Não é de hoje que penso que quando se vota numas eleições autárquicas faz-se uma escolha de uma lista composta por vários elementos e por um programa eleitoral que são fiéis ao património ideológico do partido que representam. Assim, o trabalho que os autarcas desenvolvem ao longo dos seus mandatos não deverá estar desfasado daquilo que são as orientações dos seus partidos, e é aconselhável que estes façam uma avaliação constante da acção dos seus eleitos.
O que tem acontecido é que alguns dos partidos portugueses tem pervertido este princípio com a “personalização” das listas. O eleitor passa a votar em fulano A ou fulano B antes de votar no programa C ou D, que raramente conhece, e com este fenómeno se vai mascarando a falta de implantação dos partidos, que vão garantindo vitórias com figuras mais ou menos mediáticas, sem que exista um trabalho de base previamente realizado. Esta personalização só poderá estar inerente às listas de cidadão independentes, sendo que na minha opinião até nesta situação é totalmente desaconselhável, não devendo nunca as personalidades sobreporem-se aos programas eleitorais.
Se algumas diferenças existem entre o PCP e outros partidos portugueses esta é uma delas. O PCP apresenta um colectivo e não apenas um cabeça de lista. No entanto, não ignoro que as personalidades apresentadas como candidatos às eleições sejam um factor relevante na escolha dos eleitores. O seu passado, o de toda a lista e não apenas o de um candidato, serve com forma de credibilização (da lista e do partido) perante os eleitores. Como corolário lógico desta argumentação, a substituição de um eleito, como foi o caso do Carlos Sousa em Setúbal, não devendo nunca ser a normalidade, não é ilegítima.
O que tem acontecido é que alguns dos partidos portugueses tem pervertido este princípio com a “personalização” das listas. O eleitor passa a votar em fulano A ou fulano B antes de votar no programa C ou D, que raramente conhece, e com este fenómeno se vai mascarando a falta de implantação dos partidos, que vão garantindo vitórias com figuras mais ou menos mediáticas, sem que exista um trabalho de base previamente realizado. Esta personalização só poderá estar inerente às listas de cidadão independentes, sendo que na minha opinião até nesta situação é totalmente desaconselhável, não devendo nunca as personalidades sobreporem-se aos programas eleitorais.
Se algumas diferenças existem entre o PCP e outros partidos portugueses esta é uma delas. O PCP apresenta um colectivo e não apenas um cabeça de lista. No entanto, não ignoro que as personalidades apresentadas como candidatos às eleições sejam um factor relevante na escolha dos eleitores. O seu passado, o de toda a lista e não apenas o de um candidato, serve com forma de credibilização (da lista e do partido) perante os eleitores. Como corolário lógico desta argumentação, a substituição de um eleito, como foi o caso do Carlos Sousa em Setúbal, não devendo nunca ser a normalidade, não é ilegítima.
7 comentários:
Visitem o arremacho, o Broncas em CAGANITAS DE MINHOCA.
Então está explicado, vamos todos dormir mais descansados...mas quatro dias para congeminar esta desculpa é obra...
Não sendo ilegítimo, este post não deixa de ser um frete normal.
Ao invés de outros, penso que este blog não está obrigado a posturas "oficializadas" pelo PCP, embora de quando em vez surjam posteds que a isso induzem.
Este caso é um exemplo, pois tenta justificar uma decisão do PCP. Mas o posted no seu conteúdo não passa de retórica desligada do concreto - a "renovação" na Câmara de Setúbal, assumida pelo PCP.
A existência de problemas grossos que levou à intervenção da IGAT, o risco ou não de percas de mandato, a hipótese de actos passíveis ou não de processos crime, determinaram um cenário bastante que levou à conhecida decisão do PCP.
Felizmente o PCP, ainda é diferente de outros Partidos não pelas referências retóricas que fez, mas por ser capaz de em última instância assumir medidas destas.
Mau, foi antes, deixarem ascender a destaque, membros que há muito se afastaram da postura e conteúdo de classe que determina a existência deste Partido.
Gente que se aligeira nas convicções, que se deixa solicitar pelo bembom da má escola de exercício do poder prevalecente, acaba sempre por cagar na ideologia, nos principios, na luta, fazendo-se apenas á vidinha, á sua vidinha.
Como escrevi em "Caganitas de Minhoca", festejei quando a Princesa do Sado se libertou de Mata Cáceres, agora digo-vos, que já nessa altura fiquei triste, quando descobri quem eram alguns dos eleitos.
este post ao contrário do que pode parecer não tem nada a ver com a postura oficial do PCP, qualquer que ela seja.
É apenas a minha ligeira reflexão sobre uma situação, que não é do meu agrado, e que já vi exposta com muito mais "ligeireza" e alguma má-fé, pela blogosfera e não só, pondo em causa a legitimidade da decisão da concelhia de setúbal e do próprio carlos sousa.
Os motivos desta decisão nem sequer estão aflorados no meu texto, não só porque gosto pouco de especular sobre o que não sei, como também porque acho que ainda haverá muito mais a discutir sobre este caso, e quando assim acontecer cá estarei novamente.
Estive a trabalhar numa ponte na Dinamarca, estou cá de folga, Setúbal é a minha cidade. Estou chateado com o que lá se passa, mas como sei quem é o broncas, comunista a sério, que nesta terra não o gramam, já percebi tudo, conheço muita bem alguns dos nomes que ele escreveu no arremacho, o Partido só falhou quando lá os meteu e volta a falhar se não explicar ao povo o que aqueles oportunistas fizeram.
parece mentira opiniões como este post.Só no Xangaio... foda-se!!!
Enviar um comentário