2006-06-17

Nota: texto retirado de documento original da PIDE


O grande guitarrista, o senhor da guitarra portuguesa também foi anti-fascista

Carlos Paredes foi preso pela PIDE a 26 de Setembro de 1958, e por causa da sua ligação ao Partido Comunista esteve detido no Aljube e na prisão de Caxias. Só saíu em liberdade no dia 21 de Dezembro de 1959. Durante esse tempo continuou a fazer música que imaginava, numa guitarra que mais ninguém via (imaginária- que força de pensamento). Em 1960 foi expulso da função pública. A reintegração no Hospital de São José só aconteceu depois de 25 de Abril de 1974.

Rejeitou sempre a possibilidade de se consagrar músico profissional e de abandonar o emprego, por acreditar na dificuldade de se viver da música em Portugal. É da sua autoria a frase «Amo demasiado a música para viver dela». Somente em 1990 viu ser-lhe atribuído um subsídio de mérito pelo então Secretário de Estado da Cultura Santana Lopes (ainda fez umas coisitas decentes), para dois anos mais tarde ser condecorado com a Ordem Militar de Santiago pelo Presidente da República Mário Soares. Em finais de 93, foi-lhe diagnosticado mielopatia que o impossibilitou de voltar a tocar. Morreu a 23 de Julho de 2004.

Morreu mas nunca será esquecido.

Fonte: http://estudossobrecomunismo.weblog.com.pt

6 comentários:

Anónimo disse...

Manter viva a ideia de quanto custou a liberdade, é manter à tona exemplos de gente normal, falível, que atingiu a "anormalidade" de contribuir para o avanço da civilização.

Neste caso e neste blog, pela natureza da maioria dos visitantes comentadores, qualquer assunto arrisca a cair na devassa.
Penso que a vossa melhor solução seria não dar trêta, publicando tudo e todos sem qualquer corte, que não estando certo que o façam, pelo menos alguns assim comentam.

Como numa assembleia, a melhor forma de garantir a democracia é não dar ou cortar a palavra a quem se afasta da ordem de trabalhos, aqui seria simplesmente não responder.

_+*Ælitis*+_ disse...

Muito obrigada pelo teu comentario.

Ja agora ha jogadores angolanos no banheirense??

Beijokas!

poca disse...

nunca será esquecido de facto.. sabes porque nuno? porque foi um homem de convicções fortes, um homem que lutou por aquilo em que acreditava... e um homem sensível, que não tinha vergonha de chorar através das cordas da sua guitarra...
beijinhos e bom fim de semana

inBluesY disse...

Jamais esquecido.

Que gosto tem post em especial ? surgir fora de datas.

Bird disse...

Quando aqui venho já não espero outra coisa... ou seja, já sei que encontrarei a tua consciência activa a não deixar passar em branco quem de facto merece estar eternamente vivo. A não deixar passar em branco situações sobre as quais todos nos deveríamos preocupar.

Obrigada por nos trazeres este grande Senhor.

Anónimo disse...

A guitarra que chora e o homem que não se vende são duas verdades na vida de um português especial mas, que não queria ser especial.

Um certo dia convidaram-no a tocar em certo sítio. Ele aceitou. Perguntaram-lhe pelo dinheiro que iria levar. Carlos indica uma quantia estupidamente baixa e outro surpreendido diz qualquer coisa do género: é x! Carlos responde, se é muito eu baixo.

Grande homem, grande homem.