litoral e geograficamente longe de V.exa., ou de quem consigo se possa identificar, que estes nossos conterrâneos deixam de contar para a estatística e merecer atenção.

Anónimo disse...

Aguardei e aguardo(...)ainda o desenrolar do debate. Embora já distante do post, lá nas bandas raianas. No meio de tanto blá blá, continuo a aguardar pela estratégia alternativa que aglutine os trabalhadores da Auto Europa contra a "aliança Chora/Bernhard".

SrºManuel Madeira, é disto que se trata. Não simpatizo com textos vulgarizadores das ideologias transformadoras, pois não podem ser apenas um pregão, têm de ter conteúdo concreto relativo às aspirações e interesses mais imediatos dos trabalhadores.

Anónimo disse...

Para toda e qualquer estratégia não existem receitas.
As estratégias alternativas, sejam para o que fôr, não nascem com a facilidade de quem, tal ilusionista, tira um coelho da cartola.

As estratégias nascem, e isso sim, da participação, da militância, do trabalho, da combatividade. E, independentemente da razão, umas vezes ganhamos e progredimos e outras não.

Só serão possiveis soluções e desenvolvimento de "rosto humano" quando decidirmos abdicar -um pouco que seja- do nosso egoísmo, nos tornarmos solidários e percebermos que fazemos parte de "uma só casa", a Terra, onde tudo -mais tarde ou mais cedo- influência e, para o bem ou para o mal, tem a ver com todos. Por isso, ninguém é imune e está a salvo. Podendo dar-se ao luxo de aguardar e assistir ao desenrolar da História.

Em conclusão, nesta época cheia de ilusões, natalícia, o que desejo a todos os "broncas" é que honrem o pseudónio e ultrapassem o virtualismo da Net.
Ontém já era... Mas mais vale tarde do que nunca.

Anónimo disse...

Neste que deveria ser, mas não é debate, afastados que estão do que emerge do post. Não vou ceder à tentação do blá blá do Srº Madeira, pois parece-me ter aprendido com o J.Lobo, por enquanto presidente, à emissão de solicitos precedentes que resultariam devassa.

Extrapulando tal prática para a luta dos trabalhadores: - à mesa da negociação íam-se ás malvas os direitos e as reinvindicações; - na organização de uma luta, das bandeiras nem os paus sobravam. Tudo isto porque o bla´blá, só ilude, não gera convicções, a legitimidade para a luta...

Porque neste espaço e por este post, a existir debate não seria só a dois. Gostava que o já referenciado Srº deputado Chora explicasse o que se passa na Bélgica com a VW, que já levou a mais de duas semanas de greve dos cerca de 5000 operários daquela multinacional, e, por esta via indicasse quais os radicalismos ou quais as "receitas partidárias" responsáveis por aquela situação(?).

Mário da Silva disse...

"O seu desejo de dizer mal traduz-se em cegueira e de tal ordem que não distinguindo quem comenta, troca os nomes" - MM

Agora a referência já está bem?

"Não é por estarem fora do Litoral e geograficamente longe de V.exa., ou de quem consigo se possa identificar, que estes nossos conterrâneos deixam de contar para a estatística e merecer atenção." -- MM

Não me faça rir. Viu o tempo de antena de ontem do presidente da confederação das pequenas e micro empresas? Ouviu-o quando esteve cá na Baixa da Banheira há uns anos? Ouviu o então representante da ANJE que falou no mesmo evento? Olhe que foi organizado pela Junta da altura.

Devia ter visto. Devia ter ouvido.
Assim talvez já não lhe saissem essas asneiras da boca.

Defender as micros da raia (são quantas no universo de mais de 250.000) em vez do todo é uma asneira só compreensível se a proposta tem outros propósitos políticos ou politiqueiros mas não têm nenhum objectivo de concretização.

Deixem-se de fantasias e de floreados e façam algo com pés e cabeça.

Leia lá isto e ofereça uma cópia aos camaradas lá do Parlamento para vêr se eles percebem do que andam a falar.

Até mais.

Mário da Silva disse...

Caro broncas.

Não sei se é o mesmo do Arre Macho mas duvido.

Em todo o caso o Bloco de Esquerda tem um blog próprio e um email próprio. Se calhar é melhor mandar para lá as suas perguntas.

No artigo já citado do sr. Chora tem lá forma de comentar ou de lhe enviar as suas questões. Aproveite. Aproveite.

Até mais.

nunocavaco disse...

Verdadeiro serviço público o do Mário da Silva. Faz-me lembrar aqueles sportinguistas e portistas que não ligando a futebol, apenas o são porque são anti-benfica. Válá não fique tantas vezes fora de jogo, a sua posição até é regular só que aparecer só quando existe oportunidade de golo fica-lhe mal.

Anónimo disse...

Sempre que o Manuel Madeira intervém surgem várias vozes, por ves de ideologias diferentes, juntas, contra o homem. Será que ele vale por muitos ou os outros são apenas menos capazes.

nunocavaco disse...

Tiburso, penso que ao escreveres o que escreveste lanças para a Comissão de Trabalhadores a maior parte da responsabilidade pela situação, ao passo que retiras responsabilidade ao governo e à gestão da empresa.

Sei que não é a tua intenção mas se leres o que escreveste é isso que fica. Os trabalhadores devem estar unidos, ainda que as posições não sejam iguais, estes devem ter consciência de classe e ao atacar trabalhadores essa mesma consciência perde-se e isso é tão ou mais importante que uns tostões na carteira.
Um abraço.

Anónimo disse...

Senhor Mário da Silva,
Conheço e sinto na "pele" há 15 anos, por experiência pessoal e não por ouvir dizer ou ler, os problemas das Micro, Peq. e Médias Empresas.
Agradeço a leitura que aconselhou, mas já conhecia os documentos.

O que V.exa. diz não pôe em causa e apenas questiona por questionar (é o seu papel) a informação que, neste Post às 2:03 AM, Dezembro 09, 2006, prestei: "(...)o grupo parlamentar do PCP vai na Assembleia da República apresentar, em paralelo com outras propostas legislativas, um "Plano de Emergência em Defesa da Actividade Económica das Regiões Raianas",(...).

Os MPMEs das Regiões Raianas debatem-se com todos os problemas dos demais colegas deste nosso "pedaço ibérico" e, em exclusividade, ainda um outro -não falo da interioridade- não menos importante que agrava a sua subsistência e é resultado do diferencial de impostos indirectos entre Portugal e Espanha. Provocando-lhes uma acrescida quebra de facturação por via da fácil deslocação do seu tradicional mercado para o outro lado da fronteira, onde usufruem de preços (no minímo-5%) significativamente mais baixos e obviamente convidativos.

Muito convenientemente, V.exa. faz questão de ignorar a minha referência a "em paralelo com outras propostas legislativas", o que naturalmente muda tudo e mostra o disparate, para não lhe chamar outra coisa, da sua crítica.

Se, sobre a matéria em questão, não quizer assumir o papel de lerdo (admito que não seja) convido-o a consultar as posições do meu partido(PCP) e a iniciativa Legislativa que na A.R. o nosso grupo parlamentar tem, continua e continuará a apresentar.
Perceberá, se é que não sabe, que o âmbito nacional da nossa intervenção não obsta, antes pelo contrário, a atenção e o cuidado do que a esse nível não possua dimensão.

Anónimo disse...

Conheci e conheço bem o Srº Domingos, também o Pires e o Aranha. Chegaram a estar todos juntos na CT da Setenave. Orgão representativo dos trabalhadores daquela empresa, cuja acção colectiva contribuiu para a conquista da regulamentação laboral que ao longo dos anos, sucessivos governos PS/PSD pela premeditada impunidade e assim ineficácia das leis, tenham criado condições para a desregulamentação laboral a que se assiste.

Não conhecem, além das baboseiras de claque, a história mais recente e o que de facto aconteceu, nem tão pouco parecem interessados em conhecer.

Isto, porque não confundo a acção de um colectivo de trabalhadores com os procedimentos individuais de alguns elementos, pois exactamente aqueles que referi, para os que tiveram no plano da luta de com eles conviver, hà muito que concluiram que gente daquela não é exemplo para nada.

É também por isto que certos escritos por mais lindos que sejam, acabam traídos por quem usou a pena, não transmitem convicção...

nunocavaco disse...

Tiburso, o que eu acho é que é lamentável que se ande a atacar trabalhadores e aí não foi o Sr. Domingos que o fez. O Sr. António Chora atacou alguns trabalhadores, não digo que não tenha sido atacado também, aliás como ele refere. Penso que as diferenças existentes entre estes (falo do acordo) não deve permitir divisões de trabalhadores e retirar a sua força.
Um abraço

Anónimo disse...

Hà anos encontrei um sindicalista cá do Concelho, acompanhado de três trabalhadoras a saírem da esquadra da PSP em Setúbal, tinham ido prestar declarações por numa luta, essa sim contra a fome, terem paralizado um comboio no Quebedo.
Enquanto os cumprimentva, apareceu o dono do "Grelhador" dirigindo-se ao sindicalista disse-lhe a despropósito: - vê lá se arranjas quem queira trabalhar, preciso de pessoal no restaurante, mas malta que queira trabalhar e não o que por lá tenho tido, não querem fazer nada e só prestam para roubar. O sindicalista nem teve tempo de responder, uma das trabalhadoras, a mais velha, vociferou de imediato:- de conde é que esta merda apareceu!?

O tal empresário, vermelho mas já de riso amarelo, ficou afónico.

O homem é bom paladino e destro na escrita, "um virtuoso com uma profunda consciência politica e de classe". Como ele diz, nunca virou a casaca. De facto nunca precisou de virar a casaca, sempre andou com ela virada.

O Jornal o RIO, dá-lhe um enorme destaque... ...