2006-08-07

Novamente a co-incineração

Falemos do processo.

1) O regulamento do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Arrábida (POPNA) exige a avaliação de impacte ambiental para qualquer nova actividade industrial, sendo a co-incineração uma actividade industrial esta, deve ser precedida da avaliação;

2) A Câmara Municipal de Setúbal deve ser parte integrante do processo de licenciamento das actividades industriais no territóri do concelho de Setúbal pelo que no processo da co-incineração o mesmo deve ocorrer;

3) O governo definiu que iria fazer um rastreio à população (estudos para aferir a "saúde") antes, durante e depois e não quer fazer o antes;

4) Ao preço do petróleo, os óleos a serem queimados são muito menos rentáveis do que se forem reciclados, havendo empresas espanholas interessadas neste processo e que do ponto vista ambiental nem se fala;

5) Mesmo a nível da eliminação de resíduos industriais perigosos os CIRVER (Centros Integrados de Recuperação e Valorização de Resíduos Perigosos) são considerados como uma boa alternativa e com menos riscos;

Depois de recentemente a Comissão Europeia ameaçar o Estado Português com uma queixa no Tribunal de Justiça da CE por o governo desconhecer a quantidade e o tipo de resíduos produzidos em portugal, este governo autoritário, resolve tentar fazer aprovar um processo, sem ouvir as população e as entidades competentes. Afronta o Poder Local Democrático e as Populações de uma forma fascista e castigadora para além de ir contra um documento que assinou, onde defendia a abolição da co-incineração (Convenção de Estocolmo).

As populações da Península de Setúbal devem fazer-se ouvir. Demonstrar indignação com esta total falta de respeito e vergonha.

10 comentários:

Luis do Nascimento disse...

Queremos ser um bom exemplo no cumprimento das regras da UE, mas como bons portugueses deixamos sempre arrastar até à última para ver se o problema se resolve por si. Depois "tomamos" decisões de cabeça perdida só para dizer que cumprimos os prazos, nem que para isso haja "derrapões" e decisões forçadas, que mesmo a união europeia se indigna com tamanha incompetencia. Só não percebo é como convidam gente desta para cargos europeus?

nunocavaco disse...

O problema Luís é que isto não é incompetência é competência a mais, xico-espertismo e muita má-fé.

Anónimo disse...

Este processo está ferido de morte e conta com oposição. A Juventude Socialista fez um encontro em Setúbal para discutir a questão e concluiram que a co-incineração é a saída e ponto final mas, a população e a maior parte dos especialistas pensa de forma contrária. Registo inúmeras reacções e textos de excelente qualidade. A luta é nossa de todos os moradores do distrito de setúbal que devem exigir respeito e contrariar a política do quero posso e mando. Revoltante é ver falsos ambientalistas que não se preocupam com isto, mas parece que tudo tem um preço, não é! (poderíamos colocar um ponto-verde ou azul- em vez do ponto de exclamação).

Anónimo disse...

E quem diz a verdade, o Nuno aqui e os outros mais graúdos por outro lado ou o governo? Pelo menos o governo aponta uma solução e vocês? Falar por falar nunca foi solução.

nunocavaco disse...

Caro anónimo existem alternativas e até no post são propostas. O que está em causa não é apresentar soluções é apresentar soluções que minimizem os riscos, que defendam as actividades e populações. O que está em causa é ser incoerente e passar por cima das regras estabelecidas. O que está em causa é abuso de poder. O que está em causa é o autoritarismo de última instância ou seja, é assim porque eu quero que seja. A verdade poderá não ser aquilo que escrevo, mas sem dúvida que não é a base do processo da co-incineração nem é banal no nosso 1º Ministro.

isabel mendes ferreira disse...

NUNO....quem dera que tivesse voz a voz da população...
(estudei atè aos 16 anos sem Setúbal... tempos tão diferentes....serra tão minha conhecida . a arrábida. por dentro e rente ao mar...-saudade-)


beijo. por um post sempre acutilante...


até breve...I hope...:)

nunocavaco disse...

Um bjo e até sempre, até breve.

Anónimo disse...

Se o que vem à baila é correcto estamos perante um caso de abuso e de impingimento de algo que não se sabe se provoca riscos ou não. Nesta situação o bom senso deveria prevalecer e o estudo de impacte ambiental ser feito para averiguar os riscos. O ministro entende que não, o governo entende que não e eu entendo que se não se sabe ao certo os riscos se deve fazer o contrário, o estudo até prova em contrário.

Paula

Anónimo disse...

Sou banheirense nascida em Alhos Vedros como tantos outros e não gosto da minha terra. Não gosto porque sempre foi conotada negativamente. Hoje apesar do gosto permanecer reconheço que esta evoluiu muito devido à gestão que é feita e à carolice de muitas colectividades. Reparo que as reuniões são participadas e que os nossos eleitos são disponíveis e acessíveis. Já fui a um atendimento com o autor do post, um jovem como eu e que me deu resposta pronta ao meu problema ainda que a solução não fosse inteiramente do meu agrado mas a explicação surgiu.

Neste aspecto já li sobre isto, inclusivé um estudo sobre Trieste em Itália, que foca problemas de saúde em bebés. Essa leitura foi motivada por um artigo do Nuno no ano passado e justiça seja feita se não fosse por esse artigo se calhar não a lia. Depois disso tenho outras preocupações levantadas por outros artigos do Nuno como a questão da Convenção de Estocolmo ou do valor dos resíduos a utilizar como combustível. São preocupações que devem ser sentidas por todos nós e devem ser debatidas. Sei que são assuntos complexos, com elevada tecnicidade mas se forem explicados as pessoas compreendem. E esse esforço da explicação que quero louvar da parte do Nuno, que não baixa os braços, nem escolhe agenda política para falar sobre co-incineração. Eu por mim fico satisfeita de um eleito da minha terra se preocupar com a saúde das pessoas do distrito e para isso que foi eleito e mais satisfeito fico quando sei que este mesmo eleito gera discussão do conteúdo em terras mais distantes como Setúbal em que um engenheiro mecânico rebateu um artigo do Nuno publicado num orgão de comunicação social distrital. Poderá nas palavras do Nuno se notar partidarismo mas a cena política distrital surge com posições semelhantes entre o CDS, PSD e CDU, só o P.S. defende esta solução e de uma maneira cega. Bruno Vitorino escreveu e note-se depois do Nuno um artigo a lamentar a intenção do governo em que argumentou da mesma forma que o Nuno. Para quem não sabe Bruno Vitorino é vereador da Câmara do Barreiro e líder distrital do P.S.D.. Como já me alonguei espero que todos nós no distrito lutemos pela informação e pela tomada de posição em nossa defesa. Eu pelo menos já sei mais um pouco e informação é poder.

nunocavaco disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.