O azar do nosso desporto é termos, de tempos a tempos, uma estrela de grande dimensão. A estrela aparece e ofusca a falta de apoio que este País oferece ao desporto. Não fora o nosso Óbiquoelu e teríamos ficado com a Prata da Naide e o Bronze do João. Como País pequeno que somos, duas medalhitas já é melhor que nada, ainda mais que ainda deu para recordes e tudo. Mas não! O sacana do rapaz que treina em Espanha, nasceu na Nigéria, e que já perto da vintena de anos foi adoptado por Portugal (e ainda bem!) ganha duas medalhitas de Ouro para o Atletismo português, que tão sequioso de resultados brilhantes tem andado nos últimos tempos. Afinal somos os maiores e nem foi preciso muita coisa. E só não foi porque ainda existe quem se dedique ao desporto como se da vida se tratasse, e lá agarraram aquele rapaz que tinha o destino da construção ao lombo e dele fugiu como quem corre para a vitória. Assim já ninguém fala da falta que faz o desporto escolar. Não aquele desporto do futebol de rua, ou do andebol num campo abaulado e basquetebol em tabelas rombas, mas daquele com ginásios, equipamentos, pistas, piscinas e campos a sério. E professores, claro. Não é por acaso que nas modalidades “amadoras” com melhores resultados, como o andebol ou o voleibol, os treinadores juntam o conhecimento da modalidade ao conhecimento académico. No futebol a coisa parece que, lentamente, lá entra pelo mesmo esquema.
No Médio Oriente a situação tem as suas semelhanças. Durante uns tempos fazem-se tréguas ofuscantes, mas nada de muito sólido. Nem que para isso seja necessário assassinar um ou outro governante. O caldo vai ardendo em banho-maria, com uns colonatos aqui, uma estrada acolá mesmo a separar povoações palestinianas, um muro para tentar evitar (inutilmente) as misturas explosivas do outro lado, até que todos se vão esquecendo dos massacres em campos de refugiados, da asfixia económica aos “territórios independentes”, ou dos bombardeamentos e invasões a Países vizinhos. (fotografia de Paolo Pellegrin)
1 comentário:
è dada muita importancia ao futebol em detrimento de outros desportos.
Acho que a sensaçao de ouvir o hino portugues é lindo e arrepiante.
Um beijo
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