Quem quiser ler o contraditório
sobre o aquecimento global encontra
informação aqui:
http://www.skepticism.net/faq/environment/global_warming/
Alguns link’s não funcionam mas outros revelam-nos verdades inconvenientes (para alguns). Não se pode querer que os seres humanos “protejam o ambiente” por puro medo, alinhando em soluções muito negativas para o planeta como a energia nuclear. O nosso modo de produção, assente na exploração do homem pelo homem e de alguns homens para com o meio, está errado e esse sim deve ser atacado e com verdade. O sistema capitalista não serve e não vão ser as suas mentiras que o vão justificar. Respeitar o ambiente é produzir o necessário para os humanos, produção essa que deve respeitar os limites do ambiente, para que de uma forma sustentada permita às novas gerações uma qualidade de vida não inferior aquela que temos hoje. A verdade inconveniente é que nos países ditos desenvolvidos consumimos demais e não nos importamos muito com isso. A verdade é que as políticas ambientais estão erradas e a prova é que o papel reciclado custa o mesmo ou mais que o outro, o que é um escândalo. A verdade é que tentamos reduzir as emissões de dióxido de carbono mas aprovamos a co-incineração. A verdade é que não impedimos a circulação automóvel em certas áreas da cidade, colocamos parquímetros e vedamos o acesso aos pobres. A verdade é esta.
Enquanto o sistema capitalista se nortear pela acumulação de riqueza (e isto é o que o caracteriza), o planeta terra e os seus habitantes serão apenas um recurso. O que aquece são as contas bancárias dos grandes capitalistas à custa de todos nós.
Vale a pena navegar pelo site acima referido. Vale a pena questionar.
http://www.skepticism.net/faq/environment/global_warming/
Alguns link’s não funcionam mas outros revelam-nos verdades inconvenientes (para alguns). Não se pode querer que os seres humanos “protejam o ambiente” por puro medo, alinhando em soluções muito negativas para o planeta como a energia nuclear. O nosso modo de produção, assente na exploração do homem pelo homem e de alguns homens para com o meio, está errado e esse sim deve ser atacado e com verdade. O sistema capitalista não serve e não vão ser as suas mentiras que o vão justificar. Respeitar o ambiente é produzir o necessário para os humanos, produção essa que deve respeitar os limites do ambiente, para que de uma forma sustentada permita às novas gerações uma qualidade de vida não inferior aquela que temos hoje. A verdade inconveniente é que nos países ditos desenvolvidos consumimos demais e não nos importamos muito com isso. A verdade é que as políticas ambientais estão erradas e a prova é que o papel reciclado custa o mesmo ou mais que o outro, o que é um escândalo. A verdade é que tentamos reduzir as emissões de dióxido de carbono mas aprovamos a co-incineração. A verdade é que não impedimos a circulação automóvel em certas áreas da cidade, colocamos parquímetros e vedamos o acesso aos pobres. A verdade é esta.
Enquanto o sistema capitalista se nortear pela acumulação de riqueza (e isto é o que o caracteriza), o planeta terra e os seus habitantes serão apenas um recurso. O que aquece são as contas bancárias dos grandes capitalistas à custa de todos nós.
Vale a pena navegar pelo site acima referido. Vale a pena questionar.
30 comentários:
Vai uma ajuda
http://www.americanpolicy.org/un/thereisnoglobal.htm/
http://www.americanpolicy.org/un/thereisnoglobal.htm
A barra estava a mais
http://www.heartland.org/Article.cfm?artId=11548
mais um
http://www.washtimes.com/commentary/20060523-105312-2838r.htm
Outro
Gore's inconvenient lie
By Patrick J. Michaels
May 24, 2006
The word's out: Puffing up global warming is scientifically acceptable, a legitimate activity required to get people's attention on this important issue.
The latest example is Al Gore's global warming horror show, "An Inconvenient Truth." Most people with a standard American science education (i.e. none) will leave convinced that the world is going to come to an end from climate change -- or, rather, that it has already started to do so.
It's a sad fact that some scientists, and scientist wannabes (like Mr. Gore) take this tack, because it will only weaken the public's growing distrust in what they perceive is a scientific elite that leaves them out of the feedback loop. Presumably safe drugs develop unforeseen and fatal side effects. Engineers charged to protect a major city build levees that crash in what (in New Orleans) was a modest hurricane. Their hybrid cars don't get the mileage EPA says they will.
So here's what Al told Grist Magazine about global warming: "I believe it is appropriate to have an overrepresentation of factual presentations on how dangerous it is, as a predicate for opening up the audience."
It would be nice to think he came up with this de novo. But exaggeration of global warming has long been considered virtuous.
Consider NASA's James Hansen. He has claimed the Bush White House muzzled him on global warming. How muzzled is certainly debatable. He has far more recent news citations than any other climate scientist.
He also started the whole global warming hysteria, with some remarkably inflammatory congressional testimony in 1988, and he is Al Gore's climate guru. Here's what he wrote in 2003 from his Broadway office, in the online journal Natural Science: "Emphasis on extreme scenarios may have been appropriate at one time, when the public and decisionmakers were relatively unaware of the global warming issue." In fact, in 1989, he told The Washington Post he felt it was his duty to bring global warming to the attention of the political process. Apparently it was also "appropriate" to exaggerate it for political effect.
Stanford's Stephen Schneider, interviewed by Jonathan Schell in Discover magazine later that year, spoke of the need to "capture the public's imagination." Scientists would have to "offer up scary scenarios, make simplified, dramatic statements, and make little mention of any doubts we might have. ... Each of us has to decide what is the right balance between being effective and being honest."
The bias of scientists can actually be proven mathematically. Examine the major scientific journals, university press releases, or individual newspaper articles resulting from either. You'll find out that it's almost always "worse than we thought." A survey I did last year put the ratio of "worse" rather than "better" news on global warming at about 15-to-1.
Of course, any new information added to a forecast has an equal probability of making it "worse" or "better," similar to the odds for flipping a coin. The odds of throwing only one "head" in 16 tosses are less than 1 in 4,000.
There are many reasons for this bias. Most environmental scientists pursue their profession because they have some strong feelings about the environment, just as doctors often are passionate about human health and welfare.
Then issues compete for public attention (i.e. funding). Presenting them in as important a light as possible is required by such competition. And without funding, there's no research, which means, for most scientists, a new job.
That's "The Inconvenient Truth" about global warming. Prominent scientists feel it's perfectly fine to exaggerate, and so does the former vice president.
Their wish is that such exaggeration brings forth the political will to regulate our energy supply because of global warming. Such a prospect will be profoundly expensive, and by every analysis, will do nothing measurable about climate change itself. Mr. Gore's own scientists have told him this. But the cost to society from the cheapening of science will stay with us for generations.
Patrick J. Michaels is senior fellow in environmental studies at the Cato Institute and author of "Meltdown: The Predictable Distortion of Global Warming by Scientists, Politicians, and the Media."
No The Guardian não!
Will global warming trigger a new ice age?
If climate change disrupts ocean currents, things could get very chilly round here, reports Bill McGuire
Thursday November 13, 2003
The Guardian
If you can remember back to the bitter winters of the late 1970s and early 80s you might also recall that there was much discussion in scientific circles at the time about whether or not the freezing winter conditions were a portent of a new ice age.
Over the past couple of decades such warnings have been drowned out by the great global warming debate and by consideration of how society might cope in future with a sweltering planet rather than an icebound one. Seemingly, the fact that we are still within an interglacial period, during which the ice has largely retreated to its polar fastnesses, has been forgotten - and replaced with the commonly-held view that one good thing you can say about global warming is that it will at least stave off the return of the glaciers.
Article continues
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Is this really true, or could the rapidly accelerating warming that we are experiencing actually hasten the onset of a new ice age? A growing body of evidence suggests that, at least for the UK and western Europe, there is a serious risk of this happening - and soon.
The problem lies with the ocean current known as the Gulf Stream, which bathes the UK and north-west Europe in warm water carried northwards from the Caribbean. It is the Gulf Stream, and associated currents, that allow strawberries to thrive along the Norwegian coast, while at comparable latitudes in Greenland glaciers wind their way right down to sea level. The same currents permit palms to flourish in Cornwall and the Hebrides, whereas across the ocean in Labrador, even temperate vegetation struggles to survive. Without the Gulf Stream, temperatures in the UK and north-west Europe would be five degrees centigrade or so cooler, with bitter winters at least as fierce as those of the so-called Little Ice Age in the 17th to 19th centuries.
The Gulf Stream is part of a more complex system of currents known by a number of different names, of which the rather cumbersome North Atlantic Meridional Overturning Circulation (Namoc) is probably the most apt. This incorporates not only the Gulf Stream but also the cold return currents that convey water southwards again. As it approaches the Arctic, the Gulf Stream loses heat and part of it heads back to warmer climes along the coast of Greenland and eastern Canada in the form of the cold, iceberg-laden current responsible for the loss of the Titanic. Much, however, overturns - cooling and sinking beneath the Nordic seas between Norway and Greenland, before heading south again deep below the surface.
In the past, the slowing of the Gulf Stream has been intimately linked with dramatic regional cooling. Just 10,000 years ago, during a climatic cold snap known as the Younger Dryas, the current was severely weakened, causing northern European temperatures to fall by as much as 10 degrees. Ten thousand years before that, at the height of the last ice age, when most of the UK was reduced to a frozen wasteland, the Gulf Stream had just two-thirds of the strength it has now.
What's worrying is that for some years now, global climate models have been predicting a future weakening of the Gulf Stream as a consequence of global warming. Such models visualise the disruption of the Namoc, including the Gulf Stream, as a result of large-scale melting of Arctic ice and the consequent pouring of huge volumes of fresh water into the North Atlantic, in a century or two. New data suggest, however, that we may not have to wait centuries, and in fact the whole process may be happening already.
So that the warm, saline surface waters of the Gulf Stream can continue to push northwards, there must be a comparable, deep return current of cold, dense water from the Nordic seas. Disturbingly, this return current seems to have been slowing since the middle of the last century. Bogi Hansen at the Faroese fisheries laboratory, and colleagues in Scotland and Norway, have been monitoring the deep outflow of cold water from the Nordic seas as it passes over the submarine Greenland-Scotland ridge that straddles the North Atlantic at this point. Their results show that the outflow has fallen by 20% since 1950, which suggests a comparable reduced inflow from the Gulf Stream.
Although there is as yet no direct substantiation of this, and his colleagues point to reports of the cooling and freshening of the Norwegian Sea and to temperatures that are already falling in parts of the region as possible evidence of contemporary Gulf Stream weakening.
It also seems that it is not only the intensity of the outflow of cold water that is changing. Bob Dickson of the Centre for Environment, Fisheries, and Aquaculture Science at Lowestoft, and colleagues, have reported a sustained and widespread freshening of returning deep waters south of the Greenland-Scotland ridge, which appears to have been going on for the past three or four decades.
Already the freshening is extending along the North American eastern seaboard towards the equator, in the so-called Deep Western Boundary current.
One of the scariest aspects of the current dramatic changes occurring in the system of North Atlantic currents is that the deep, southward-flowing limb of the Namoc can be thought of as representing the headwaters of the worldwide system of ocean currents known as the Global Thermohaline Circulation. The possibility exists, therefore, that a disruption of the Atlantic currents might have implications far beyond a colder UK and north-west Europe, perhaps bringing dramatic climatic changes to the entire planet.
Yet again, this highlights the fact that global warming, for which we have only ourselves to thank, is nothing more nor less than a great planetary experiment, many of the outcomes of which we cannot predict. Wallace Broecker, an ocean circulation researcher at New York's Lamont-Doherty Earth observatory, described the situation perfectly when he pointed out that "climate is an angry beast and we are poking at it with sticks". Let's hope that when it truly turns on us, its teeth don't match its outrage.
· Bill McGuire is Benfield Professor of Geophysical Hazards and director of the Benfield Hazard Research Centre at University College London. He will appear on BBC2 Horizon's The Big Chill tonight
http://www.guardian.co.uk/climatechange/story/0,12374,1083419,00.html
http://infoalternativa.fateback.com/autores/monbiot/monbiot028.htm
Uma limitação de liberdade
George Monbiot
O governo britânico reconhece dois tipos de liberdade. Há a liberdade do cidadão, que parece ser percebida como uma ameaça à boa ordem. Permitiu (mediante a Lei Serious Organised Crime) à polícia ou aos tribunais proibir qualquer protesto público. Está a introduzir cartões de identidade, a restringir a imigração, a procurar conter o direito de Habeas Corpus e a ampliar as leis que definem o comportamento antisocial.
Depois, há a liberdade dos negócios. Apesar do Inland Revenue, Customs e Excise serem já incapazes de lidar com os fugitivos aos impostos, Gordon Brown vai cortar 10.000 ao seu pessoal. Tony Blair está a tentar destruir a directiva da União Europeia sobre a jornada de trabalho, que evita que as companhias explorem os seus trabalhadores até à morte. As medidas draconianas no discurso da Rainha limitando os cidadãos foram seguidas imediatamente por uma promessa de desregular os negócios. O governo está preparado para nos micro‑controlar, enquanto deixa os agentes mais poderosos – as corporações – livres para se controlarem a si mesmas.
Como os patrícios em Coriolano, Tony Blair «revogará diariamente qualquer lei sã que se estabeleça contra os ricos, e providenciará mais estatutos incisivos diariamente, para encadear e reprimir os pobres» [1]. Para que os negócios sejam livres, temos que estar controlados.
Isto não está de acordo com o sumo sacerdote desta religião, como era suposto estar. Adam Smith sustentava que a liberdade de mercado era desejável por uma razão: melhorar a vida das pessoas. Onde percebia que tinha o efeito contrário, pedia limitação. «Aqueles esforços exercidos em virtude da liberdade natural de uns poucos indivíduos, que pudessem pôr em perigo a segurança de toda a sociedade, são, e deveriam ser, limitados pelas leis de todos os governos», escreveu [2]. Os governos têm «o dever de proteger, tanto quanto possível, cada membro da sociedade da injustiça ou opressão de qualquer outro membros dela» [3].
Tais avisos foram evidentemente ignorados. (...)
Mas a contradição mais comovedora da semana passada foi o pedido de respeito do primeiro‑ministro: para todos excepto para aqueles cujas vidas estamos a destruir. Pode já não nos ser permitido usar casacos com capuz em lugares públicos, mas permaneceremos livres para matar a população do sul da Ásia.
Embora Tony Blair tenha reconhecido que a mudança climática alterará radicalmente a existência humana [4], não houve novas propostas para a enfrentar no discurso da Rainha. As cifras publicadas pelo Gabinete Nacional de Estatísticas na semana passada mostram que as emissões de gases de efeito estufa de voos de residentes no Reino Unido quase duplicaram entre 1990 e 2003, enquanto as emissões de veículos privados cresceram 14% [5]. É suposto a produção de dióxido de carbono na Grã‑Bretanha cair para 80% dos níveis de 1990 em 2010, mas ainda antes de as cifras do transporte aéreo serem contabilizadas, cresceram nos dois anos passados. Só a intervenção do governo poderia pôr-nos de novo no trilho, mas Blair já completou o seu programa de legislatura: a sua contribuição para resolver o problema será, parece, retórica.
Não se trata só que sejamos livres para matar outras pessoas; o livre mercado coage‑nos a isso. A economia está organizada de tal modo que é quase impossível fazer o correcto. Se a tua cidade não é servida por transporte público e não há lugar seguro para andar de bicicleta, não tens, apesar de toda a conversa sobre a liberdade para conduzir, escolha. Se os supermercados fecharam todas as lojas pequenas, tens que dar o teu dinheiro a uma companhia cujas redes de compra e distribuição parecem planeadas para atingir o máximo impacto ambiental.
Assim, somos encorajados pelo mercado, mas a lei deixa‑nos livres para infligir o mais grave dano que qualquer grupo de pessoas infligiu a outro. Há várias boas razões para supor que a alteração climática, durante o curso deste século, atirará o mundo para um déficit alimentar. Os glaciares dos Himalaias, que alimentam os grandes rios que regam as terras de cultivo que mantêm a Ásia viva, estão a desaparecer [6]. À medida que as temperaturas aumentam, é provável que o crescimento das plantas nos trópicos diminua: isto já parece estar a acontecer nos cultivos de arroz nas Filipinas [7]. As zonas secas estão a expandir‑se: mesmo no princípio dos anos 90, o povo nómada com o qual trabalhei no leste de África queixava‑se de que o ciclo de fome de 40 anos se tinha comprimido para quatro ou cinco.
Já com um excedente neto de alimentos, 800 milhões de pessoas estão permanentemente mal nutridas. Com um déficit neto de alimentos, esta cifra poderia elevar‑se a milhares de milhões de pessoas. Seremos responsáveis por isto. No momento em que atingirmos o final da nossa vida, cada um de nós, por muito amáveis, bondosos e bem intencionados que sejamos, terá sido responsável pelo equivalente, em termos de sofrimento humano, a um acto de terrorismo de dimensão média.
A alteração climática reverte o dictum central de Smith: que «ao perseguir o seu próprio interesse [um homem] frequentemente fomenta o da sociedade mais eficazmente do que quando de facto tenta fomentá-lo» [8]. Agora, os interesses da sociedade global serão servidos principalmente pela limitação.
Tudo o que pensávamos ser bom revela‑se também mau. É um acto de amabilidade viajar para o casamento do teu primo. Agora é também um acto de crueldade. É bom alumiar as ruas à noite. A alteração climática diz‑nos que mata mais gente do que salva. Estamos a matar pelos meios mais inocentes: acendendo a luz, tomando um banho, conduzindo para o trabalho, indo de férias. A alteração climática exige uma reversão do nosso compasso moral, para a qual estamos plenamente impreparados. Dificilmente surpreende que nenhum governo queira realmente confrontar‑nos. Isso é deixado para a Greenpeace, que ocupou a fábrica da Range Rover na semana passada, para limitar o exercício do livre mercado que Blair se recusa a tocar [9].
Como Gordon Brown, o homem que mantém os mercados livres, diz, «o que é moralmente incorrecto não pode ser economicamente correcto» [10]. Em termos de PIB bruto, as “perfeitas liberdades” de Adam Smith são economicamente correctas. Ninguém que tenha compreendido a ameaça da alteração climática poderia deixar de se dar conta de que também são moralmente erradas.
The Economist argumentou recentemente que a melhor maneira de resolver este problema é através de uma maior liberdade de mercado: isto, evidentemente, é a cura que prescreve para todos os males, ainda antes de ter investigado a natureza da doença [11]. O problema é que as mortes das pessoas no Bangladesh ou na Somália não nos custam nada: não temos nenhum incentivo financeiro para as minimizar. O comércio de carvão, na sua forma actual, recompensa as companhias poluentes mais responsáveis pelo problema. Recorda‑me o contrato ganho pela Degussa, uma companhia que tinha fornecido Zyklon B para as câmaras de gás, para dar uma capa protectora ao memorial do holocausto de Berlim: estão a lucrar duas vezes das mortes em massa.
Só podemos lidar com a alteração climática com a ajuda dos governos, limitando os esforços das nossas liberdades naturais. Até agora, no entanto, quando confrontados com uma escolha entre as duas matérias primas sagradas – o livre mercado e a vida humana – aquele que escolheram preservar foi o livre mercado.
http://dn.sapo.pt/2005/09/20/sociedade/cientista_sueco_nega_subida_nivel_ma.html
Cientista sueco nega subida do nível do mar
paula ferreira
O cenário alarmista de subida do nível do mar não está a ser sustentado por dados científicos. A conclusão foi avançada ontem por Nils Axel Mörner, da Universidade de Estocolmo, durante o seminário «Mudanças globais, variações do nível do mar e dinâmica costeira», que decorreu na reitoria da Universidade do Porto.
O cientista sueco defende mesmo que os dados científicos contradizem as teorias de subida dos oceanos. Por isso, Nils-Axel Mörner apela a que se "liberte o mundo da condenação de vir a ser submerso num futuro próximo" e defende haver problemas naturais mais urgentes. Erupções vulcânicas, tremores de terra e tsunamis são alguns dos exemplos apontados. O cientista alerta para o facto de em toda a costa atlântica não haver qualquer sistema de alerta para vagas gigantes provocada para tremores de terra. E apontou o terramoto de 1755, seguido de tsunami, como o caso a ter em conta no estudo do litoral português.
As críticas do investigador da Universidade de Estocolmo vão directamente para o IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change), ao considerar o cenário avançado por aquela entidade da ONU sobreestimado e baseado em modelos que, muitas vezes, não se aplicam à realidade. Para este cientista, as flutuações do nível do mar têm mais a ver com diferenças na quantidade de precipitação e com os níveis de evaporação do que com o aquecimento global .
Em Portugal o recuo da costa é um dado consensual. Helena Granja, da Universidade do Minho, que tem feito da costa Norte o seu campo de estudo, aponta a construção do Edifício Transparente, no Porto, como "um absurdo". Quanto às Torres de Ofir, afirma que se a protecção por esporões for interrompida, acabarão por ruir.
Por este andar este anónimo percebe mais do assunto do que o multiusos.
Obrigado está cá matéria interessante.
É pena é ter sido posta por um anónimo, o que deveria logo levar a total desconfiança, correcto?
Não deve ser já que é um "anónimo" mas "dos nossos".
Retenho este aparente contra-senso:
Em Portugal o recuo da costa é um dado consensual. Helena Granja, da Universidade do Minho, que tem feito da costa Norte o seu campo de estudo, aponta a construção do Edifício Transparente, no Porto, como "um absurdo". Quanto às Torres de Ofir, afirma que se a protecção por esporões for interrompida, acabarão por ruir.
Será que os tais estudos para o Tejo estão feitos?
Irá a Baía do Montijo subir o nível, assorear ou erodir?
Fará sentido que esses dados tivessem sido levados em conta na feitura do PDM e dos inúmeros negócios "entretanto" concretizados e que o condicionaram (palavras do sr. Presidente João Lobo)?
Dúvidas que já nem esperam resposta.
Apesar de não querer a resposta vai tê-la:
Em 1º lugar se os estudos para o Tejo não estão feitos de quem é a responsabilidade?
Não é da Câmara Municipal, é do governo. Nem tanto podemos apontar responsabilidades às universidades uma vez que o que fazem não tem poder vinculativo. A administração do Porto de Lisboa tem alguma.
Aliás a nossa Câmara Municipal trabalhou imenso para que se instalasse um centro de investigação no concelho relacionado com o rio, no Centro de Depuração de Ostras (Gaio-Rosário) e o governo o que fez, colocou o espaço para venda não respeitando mais uma vez os seus compromissos.
A "baía do Montijo", ou lá o nome que tiver, faz parte do estuário do Tejo e tenho a certeza que num ambiente tão dinâmico a opção que a CDU tomou para o concelho da Moita é a mais correcta. Veja a construção que existe perto do rio, pouca ou nenhuma. Optamos por parques ainda que alguns espaços naturais devessem estar mais preservados, mas o sentido é o mais correcto.
Agora deixe-me escrever uma pequena coisita. É do meu conhecimento que alguns sectores do estuário estão em erosão, por vários motivos:
- dinâmica das ondas geradas pelos catamarãs;
- falta de acarreio de sedimentos para o estuário devido à funcionalidade das barragens que retêm sedimentos, o que aliás agrava situações como aquela que se observa na Costa da Caparaica;
- Súbida por ajustamento tectónico do continente;
- Falta de aposta governamental em elaborar um Plano de Ordenamento e um Plano Ambiental para o Estuário que víncule todos os outros;
- Construção da Ponte Vasco da Gama que alterou as dinâmicas do rio- (Grande erro);
Assim meu amigo, as opções para o estuário devem ser tomadas para o estuário e se todos seguissem o que o Câmara Municipal da Moita fez, tinhamos parques urbanos em vez de habitação em cima da água. Aliás se a CDU fosse governo teriamos de certo um Plano Estuarino vinculativo a todos os outros uma vez que falamos nisso há já algum tempo. Como não somos, os sucessivos governos não se preocuparam tanto com isto. Peça-lhe responsabilidades quando votar nas legislativas.
Um abraço
Já que alguns não gostam de opiniões - coloco aqui mais uma:
Human Contribution to Climate Change Remains Questionable
by S. Fred Singer
EOS, Transactions, American Geophysical Society, Vol 80, page 183-187, April 20, 1999
A Geophysicist Looks at Climate Change: Introduction
The principal focus of climate science is certainly atmospheric science and meteorology, but the subject is so complex that it involves many other areas of the earth sciences, as well as different disciplines, such as physics, chemistry, and even biology. This complexity makes climate science both fascinating and controversial. It also undergoes rapid change as new facts and analyses emerge. Yet, public interest in the possibility of climate change due to human activities has become so intense that the subject has to be addressed even before final judgments are possible.
The most widely quoted attempt to address climate changes of the past and to speculate about the future is the series of reports produced by the IPCC, the UN Intergovernmental Panel on Climate Change. Its first Scientific Assessment Report (1990) concluded that the climate record is "broadly consistent" with what might be expected from the human-enhanced greenhouse (GH) effect, as calculated by General Circulation Models (GCMs). The second scientific assessment, published in 1996, no longer made this claim; instead, it found it necessary to introduce a previously overlooked factor, human-caused atmospheric sulfate aerosols, to reach the conclusion that "the balance of evidence suggests there is a discernible human influence on global climate" [IPCC, 1996, p. 4]. This ambiguous statement in the Summary for Policymakers does not do justice to the vast compilation of data and model results brought together in the report itself by some hundred climate scientists. Their important work (more than 500 pages, but lacking an index) has been largely ignored by the public, while attention has focused on the politically negotiated (5-page) Summary. Those who are skeptical of the IPCC conclusion have viewed the statement about human influence as trivial and meaningless. On the other hand, the media and many policy experts have welcomed its convenient formula, which they regard as scientific proof of a coming climate catastrophe.
In fact, the IPCC statement is in many ways a truism. There certainly must be a human influence on some features of the climate, locally if not globally. The important question is whether the available evidence supports the results of the model calculations. Unless validated, the predictions of future warming based on GCMs cannot be relied on.
What follows is a personal view of the current state of climate science, how it relates to model results, and what might be expected in the future as human activities continue to raise the level of greenhouse gases in the atmosphere. A disclaimer is in order. Any brief treatment of this complex subject by an individual author inevitably selects certain facts as important and rejects other pieces of evidence as inadequate or unproven. Even so, such a treatment has the advantage of providing a consistent story, compared to a committee report that often dissolves in a mire of uncertainties. It also provides a convenient target for debate and thus may lead, if not to progress, then at least to a sharpening in efforts of data collection and theoretical work.
A Look at the Evidence
The subject of climate change must rest on observations of the climate in all of its aspects; with temperature as the most important and easily measured parameter. On the one hand, we are inundated with data, many of which do not add appreciably to the discussion; on the other hand, we lack crucial information about the past that may never be recovered. For example, individual temperature measurements using thermometers date back for only about 300 years; the record for the Northern Hemisphere dates from about 1860; and it is only since 1979 that weather satellites have been able to cover the complete globe, including the 70% of the surface covered by oceans. Yet we have increasing amounts proxy data from tree rings, ocean sediments, ice cores, and other evidence that tells us about climate in the distant past.
Paleoclimate
To gain perspective on the subject of climate change, one needs to look at the past. While the data are not exactly global and not always of the best quality, certain conclusions can be reached. The Earth's climate has never been steady; it has either warmed or cooled - without any human intervention. The measured variations have often been large and rapid - larger and more rapid than those predicted by climate models for the year 2100. In the last 3000 years, i.e., during recorded human history, temperatures in the North Atlantic have changed by as much as 3°C within a few decades [Keigwin, 1996]. During the most recent Ice Age, the variability has been even greater. Is the climate more stable during warmer periods? We cannot be sure, but the evidence points in this direction [Singer, 1998].
What has caused the climate to vary? All sorts of theories have been propounded and many have been backed up by data. It is clear, however, that different causes can be acting simultaneously, with their importance depending primarily on the time-scale involved. The frequent ice ages of the last few million years appear to be linked to changes in the absorbed incident solar radiation, in turn affected by orbit changes of the Earth - the so-called astronomical theory. Longer-term climate changes seem to be linked to continental drift and other tectonic events. Shorter variations, on the time-scale of decades, appear to be caused by atmosphere-ocean interactions and changes in ocean circulation. Alternatively, they could be due to external causes, such as variations in solar irradiance (solar "constant") [Soon, Posmentier, Baliunas, 1996; Lean, Beer, and Bradley,1995] or in solar activity (ultraviolet radiation or solar corpuscular radiation); there are suggestive correlations with cloudiness [Svensmark and Friis-Christensen, 1997] and with temperature [Friis-Christensen and Lassen, 1991], but as yet no convincing physical mechanism.
What about the association of climate change with atmospheric greenhouse gases? On the time-scale of hundreds of millions of years, carbon dioxide has sharply declined; its concentration was as much as 20 times the present value at the beginning of the Cambrian Period, 600 million years ago [Berner, 1997]. Yet the climate has not varied all that much and glaciations have occurred throughout geologic time even when CO2 concentrations were high.
On a time-scale of decades and centuries, there seems to be an association between temperature and CO2 concentration, as judged by measurements of Greenland and Antarctic ice cores. (The association is even better for the greenhouse gas methane.) Yet, the causal connection is not at all clear. Only recently has it been possible to obtain sufficient resolution to demonstrate that the increase in CO2 lags by about 600 years behind the rapid warming that signals deglaciation, the end of an ice age and the beginning of an interglacial warm period [Fischer et al., 1999].
Atmospheric Greenhouse Gases (GHGs)
There is general agreement that the increase in atmospheric GHGs, like CO2, methane, nitrous oxide, etc., over the last hundred years or so is due to human activities. Attention has focused mainly on CO2 as the most important anthropogenic GHG. Less than half of the released CO2 remains in the atmosphere, the rest is absorbed by the ocean and by the biosphere, thereby speeding up the growth of agricultural crops and forests. Informed opinion holds that half of the released CO2 is absorbed into the shallow oceans within 30 years [Sarmiento, Orr, and Siegenthaler, 1992], that the mean residence time is about 75 years, and that a "tail" may last more than a century [IPCC, 1996, p. 76]. The residence time of methane is much shorter, only about 12 years. For reasons as yet unexplained, the rate of increase of CO2 has slowed considerably in the last decade or so, and methane has stopped increasing altogether [Hansen et al., 1998]. This makes it extremely difficult to predict future concentrations of CO2 and methane, the latter depending primarily on the rate of population growth. With respect to CO2 , estimates of emissions vary greatly, depending on energy scenarios. These are determined not only by population growth and economic growth, but also by the availability of fossil fuels - in turn a strong function of technology and of price. Much to the surprise of many "experts", the price of oil has decreased in the last two decades, even as readily available low-cost resources are being depleted. There is considerable disagreement about the probable date when atmospheric GHG concentration might reach double the pre-industrial level. Estimates vary from the year 2050 all the way to never [Gerholm, 1992; Linden, 1999].
Temperature Data
There is general agreement that the global climate warmed between about 1880 and 1940, following several centuries of the "Little Ice Age," which in turn was preceded by the "Medieval Climate Optimum" around 1100 AD. There is less agreement about the causes of this recent warming, but the human component is thought to be quite small. [See BOX] This conclusion seems to be borne out also by the fact that the climate cooled between 1940 and 1975, just as industrial activity grew rapidly after WWII. It has been difficult to reconcile this cooling with the observed increases in greenhouse gases. To account for the discrepancy, the 1996 IPCC Report has focused attention on the previously ignored (direct) cooling effects of sulfate aerosols (from coal burning and other industrial activities), reflecting a portion of incident sunlight. But this explanation to support the "discernible human influence" conclusion is no longer considered as valid. Leading modelers [Tett et al., 1996; Penner et al., 1998; Hansen et al., 1998] all agree that the aerosol forcing is more uncertain than any other feature of the climate models. Models have not yet incorporated the much larger indirect cooling effects of sulfate aerosols (by increasing cloudiness), or the quite different optical effects of carbon soot from industrial and biomass burning and of mineral dust arising from disturbances of the land.
The temperature observations since 1979 are in dispute. On the one hand, surface observations with conventional thermometers show a rise of about 0.1°C per decade, less than half that predicted by most GCMs. On the other hand, satellite data, as well as independent data from balloon-borne radiosondes, show no warming trend between 1979 and 1997 in the lower troposphere, and could even indicate a slight cooling [Christy and Spencer, 1999]. Direct temperature measurements on Greenland ice cores show a cooling trend between 1940 and 1995 [Dahl-Jensen et al., 1998]. It is likely therefore that the surface data are contaminated by the warming effects of "urban heat islands." Some data support this hypothesis [Goodridge, 1996], others do not [Peterson et al., 1999].
While it is certainly true that human life is affected by temperatures at the surface, the GCMs are best validated by observations in the troposphere. It should be noted also that GCMs predict a warming trend that increases with altitude up to about 250 millibars (~12 km), rising to about 0.5°C per decade [Tett et al., 1996] -- in clear disagreement with all observations, whether from the surface, balloons, or satellites.
Climate Models
The large discrepancy between model results and observations of temperature trends (whether from satellites or from the surface) demands an explanation. The twenty or so models developed around the world by expert groups differ among themselves by large factors. Their "climate sensitivities" (defined as the temperature increase for a doubling of GHG forcing) vary from as low as 1°C to as high as 5°C; the IPCC gives a conventional range of 1.5°C to 4.5°C. An intercomparison of models has established that a major uncertainty relates to how clouds are treated [Cess et al., 1990, 1996]. Since they cannot be spatially resolved, they must be parameterized in some fashion. In many models, clouds add to the warming, but in others, clouds produce a cooling effect. The situation is even more confused with respect to water vapor (WV), the most important greenhouse gas in the atmosphere, contributing over 90% of the radiative forcing. In current climate models, water vapor is taken to produce a positive feedback, thereby amplifying the warming effects of a CO2 increase. Everyone agrees that a warming produced by an increase in CO2, or by any other cause, will lead to more evaporation and therefore to a higher level of WV; but it is the WV concentration in the upper troposphere - not in the boundary layer -- that determines whether the feedback is positive or negative [Lindzen, 1990; Spencer and Braswell, 1998]. On that score, opinions differ widely and probably will continue to do so until the necessary data are at hand.
None of the climate models incorporate the effects of a variable Sun. It has always been assumed that solar variability is simply too small, but this view is now changing. Even if the radiative forcing from changes in solar irradiance is less than that from GHGs, the variability of the Sun in the ultraviolet is much greater. Evidence is now forthcoming that UV-caused variations of the ozone layer or changes in solar particulate emissions ("solar wind") could (indirectly) influence atmospheric circulation or cloudiness - which in turn can cause significant climate changes [Svensmark and Friis-Christensen, 1997]. Climate models generally do not incorporate the large surface albedo changes that have come about through land-clearing for agriculture and, more recently, through reforestation in some parts of the world.
Even though the models are not yet validated as far as temperature trends are concerned, some human influences on climate are already noticeable. Observations indicate that the diurnal temperature range has been decreasing in the Northern Hemisphere and perhaps in the Southern Hemisphere as well [Karl et al., 1991]. These could be traced to possible increases in aerosols or cloudiness. There is evidence also for winter warming, but not yet for the expected warming at high latitudes predicted by the climate models. On the other hand, observed stratospheric cooling appears in line with what one might expect from the increase in CO2, as well as from the ongoing depletion of ozone [Ramaswamy et al., 1996]. Yet until GCM climate sensitivity is validated, one cannot accept the predictions of large future temperature increases.
Impacts of Climate Change
If the climate were to change according to model predictions, one would expect to see fewer severe storms, in view of the reduced temperature gradient between the tropics and high latitudes. Model calculations do not indicate an increase of hurricanes, El Nino events, or other kinds of climate oscillations. The empirical evidence displayed in the IPCC Report shows a decline in hurricanes over the last fifty years in both frequency and intensity [IPCC, 1996, p. 170]; a future warming is not expected to affect frequency or intensity appreciably [Henderson-Sellers et al. 1998]. Observations on El Nino events are not conclusive as yet.
With respect to sea-level rise, it has been assumed, conventionally, that a warming will increase the rate of rise, because of the thermal expansion of ocean water and the melting of mountain glaciers. Certainly, when viewed on a millennial scale, sea level has been rising steadily. But when examined on a decadal scale, which is more appropriate to human intervention, sea-level rise is found to slow during periods of temperature increases, for example, during the temperature rise from 1900 to 1940 [Singer, 1997]. Evidently, increased evaporation, linked to warming, results in increased accumulation of ice in the polar regions, thereby lowering sea level. This conclusion seems to be backed by direct observation of ice accumulation, as well as by some modeling studies. A future modest warming should therefore slow down, not accelerate the ongoing rise of sea levels.
The Economic Impact of a Possible Climate Warming
Economists have recently re-examined the 1996 IPCC (Working Group III) review of economic impacts. (Some of these studies showed large losses for agriculture but not for sea-level rise, whereas others showed the opposite.) The re-examination shows a substantial gain for agriculture and little effect on other economic activities in the U.S.; they finally conclude that a warming, from whatever cause, would produce economic benefits rather than economic losses [Mendelsohn and Neumann, 1999]. The new findings on sea level rise (above) would reinforce their conclusion, which has not yet been widely publicized or discussed.
The Ultimate Goal of the Climate Treaty
Most regard the objective of the climate treaty as the reduction of GHG emissions; but Article 2 of the Treaty states that the ultimate goal is to "achieve stabilization of greenhouse gas concentrations in the atmosphere at a level that would prevent dangerous anthropogenic interference with the climate system." It is not clear what this means, or whether a higher or lower level of GHG will prove more "dangerous" [Singer, 1998]. As noted earlier, however, a warmer climate is likely to be a more stable one.
Conclusion
High government officials have declared repeatedly that climate science is "settled" and "compelling.'' The clear implication is that we know enough to act; any further research findings would be "policy-irrelevant" and not important to the international deliberations of the parties to the climate treaty. My essay concludes otherwise: The observational evidence described above suggests that any warming from the growth of greenhouse gases is likely to be minor, difficult to detect above the natural fluctuations of the climate, and therefore inconsequential. In addition, the impacts of warming and of higher CO2 levels are likely to be beneficial for human activities and especially for agriculture. Further, the ultimate goal of the climate treaty is still undefined; it could be a higher or a lower level of GHG than the present one. Finally, the Kyoto Protocol (calling for an average cut of 5.2% in GHG emissions by industrialized nations) is not sufficient to reduce significantly the ongoing growth of GHG in the atmosphere; its effect on temperature would imperceptible. As pointed out in the initial IPCC report, however, stabilization at the present GHG level requires that emissions be cut by 60-80% --worldwide. Altogether, the UN deliberations have emphasized emission controls and neglected sequestration of CO2 from the atmosphere into the ocean [Singer, 1997 pp. 84-87] - a fertile area for geophysical research
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BOX: Can the global warming during the early part of the century, from about 1880 to 1940, "be unequivocally related to human-induced changes in the chemical composition of the atmosphere" [Jones, 1998].
The IPCC arrived at the ambiguous conclusion that "the balance of evidence suggests there is a discernible human influence on global climate," based on "fingerprints" in the climate record, i.e., an increasing correlation (with time) between observed and calculated global temperature patterns [IPCC, 1996, Figure 8.10, p.433]. However, this positive trend in correlation depended entirely on the arbitrary choice of the time interval 1940-1990, during most of which temperatures were actually decreasing. A different choice of interval could have produced a zero or even a negative trend. Another piece of evidence cited in the IPCC report to support a human influence depended on showing an increasing temperature trend in the middle troposphere of the Southern Hemisphere [IPCC, 1996, Figure 8.7.c., p.428]. Again, this is related entirely to the particular choice of time interval [Michaels and Knappenberger, 1996]; more complete data sets give a contrary result - a greater warming trend in the Northern Hemisphere.
Following the publication of the IPCC report in 1996, an increasing number of researchers have adopted the view that much or most of the pre-1940 warming is due to natural causes and represents a recovery from the Little Ice Age. Some would assign a substantial portion to greenhouses gases [Wigley, Jones, and Raper, 1997]. Others claim that most of the temperature increase is caused by solar variability [Soon et al., 1996]. If one applies the "fingerprint" criterion used by the IPCC, then it can be seen from their Figure 8.10 [IPCC, 1996, p.433] that the pattern correlation has a negative trend during the major warming between 1900 and 1940, thereby denying the existence of an appreciable human contribution.
Perhaps the strongest argument against an appreciable human contribution comes from the observed cooling between 1940 and 1975 and the lack of warming since 1979 (in the weather balloon and satellite data).
S. Fred Singer
The Science & Environmental Policy Project
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The writer, an atmospheric physicist, is professor emeritus of environmental sciences at the University of Virginia and president of the Fairfax-based Science & Environmental Policy Project, a non-profit policy institute. He has held several academic and governmental positions, including as the first director of the US Weather Satellite Service.
References
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Wigley, T. M. L., Jones, P. D., and S. C. B. Raper, The observed global warming record: What does it tell us? Proc. Natl. Acad. Sci. USA, 94, 8314-8320, 1997.
Chiça! Que até já enjoa tanta desresponsabilização. Gaita!
Alcochete, Almada, Barreiro, Moita, Seixal, Sesimbra, Setúbal, Sines, Benavente...
Resultados
Não têm os comunistas uma palavra a dizer?
É SEMPRE culpa dos outros?
Que é que andam vocês a fazer aí, além de nos comer os impostos?
Não podem mandar fazer uns estudos em conjunto?
Quem raio define o uso dos solos?
Não são todos da mesma pandilha?
"tenho a certeza que num ambiente tão dinâmico a opção que a CDU tomou para o concelho da Moita é a mais correcta. Veja a construção que existe perto do rio, pouca ou nenhuma."- NC
Vá lá vêr OUTRA VEZ o PDM que deve ter visto mal.
Basta vêr as sucessivas alterações a um dos projectos (Fonte da Prata Norte) e a autorização imoral e com subterfúgios legais do aumento de densidade construtiva que tem sido praticada lá para perceber o que diz.
E o "corredor verde" previsto? Onde pára?
E o Pró-Tejo? Onde pára?
Parques à beira-mar como no POLIS, não?
Nem me faça rir. nem me faça rir.
Você diz que nós só dizemos asneiras e que somos uns ignorantes, mas você diz cá cada coisa que é só ir vêr aos documentos -- públicos ou nem tanto -- e aos próprios locais para constatar que são inverdades*
Caramba! Em TRINTA ANOS não foram capazes de fazer nada. Influenciar nada. Pressionar nada.
Ai! Ai! Mas o que raio andam cá a fazer? Para que serve serem um só partido a controlar a maior parte do Tejo durante décadas se, depois, o "papão" do Governo Central ou qualquer outro "papão" mais à mão de semear serve para justificar as opções urbanisticas favoráveis a alguns "amigos" e a ineficácia em relação à verdadeira defesa dos cidadãos.
"Peça-lhe responsabilidades quando votar nas legislativas." - NC
Pelo que se podem então acabar de vez com os chupistas dos autarcas já que não nos servem para nada. Correcto? Só para gerirem o dia a dia bastam-nos bem as empresas municipais ou inter-municipais para onde vocês (os autarcas) têm vindo progressivamente a passar os "ossos" e grande parte da "carne": Lixo, reciclagem, esgotos, águas (brevemente já que Simarsul É das Águas de Portugal), energia, ruído...
Até mais.
Nota: * Gosto mesmo desta palavra que só podia ser inventada por políticos.
Mas entulhar e deixar marinhas ao abandono para recolha de lixos a céu aberto é a opção certa?
Parque há na Baixa, que em Alhos Vedros foi feito em cima de marinhas e todo enxertadinho que ninguém quase lá vai para ouvir comboios e levar com os gases dos escapes. E dali para a frente é um nojo.
Tal como na zona do previsto campo do Banheirense.
Então e o dique na Moita?
Grande obra.
Só serviu para ser necessário deitá-lo abaixo.
O jovem Nuno continua só ver o que lhe interessa.
Você não quer mesmo resposta pois não?
Então nós queremos empresas municipais ou inter-municipais, não é? Mário da Silva a Simarsul e a Amarsul não são municipais ou inter-municipais são multi-municipais, sabe o que é?
Informe-se antes de vir para aqui escrever disparates.
Mais um, já começam a ser muitos
O Pânico Climático, A política do medo
Artigo de Rui G. Moura, Engenheiro. Mestrado em Climatologia
Quando se fala do hipotético aquecimento global pretende-se seguramente meter medo. Até seria desejável que a Terra aquecesse. Com efeito, isso nos traria imensas economias tanto de energia para climatização, como do petróleo bruto e dos seus derivados. Por outro lado, seriam ganhas largas extensões de terra cultivável em direcção às regiões subpolares. Foi o caso entre os anos 1930 e 1960 (período do Óptimo Climático Contemporâneo).
Nessa altura, as explorações agrícolas do norte do Canadá e da Escandinávia deslocaram-se mais para Norte. Nos anos 1970, com o regresso do frio, voltaram a retroceder para Sul. O mesmo aconteceu na África subsariana onde os criadores de gado se deslocaram primeiro para Norte e depois regressaram ao Sul quando a seca estalou nos anos 1970. Durante o período quente, as chuvas tropicais eram mais abundantes. Isso quer dizer, paradoxalmente, que se o aquecimento fosse efectivo, a seca acabaria no Sahel! Mas infelizmente, não é esse o caso.
Refutação do IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change)
O tema do “global warming” é digno de figurar no livro das “Imposturas intelectuais” de Alan Sokal e Jean Bricmont. O “global warming” e as “climate changes” estão de tal maneira bem embrulhadas que não é fácil desmontar esta impostura científica. Mas de acordo com o filósofo Karl Popper, as teorias científicas têm de ser aprovadas ou reprovadas em testes imediatos e não daqui a cem anos. Ora, a refutação desta embrulhada verifica-se todos os dias, todas as horas, todos os segundos e todos os instantes.
Os valores elevados da pressão atmosférica sobre a Europa durante o Verão de 2003 - com a registada vaga de calor -, inscreveram-se na subida que se observa desde o shift ou desvio climático dos anos 1970, mais propriamente em 1976. Essa alta das pressões observa-se sobre a quase totalidade da Europa, de Lisboa, em Portugal, a Constança, na Roménia.
A forte estabilidade anticiclónica (calma ou vento fraco, ausência de movimentos ascendentes) favorece o aquecimento do ar nas baixas camadas. A condução do calor é com efeito tanto mais forte quanto a pressão é mais elevada e desde que o ar não se possa elevar - devido à subsidência, ou pressão de cima para baixo -, sobreaquecendo, portanto, (para a mesma quantidade de energia recebida do Sol) as camadas próximas do solo. O calor provoca uma forte diminuição da humidade relativa, isto é, uma forte secagem do ar, que é tanto mais seco quanto o vapor de água atlântico ou mediterrâneo não penetra no interior do ar anticiclónico (o que reduz consideravelmente o efeito de estufa natural que está principalmente associado ao vapor de água).
A nebulosidade muito reduzida ou nula oferece um ar soalheiro óptimo, e a elevação do calor atinge gradualmente (por efeito cumulativo) a “canícula”, sobretudo nas cidades (menos ventiladas, mais quentes, mais secas) onde se reforça a bolha de calor urbano.
Ao mesmo tempo o carácter anticiclónico (limitado às baixas camadas) e a ausência de movimentos horizontais e verticais concentram a poluição nos níveis inferiores (sob um nível de inversão situado cerca de 1000 a 1500 metros), enquanto a forte insolação acelera a foto dissociação (produção de ozono). Eis a razão da subida da taxa de ozono.
Calor, seca e poluição são, pois, as consequências das altas pressões. E não é seguramente o inverso. Sublinhe-se que, a aceitar-se como válida a teoria do “efeito de estufa antropogénico” do IPCC, teríamos de inverter a realidade.
Nesse caso, a poluição seria a origem da elevação de temperatura que provocaria, pelo contrário, uma baixa de pressão, pois o ar quente se elevaria por não se verificarem as condições anticiclónicas com subsidência. Mas a pressão está a subir!
São, portanto, as condições anticiclónicas com subsidência que constituem a chave do que está acontecendo! Mas referi-las é insuficiente se não soubermos explicá-las como não sabem os defensores de uma teoria refutável pela própria Natureza.
Pergunta-se: é a Natureza que está errada ou é a teoria do IPCC que deve ser refutada e substituída pela teoria dos Anticiclones Móveis Polares
(AMP) do cientista francês Marcel Leroux, Professor de Climatologia da Universidade de Lyon?
Como não é possível no âmbito deste texto explicar toda a teoria dos AMP, iremos desmistificar alguns dos mitos ligados ao “global warming” com que se pretende alarmar a opinião pública sem qualquer justificação científica.
Aquecimento global
Pura e simplesmente, não existe! Quase toda a gente tem fé na curva da temperatura global publicada todos os anos pela OMM (Organização Meteorológica Mundial) e o IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change). Esta curva é apenas uma média das temperaturas medidas em 7000 estações meteorológicas do planeta, tratadas na Universidade de East Anglia, em Londres, sob a direcção de Philipp Jones. O aumento seria de 0,6 ºC desde 1860 até aos nossos dias, ou seja, a diferença de temperaturas que se observa à escala média anual entre quaisquer duas cidades de Portugal.
Que extraordinária confusão! Um tal valor, dado com uma precisão de mais ou menos 0,2 ºC num século e meio, é ridículo, porque ela é da ordem de precisão da medida. Esta curva não é validada pelas medidas recentes efectuadas pelos radiómetros dos satélites que, depois de 1978, não indicam qualquer evolução notória, antes pelo contrário. Nem sequer pelas milhões de medidas das radiossondas dos balões.
Por outro lado, como falar em média à escala global misturando temperaturas marinhas, continentais, urbanas e sobretudo temperaturas de regiões que arrefecem com a de outras que aquecem? Por exemplo, o Árctico ocidental (a norte do Canadá) arrefeceu e o Árctico a norte do Mar da Noruega aqueceu.
Qual é então a verdadeira situação do Árctico? De aquecimento ou de arrefecimento? Não é possível afirmar com segurança que a Terra está aquecendo.
Será possível um aumento da temperatura de 2 a 6 ºC daqui até ao ano 2100?
De modo algum. Não há necessidade de modelos climáticos informatizados para fazer uma tal previsão. O químico sueco Svante Arrhénius (1859-1927) “previu” exactamente a mesma coisa em 1903! Ele aplicou uma regra de três entre o teor de concentração de CO2 da sua época e a temperatura correspondente, por um lado, e o teor previsto para o futuro e a temperatura respectiva. É exactamente isso o que fazem os modelos informáticos ao se insistir no efeito de estufa. Um modelo é apenas uma super calculadora que depende inteiramente dos dados que se lhes fornece e dos procedimentos que se lhes impõe para o tratamento dos dados. Não se deve atribuir aos modelos virtudes “mágicas” tanto mais que eles só dão uma visão muito incompleta e deformada da realidade meteorológica. Em particular, eles não têm em conta a circulação geral da atmosfera, da sua organização e do seu movimento. Para estes modelos, as descontinuidades, presentes por todo o lado na Natureza, não são simplesmente tomadas em consideração. Os modelos utilizados para predição climática são fundados nos mesmos princípios que os utilizados para a previsão meteorológica. Ora, estes últimos erram constantemente, como toda a gente sabe. Eles são incapazes de prever tempestades de neve como as que se verificaram este Inverno de 2006 por toda a Europa. E muito menos, não foram capazes de prever a queda de neve do dia 29 de Janeiro passado em Portugal, acontecimento que não se verificava há 50 anos!
A unanimidade entre os climatologistas não é verdadeira
A unanimidade é o efeito da tirania dos modelos. Insiste-se sobre num pretendido consenso entre os climatologistas quando isso não existe. Além disso, existem vários tipos de “climatologistas”. Veja-se o IPCC, apresentado como a autoridade na matéria. Na realidade, trata-se de um grupo intergovernamental, isto é, a nomeação dos seus membros é política e não responde por critérios científicos. Além disso, a grande maioria dos seus membros não é de climatologistas. Têm conhecimentos científicos limitados sobre o clima. Após o aparecimento da informática, numerosos daqueles que se auto proclamam «climatologistas» são na realidade informáticos-modeladores, que dedicam de longe a preferência pela estatística, sem se preocuparem com os laços físicos reais. Existem contudo climatologistas e meteorologistas, fora do IPCC, que, pelo contrário, se preocupam prioritariamente com a observação dos fenómenos reais e os princípios físicos que os relacionam. Esses discordam do IPCC e estão longe de se convencerem com os resultados dos modelos. Mesmo entre os modeladores, alguns, como o americano Richard Lindzen, permanecem muito cépticos relativamente à hipótese do aquecimento global. O problema do IPCC é que, depois dos anos 80, passou a ser dominado pelos modeladores, vedetas dos meios de comunicação. Os climatologistas realmente preocupados com as análises do tempo reagruparam-se, entretanto, em associações, das quais uma tem o nome sugestivo de “climate sceptics”.
O papel dos gases com efeito de estufa
Meter o acento nos gases com efeito de estufa dá uma visão muito simplista do clima, enquanto outros factores são bastante mais importantes. Em particular, aqueles que determinam a dinâmica da atmosfera, as transferências meridionais do ar e da energia e, para ser mais simples, as transferências de ar frio e de ar quente. Cada um é capaz de observar que a temperatura é função destas bruscas alterações, e que ela não evolui de maneira linear. O importante é primeiramente saber porquê e como as massas de ar frio se formam e se deslocam; porquê elas substituem e são substituídas pelo ar quente - dito de outra maneira de precisar o mecanismo da máquina atmosférica. O tempo depende dia a dia destas mudanças de massas de ar. Por outro lado, no longo prazo, a variação depende da actividade solar (manchas solares, magnetismo, erupção e vento solar), das projecções vulcânicas, dos parâmetros astronómicos, etc. Como pretender que a sua responsabilidade no clima possa ser posta em evidência nos modelos que não tomam simplesmente em consideração o conjunto destes parâmetros? O efeito de estufa é, portanto, totalmente marginal, se não mesmo insignificante, tanto mais que o principal efeito de estufa não é realizado pelo CO2 ou pelo CH4, mas pelo vapor de água. Mas, mesmo a parte real do vapor de água no efeito de estufa não é considerado no seu justo valor nos modelos.
Não há clima global
Pelo contrário, conhecemos perfeitamente a evolução dos climas regionais que seguem evoluções fortemente dissemelhantes. Além disso, é bastante revelador verificar que, na confissão do próprio IPCC, os modelos são incapazes de reconstituir estas variações regionais! No seu segundo relatório de avaliação, de 1996, o IPCC escreveu: “Os valores regionais das temperaturas poderiam ser sensivelmente diferentes da média global, mas ainda não é possível determinar com precisão as suas flutuações”. Isto significa que os modelos do IPCC seriam capazes de dar um valor médio sem conhecer os valores regionais que permitem estabelecer precisamente esta média! Isto não é sério!
No Atlântico Norte, observa-se um arrefecimento na parte oeste (Canadá, Estados Unidos a este das Montanhas Rochosas), enquanto na Europa ocidental se observa um aquecimento, nomeadamente na Escandinávia. A Europa central arrefece como o Mediterrâneo oriental, ou como a China. Estas diferenças de comportamento resultam da dinâmica aerológica. Isso depende das trajectórias dos anticiclones móveis polares (AMP). Estes são vastos discos de ar glacial de mais de 1500 km de raio, gerados quotidianamente pelos pólos. Estes discos deslizam rente ao solo sobre camadas de ar quente mais ligeiras, contornando os relevos para se dirigirem em direcção ao equador.
As suas faces frontais provocam o retorno para o seu pólo respectivo do ar aquecido vindo dos trópicos. Os AMP representam o próprio exemplo de descontinuidade que os modelos informáticos se recusam a incorporar nas suas equações matemáticas. Por outro lado, eles apontam o dedo ao comportamento particular e à importância das regiões polares que, contrariamente às previsões dos modelos, não estão a aquecer, mas a arrefecer.
O mito da fusão das calotes polares
Evitemos a generalização: em detalhe, o gelo do mar funde a norte do mar da Noruega ou na região das Aleutas no Pacífico Norte onde chegam a água marinha e o ar aquecidos. Em troca, a banquise (bancos de gelo) não varia ao norte do Canadá. O grosso da calote antárctica não fundiu desde a sua formação há 60 milhões de anos. A observação dos satélites mostra mesmo que no decurso do período 1979-1999, que é o de maior suposta elevação de temperatura, a superfície da banquise aumentou globalmente ao redor do continente Antárctico. Na Gronelândia, certas regiões fundem, especialmente à volta da enorme ilha, mas a massa de gelo aumenta no centro da ilha, como acontece com a massa da maior parte dos glaciares escandinavos. O arrefecimento dos pólos atingiu 4 a 5 ºC durante o período 1940-1990, isto é, mais de metade, mas em valor negativo, do valor previsto para 2100! É o desmentido mais flagrante levado às previsões dos modelos. É, portanto, surpreendente que tenha havido a ousadia de se conceber um tal aquecimento sem que haja qualquer razão física que o possa justificar! Será somente para meter medo às pessoas com a pretensa subida dos níveis dos oceanos que poderia resultar de uma subida de temperatura?
Pelo contrário, o que é seguro, é que como os pólos arrefeceram, a potência e a frequência dos AMP aumentam, os contrastes de temperatura elevam-se, as confrontações entre o ar frio e o ar quente são mais vigorosas e o tempo torna-se cada vez mais violento e cada vez mais contrastado nas nossas latitudes. Torna-se assim mais irregular, com períodos extensos de frio seguidos de calor, de chuvas mais abundantes e de secas mais frequentes. Os recordes de calor e de frio são consequentemente batidos. Mas só se ouve falar nos de calor… Por exemplo, o Canadá sofreu a pior tempestade de neve da sua história em
1998 e a Mongólia conheceu dois Invernos sucessivos de tal forma rigorosos que o Estado teve de pedir ajuda internacional. Seria mais judicioso ter em consideração esta evolução real em vez de um hipotético cenário para o horizonte de 2100, para assegurar, por exemplo, uma melhor gestão da água, nomeadamente para o domínio agrícola. Portugal não está isento do que pode acontecer em qualquer outra região do mundo. Já tivemos quedas de neve em Lisboa, em 2006. A canícula do verão de 2003 é ainda um outro exemplo, se bem que ela tenha sido apresentada como a prova do aquecimento global. Este erro de julgamento foi a base da implementação de um plano anti-canícula para o Verão de 2004, canícula que não se verificou (para espanto dos alarmistas). Em 2003, tratou-se simplesmente de uma vasta alta de pressão através da Europa ocidental, ela própria consequência de um aumento da frequência dos AMP, visíveis nas imagens dos satélites, mas que os modeladores não gostam de ouvir falar! Nessa época, fez frio em Moscovo como há muito não acontecia no Verão. Em Julho deste ano repetiu-se este fenómeno.
O caso dos ciclones tropicais
O IPCC, nos anos 90, sustentou que os modelos são incapazes de prever a evolução da ciclogénese que não apresenta qualquer tendência para aumentar no Atlântico Norte desde há um século. Os modelos anunciavam então que o aquecimento conduziria a uma maior clemência climática: “As tempestades nas latitudes médias (…) resultam de elevado gradiente (diferença) de temperatura entre os pólos e o equador (…). Como este gradiente vai enfraquecer com o aquecimento (…) as tempestades nas latitudes médias serão mais fracas”, escrevia o IPCC em 1990. Mas hoje, já que o tempo não evoluiu conforme às suas previsões, o mesmo IPCC esquece os seus próprios escritos e recupera a violência - mais mediática - do tempo ao anunciar que é precisamente devida ao aquecimento. Enfim, ainda há quem pense que estamos perante cientistas sérios… A ciclogénese depende de cinco condições draconianas. Basta uma delas não se verificar para não se gerar um ciclone tropical. A temperatura da água do mar é apenas uma delas. Ainda ninguém pensou qual a razão de não se gerarem Katrinas no Mediterrâneo ou no Mar Negro? Lá não existem nem o equador meteorológico vertical, nem os alísios e as monções, nem campos depressionários nas baixas camadas, nem ascendências dinâmicas nem a possibilidade de se desenvolver até à troposfera. Como estas condições não estão reunidas todos os dias, mesmo com temperaturas elevadas do mar, os ciclones tropicais, felizmente, não nascem diariamente!
A desinformação global
Prever o tempo foi sempre apaixonante. Ora, prever que nada de alarmante se vai produzir não é muito interessante. No início do sec. XX, as predições alarmistas estavam já na moda.
Entretanto, elas não tiveram sucesso perante a realidade que as desmentia ano após ano. Foi somente a partir de 1985 que o alarmismo reapareceu quando a climatologia foi monopolizada pelos informáticos com os cenários mais catastrofistas. Esquecendo simplesmente a meteorologia, os modeladores fizeram cálculos extremamente simplistas com o apoio de modelos super-sofisticados para impor os seus conceitos. Mas as hipóteses sobre o aquecimento climático nunca foram verificadas pela observação, nem no início nem no fim do sec. XX. A famosa curva do IPCC não é mais do que um artefacto constantemente desmentido pelas medidas e pelas observações dos satélites.
Na realidade, o problema dito do clima é confundido com o da poluição, dois domínios, contudo, distintos que só serão bem tratados, um e outro, quando forem dissociados. Esta confusão serve igualmente de pretexto para impor uma restrição à actividade humana, considerada erradamente como a origem do aquecimento climático. A relação de interesses que se estabeleceu entre certos laboratórios, várias instituições internacionais e certos homens políticos, impôs a noção de aquecimento global. Seguir cegamente os “Sumários para os decisores” elaborados pelo IPCC faz deixar de lado os fenómenos reais, desperdiçar somas colossais para pagar reuniões por definição inúteis, e impede a tomada de medidas de prevenção eficazes contra os verdadeiros acontecimentos climáticos que iremos conhecer. Para que serve preparar a economia de um país para o eventual aquecimento quando todos os seus termómetros assinalarem arrefecimentos?
Finalmente, o aquecimento climático reveste cada vez mais um carácter de manipulação que parece verdadeiramente uma impostura “científica” e cujas primeiras vítimas são os climatologistas que não recebem os financiamentos que se dirigem para a corte de “climatocratas” do IPCC.
Lindo, este é bom.
A Mitologia do Aquecimento Global
por Rui G. Moura
Os conceitos de aquecimento global e de alterações climáticas são baseados na teoria do efeito de estufa antropogénico. São apenas hipóteses saídas de modelos informáticos, mas, nem por isso, deixam de conhecer grande voga como o demonstra o recente filme de Al Gore, cujas teses são apresentadas como o consenso da comunidade científica na matéria. Aqueles modelos incorporam relações simplistas que não correspondem ao mundo real. Anuncia-se um crescimento monótono de temperaturas a nível global até 2010. O que serve de pretexto para misturar o efeito de estufa com as grandes secas, cheias com furacões, a fome com as vagas de calor, o degelo dos glaciares com as pandemias para criar cenários apocalípticos. Mas nada disto está cientificamente demonstrado.
Seguramente, o ano de 1976 teve um desvio climático brusco (que os modelos não previram). Traduziu-se num aumento da violência e da irregularidade do tempo. Este shift climático foi devido a uma modificação do modo rápido de circulação geral. O nosso planeta funciona tal como uma máquina térmica com duas fontes frias e uma fonte quente. As trocas de energia são permanentes e dão-se através de massas de ar da troposfera e de água dos oceanos. As massas de ar são predominantes. O ar frio que sai dos pólos em direcção à zona intertropical e provoca um desvio de ar quente em direcção aos pólos. No Inverno de cada hemisfério, as massas de ar frio têm uma frequência diária de saída e uma intensidade superiores às do Verão. Por isso se designa de modo rápido a circulação geral no Inverno. No Verão, a circulação geral apresenta um modo lento. O shift climático de 1976 deu-se no modo rápido.
Seria fundamental determinar as causas desse desvio climático em vez de se andar a gastar tempo e dinheiro a prever as temperaturas do ano 2100. Esta tarefa de previsão a tão longo prazo é teórica e praticamente inútil. O aquecimento global é um assunto que está na moda. Em particular depois da seca do Verão de 1988, nos Estados Unidos da América. Os norte-americanos vivem angustiados pela possível repetição de um novo período prolongado de calor e de seca. Recordam-se dos acontecimentos dos anos 30 do século passado. A seca e as nuvens de poeira sucederam-se nos Grandes Planaltos. O traumatismo então vivido pela população rural (cf. As Vinhas da Ira de John Steinbeck) marcou a população americana. Esse passado explica a atenção particular que, em 1988, lhe foi imediatamente dedicada e a dramatização que se lhe seguiu. Inicialmente, era um assunto da climatologia. Mas, este tema, fortemente marcado pela emoção e pela irracionalidade, depressa evoluiu para o alarmismo ao perder o seu conteúdo científico. Actualmente já não se debate climatologia. Quase que poderia dizer que este campo da ciência se resume a falar no dióxido de carbono.
Um tema extremamente confuso
As alterações climáticas tornaram-se num tema extremamente confuso que mistura tudo:
A poluição e o clima: o clima torna-se um álibi para resolver a poluição. A sua evolução futura é apresentada como um postulado e quem colocar dúvidas sobre o aquecimento anunciado fica catalogado como favorável à poluição!
Os bons sentimentos e os interesses confessados: o planeta está em perigo e é necessário salvá-lo. Mas, ao mesmo tempo, discute-se os direitos de poluir através dos «direitos de emissão». Salta-se do sentimento de culpabilidade (o homem é o acusado de todos os males) para a atitude ambígua daqueles que defendem interesses de grupo.
As suposições e as realidades: as teorias dos modelos e os mecanismos reais, o hipotético clima futuro e a evolução do tempo real. As previsões são gratuitas. Não têm valor quando os prazos são longínquos (2100!). Nos acontecimentos recentes (vagas de calor, secas, cheias), avistam-se sinais da catástrofe anunciada. Seleccionam-se as informações, ocultam-se as do frio e retém-se as do calor. Deste modo, não pode deixar de se confirmar as previsões (falaciosas) dos modelos.
O sensacionalismo e a seriedade científica: a procura do furo jornalístico e a informação devidamente fundamentada, tudo cada vez mais confundido. Nomeadamente pelos políticos. Os media ajudam à confusão. Infelizmente, certos cientistas não melhoram a situação pelas suas declarações despropositadas.
O debate reduz-se ao óbvio: se ele existe, inscreve-se no mito antigo do conhecimento popular acerca do tempo. Cada um tem o seu saber sobre a matéria. Fica-se muitas vezes próximo do pensamento mágico. Circunscreve-se a discussões do tipo da mesa de café. Verifica-se a confusão permanente entre clima e evolução do tempo. Alguns pretendem aureolar os modelos de um certo mistério. Apresentam-nos como máquinas de prever o tempo
Uma climatologia demasiado simplista
As alterações climáticas são um assunto de climatologia mas que é tratado, maioritariamente, por não especialistas. Nomeadamente, é apresentado pelos ambientalistas, em anexo ao tema da poluição. Hoje, alguns especialistas do clima desinteressam-se estranhamente do debate ou adoptam mesmo o dogma oficial. Existe a pretensão de repetir cegamente a cartilha do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change) como se fosse uma qualificação suficiente. O discurso estereotipado e recitado de modo dogmático é sempre o mesmo.
Acontece que certos «cientistas» têm a audácia de se proclamarem como tal, propagando os resultados saídos dos modelos, através de hipóteses infundadas, mal estabelecidas e não demonstradas pelas observações. Deve-se colocar fortes reticências ao mito dos relatórios do IPCC serem preparados por «milhares de cientistas». O número anunciado ilude e esconde o sectarismo da mensagem. Os documentos provêem de uma pequena equipa dominante que impõe os seus pontos de vista a uma maioria sem competências climatológicas. O “I” de IPCC significa com efeito «intergovernamental». O que quer dizer que os pretensos cientistas são antes de tudo agentes dos governos. O IPCC, em absoluto, não é uma organização de investigação. Sabe-se agora que, durante a sua elaboração, a redacção definitiva do relatório de 1995 foi falseada. A afirmação da «influência perceptível do homem sobre o clima global» foi acrescentada depois (para impressionar os decisores). Essa afirmação não correspondia ao entendimento do conjunto dos verdadeiros especialistas do IPCC. Mas, a seguir, noutros relatórios, foi constantemente repetida apesar de um desacordo de princípio.
Os conhecimentos actuais sobre climatologia são em geral limitados. O IPCC reconhece-o quando precisa que: «A aptidão dos cientistas para fazer verificações das projecções provenientes dos modelos é bastante limitada pelos conhecimentos incompletos sobre as verdades climáticas». As explicações são sobretudo simplistas, para serem facilmente compreendidas. Elas não reflectem a verdade científica que é extremamente complexa. O conhecimento superficial e esquemático é primeiramente imposto pelas «simplificações inevitáveis transpostas para os modelos». Os modelos não podem integrar todas as componentes dos fenómenos climáticos reais. Quanto mais simplista é a mensagem (próxima do slogan, fácil de reter sem esforço), maiores são as hipóteses de ser adoptada pelos políticos e pelos media. Esse simplismo afasta desde logo a reflexão e as explicações longas e complexas, embora mais próximas da realidade.
Esta falha de qualificação explica também a fé cega atribuída a uma ciência da meteorologia idealizada por alguns. Ignora-se assim, geralmente, que a meteorologia está num verdadeiro impasse conceptual há mais de cinquenta anos. Ela não dispõe de um esquema explicativo válido da circulação geral – fenómeno este que é fundamental – apto a traduzir a realidade das trocas latitudinais de energia. Vive na ignorância dos mecanismos reais. Este impasse tem conduzido, entre outros, aos «falhanços» dos serviços de meteorologia dos EUA na previsão das trajectórias dos furacões tropicais. Por defeito de conhecimento da sua dinâmica. Será necessário sublinhar todos os falhanços das previsões do tempo em todas as partes do mundo? Os próprios meteorologistas confessam estas fraquezas fundamentais. São tão evidentes que tornam os modelos inaptos a prever o que quer que seja!
A falta de isenção perante a dúvida salutar em ciência e mesmo a falta de espírito crítico de pretensos cientistas (não qualificados) faz com que não se discuta a (má) qualidade dos modelos e das suas previsões. O debate científico é assim ocultado. Os contraditores são, na medida do possível, censurados ou mesmo desacreditados. O conhecimento é substituído pela convicção (sincera ou pela fé) do género: «Estou convencido que o aquecimento global do planeta é uma realidade», ou «há quem não acredite no aquecimento global» – profissão de fé que é a própria negação do método científico.
Seria necessário fazer um ponto da situação sem complacência. Sem concessão e aprofundado, rigorosa e unicamente centrado na climatologia. Deixe-se, pois, o estudo do clima para os climatologistas. Torna-se necessário desmascarar a pretensa ligação entre: homem → poluição → gases com efeito de estufa → aquecimento global → alterações climáticas → violência e irregularidade do tempo. O homem está inocente e a acusação que lhe fazem é uma blasfémia.
O efeito de estufa natural e o adicional
O efeito de estufa natural é uma realidade, pelo que é inútil discutir: ele produz um ganho de 33 ºC à temperatura média da superfície da Terra pelo que permite a existência de vida humana. Um efeito de estufa adicional, ou «reforçado», de origem antropogénica (proveniente do CO2 e de outros gases com efeito de estufa – GEE – devidos às actividades dos homens) seria susceptível de elevar a temperatura. Sabe-se isso desde há longa data, 1824, conforme foi pressentido pelo cientista sueco Arrenius. A questão é a de saber se o homem é capaz de influenciar, involuntariamente, o curso da evolução climática, atingindo a escala planetária, e sobretudo se, desde há um século, ele já começou a fazê-lo. Mas a verdade é que, à parte a influência demonstrada sobre o clima urbano, uma consequência à escala global pertence ao domínio da especulação.
Com efeito, o vapor de água representa 63 % do efeito de estufa e constitui assim a maior fonte de incerteza. Basta ter conhecimento que os modelos climáticos também simulam as nuvens e as precipitações. Estes fenómenos são particularmente complexos. Imagina-se o que serão as nuvens ou a precipitação em 2100? Por outro lado, a amplitude da retroacção de certos parâmetros climáticos – fenómeno crucial – permanece desconhecida.Além do mais, é necessário juntar a incerteza associada à nebulosidade. Os efeitos desta são contrários de acordo com a altitude das nuvens que tanto podem arrefecer como aquecer a superfície terrestre… E em 2100 como se comportarão as nuvens?!...
Por outro lado, o presumido aquecimento global tem uma forte componente de carácter urbano. Demonstrou-se isso, na Califórnia, ao comparar a evolução térmica das cidades com mais de um milhão de habitantes e com mais ou com menos de 100 000 habitantes. A elevação da temperatura decresce com a diminuição da importância das cidades. O aparente aquecimento global é influenciado pela perda de calor que afecta somente as superfícies urbanizadas. As estações meteorológicas, inicialmente instaladas fora das cidades foram progressivamente absorvidas pela expansão da urbanização. Os valores observados nessas estações reflectem, principalmente, a evolução climática à escala local e não global.
No entanto, este fenómeno, conhecido como ilhas de aquecimento urbano, não é o principal factor detectado nas observações dos milhares de termómetros espalhado pelo planeta que determinam o que se designa, erradamente, por temperatura média global.
As indicações dos climas do passado
Pretender que o estudo paleoclimatológico do passado possa dar uma ideia da amplitude das futuras alterações climáticas não é correcto.Esta pretensão de fundamentar a alteração climática de longo prazo, permite colocar o problema da relação entre os gases com efeito de estufa (GEE) e a temperatura. Será uma relação covariante ou é uma correlação física? Quando é que o acréscimo dos GEE é a causa, do aumento da temperatura, ou quando é que é o efeito? Que significa à escala paleoclimática (como à escala sazonal) a covariação mais ou menos estreita entre o CO2 e a temperatura?
Os cilindros da estação Vostock retirados dos gelos antárcticos parecem mostrar o paralelismo das variações de temperatura do ar e do teor atmosférico de GEE. Deduzir que o passado e o futuro são directamente comparáveis representa a astúcia ideal. Qual é com efeito o não-climatologista, e a fortiori o cidadão, que conhece a teoria de Milankovitch sobre os períodos das glaciações? A covariação geral dos parâmetros (deutério, CO2, CH4, Ca, etc. e a temperatura correspondente deduzida) no decurso de mais de 400 mil anos resulta de um “forçamento” exterior à própria Terra. São quatro ciclos principais que revelam a influência da excentricidade da órbita terrestre (ciclo de 100 000 anos), enquanto no interior de cada grande ciclo glaciário-interglaciário, as variações mais breves são conjuntamente associadas à variação da inclinação do eixo dos pólos e à precessão dos equinócios.
Estes parâmetros orbitais da radiação foram genialmente demonstrados por Milankovitch em 1920. Todos os parâmetros covariam, e estão portanto estatisticamente correlacionados, mas a evolução da temperatura a esta escala de tempo não depende dos GEE. Pelo contrário, são as taxas de crescimento dos GEE que dependem, mais ou menos directamente, da temperatura. Por consequência, apesar dos resultados notáveis das análises dos cilindros de gelo para o conhecimento dos climas passados, a referência sistemática aos paleoclimas não faz qualquer sentido no debate. E tanto menos sentido quanto as teorias meteorológicas convencionais utilizadas pelos modelos não propõem um esquema de circulação geral válido a esta escala paleoclimática.
As indicações fornecidas pelos modelos climáticos
Os modelos climáticos prevêem sempre um aumento da temperatura. Isto tornou-se num postulado indiscutível. Por outro lado, os modeladores impuseram o conceito de evolução «global» do clima. O globo deverá evoluir no seu conjunto e no mesmo sentido do aquecimento. Todavia, com intensidades diferentes consoante as latitudes.
Os modelos são fundamentados no efeito radiativo (que, em termos gerais, representa o balanço entre o calor recebido do Sol, o absorvido e o reflectido pela Terra e pelas nuvens). Por isso, não podem prever outra coisa que não seja um … aquecimento. Escreve-se a este propósito: «Os modelos, cada vez em maior número e mais sofisticados, indicam sem excepção um acréscimo de temperatura».
A unanimidade da resposta (pudera!) é considerada uma prova da capacidade dos modelos para prever o futuro. Mas para além da sofisticação dos cálculos, o resultado é no fim de contas uma aplicação da regra de três simples. Entre a taxa de crescimento do CO2 actual, a suposta taxa futura e as temperaturas correspondentes. Isto é elementar. A unanimidade dos modelos considerada como só é um «facto notável» porque a resposta só pode ser positiva. Como é que poderiam prever descidas de temperatura se eles são constituídos para prever subidas?
A argumentação é muito frágil. O balanço radiativo, excepto quanto às variações no longo prazo, permite somente compreender…porquê as altas latitudes são mais frias do que os trópicos. E, além disso, permite prever que…o Inverno será mais frio do que o Verão! As variações de temperatura de um dia para o outro, de um ano para o outro, as médias e as anomalias (diferenças entre os valores medidos e as médias) resultantes, dependem – como as variações do tempo – das modificações de intensidade das circulações meridionais das massas de ar.
Esquematicamente, o fluxo de norte traz frio e o do sul traz calor (outros parâmetros como a nebulosidade, a humidade, as precipitações, a velocidade do vento, etc., participam conjuntamente nesta determinação). As trocas meridionais dizem respeito evidentemente a regiões diferentes e as evoluções térmicas não podem ser uniformes. Uma temperatura média tem apenas um valor muito limitado se é que tem algum valor se for estabelecido à escala «global» (poderá então existir um clima global?). Por outro lado, não é correcto dizer como o IPCC que «não é possível determinar» as evoluções regionais. O que acontece é simplesmente o facto de os modelos não serem capazes de representar as diferenças de comportamento regional. Como é que podiam saber, sublinhe-se ainda, se eles não dispõem de um esquema coerente do modo de circulação geral?
Deste modo, quase tudo o que se tem escrito e dito nos media nos últimos anos sobre “Os sinais e as previsões de alterações climáticas” não tem qualquer significado físico ou climático, e é tudo menos científico. Não têm os sinais e muito menos as previsões. É pura especulação, pseudo-científica, construída através de outputs de modelos informáticos que estão longe de representar a realidade, amplificados nos media até à exaustão.
Seria mais correcto, guardadas as devidas proporções, considerar que os actuais fenómenos da dinâmica do tempo e do clima a que assistimos no Mundo são idênticos às premissas da primeira fase de uma glaciação. Dentro de 10 a 20 anos teremos, muito provavelmente, oportunidade de observar mais fenómenos climáticos que indiciam o início de uma glaciação. Mas a escala temporal dos grandes fenómenos climáticos não é comparável com o curto período de vida dos humanos. O drama situa-se na circunstância de se estarem a preparar os países para enfrentarem o calor e aparecer o frio.
Conclusões
Este pequeno ensaio pode aguçar a curiosidade dos leitores mais interessados no aprofundamento dos conhecimentos da climatologia. Consideramos que existe uma climatologia (e meteorologia) antes de Marcel Leroux e outra após Marcel Leroux. Este cientista francês, Prof. jubilado de Climatologia da Universidade de Lyon, levou mais de trinta anos a raciocinar quanto à necessidade de uma nova explicação para os fenómenos reais que não batiam certo com as teorias clássicas.
A sua inspiração nasceu no domínio da meteorologia tropical. Marcel Leroux nasceu na Tunísia, ainda colónia francesa. Estudou na sua cidade natal, Cartago, e começou a trabalhar em África. Ele é um grande especialista do clima deste continente. Publicou em 1983 a obra de referência neste domínio para a Organização Meteorológica Mundial: «Le climat de l’Afrique continental». Foi durante a preparação desta obra e ao estudar a estrutura vertical da troposfera que ele encontrou as insuficiências da teoria clássica do chamado modelo tricelular. Foi durante a procura de explicações para os movimentos brutais da atmosfera tropical que ele descobriu que a dinâmica tropical é comandada originariamente pela dinâmica polar. Foi assim que descobriu a estrutura real da circulação geral da atmosfera a partir do que designou Anticiclones Móveis Polares.
Marcel Leroux, na sua obra (hoje considerada de ruptura com o passado da meteo-climatologia) «La dynamique du temps et du climat», afirma a páginas tantas: “La dynamique observée dans l’Atlantique Nord (mais aussi dans le Pacifique Nord) facilite (toutes proportions gardées) la compréhension – em temps réel – du mécanisme de l’entrée dans une glaciation». Afinal, tanto alarido com o aquecimento global e se calhar vem aí o frio…dentro de 10 a 20 anos!
Agradecia que o amigo anónimo parasse. Se quiser envie os textos que eu publico no blogue com todo o gosto, mas assim bloqueia a caixa de comentários.
A falsificação da história climática a fim de "provar" o aquecimento global
por John L. Daly [*]
"Whan that Aprille with his shoures soote -
The droughte of March hath perced to the roote,
And bathed every veyne in swich licour
Of which vertu ungendred is the flour;"
- from The Canterbury Tales, by Geoffrey Chaucer, 1386
"Our years are turned upside down;
our summers are no summers;
our harvests are no harvests!"
- John King, an Elizabethan preacher,1595
Introdução
Em 1995, o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) editou, com grande publicidade, o seu relatório quinquenal sobre as alterações climáticas [10] . Nele aparecia esta afirmação hoje tristemente célebre: há "uma influência humana perceptível sobre o clima do planeta".
No seu relatório anterior de 1990 [33] o IPCC apresentava uma estimativa acerca do modo como o planeta havia evoluído não só durante os 95 anos anteriores como também durante os últimos mil anos. Assim, apresentava-se o gráfico (figura 1) das variações de temperatura desde o ano 900 dC.
Este gráfico assevera que as temperaturas durante o Óptimo Climático Medieval foram mais elevadas que as actuais (como sugere os "Contos de Canterbury" de Geoffrey Chaucer). Mostra também que fazia bastante mais frio durante a Pequena Era do Gelo (como sugere o rei John). Registos históricos provenientes de toda a Europa e da Gronelândia atestam a realidade destes dois acontecimentos e do seu impacto profundo na humanidade. A colonização da Gronelândia pelos vikings no início do milénio, por exemplo, só foi possível graças ao calor que se fazia sentir na época medieval. Durante a Pequena Era do Gelo, estas colónias da Gronelândia desapareceram. Na mesma época, o Tamisa gelou muitas vezes. Testemunham-no as múltiplas "feiras do gelo" que se realizavam sobre o rio gelado.
Os períodos do Óptimo Climático Medieval e da Pequena Era do Gelo dependem de certa maneira daquilo que se considera "quente" e "frio" em relação às temperaturas actuais. Os seguintes períodos dão-nos uma aproximação:
Óptimo Climático Medieval: 700-1300.
Período frio: ("mínimo de Sporer"): 1300-1500.
Curto aquecimento climático: 1500-1560.
Pequena Era do Gelo: ("mínimo de Maunder"): 1560-1830.
Curto período mais quente: 1830-1870.
Curto período frio: 1870-1910.
Período quente do século XX: 1910-2000.
A actividade variável do Sol é uma das causas mais prováveis dos dois principais acontecimentos climáticos mencionados atrás. Sobretudo relativamente à Pequena Era do Gelo. Com efeito, existem observações directas do número de manchas solares desde o ano 1600. Estas observações permitem-nos comparar as variações do Sol com o clima do planeta. A figura 2 mostra as variações da actividade solar no tempo. A radiação solar é maior durante o máximo de actividade solar. Os dois acontecimentos reproduzem-se com um ciclo de onze anos.
Quando se observa a variabilidade da actividade solar dos últimos quatro séculos, o mínimo de Maunder constitui a característica mais impressionante. Tratou-se de um período de 70 anos durante o qual não se verificou qualquer mancha solar. Um pouco como se o Sol tivesse "deixado de respirar". Todavia, mesmo antes de 1640, no início do mínimo de Maunder, o ciclo foi nitidamente fragmentado e irregular em relação aos ciclos regulares dos anos posteriores a 1710. Quando se compara este acontecimento solar extraordinário com os dados climáticos da figura 1, verifica-se que o mínimo de Maunder aparece exactamente ao mesmo tempo que as temperaturas mais baixas da Pequena Era do Gelo.
A conclusão é clara: as variações solares foram a causa da Pequena Era do Gelo e, com forte probabilidade, também do Óptimo Medieval. Utilizando o isótopo de carbono 14 como indicador da actividade solar antes de 1600, foi possível pôr em evidência um nível elevado de actividade solar durante o período medieval. Esse nível arrastou a elevação da temperatura. Também sobressaiu um período frio designado "mínimo de Sporer", durante o ano de 1350.
Esta análise histórica do clima contém duas dificuldades sérias para a teoria actual do aquecimento global:
1) Se o período Óptimo Medieval, sem contribuição de gases antropogénicos, foi mais quente do que o dos dias de hoje, qual o espanto por a época moderna ser igualmente quente?
2) Se as variações solares foram a causa simultânea do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo, a mais forte actividade solar do século XX não explicará, pelo menos em parte, o pretenso calor anunciado?
Estas duas proposições abalam verdadeiramente a crença pública na visão catastrofista dos modeladores do clima. Novas descobertas da ciência solar fazem pensar que foi o Sol — e não os gases com efeito de estufa — que determinou as tendências do clima do século XX.
A ideia segundo a qual o Sol pode modificar o nosso clima foi reforçada por numerosas investigações recentes. Os seus resultados mostram que não são somente os aquecimentos e os arrefecimentos cíclicos do Sol (sob a forma de ciclos de onze anos) que modificam o clima. São também as variações do espectro solar dirigidas para uma radiação ultravioleta mais importante comparada com a do espectro visível ou infravermelho (figura 3) [14-8] .
O aumento desproporcionado da parcela ultravioleta do espectro de radiação solar, afectando a camada de ozono assim como outros componentes atmosféricos, poderia amplificar um aquecimento. Além disso, variações recentes da actividade magnética do Sol influenciam a radiação cósmica que atinge a Terra. Essa influência, por seu lado, modifica as baixas camadas nebulosas e, por consequência, as temperaturas [24] .
Por outras palavras, os especialistas do Sol identificaram actualmente três mecanismos distintos através dos quais a nossa estrela poderia aquecer ou arrefecer a Terra. Pensa-se agora que eles são os verdadeiros responsáveis do Óptimo Medieval, da Pequena era do Gelo e das tendências climáticas do século XX.
Estas novas descobertas solares foram ignoradas pelos teóricos do efeito de estufa. Foram mesmo consideradas por eles com hostilidade. Porque, nestas circunstâncias, os gases com efeito de estufa teriam desempenhado um papel insignificante no aquecimento do século XX.
Em 1999, um artigo publicado na Geophisical Research Letteres (GRL) [16] pretendeu alterar a visão normal da história do clima. Teve igualmente a pretensão de alterar a percepção correcta de a teoria do efeito de estufa abordar o funcionamento do clima. Este artigo começou por produzir um forte abalo nas bases científicas dos especialistas do Sol. O famoso "bastão de hockey" ("hockey stick") foi revelado pela primeira vez. Constituía, de facto, uma fraude científica como se veio a verificar…
O "hockey stick"
Foi como um golpe de estado científico para alterar o conjunto da história climática [16] . O Dr. Michael Mann, do departamento de geociências do Massachusetts Institute of Technology, era o principal autor do artigo da GRL.
Utilizou o cerne de crescimento das árvores (tree rings) – corte transversal das árvores – como base da evolução das temperaturas dos primeiros séculos do milénio passado. Misturou aquela evolução com a evolução das temperaturas dos séculos mais recentes determinada por outros meios (termómetros). Misturou árvores com termómetros. Deste modo, Mann redesenhou completamente a história do clima. Assim, fez desaparecer o Óptimo Climático Medieval e a Pequena Era do Gelo. Como se estes notáveis acontecimentos não tivessem sucedido. Um buraco na memória climática do tipo orwelliano [22] . A figura 4 mostra o clima do último milénio revisto e corrigido por Mann.
Como se vê, o Óptimo Medieval e a Pequena Era do Gelo desapareceram do mapa por arte mágica. Foram substituídos por uma tendência quase linear de ligeiro arrefecimento até 1900.
A partir daí, ao realizar o seu golpe de magia, Mann enxertou, bruscamente, no cerne das árvores, os dados das temperaturas de superfície do século XX. Segue-se a curva vermelha entre 1900 e 1998 que se vê na figura 4. Esta subida em rampa é, em grande parte, o resultado do efeito das ilhas de aquecimento urbano. A rampa foi enxertada nos cernes "arrefecidos" desde o ano 1000 até 1900. O efeito visual foi espectacular. Descreveu um século XX em plena ascensão climática vertiginosa. Esta linha vermelha prolonga-se até 1998 ("o ano mais quente do milénio", segundo Mann), ano aquecido pelo importante El Niño. Nota-se que os dados de superfície estão em total contradição com os recolhidos pelos satélites [20] . Se tivessem sido utilizados estes últimos para representar os últimos vinte anos, o século XX teria aparecido menos significativo em relação aos séculos precedentes.
Do ponto de vista da ciência e da estatística, o procedimento de Mann é mais do que imperfeito: não é seriamente aceitável que duas séries de dados representando variáveis tão diferentes quanto as temperaturas extraídas dos cernes das árvores possam ser simplesmente confundidas numa única série com temperaturas avaliadas com termómetros.
Em qualquer ramo da ciência, quando se declara uma revisão tão drástica de uma teoria anteriormente aceite pela comunidade científica, assiste-se inicialmente a um vivo debate e a um cepticismo por parte dos cientistas envolvidos. A nova teoria sofre o fogo cruzado da crítica e é examinada à lupa. Só se a nova ideia consegue sobreviver a este processo é que se torna largamente aceite pela comunidade científica e pelo grande público.
Ora, este procedimento normal nunca aconteceu com o "hockey stick". O golpe foi total, rápido e sem efusão de sangue. Com efeito, o artigo de Mann foi aclamado por um coro de aprovação acrítica por parte da indústria da teoria do efeito de estufa. No espaço de apenas doze meses a teoria ficou estabelecida como uma nova ortodoxia.
O coroamento final da nova teoria veio com a sua difusão pelo IPCC no relatório preliminar intitulado Third Assessment Report (TAR 2000) [11] . Rejeitando o seu próprio ponto de vista expresso no relatório de 1995 (vd. figura 1), o IPCC apresentou o "hockey stick" como a nova ortodoxia, sem desculpas ou explicações para esta reviravolta brutal. O IPCC não foi mesmo capaz de explicar cientificamente a sua nova linha.
Nos meses seguintes à publicação do documento do IPCC, o muito esperado documento preliminar da US National Assessment-Overview colocou o "hockey stick" à cabeça dos numerosos gráficos e tabelas do seu relatório. Sublinhou assim a importância crucial desta curva. Não se trata de uma teoria esotérica a propósito do passado longínquo, marginal para este debate, mas antes de um fundamento crucial sobre o qual foi montado uma nova ofensiva publicitária a favor do aquecimento global.
O " hockey stick " levanta duas questões:
1. Porquê a comunidade científica do clima deixou de efectuar a revisão crítica da validade da nova teoria, ao ponto de adoptá-la sem questionamento e na sua totalidade?
2. Haverá algo nela de verdadeiro? Ou será um meio de se desfazer dos embaraçosos Óptimo Medieval e Pequena Era do Gelo, e consequentemente evitar o problema do papel do Sol na história climática?
As origens do "hockey stick"
O cerne das árvores constitui o indicador principal do "hockey stick". Em particular, para o início do segundo milénio. Os cernes formam-se somente durante o período de crescimento e não durante todo o ano. Assim, dizem pouco sobre o clima ou mesmo nada sobre o clima anual. Por exemplo, em 2000, houve no nordeste dos Estados Unidos um Inverno quente e uma Primavera precoce. Seguiram-se um Verão e um Outono inabitualmente frescos. Como os dois acontecimentos se anularam em grande parte, o ano acabou por ser, para as estatísticas, um bom ano médio. Mas os cernes registaram apenas o Verão frio e deram deste modo uma informação completamente falsa sobre a temperatura média anual. Os cernes não registam mesmo as temperaturas nocturnas porque a fotossíntese produz-se apenas durante o dia. Entretanto, as temperaturas invernais e nocturnas são componentes essenciais acerca da noção da "temperatura média anual".
Tudo o que um cerne nos pode dizer é se as condições micro ambientais combinadas durante o período de crescimento foram favoráveis ao crescimento da árvore ou não. Com efeito, os cernes são influenciados por numerosos factores além da temperatura, tais como as precipitações, a exposição ao Sol, a nebulosidade, os insectos parasitas, a promiscuidade, os fogos florestais, os nutrientes, o gelo e a neve. Deste modo, os cernes não constituem um bom indicador das temperaturas diárias para além de alguns meses do período de crescimento. Existem melhores indicadores proxies, de longe superiores, como os isótopos contidos nos corais, no gelo, nos minerais e nos sedimentos marinhos.
As árvores apenas se desenvolvem em terra pelo que nada podem informar sobre o clima marítimo. Ora, 71 % do planeta é revestido pelos oceanos, mares e lagos. Conhece-se que os oceanos são dos principais factores determinantes das condições climáticas do planeta.
Noutros termos, não é simplesmente possível descrever a história do clima sem considerar as temperaturas dos Invernos, dos meses adjacentes e das noites. Assim como a da superfície dos oceanos.
Os cernes, mesmo que cuidadosamente medidos e examinados, não podem fornecer qualquer informação sobre aqueles parâmetros chave. Fornecem pois registos proxies a utilizar com precaução mesmo quanto a temperaturas diárias terrestres do Verão.
Um último ponto fraco aparece quando se calibra os cernes de crescimento com as temperaturas. Qual temperatura é exactamente representada pela medida da largura ou da densidade de um cerne? Pode-se somente determiná-la ao calibrar os cernes recentes com as temperaturas reconhecidas para a época. Ora, isto é problemático porque quando se fala de "temperaturas conhecidas", pode tratar-se de uma série de temperaturas fortemente contaminadas pelas ilhas de calor urbano ou de outros erros locais. Se as temperaturas padronizadas são falsas, toda a reconstrução das temperaturas através dos cernes para um passado longínquo fica comprometida. A "dendrocronologia" – estudo dos cernes das árvores – é um dos numerosos sub-ramos das ciências do efeito de estufa. Este sub-ramo particular prosperou e conseguiu ser aceite por uma grande parte da comunidade científica do clima apesar de debilidades dos registos proxies.
No que respeita à Europa e à Gronelândia, o IPCC e o US National Assessment não põem em causa a existência do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo pois eles estão demasiado bem registados em outros indicadores proxies e testemunhos históricos. Todavia, estes acontecimentos são agora apresentados como puramente regionais circunscritos à Europa e à Gronelândia e totalmente ausentes noutras partes do mundo.
Em geral, os fabricantes do efeito de estufa antropogénico não têm em conta as provas históricas. Pretendem dizer que se tratam apenas de "anedotas". Contudo, afastar provas tangíveis em favor de indicadores proxies contestáveis como os cernes das árvores é sugerir que não se pode confiar na objectividade de historiadores profissionais.
A objectividade vem do modo como se trata a prova e não da natureza da prova propriamente dita. Os historiadores podem também ser objectivos como qualquer cientista. A maior parte deles considera verdadeiramente o seu trabalho como uma ciência. Como notou um cientista finlandês a propósito de um acontecimento militar, que se desenrolou no passado longínquo da Finlândia, " se o gelo "anedótico" é bastante espesso para conter um exército completo podemos deduzir como conclusão objectiva que repousa num facto histórico documentado que o gelo era espesso e duradouro".
Deduções semelhantes podem ser feitas algures no Mundo. Por exemplo, se populações inteiras passaram fome por causa da seca, podemos deduzir uma redução das precipitações. Neste caso não são necessários indicadores proxies que até nos poderiam induzir em erro. Quando sabemos que uma população foi devastada por grandes inundações pode-se deduzir um acréscimo das precipitações. Que os polinésios tenham sido capazes de povoar ilhas do Pacífico graças à navegação, permite também tirar conclusões climáticas.
Se os partidários do efeito de estufa antropogénico não têm coragem de considerar o Óptimo Medieval e a Pequena era do Gelo como inexistentes na Europa é porque as provas históricas são muito pesadas. Uma tal afirmação quanto à Europa teria sido acolhida com escárnio. Se bem que os especialistas do efeito de estufa antropogénico considerem os indicadores proxies como mais objectivos que as "anedotas" históricas, este ponto de vista é partilhado somente pelos seus pares. O resto da comunidade académica, os governos e a opinião pública (a comunidade mais importante) concedem mais crédito à prova histórica obtida por uma investigação séria.
Se o IPCC fosse sincero relativamente às informações completas sobre o clima do último milénio, isso implicaria que os historiadores trabalhassem os dados que determinariam os climas anteriores tais como foram observados e vividos pelas sociedades humanas. O que assusta certos partidários do aquecimento global é que os historiadores encontrem o Óptimo Medieval e a Pequena Era em todo o planeta e que os governos e a opinião pública prefiram os testemunhos históricos aos cernes das árvores.
Na formulação inicial de Mann, o "hockey stick" aplicava-se apenas ao hemisfério Norte. Todavia, a US National Assessment reproduziu o gráfico de Mann com um novo título que sugere que se pode aplicar à escala mundial e não somente hemisférica [19] . A figura 5 mostra a versão de Mann revista e corrigida.
Aparte a "mundialização" subtil do título do gráfico, esta versão omite as largas margens de erro incluídas no gráfico inicial de Mann ( figura 4, a amarelo). Estas margens de erro eram a única indicação de Mann de que a sua hipótese podia estar errada. Mann reconhecia assim que os dados anteriores a 1400 eram incertos. A ideia segundo a qual a temperatura mundial de há mil anos podia ser calculada com uma precisão de 0,1 ºF na base de um número limitado de cernes simplesmente não é crível, por qualquer critério razoável.
O US National Assessment não teve em consideração qualquer destas questões e utilizou todo o seu peso para sustentar uma nova teoria com a afirmação seguinte: "Novos trabalhos mostram que as temperaturas dos decénios recentes são superiores às de outras épocas, pelo menos para os últimos milhares de anos" NACC Overview, p.11).
Mann havia tirado uma conclusão semelhante no resumo do seu artigo inicial: "Os nossos resultados sugerem que o fim do século XX constitui uma anomalia no contexto pelo menos do último milénio. Os anos 90 e 1998 foram o decénio e o ano mais quentes, com níveis de confiança moderadamente elevados".
Esta afirmação era dramática e inflexível. Apenas admitia uma alusão às incertezas próprias ao conjunto da sua análise. Não houve vozes discordantes se exceptuarmos as dos cientistas já catalogados como sendo de todo cépticos quanto ao aquecimento global. A última afirmação segundo o qual "1998 foi o ano mais quente do milénio" era exactamente aquela que os proponentes das alterações climáticas desejavam ouvir. Serviria para repetir nas próximas conferências do Protocolo de Quioto.
O "hockey stick": verdadeiro ou falso?
Para refutar o "hockey stick" basta simplesmente demonstrar de modo conclusivo a existência do óptimo Climático Medieval e/ou da Pequena Era do Gelo.
Para tal pode-se recorrer a provas históricas e/ou indicadores proxies provenientes do mundo inteiro. Segundo o princípio da "refutação" da ciência, uma prova física substancial que contradiz uma teoria é suficiente para "refutar" essa teoria. Deste modo, apresentam-se seguidamente várias provas físicas convincentes que demonstram a existência do Óptimo Climático Medieval e a Pequena era do Gelo. Estes acontecimentos não foram apenas realidades climáticas. Eles verificaram-se globalmente em todo o planeta.
Prova nº 1: Mar dos Sargaços
L. Keigwin [12] realizou a datação pelo radiocarbono de organismos marinhos dos sedimentos dos fundos do Mar dos Sargaços (uma área popularmente conhecida pelo nome de "Triângulo das Bermudas"). Demonstrou que as temperaturas da superfície do mar eram há quatrocentos anos cerca de 2 ºF mais baixas do que hoje (Pequena Era do Gelo). E que as temperaturas da superfície do mar eram cerca de 2 ºF mais elevadas há mil anos do que hoje (Óptimo Medieval). Os dados mostraram também que durante o período de há 500 anos aC (que se designa por Óptimo Climático Holoceno), as temperaturas eram 4 ºF superiores. Tudo isso sem gases com efeito de estufa antropogénico (figura 6). Esta área do Mar dos Sargaços situa-se bem longe da Europa-Gronelândia.
Prova nº 2: Mar das Antilhas
As medidas dos isótopos de oxigénio nos esqueletos de corais efectuadas em Porto Rico por Winter et al. [32] permitiram comparar as relações isotópicas actuais com as do passado longínquo. A calibração dos isótopos dos corais como indicador proxy das temperaturas da superfície do mar foi feita através dos registos das temperaturas actuais dessa superfície na região de Porto Rico no período de 1983-1989. Deste modo, os investigadores puderam analisar os corais para temperaturas das fases conhecidas da Pequena Era do Gelo: 1700-1710, 1780-1785 e 1810-1815. Eles descobriram que, durante a Pequena Era do Gelo, a temperatura da superfície do Mar das Antilhas era de 2 ºC a 3 ºC inferior às de hoje. Era uma redução verdadeiramente considerável para se imaginar que se tratou de um fenómeno apenas local.
Prova nº 3: Mauritânia
A partir de uma perfuração ao largo do Cabo Branco (Mauritânia), os investigadores de Menocanal et al. [6] recuperaram sedimentos dos fundos oceânicos. A partir deles, examinaram numerosas amostras minerais e biológicas. De acordo com o Abstract (resumo) do artigo,
"Dados biológicos das variações das temperaturas da superfície do mar ao largo do ocidente da África informam-nos acerca de uma série de bruscos arrefecimentos, à escala do milénio, que marcaram o período quente do Holoceno. Estes acontecimentos provêem de maneira evidente de uma advecção (transporte na horizontal) importante em direcção ao Sul de temperaturas mais frescas, ou de águas subpolares neste local subtropical, ou de importantes "upwellings" locais. O mais recente destes acontecimentos foi a Pequena Era do Gelo, entre 1300 e 1850 dC, quando as temperaturas da superfície do mar subtropicais baixaram 3 ºC a 4 ºC."
Obteve-se assim um perfil das temperaturas oceânicas durante 2500 anos muito semelhante ao do Mar dos Sargaços. A figura 7 mostra claramente a existência do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo. De facto, de Menocanal et al. identificaram dois períodos de clima mais frio coincidindo com dois períodos frios similares revelados no Mar dos Sargaços.
Tanto o Óptimo Medieval como a Pequena Era do Gelo estão bem representados em toda a Bacia do Atlântico Norte desde os trópicos até à América, à Europa e às regiões polares (Gronelândia). Isto representa uma enorme parte do hemisfério Norte e é quase impossível que o clima, algures neste hemisfério, tenha podido anular o efeito destes acontecimentos numa qualquer média hemisférica.
Prova nº 4: Quénia
No Quénia, Verschuren et al. [29] extraíram sedimentos do fundo do lago Naivasha (a norte de Nairobi). Os autores afirmam no Abstract:
"Os nossos dados indicam que, no milénio passado, a África equatorial de leste alternou as condições climáticas contrastadas: um clima bastante mais seco que o actual durante o Óptimo Climático Medieval (1000-1270 dC) e um clima relativamente húmido durante a Pequena Era do Gelo (1270-1850 dC) interrompida por três episódios secos prolongados".
Os investigadores determinaram as medidas do nível histórico do lago e da sua salinidade a partir dos indicadores proxies nos sedimentos lacustres (figura 8). Podemos ver o pico da pequena Era do Gelo (final do século XVII, meados do XVIII). Estes resultados confirmam os dados do Mar dos Sargaços e do Cabo Branco. Durante o Óptimo Medieval, do ano 1000 até 1200, o lago conheceu claramente um período de seca prolongada. Hoje, o nível do lago está aproximadamente a meio dos dois extremos. Esta conclusão é importante porque sugere o mesmo para o clima actual.
Prova nº 5: Glaciar de Quelccaya (Peru)
Os cilindros de gelo retirados deste glaciar, de alta altitude, continham isótopos de oxigénio 16 que são um bom indicador das temperaturas existentes da época em que se formou [23] . A Pequena Era do Gelo destaca-se nitidamente. Já o Óptimo Medieval é menos pronunciado do que noutros locais. Mas mesmo assim, esta indicação mostra claramente que o século XX não que foi mais quente do que anteriormente à Pequena Era do Gelo. Com efeito, certos picos de temperaturas medievais são mais elevados do que as temperaturas recentes (figura 9).
Como o Peru está situado no hemisfério Sul, temos aqui uma prova directa de que estes fenómenos climáticos notáveis do milénio anterior não se circunscreveram ao hemisfério Norte.
Prova nº 6: Formosa e China
Na Formosa, Kuo-Yen Wei et al. estudaram sedimentos lacustres similares aos do Quénia. Revelaram-se novamente as marcas do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo [13] . Segundo o resumo do artigo,
"A alternância das camadas claras e escuras dos sedimentos provenientes de diversos lagos montanhosos faz aparecer em grande escala ciclos de humidade e de seca nos últimos dois mil e quatrocentos anos (Chen et al., 1993; Lou et al., no prelo). A periodicidade de 450 anos assim detectada é semelhante à da oscilação solar: o Óptimo Climático Medieval (1000-1300 dC) e a Pequena Era do Gelo (1300-1850 dC) foram detectados (Lou et al., no prelo). Estes dois acontecimentos também foram identificados pelos dados da polinização da Cadeia Central (Liew et al., 1995)."
Os investigadores referiram-se ao estudo dos dados anuais e sazonais dos cernes das árvores:
"O estudo dos cernes de pinheiros da Formosa permitiu-nos reconstruir as temperaturas históricas estivais e invernais da região montanhosa durante os últimos trezentos anos. Foi demonstrado que o clima frio prevaleceu durante a Pequena Era do Gelo (Tsou et Liu, 1995)."
Enfim, na sinopse dos numerosos indicadores proxies estudados na Formosa e arredores:
"Durante os últimos dois mil anos, o clima tornou-se mais quente e mais húmido no Óptimo Climático Medieval (1000-1300 dC). Os dados dos cernes confirmam também a influência da Pequena Era do Gelo (1300-1850 dC) nas montanhas chinesas da Formosa. As flutuações da humidade nos últimos dois mil e quatrocentos anos, derivadas dos sedimentos lacustres, fazem-nos pensar que os períodos secos e frios reconhecidos coincidem com as maiores calamidades da história chinesa".
O veredicto da Formosa é concludente. A partir de uma variedade de indicadores proxies, encontram-se acontecimentos idênticos. O mesmo acontece a oeste da cintura do Pacífico.
Os investigadores chineses da Formosa estabeleceram um laço entre os principais "acontecimentos das calamidades" da China continental e os acontecimentos climáticos. Estes acontecimentos foram igualmente influenciados pelo clima, segundo Hong et al. [9] . O estudo dos isótopos de oxigénio de uma turfeira do nordeste da China, perto da fronteira norte-coreana, revelou um histórico de temperaturas de seis mil anos. Este foi comparado com indicadores proxies solares do carbono 14, a fim de estabelecer uma relação entre a evolução das temperaturas e as variações solares.
Os investigadores estimaram que as temperaturas eram cerca de 2 ºF mais elevadas do que hoje entre os anos 1100 e 1200. Este período corresponde ao Óptimo Medieval e confirma existência de vestígios de espécies vegetais que não existem normalmente no sul da China. Eles também revelaram temperaturas muito frias entre aproximadamente 1550 e 1750 que corresponde à Pequena Era do Gelo que se encontra por todo o lado.
Enfim, os investigadores também estabeleceram um laço entre as variações climáticas e a actividade solar visto que existe uma correlação entre o carbono 14 (Sol) e o oxigénio 18 (temperaturas). Por outras palavras, o Sol foi a causa das variações climáticas na China.
Prova nº 7: Japão
Com a prova evidente do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo na Formosa e na China continental, a detecção dos mesmos acontecimentos no Japão forneceu uma validação útil. Ironicamente, o sítio onde se encontra a maior parte dos testemunhos históricos ou indicadores proxies é nem mais nem menos do que Quioto! A antiga capital do Japão. Citemos alguns trechos dos trabalhos de Tagami [26].
"Acerca do Óptimo Climático Medieval. Houve, sem qualquer dúvida, nos tempos históricos, um clima quente no Japão. Um certo número de trabalhos, como por exemplo o estudo das variações das datas de florescimento das cerejeiras de Quioto, situa aquele clima quente no início do milénio. Todavia, estes dados não nos informam claramente acerca do início e do fim desse clima nem sobre a sua ligação com o clima de outras regiões. Graças aos estudos acima referidos, o Óptimo Climático Medieval do Japão foi reconstituído e o seu contexto foi comparado ao de outras regiões".
"Tratamento das bases de dados e análise. Este estudo utiliza principalmente documentos históricos com dados classificados em duas categorias: o clima sazonal do século VII e o clima diário do século X. Os dados deste último compreendem as intempéries, estados do tempo inabituais, datas de florescimento das cerejeiras, datas de congelamento dos lagos, etc. As intempéries consistem nas secas, chuvas prolongadas, tempestades de neve, Invernos clementes, etc. Estes últimos dados são descritos nos diários dos nobres de Quioto. Permitiram reconstituir o Óptimo Climático Medieval da seguinte maneira: primeiro, foram estabelecidos gráficos do clima sazonal, depois examinaram-se as condições climáticas de cada estação […]"
"Algumas notas sobre o Óptimo Climático Medieval. Os resultados mostram algumas características do Óptimo Medieval. Todavia, embora a tendência do aquecimento tivesse continuado até ao século VIII, o arrefecimento apareceu durante um curto período no final do século IX. Depois um aquecimento estendeu-se do século X até à primeira metade do século XV. A partir deste momento, apareceu um arrefecimento e, mais considerável ainda, a partir do século XVII. Assim, entre a primeira época fria e a últimas, as condições climáticas quentes são evidentes desde o século X até ao século XIV".
As conclusões deste estudo sublinham a importância de não se restringir a um ponto de vista exclusivamente centrado na Europa, privando-se desta maneira de trabalhos válidos realizados nos países não ocidentais. Apesar do estilo aproximado, donde a necessidade de citar in extenso, a conclusão dos investigadores japoneses é clara e sem ambiguidade: houve seguramente um Óptimo Medieval e uma Pequena Era do Gelo que se desenrolaram ao mesmo tempo que noutras partes do Mundo.
Um artigo de J. Magnuson et al. sobre as datas do congelamento e descongelamento dos lagos e cursos de água no Mundo inteiro [15] confirma a existência da Pequena Era do Gelo no Japão. Com efeito, estudando os dados para o lago Suwa observa-se que as primeiras datas de congelação indicam um clima frio e as últimas um clima mais quente (menos frio). Neste estudo, o lago Suwa detém o maior registo de datas de congelamento com dados que remontam até 1443 dC. Isto é, para um período três vezes mais longo que qualquer outra massa de água no estudo.
Segundo Magnuson et al., observa-se também o impacto da Pequena Era de Gelo:
"De 1443 a 1700, o lago Suwa esteve coberto de gelo durante 240 em 243 Invernos (99 %). Mas de 1700 a 1985, apenas 261 em 291 Invernos (90 %).
O período dos "99%" encaixa bem na Pequena Era de Gelo.
Prova nº 8: Tasmânia
A Tasmânia é uma ilha situada a 300 km ao sul da Austrália. Tem uma área igual à da Irlanda. Nesta prova, não só encontraremos a confirmação do Óptimo Medieval como obteremos igualmente uma sinopse das origens e dos defeitos intrínsecos ao próprio "hockey stick".
Ed Cook, um eminente investigador de cernes de árvores, visitou várias vezes a Tasmânia durante os últimos dez anos. Recolheu amostras de uma espécie única de uma árvore de madeira tenra, o "pinho de Huon" (Lagarostrobos Franklinii). Alguns deles com uma vida de mais de mil anos. Devido ao afastamento da Tasmânia em relação ao continente australiano os papers de Cook não foram sujeitos a qualquer crítica que deveriam ter recebido. Com efeito, existiam pequenas imperfeições tanto no tratamento dos dados locais como nas conclusões.
Para calibrar os cernes com as temperaturas, Cook e a sua equipa utilizaram as temperaturas urbanas de superfície reveladas na parte oriental e seca da ilha. Compararam-nas com os cernes recolhidos na parte oeste e húmida, se bem que existissem temperaturas rurais de superfície a oeste (do lado de recolha dos cernes) a partir das quais podiam estabelecer uma comparação mais correcta. Nos seus trabalhos precedentes, o efeito fertilizante do CO 2 não havia sido considerado pelo que invalidaram as suas conclusões desses decénios.
Em 1992, sete anos antes do aparecimento do artigo de Mann, Ed Cook foi o co-autor de um artigo da revista The Holocene [3] . Apresentou aí uma série cronológica de cernes de pinhos de Huon com idades de até 900 anos dC. A figura 10 representa o gráfico desta série.
Olhando para esta curva, verifica-se que houve fortes crescimentos entre 940 e 1000 e entre 1110 e 1200, durante o Óptimo Climático Medieval. Cook reconheceu este facto no seu artigo.
Estes dados fazem com que a Pequena Era do Gelo pareça fraca. Cook atribuiu esse facto à influência do oceano sobre uma tão pequena ilha.
A evolução do crescimento dos pinhos de Huon não pode ser atribuída somente ao clima. Deve inevitavelmente resultar do efeito fertilizante do CO 2 , fenómeno este que Cook não teve em conta. Todavia, descobriu-se depois que este fenómeno acelerava o crescimento das plantas em qualquer parte do Mundo, exactamente como haviam previsto os biólogos de vegetais. Quando se desqualifica o crescimento que se produziu no fim do século XX, já que este factor não foi tomado em consideração, verifica-se claramente que o clima da Tasmânia era mais quente na época medieval do que nos dias de hoje.
Cook traçou uma curva a traço mais cheio para servir de curva "zero" que considerou em grande parte como sendo de origem não climática. Com efeito, impôs a sua própria visão subjectiva do que significam os dados. Se, por outro lado, a "tendência geral do crescimento" (como ele disse) é climática à partida, então todos os registos indicariam uma marca (imprint) ainda mais forte do Óptimo Medieval.
Neste mesmo artigo, Cook utilizou esta curva como base para reconstituir as temperaturas das estações de crescimento na Tasmânia. Produziu um gráfico rectificado por um "filtro de banda estreita" ('low-pass filter') de 25 anos. A semelhança deste gráfico com o "hockey stick" de Mann é notável. A figura 11 mostra este processo estatístico.
É importante a explicação de Cook quanto ao modo como ele converteu o gráfico das larguras dos cernes (figura 10) em gráfico das temperaturas (figura 11). Com isso, fez quase desaparecer o Óptimo Medieval. Calibrou o resultado dos cernes em temperaturas de superfície ao considerar valores de três estações meteorológicas da Tasmânia: Hobart, a capital (130 000 habitantes), Launceston (70 000 habitantes) e Low Head Lighthouse, sobre a costa Norte. Hobart é uma ilha de calor urbano (devido à densidade populacional) [21] . Launceston é afectada pelo mesmo motivo. Low Head é caracterizada por uma anomalia diária [4] . Nos últimos decénios, verificou-se uma elevação da temperatura diária devida ao crescimento da vegetação que se encontra próxima dos instrumentos de medida que provocou um microclima. A partir destes dados problemáticos, Cook desenvolveu a sua própria reconstrução.
A própria geografia da ilha falseou os seus trabalhos. A Tasmânia possui duas regiões climáticas distintas: um clima fresco e húmido a oeste e um clima mais quente e seco a leste. O contraste entre estes dois climas é nítido para quem visita a ilha (figura 12).
Os pinhos de Huon estão no oeste, perto do monte Read, numa região muito pluviosa. As três séries de dados de calibração da temperatura pertencem ao leste mais quente e mais seco. Se bem que o tratamento estatístico utilizado por Cook tenha sido elegante e esotérico, os dados problemáticos das temperaturas de superfície invalidaram todo o trabalho de reconstituição.
Tudo isto serve para verificar que esta falha fundamental também afecta os resultados do " hockey stick ". De facto, este repousa principalmente nos cernes das árvores, em particular para a primeira metade do milénio. Os cernes são calibrados com temperaturas de superfície do hemisfério Norte. Eles próprios estiveram fortemente contaminados pelas ilhas de calor urbano e por outras anomalias locais. Um outro defeito de tais tentativas de calibração aparece com o efeito fertilizante do CO 2 que melhora o crescimento dos cernes e introduz também um erro estrutural cada vez maior na calibração.
Prova nº 9: África do Sul
Num artigo recente do South African Journal of Science [27] , Tyson et al. desenvolveram uma base de dados histórica a partir de isótopos de oxigénio 18 (um indicador proxy de temperaturas), de isótopos de carbono 14 (um indicador proxy da actividade solar) e de dados de densidade de coloração obtidos a partir de uma estalagmite. Esta, cuja datação é bem estabelecida, situa-se numa gruta do vale de Makapansgat. Os autores explicaram:
"O clima do interior da África do Sul era aproximadamente 1 ºC mais fresco durante a Pequena Era do Gelo e mais quente 2 ºC durante os extremos do Óptimo Climático Medieval. O tempo foi variável durante todo o milénio. Consideravelmente mais durante o aquecimento dos séculos X ao XIII. Acontecimentos extremos revelados por estes dados apresentam relações distintas e com semelhanças aos de outras partes do Mundo, nos hemisférios Norte e Sul ao mesmo tempo".
Tyson et al. situaram o Óptimo Medieval entre pouco antes do ano 1000 e 1300. As temperaturas médias eram de 6 ºF a 7 ºF mais elevadas do que hoje. Estes autores situaram a Pequena Era do Gelo entre 1300 e 1800 com temperaturas médias de 2 ºF mais baixas que actualmente.
Os autores atribuíram causas a estes dois acontecimentos:
"As temperaturas mais baixas registadas na África do Sul durante a Pequena Era do Gelo coincidem com os mínimos de Maunder e de Sporer relativamente às radiações solares. O aquecimento medieval coincide com os máximos isotópicos do berílio 10 e do carbono 14 cosmogónicos das radiações solares registados nos cernes de outras partes do Mundo durante o Óptimo Medieval".
Este estudo sul-africano reafirma a influência das variações solares sobre o clima da Terra. Todas as variações climáticas que estes autores constataram correspondiam a variações contínuas do Sol.
Prova nº 10: Idaho, EUA
Num estudo sobre os cernes, F. Biondi et al. [1] utilizaram um registo de dados de 858 anos de um indicador proxy para as temperaturas de Verão do centro-este de Idaho. Como se mencionou anteriormente, os cernes não constituem uma medida fiável das temperaturas anuais. O estudo de Mann não salientou este facto como devia ter feito. Biondi encontrou períodos de "arrefecimento extremo" por altura de 1300, 1340, 1460 e depois de 1600. Isso confirma as conclusões de outros trabalhos da provas precedentes. Estes detectaram pequenas eras de gelo: uma menor durante o mínimo solar de Sporer e uma segunda (a principal) durante o mínimo de Maunder (século XVII).
Os autores afirmam também: "Nem os dados dos instrumentos, nem os dos indicadores proxies dos vales do nordeste de Idaho mostram um aquecimento inabitual durante o século XX". Esta afirmação põe em causa a "ponta" do "hockey stick" que apresenta o século XX, ao mesmo tempo, sem precedentes e o de aquecimento mais rápido. Nomeadamente, a afirmação dos investigadores é confirmada pelos dados das temperaturas rurais de longo prazo provenientes de Ashton, no este de Idaho (figura 13). Em cem anos, verificaram-se poucas variações da temperatura confirmando as afirmações de Biondi.
Prova nº 11: Argentina
Certos trabalhos (Villalba, 1994 [30] ; Cioccale, 1999 [2] ) confirmam a existência do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo na Argentina.
Nas regiões centrais da Argentina, houve um clima quente após 600 dC até perto de 1320. Tal clima permitiu às populações estabelecerem-se e cultivarem nas mais elevadas altitudes, durante o Óptimo Medieval. Depois de 1320, notam-se duas "manifestações repentinas" de frio. Durante a segunda (a principal Pequena Era do Gelo), os glaciares do Sul dos Andes começaram a avançar de tal modo que os habitantes tiveram de fugir das altitudes elevadas. Segundo Cioccale, "As duas manifestações repentinas de frio podem estar respectivamente ligadas aos mínimos de Sporer e de Maunder". O Sol foi então, uma vez mais, responsável por estes acontecimentos bruscos.
A Argentina completa um círculo descrito em pleno hemisfério Sul, até à Tasmânia depois de passar pela África do Sul. Por consequência, os nossos dois acontecimentos climáticos realizaram uma volta pelas latitudes médias do hemisfério Sul, depois da sua presença manifesta no hemisfério Norte.
Prova nº 12: Califórnia, EUA
Nos trabalhos de 1993 [25] , cernes de coníferas subalpinas do sul da Serra Nevada (Estados Unidos) foram utilizados para reconstituir as temperaturas e as precipitações depois de 800 dC. A reconstituição das temperaturas estivais mostrou um período, pouco depois de 1100 a 1375, correspondente ao Óptimo Medieval, com valores ultrapassando os do fim do século XX. Houve também um período de temperaturas baixas de 1450 a 1850, na altura da Pequena Era do Gelo.
Prova nº 13: Ilhas do Índico oeste
Dullo et al. [7] estudaram os esqueletos de corais de recifes da Reunião (ilhas Mascarenhas), de Mayotte (arquipélago das Comores) e de Madagáscar. Os dados isotópicos de oxigénio foram calibrados com os dados locais de instrumentos de medida a fim de estabelecer um indicador proxy das temperaturas históricas marítimas de superfície. O registo de dados mais longo de Madagáscar, que remonta a 1640, revelou claramente o impacto da Pequena Era do Gelo. Revelou também a marca do indicador meteorológico conhecido por ENSO (El Niño Southern Oscilation) com um ciclo de três a cinco anos, tal como nos dias de hoje.
Prova nº 14: Nível dos oceanos
As previsões actuais de elevação do nível dos oceanos são estabelecidas a partir da hipótese de que o século XX conheceu um aquecimento de 0,7 ºC e de um aquecimento suplementar futuro previsto pelos modelos. Na base desta afirmação, o IPCC estimou que o nível do mar já subiu 10 cm a 25 cm no decurso destes cem últimos anos. Esta estimativa repousa em grande parte em cálculos de modelos. Porém, o aquecimento do século XX foi menor devido a erros de cálculo dos modelos e de dados obtidos por estações meteorológicas pouco fiáveis (urbanização, etc). Como tal, o nível do mar no século XX não sofreu, de facto, qualquer subida significativa [5] .
Todavia, é razoável admitir que um aquecimento significativo provocaria a elevação do nível dos oceanos e que um arrefecimento, pelo contrário, provocaria um rebaixamento. Tanto num caso como noutro, devido à expansão e à contracção da massa da água oceânica. Embora com reservas, aquele raciocínio segue a par das variações dos mantos de gelo das regiões polares que afectam igualmente o nível dos oceanos.
Dito isto, o nível dos oceanos oferece um indicador proxy que permite determinar a existência do Óptimo Medieval. Um aquecimento global desta amplitude deveria ter causado uma elevação do nível dos oceanos. Do mesmo modo, a Pequena Era do Gelo deveria ter provocado uma baixa do nível.
Um estudo do nível dos mares realizado por van de Plassche e van der Borg (Universidade Livre de Amesterdão e Universidade de Utrecht [28] ) definiu uma curva média dos pauis (marsh) do Hammock River em Clinton (Connecticut, EUA). A elevação dos pauis foi calculada a partir de análises de foraminíferos de um cilindro de turfa com 1,8 m de comprimento.
As variações do nível do mar foram validadas segundo outras tendências semelhantes, dos últimos 1400 anos, do nível de marinhas de sal situadas a 17 km mais a oeste. Os investigadores concluíram:
"Na base da curva média do nível de água em Clinton. O nível real do mar oscilou de centímetros a decímetros numa escala de tempo secular dos mil e quatrocentos últimos anos e era 25 cm mais elevado cerca do ano de 1050 (Óptimo Medieval) do que à volta de 1650".
A ideia segundo a qual o nível do mar era constante antes do século XX provou-se que era falsa.
Esta diferença de 25 cm do nível do mar entre o período do Óptimo Medieval e o da Pequena Era do Gelo confirma, mais uma vez, a existência dos dois acontecimentos.
Noutros trabalhos acerca do nível do mar [31] , Wang Wen e Xie Zhiren da Universidade de Nanquim, China, analisaram mais de duas mil testemunhas de maremotos que marcaram os dois mil últimos anos da China. Os períodos das dinastias Tang 8618) e Song (960-1279) partilham os picos de maremotos, enquanto os séculos seguintes conhecerem menos acontecimentos deste género. A resposta dos chineses foi de construir diques apenas depois destes períodos de catástrofes. Os investigadores concluíram:
"Uma análise profunda mostra que os picos de temperatura ligados às flutuações climáticas tiveram lugar durante o Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo coincidem com os picos dos maremotos, estes últimos seguidos por uma mais intensa construção de diques. A investigação revela a relação entre clima, nível do mar, maremotos e construção de diques. Por outras palavras, os períodos quentes coincidem com um mar relativamente alto, picos de maremotos seguidos por períodos de intensas construções de diques".
Quando a ciência se perde no caminho…
É agora evidente que a história climática do hemisfério Norte e do conjunto do globo não se assemelha nada ao que é descrito pelo "hockey stick" de Mann. É inconcebível que dois dos maiores acontecimentos climáticos do último milénio – o Óptimo Climático Medieval e a Pequena Era do Gelo – possam ser observados com as mesmas referências cronológicas em tantos sítios diferentes e com uma tal variedade de indicadores proxies por todo o mundo e que tenham sido omissos nos trabalhos de Mann. Uma explicação possível desta diferença reside no facto de que os cernes são inadequados para indicadores proxies de temperatura, o que os especialistas da dendrologia estão pouco dispostos a admitir.
Deve-se colocar as seguintes questões: Porquê aqueles que se reclamam das referências científicas nos seus domínios apegam-se de maneira tão tenaz a uma descrição do clima histórico que é manifestamente falsa? Porquê apareceram tão poucas contestações à teoria de Mann no seio dos seus pares? Porquê houve uma recusa colectiva do papel do Sol quando as provas publicadas pelos especialistas e examinadas pelos seus pares demonstram uma relação evidente entre variações solares e variações climáticas?
Um folheto intitulado Ser cientista: uma atitude responsável perante a investigação [18] , publicado, em 1995, pela Academia Nacional das Ciências, dos Estados Unidos da América, fornece-nos um conjunto de critérios bem esquematizados a fim de balizar a conduta dos cientistas. Com efeito, estes navegam através de escolhas difíceis e devem eles próprios comportar-se de modo ético.
"A falibilidade dos métodos recorda-nos, e isso é precioso, a importância do cepticismo em matéria de ciência. Os conhecimentos e os métodos científicos, velhos e novos, devem ser continuamente observados tendo em consideração os eventuais erros. Um tal cepticismo pode-se encontrar em conflito com outros pontos importantes da ciência como a necessidade de criatividade e de convicção na defesa de um ponto de vista dado. Todavia, o cepticismo organizado e preciso, tanto como uma abertura a novas ideias, são essenciais para prevenir a intrusão de dogmas ou de partis pris colectivos nos resultados científicos".
Aqui, o cepticismo é erigido em virtude, o que contrasta com o tratamento hostil reservado aos cépticos nas ciências do clima. Entretanto, a defesa contra os dogmas e os partis pris, citados atrás, aplicam-se directamente aos especialistas das alterações climáticas que têm numerosas vezes feito prova de um partis pris no seu trabalho, o que contaminou o processo do exame critico pelos seus pares.
Uma fraqueza corrente dos cientistas, em particular daqueles comprometidos na investigação com impacto público, é o de rejeitar toda a intrusão de alguém na conduta do seu trabalho. O processo de exame da comunidade científica fornece uma barreira eficaz ao exame do público: há uma tendência para considerar o público como pessoas atrasadas que precisam ser ensinadas e não como instruídas. A arrogância intelectual que daí resulta faz dos cientistas uma espécie de clérigos medievais, guardiões de um segredo e de um saber exclusivo, fora do alcance dos olhos indiscretos do público. Uma tal atitude, corrente em cientistas mal formados, é imperdoável dado que a maior parte da investigação é financiada pelos dinheiros públicos. Isto, todavia, não impede esses cientistas de adoptar uma visão possessiva dos seus resultados. O folheto da Academia das Ciências coloca-se na defesa:
"Preenchendo estas responsabilidades, os cientistas devem ocupar tempo a comunicar os conhecimentos à sociedade, de modo que o público possa avaliar as investigações com conhecimento de causa. Por vezes, os investigadores reservam-se eles próprios esse direito, considerando os não-especialistas como não qualificados para estabelecer tais julgamentos. Nomeadamente, a ciência não oferece se não uma janela acerca da experiência humana. Enquanto defendem a honra da sua profissão, os cientistas devem procurar evitar colocar num pedestal o saber científico obtido com meios públicos".
Isto é uma crítica directa ao "cientismo", uma crença mantida por muitos cientistas de que o conhecimento não adquirido por cientistas profissionais é conhecimento sem valor. O cientismo é uma afronta às pessoas livres quando nega o direito do público de julgar o trabalho da ciência, mesmo quando este trabalho é financiado pelo dinheiro dos contribuintes. É uma fórmula que mantem os cientistas acima da crítica e irresponsabiliza-os perante toda a gente excepto os seus pares. É uma visão anti-democrática do mundo que é claramente contrariada pela Academia Nacional das Ciências.
Entretanto, nas ciências do clima, verificam-se numerosos exemplos de críticas e de preocupações da parte do público que são afastadas através de estatísticas injustificadas e de falsos recursos à autoridade académica.
Quem é Michael Mann?
No momento da publicação do seu artigo do "hockey stick", Michael Mann era professor auxiliar da universidade de Massachusetts, no departamento de geociências. Doutorou-se em 1998 e foi promovido um ano mais tarde, aos 34 anos, a assistente da Universidade da Virgínia, no departamento de ciências ambientais.
Coordenou o capítulo Variações e Alterações Climáticas do relatório do IPCC designado por TAR - Third Assessment Report, 2000. É também um dos autores de vários capítulos daquele relatório, cujo resumo técnico, fazendo eco do artigo de Mann, afirma: "Os anos 90 constituíram provavelmente o decénio mais quente do milénio e 1998 foi provavelmente o ano mais quente".
Mann faz também parte do comité editorial do Journal of Climate e foi o redactor de uma edição fora de série deste periódico. Desempenha também o papel de perito das revistas Nature, Science, Climatic Change, Geophysical Research Letters, Journal of Climate, JGR-Oceans, JGR-Atmospheres, Paleo oceanography, EOS, International Journal of Climatology. Estende a sua acção de perito aos programas de estudo NSF, NOAA e DOE (no sistema de exame pelos pares, com o poder, como árbitro anónimo, de rejeitar os artigos que ele julgar não responderem aos critérios científicos).
Foi nomeado "conselheiro científico" do governo americano (White House OSTP) para as questões das alterações climáticas. O inventário da "visibilidade pública e mediática" de Mann é a seguinte: "CBS, NBC, ABC, CNN, CNN headline news, BBC, NPR, PBS (Nova/Frontline), WCBS, Time, Newsweek, Life, US News & World report, Economist, Scientific American, Science News, Rolling Stone, Popular Science, USA Today, New York Times, New York Times (Science Times), Washington Post, Boston Globe, Irish times, AP, UPI, Reuters e numerosos outros media escritos e televisões" [17] .
A carreira de Mann levanta um grande problema nas ciências climáticas modernas, a saber: a "mediatização" dos cientistas, que lhes permite serem imediatamente promovidos a posições de influência. Um tal sistema conduz a ciência ao nível de Hollywood.
Conclusão
As Provas apresentadas são esmagadoras. O Óptimo Medieval e a Pequena Era do Gelo aparecem claramente nos quatro cantos do Mundo, graças a uma variedade de indicadores proxies: marcadores mais representativos das temperaturas do que os cernes inadequados de Michael Mann.
O que é inquietante no "hockey stick", não é a apresentação que Mann fez à partida. Como para todo o artigo, ele teria caído no esquecimento se tivessem sido desde logo apontados os erros. Pelo contrário, os artesãos do efeito de estufa deram uma aprovação unânime, uma falta total de avaliação crítica da teoria expendida, uma aceitação cega de provas tão pouco sólidas. Havia uma razão e uma só: eles abarcaram uma teoria que dizia exactamente o que eles desejavam ouvir.
Os investigadores do "hockey stick" deveriam recordar-se do "1984" de George Orwell, um drama negro de ficção científica em que um regime totalitário utiliza "falhas de memória" para reinventar a história passada [22] . Nesta era de comunicações instantâneas, não há "falha de memória" suficientemente grande para reverter a verdade histórica do Óptimo Medieval e da Pequena Era do Gelo.
Referências
[1] Biondi F. et al., "July Temperature During the Second Millennium Reconstructed from Idaho Tree Rings", Geophysical Research Letters, v.26, no.10, p.1445, 1998
[2] Cioccale M., "Climatic Fluctuations in the Central Region of Argentina in the last 1000 Years", Quaternary International 62, p.35-37, 1999 (as reported by the Center for the Study of Carbon Dioxide and Global Change - http://www.co2science.org/ )
[3] Cook et al., "Climatic Change over the Last Millennium in Tasmania Reconstructed from Tree-Rings", The Holocene, 2.3 pp.205-217, 1992
[4] Daly J., "The Surface Record: Global Mean Temperature and How it is Determined at Surface Level" April 2000, http://www.greeningearthsociety.org/Articles/2000/surface1.htm
[5] Daly J., "Testing the Waters: A Report on Sea Levels", June 2000 http://www.greeningearthsociety.org/Articles/2000/sea.htm
[6] deMenocal P. et al. "Coherent High- and Low-Latitude Climate Variability During the Holocene Warm Period", Science, v.288, p.2198-2202, Jun 23 2000
[7] Dullo, W. et al., "Stable Isotope Record from Holocene Reef Corals, Western Indian Ocean", Journal of Conference Abstracts v.4 no.1, Symposium B02, http://www.campublic.co.uk/science/publications/JConfAbs/4/164.html
[8] Fligge & Solanki, "The Solar Spectral Irradiance since 1700", Geophysical Research Letters, v.27, No.14, p.2157, July 15 2000
[9] Hong Y. et al., "Response of Climate to Solar Forcing Recorded in a 6000-year delta18O Time-Series of Chines Peat Cellulose", The Holocene, v.10, p.1-7, 2000
[10] Houghton, J. et al. "Climate Change 1995: The Science of Climate Change", Cambridge Univ. Press, UK, 1995
[11] IPCC, Third Assessment Report (draft), January 2000
[12] Keigwin L.D., "The Little Ice Age and Medieval Warm Period in the Sargasso Sea", Science, v.274 pp.1504-1508, 1996
[13] Kuo-Yen Wei et al, "Documenting Past Environmental Changes in Taiwan and Adjacent Areas", Department of Geology, National Taiwan University, 1996. http://www.gcc.ntu.edu.tw/gcc/research/igbp/1996_igbp/sec3-4/3-4.html
[14] Lean J., "Evolution of the Sun's Spectral Irradiance Since the Maunder Minimum", Geophysical Research Letters, v.27, no.16, p.2425, August 15 2000
[15] Magnuson J. et al., "Historical Trends in Lake and River Ice Cover in the Northern Hemisphere", Science, v.289, p.1743, 8 Sept 2000
[16] Mann M.E. et al, "Northern Hemisphere Temperatures During the Past Millennium: Inferences, Uncertainties, and Limitations", AGU GRL, v.3.1, 1999
[17] Mann M.E., Personal Website - http://www.people.virginia.edu/~mem6u
[18] National Academy of Science, "On being a Scientist: Responsible Conduct in Research" , National Academy Press, 1995
[19] National Assessment Synthesis Team (NAST), "Climate Change Impacts on the United States: The Potential Consequences of Climate Variability and Change" - Overview document, USGCRP, June 2000
[20] National Research Council, "Reconciling Observations of Global Temperature Change", National Academy Press, 2000
[21] Nunez, M., "The Urban Heat Island: Some Aspects of the Phenomenon in Hobart", University of Tasmania, ISBN 0-85901-121-6, 1979
[22] Orwell, George, "Nineteen Eighty-Four", Penguin Books, London.
[23] Peru ice core http://academic.emporia.edu/aberjame/ice/lec19/fig19d.htm
[24] Svensmark H., "Influence of Cosmic Rays on Earth's Climate", Physical Review Letters, v.81, no.22, p.5027, 30 Nov 1998
[25] ---, "A 1000-year Record of Temperature and Precipitation in the Sierra Nevada", Quaternary Research, v.39, p.249-255, 1993.
[26] Tagami, Y. Reconstruction of Climate in the Medieval Warm Period http://edcgeo.edu.toyama-u.ac.jp/Geohome/IntN/Abs.htm
[27] Tyson, P.D. et al., "The Little Ice Age and Medieval Warming in South Africa". South African Journal of Science, v96. p.121-126, 2000
[28] van de Plassche & van der Borg, "Sea level-climate correlation during the past 1400 yr", Free University Amsterdam & Utrecht University, http://www.fys.ruu.nl/
[29] Verschuren D., "Rainfall and Drought in Equatorial East Africa during the past 1,100 Years", Nature v.403(6768) pp.410-414, 27 Jan 2000
[30] Villalba, R., "Tree-ring and Glacial Evidence for the Medieval Warm Epoch and the Little Ice Age in Southern South America". Climate Change, 26: 183-197, 1994
[31] Wang Wen & Xie Zhiren, "Historical Sea Level Fluctuations in China: Tidal Disaster Intensity and Sea Level Change", Nanjing University, http://www.chinainfo.gov.cn/periodical/hhdxxb/hhdx99/hhdx9905/990509.htm
[32] Winter et al. "Caribbean Sea Surface Temperatures: Two-to-Three Degrees Cooler than Present During the Little Ice Age", Geophysical Research Letters, v.27, 20, p.3365, Oct 15 2000
[33] J T Houghton, G J Jenkins, J J Ephraums, Eds,, "Climate Change; The IPCC Scientific Assessment". 1990 . Cambridge University Press, p.202
[*] John L. Daly (1943-2004), cientista de origem britânica, é autor de The Greenhouse Trap (Bantam Books, 1989), e também de artigos e documentos no New Zealand Science Monthly, New Woman, Forest Industries Journal , Norwegian Oil Review, no "Climate Change" (Univ. of Western Sydney) e para o ANZAAS Congress em 1990. Contribuiu para a Industry Commission e a 1996 National Greenhouse Response Strategy Review.
Para uma crítica à metodologia de Mann consultar:
Ross McKitrick http://www.climatechangeissues.com/files/PDF/conf05mckitrick.pdf
Steven McIntire et Ross McKitrich http://www.uoguelph.ca/~rmckitri/research/trc.html
O original encontra-se em http://www.john-daly.com/hockey/hockey.htm
Este artigo encontra-se em http://resistir.info/ .
01/Jun/06
Então nós queremos empresas municipais ou inter-municipais, não é? Mário da Silva a Simarsul e a Amarsul não são municipais ou inter-municipais são multi-municipais, sabe o que é?
Informe-se antes de vir para aqui escrever disparates. - NC
Informe-se você que é para não ser parvo.
Estou farto de vos ouvir a queixarem-se da PRIVAIZAÇÃO das ÁGUAS e depois sairem-se com estas demagogias.
Veja lá mas é você a quem é que pertencem essas empresas na verdade: VEJA NOS MAPAS que sempre é mais fácil.
Simarsul e a Amarsul não são municipais ou inter-municipais são multi-municipais, sabe o que é? - NC
Isto deve ser para gozar, não?
Palhaçada de semântiquices. Atenha-se ao essencial.
Que treta é que interessa se é municipal, inter,-municipal ou multi-municipal? No caso até parece que não são nada disso.
E a resposta? Nada como de costume.
O palhaço aqui não sou eu.
Interessa de todo saber que tipo de empresas é que são. Interessa também saber quem é que as criou e para quê.
Se quiser discutir, pelo menos discuta do que percebe.
Com já escrevi você não quer respostas quer é confusão, mas a resposta está lá.
* Um conselho, a confusão também é má para quem a lança, até porque você parece estar confuso.
Como aqui os mega-comentários tornaram a discussão impossível, e se o caro Nuno QUISER MESMO responder a alguma pergunta e não estar a desviar as atenções para o que não interessa e é acessório, eu tomei a liberdade de copiar o essencial para os comentários ao artigo em causa.
Se quiser é responder lá que aqui não vale a pena.
Já agora deixe de insistir na nossa ignorância, confusão, burrice, camelice, parvoíce, estupidez, esquisofrenia e ademais epítetos possíveis que quem lê vê bem quem tenta saber e aliviar a opacidade das coisas e quem tenta desviar a conversa e fazer confusão para nada responder nem comentar.
Já sabe: lá o aguardo se REALMENTE o que diz sobre querer responder fôr a Verdade e não mera fumaça e nevoeiro.
E não se preocupe com as nossas "atitudes pidescas" que, assim como assim, nós todos já sabemos quem é, onde mora, de que partido é, onde toma a bica e a cervejinha, quem são os amigos, quem são os pais, avós e demais parentela, onde trabalha, de que horas a que horas e até de onde é que nos visita.
Até mais.
Vou-lhe responder aqui e lá.
Não tenho problemas com o que sabem sobre mim.
Estejam à vontade e se quiserem podem-me pedir extractos bancários que eu também mostro.
Estejam à vontade e se quiserem podem-me pedir extractos bancários que eu também mostro. - NC
Até porque, como eleito, o seu IRS não é própriamente um segredo.
Lá o espero, então.
As perguntas estão claras e não são sobre as empresas inter-multi-coisa-e-tal, como sabe.
Até mais.
Já lá fui escrevi um testamento e depois quando fui enviar deu-me erro porque não fiz login. Perdi o texto...
Agora não tenho tempo tem de ficar para amanhã, hoje tenho uma reunião à noite.
Um abraço e procure em ADP e privatizações para 2007 e veja o coiso e tal.
NÃO CONSIGO POSTAR NO SEU CANTINHO. PEDE-ME OUTRA VEZ O LOGIN. AQUI ESTÃO AS RESPOSTAS. MASI CLARO QUE ISTO NÃO CONSIGO.
1-Será que os tais estudos, apontados em tempos por um banheirense, para o Tejo estão actualizados? Onde se podem lêr essas actualizações?
Estão actualizados, o Plano de Bacia é de 2000, não se pode andar a fazer Planos de Bacia de mês a mês.
2- Irá a Baía do Montijo subir o nível, assorear ou erodir?
Não sou bruxo mas penso que deverá estar no geral em fase erosiva devido à retenção de sedimentos nas barragens e ao trânsito dos catamarãs que influênciam a dinâmica fluvial.
3- Qual a importância das marinhas e do seu sistema lagonar para o controle do assoreamento e/ou marés?
Na minha opinião nenhuma. As maré não são influênciadas pelas marinhas e os fenómenos de assoreamento podem ocorrer localmente.
Fará sentido que esses dados tivessem sido levados em conta na feitura do PDM e dos «inúmeros acordos entretanto concretizados e que o condicionaram» irremediavelmente?
Quais dados? O novo PDM não desreipeita o ambiente litoral (sei que não concorda/ é a sua opinião). Os dados disponíveis foram tidos em consideração certamente, até porque os planos de bacia condicionam os PDM´S.
Será que o discurso desta senhora faz sentido noutras terras… mas não na dela?
A senhora fala em prevensão e isso está muito correcto mas penso que na Costa da Caparica o principal problema e causa desta ocorrência é a retenção de sedimentos nas barragens. Estes ao ficarem retidos não são depois mobilizdos pelas dinâmicas fluviais e marítimas na alimentação das praias e estas entram em desiquilibrio, afectando também o sistema praia/duna/arriba.
Esta é a minha opinião
Caro Nuno
Agradeço a sua visita ao Desambientado e o seu educado comentário. Não tem que pedir desculpa pelo que escreveu, é livre de expressar a sua opinião, como todo o ser humano que se preze, com a paixão e incertezas que lhe vão na alma, o que quer dizer que não se guia por imposições.
Há aspectos do seu comentário que concordo na íntegra, outros nem tanto. Passo a explicar.
1- Quando afirma que as alterações climáticas sempre existiram, estou perfeitamente de acordo, apenas acrescentaria que todas elas tiveram na sua origem fenómenos naturais, especialmente vulcanismo intenso à superfície terrestre que pelo facto de emitirem aerossóis com efeito radiativo negativo levaram a um arrefecimento do planeta ou então taxas de actividade solara anormais. Claro que após o arrefecimento surge o aquecimento, durante períodos de tempo relativamente longos ou vice-versa.
2- Quanto ao desequilibro ser ou não provocado pelo homem, estamos de novo de acordo que há influência, e também estou de acordo que não sabemos a verdadeira magnitude dessa acção. Desde 1997 que o IPCC assume uma influência do homem nessa mudança climática que estamos a observar, a um ritmo alarmante. Ao que tudo parece o novo relatório de 2007, produzido por 2500 investigadores credíveis na área, vem dizer que atingimos o ponto de não retorno, o que se calhar quer dizer que não vale a pena fazermos nada. Para mim restam as questões morais: há sempre que fazer alguma coisa para garantir um mundo melhor para as gerações futuras. Fazer o quê? É para mim a grande pergunta.
Não havendo aerossóis naturais, ou alteração da taxa da actividade solar que justifiquem o aquecimento médio global que estamos a presenciar, há poucas razões a apontar para o início de tal fenómeno e a hipótese de ter uma origem antropogénica parece-me credível. Por outro lado é sabido que é extremamente difícil associar de forma inequívoca neste caso a causa ao efeito, o mesmo acontece com o cancro de pulmão e o hábito de fumar. Existe uma forte correlação entre estes fenómenos, mas não se consegue estabelecer uma relação inequívoca e objectiva.
3- Quanto às provas inequívocas, do aumento da temperatura, elas existem: nas calotes polares, nas regiões remotas mundiais e nas séries temporais observadas no meio dos Oceanos. São efectivamente discutíveis dados de temperatura obtidos na proximidade das cidades, que ao crescerem englobaram, passaram a englobar os centros meteorológicos. Os materiais dessas cidades absorvem radiação e levam a um aumento da temperatura do local que nada pode ter a ver com o aquecimento global. Acho que estamos os dois de acordo que há zonas do planeta a aquecer e muito poucas a arrefecer, o que levará sem dúvida à alteração de alguns padrões atmosféricos actuais.
4- Relativamente ao aquecimento e aumento de pressão, estes não seriam compatíveis se se tratasse apenas de uma mistura dos constituintes habituais, N2, O2, CO2 e H2O, o que se passa, é que quanto maior a temperatura, maior a taxa de evaporação da água da superfície dos Oceanos e maior será a densidade do ar, logo maior pressão. Refira-se no entanto, que isto também não é tão linear assim, mas parece-me que menos linear é a relação directa entre aumento de temperatura diminuição da pressão.
5- Quanto à difusão do nuclear, vendida em nome do ambiente, estou perfeitamente de acordo. Uma coisa, não tem nada que ver com a outra, porque apesar de não haver emissão de CO2, a questão da gestão dos resíduos nucleares é imoral na medida em que deixa uma herança nefasta, ou seja, uma dívida ambiental enorme, às gerações futuras.
6- Quanto à sua conclusão, mais uma vez estou em total concordância.
Também lhe peço desculpa se fui demasiado maçudo.
Cumprimentos:
Félix
Não foi maçudo. Aliás estamos de acordo em muitos pontos só num é que divergimos no do aquecimento global ou médio global. Este não se verifica porque mesmo os valores apontados, 0,6ºC +-0,2ºC em 150 anos não são muito siginificativos.
No entanto vou tentar fazer o contraditório de algumas questões.
Um abraço e espero que possamos discutir mais vezes.
Já lá fui escrevi um testamento e depois quando fui enviar deu-me erro porque não fiz login. Perdi o texto... - NC
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Já está resolvido, embora, e por enquanto, os comentários continuem a ser moderados; logo não aparecem de imediato.
Já agora dê uma vista de olhos a este artigo do A Sul e à sua imagem. Eu conheço muito bem a Ponta dos Corvos e para aquilo acontecer são pelo menos 2m de maré e isso é preocupante, até tendo em conta algumas urbanizações de borda de água.
A resposta à sua resposta lá seguirá depois do fim-de-ano, já que acho que pode fazer melhor no contraditório. Lamento que se tenha perdido a primeira versão mas aquela ainda é fraquita, com muitos buracos e não esclarece nada.
Até mais.
Depois de ler todos os espichamentos que fizeram sobre o que outros fizeram em artigos já não preciso ir ler os orgãos internacionais de informação. Obrigado.
Mas deu-me uma lazeira!
ABREVIEM MEUS SENHORES, ABREVIEM!
Estou preocupado é com a neve que não cai na Serra da Estrela, tenho de ir fazer ski para Espanha está visto!
Um Bom Ano para todos com muita champanhota!
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