2007-03-30

Cada vez mais me convenço que as corridas desenfreadas para apanhar um autocarro são um desperdício de energia.

Hoje atrasei-me no ligeiramente no pequeno almoço e lá tive que correr uns 30 a 40 metros para não perder o 8. Tarefa cumprida. Chegado aos torniquetes, e já de cartão Lisboa Viva em riste, o acesso aos catamarãs é fechado à minha frente. Nada de grave, só mais 5 minutos e parte mais um, e enquanto espero começo a ler a Visão e oiço o “1970” do JP Simões. Chegado a Lisboa, sigo em passo apressado até à entrada do metro na Rua do Crucifixo, onde reencontro algumas das caras que comigo atravessaram o Tejo, todos nós ofegantes na pressa cega de atravessar a Baixa Pombalina, e aproveitando as escadas rolantes para dar descanso aos músculos das pernas. Já a descer as escadas que conduzem ao cais surpreende-me um déja vu: o comboio arranca assim que me vê aproximar, pelo que uma nova espera é inevitável. Alguns minutos mais tarde fico entalado ente a janela e uma senhora de porte volumoso, situação que me obrigou a ler muito vagarosamente a crónica sobre o espectáculo do Zé Cid no Maxime. Para terem uma ideia do quanto vagarosa foi a leitura (repeti algumas linhas, confesso), foi meia página da Visão, com foto, até ao Marquês, onde não só pude respirar um pouco mais livremente como também, finalmente, virar a página. Algumas estações depois é a minha vez de retornar à superfície galgando, novamente apressado, alguns degraus até uma daquelas paragens da Carris com indicação do tempo previsível de espera. O local estava deserto pelo que já ao longe adivinhava que nova espera me aguardava. 49 minutos?!?!? Começo a ouvir o “The Life Pursuit” dos Belle and Sebastian. O artigo sobre a Universidade da Beira Interior contrasta com a realidade da Universidade Independente, cujo embuste arrisca-se a dificultar a vida a algumas centenas de estudante que empenharam o seu tempo e dinheiro dos pais para financiar um embuste. A espera reduz-se para 20 minutos apesar de nenhum relógio se ter desviado mais que 5. Não, 18, a previsível espera reduz-se para 12, agora 9. Foram 40 minutos de expectativa em 10 minutos de espera, que todavia não seria totalmente gorada. A expectativa e não a espera, para meu azar. Não sei se foi da radioactividade do Tório (thorium), a nova esperança para as centrais de fissão nuclear, mas agora estão marcados 20 minutos (a continuação deste carrossel temporal terá o seu interesse mas aqui torna-se fastidioso continuar, pelo que abrevio). Ao fim de 35 minutos de espera lá chegou o autocarro, naturalmente atafulhado, pelo que não me restou outra solução que não fosse suster um pouco a respiração, fingir-me mais magro e entrar.

Piquei o cartão de ponto 2 horas e 15 minutos após ter fechado a porta de casa, com 15 minutos de atraso em relação à plataforma que devo cumprir, e como podem imaginar, cheio de vontade em aumentar a produtividade nacional.

6 comentários:

Bernardo Kolbl disse...

Pois é. Como sou nazi até gostei deste post. Faz sentido e é ácido suficiente.
Boa noite.

Anónimo disse...

Se não gostas da esquerda nem dos comunistas porque vens a este blogue? Desaparece nazi nojento

Bernardo Kolbl disse...

Uma resposta que diz TUDO sobre ti e outros demokratas de eskerda.

PintoRibeiro disse...

Ao contrário de vocês eu gosto de ler tudo, ouvir todos. Não sou monolítico. Ou, estúpido.
Bom dia ao blogue. Um abraço. As diferenças, RESPEITAM-SE.

Anónimo disse...

Desapareçam não são bem vindos

Ana disse...

o tipico dia de um portugues que mora na margem sul e que é amigo do ambiente (forçado ou não) e que vai de transportes até Lisboa!!