2006-08-22


Este é o mar que os separa do "sonho europeu". Enquanto o atravesso num barco seguro de grande porte lembro-me que basta-me o passaporte vermelho, enquanto outros, gastam fortunas por um bote supra-lotado e ainda têm que enfrentar um adamastor que se duplica tambem em formas humanas reais. Fogem dum status quo que não conseguem reverter jogam o ganho de suas vidas nem que seja numa jangada. Procuram uma cultura que devoram através das suas parabólicas. Conhecem-nos pelos herois que também são os nossos: Figo, Ronaldo, Pauleta, Deco, Rui Costa etc,etc e assumem-no mesmo pelas camisolas que vestem. As crianças quando não estão a trabalhar, jogam ao peão, ao não-te-errites e até as balizas pequenas com uma bola de borracha já meloa. Só nos pedem algo como uma caneta. Olho para elas e vejo as nossas, olho para os adultos e parece que me vão falar em português. Falam-me em arabe.
Olho para o mar e imagino uma longa ponte a ligar as duas margens, tão longa como o nosso status quo.

2 comentários:

nunocavaco disse...

Não tinha de ser assim. Arriscar tudo para passar a barreira impermeável para um lado e permeável para o outro. A permeabilidade é definida pelo passaporte, pela condição geográfica - sou europeu, sou africano.

Llyrnion disse...

Isso dá jeito...

A quem os governa, pa poderem continuar a encher-se sem terem o incómodo de um povo q consiga satisfazer as suas necessidades básicas e comece a ter tempo pa pensamentos... incómodos.

A quem nos governa, pa satisfazerem o maior desejo dos seus "amiguinhos".

E aos tais "amiguinhos", pa poderem realizar o seu maior desejo - contenção salarial. Mm q eles n imigrem pa cá, nos podemos sempre exportar o trabalho pa lá.

Portanto, "td a gente" fica a ganhar, certo?