Cada vez mais me convenço que as corridas desenfreadas para apanhar um autocarro são um desperdício de energia.
Hoje atrasei-me no ligeiramente no pequeno almoço e lá tive que correr uns 30 a 40 metros para não perder o 8. Tarefa cumprida. Chegado aos torniquetes, e já de cartão Lisboa Viva em riste, o acesso aos catamarãs é fechado à minha frente. Nada de grave, só mais 5 minutos e parte mais um, e enquanto espero começo a ler a Visão e oiço o “1970” do JP Simões. Chegado a Lisboa, sigo em passo apressado até à entrada do metro na Rua do Crucifixo, onde reencontro algumas das caras que comigo atravessaram o Tejo, todos nós ofegantes na pressa cega de atravessar a Baixa Pombalina, e aproveitando as escadas rolantes para dar descanso aos músculos das pernas. Já a descer as escadas que conduzem ao cais surpreende-me um déja vu: o comboio arranca assim que me vê aproximar, pelo que uma nova espera é inevitável. Alguns minutos mais tarde fico entalado ente a janela e uma senhora de porte volumoso, situação que me obrigou a ler muito vagarosamente a crónica sobre o espectáculo do Zé Cid no Maxime. Para terem uma ideia do quanto vagarosa foi a leitura (repeti algumas linhas, confesso), foi meia página da Visão, com foto, até ao Marquês, onde não só pude respirar um pouco mais livremente como também, finalmente, virar a página. Algumas estações depois é a minha vez de retornar à superfície galgando, novamente apressado, alguns degraus até uma daquelas paragens da Carris com indicação do tempo previsível de espera. O local estava deserto pelo que já ao longe adivinhava que nova espera me aguardava. 49 minutos?!?!? Começo a ouvir o “The Life Pursuit” dos Belle and Sebastian. O artigo sobre a Universidade da Beira Interior contrasta com a realidade da Universidade Independente, cujo embuste arrisca-se a dificultar a vida a algumas centenas de estudante que empenharam o seu tempo e dinheiro dos pais para financiar um embuste. A espera reduz-se para 20 minutos apesar de nenhum relógio se ter desviado mais que 5. Não, 18, a previsível espera reduz-se para 12, agora 9. Foram 40 minutos de expectativa em 10 minutos de espera, que todavia não seria totalmente gorada. A expectativa e não a espera, para meu azar. Não sei se foi da radioactividade do Tório (thorium), a nova esperança para as centrais de fissão nuclear, mas agora estão marcados 20 minutos (a continuação deste carrossel temporal terá o seu interesse mas aqui torna-se fastidioso continuar, pelo que abrevio). Ao fim de 35 minutos de espera lá chegou o autocarro, naturalmente atafulhado, pelo que não me restou outra solução que não fosse suster um pouco a respiração, fingir-me mais magro e entrar.
Piquei o cartão de ponto 2 horas e 15 minutos após ter fechado a porta de casa, com 15 minutos de atraso em relação à plataforma que devo cumprir, e como podem imaginar, cheio de vontade em aumentar a produtividade nacional.
Hoje atrasei-me no ligeiramente no pequeno almoço e lá tive que correr uns 30 a 40 metros para não perder o 8. Tarefa cumprida. Chegado aos torniquetes, e já de cartão Lisboa Viva em riste, o acesso aos catamarãs é fechado à minha frente. Nada de grave, só mais 5 minutos e parte mais um, e enquanto espero começo a ler a Visão e oiço o “1970” do JP Simões. Chegado a Lisboa, sigo em passo apressado até à entrada do metro na Rua do Crucifixo, onde reencontro algumas das caras que comigo atravessaram o Tejo, todos nós ofegantes na pressa cega de atravessar a Baixa Pombalina, e aproveitando as escadas rolantes para dar descanso aos músculos das pernas. Já a descer as escadas que conduzem ao cais surpreende-me um déja vu: o comboio arranca assim que me vê aproximar, pelo que uma nova espera é inevitável. Alguns minutos mais tarde fico entalado ente a janela e uma senhora de porte volumoso, situação que me obrigou a ler muito vagarosamente a crónica sobre o espectáculo do Zé Cid no Maxime. Para terem uma ideia do quanto vagarosa foi a leitura (repeti algumas linhas, confesso), foi meia página da Visão, com foto, até ao Marquês, onde não só pude respirar um pouco mais livremente como também, finalmente, virar a página. Algumas estações depois é a minha vez de retornar à superfície galgando, novamente apressado, alguns degraus até uma daquelas paragens da Carris com indicação do tempo previsível de espera. O local estava deserto pelo que já ao longe adivinhava que nova espera me aguardava. 49 minutos?!?!? Começo a ouvir o “The Life Pursuit” dos Belle and Sebastian. O artigo sobre a Universidade da Beira Interior contrasta com a realidade da Universidade Independente, cujo embuste arrisca-se a dificultar a vida a algumas centenas de estudante que empenharam o seu tempo e dinheiro dos pais para financiar um embuste. A espera reduz-se para 20 minutos apesar de nenhum relógio se ter desviado mais que 5. Não, 18, a previsível espera reduz-se para 12, agora 9. Foram 40 minutos de expectativa em 10 minutos de espera, que todavia não seria totalmente gorada. A expectativa e não a espera, para meu azar. Não sei se foi da radioactividade do Tório (thorium), a nova esperança para as centrais de fissão nuclear, mas agora estão marcados 20 minutos (a continuação deste carrossel temporal terá o seu interesse mas aqui torna-se fastidioso continuar, pelo que abrevio). Ao fim de 35 minutos de espera lá chegou o autocarro, naturalmente atafulhado, pelo que não me restou outra solução que não fosse suster um pouco a respiração, fingir-me mais magro e entrar.
Piquei o cartão de ponto 2 horas e 15 minutos após ter fechado a porta de casa, com 15 minutos de atraso em relação à plataforma que devo cumprir, e como podem imaginar, cheio de vontade em aumentar a produtividade nacional.
6 comentários:
Pois é. Como sou nazi até gostei deste post. Faz sentido e é ácido suficiente.
Boa noite.
Se não gostas da esquerda nem dos comunistas porque vens a este blogue? Desaparece nazi nojento
Uma resposta que diz TUDO sobre ti e outros demokratas de eskerda.
Ao contrário de vocês eu gosto de ler tudo, ouvir todos. Não sou monolítico. Ou, estúpido.
Bom dia ao blogue. Um abraço. As diferenças, RESPEITAM-SE.
Desapareçam não são bem vindos
o tipico dia de um portugues que mora na margem sul e que é amigo do ambiente (forçado ou não) e que vai de transportes até Lisboa!!
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