2007-03-20

Lisboa, 19 de Março de 2007

Ex. Senhor Ministro da Defesa

Li ontem nos jornais a notícia de que o Ministério da Defesa e o Ministério das Obras Públicas Transportes e Comunicações criaram um grupo de trabalho para estudar e resolver o problema da possivel interferência entre as rotas dos aviões militares da base de Monte Real e as rotas dos aviões civis do anunciado aeroporto da Ota.
Com este email procuro chamar a atenção para um problema muito mais urgente e importante.
Peço a atenção de V. Ex.ª para a página 5 do jornal "Correio da Manhã " de hoje.
Nos mapas publicados nesta página vê-se, claramente, que a ponte para o Barreiro prevista pelo MOPTC, com pilares necessáriamente altos para permitir a navegação nos canais do Tejo, diminui a segurança e possivelmente impede a utilização da pista principal da base militar do Montijo.
Se esta ponte for construida nenhum grupo de trabalho nomeado pelo Ministério da Defesa e pelo MOPTC poderá, depois, resolver o problema.
A questão é urgente porque o MOPTC anunciou estar a estudar e ir divulgar ainda este mês a futura localização da estação terminal dos comboios TGV entrados em Lisboa pela ponte do Barreiro.
A apreciação dos impactos ambientais e outros inconvenientes destas obras, terá, necessáriamente, de ser submetida a uma apreciação pública, mas entendi, neste caso, em que as infraestruturas militares são directamente atingidas, chamar desde já a atenção de V.Ex.ª.
Há um outro problema relacionado com a ponte para o Barreiro. A construção desta ponte dificulta e pode mesmo impedir a amaragem de hidroaviões no estuário do Tejo. Há quem pense que os hidroaviões voltarão a ter valor comercial. Para já, são utilizados no combate aos fogos florestais. Li há dias nos jornais que o MAI pensava preparar pilotos da Guarda Republicana para combater estes fogos. Como penso que a GNR ainda não tem esperiência nesta matéria, sugiro-lhe que encarregue a Força Aérea, que integrou a antiga Aviação Naval, para elaborar um relatório detalhado sobre a utilização passada e futura de hidroaviões no estuário do Tejo.
Permito-me falar de um outro assunto. A nossa Força Aérea parece vocacionada para, à semelhança do que já fez em Cabul, assegurar a segurança e funcionamento de aeroportos em zonas dificeis, tarefa em que tem, necessáriamente, de contactar entidades civis. Parece que só haveria vantagem em que treinasse este tipo de relacionamento nos nossos aeroportos militares, nomeadamente no do Montijo, que com encargos reduzidos e mantendo a gestão militar podem ser utilizados para voos low cost.
Darei desde já uma divulgação pública a este email.

Com os meus melhores cumprimentos

António Brotas

Professor Jubilado do IST

1 comentário:

Anónimo disse...

e porque não incluir também um parágrafo a chamar a atenção para o impacto negativo da estação de comboio que se situará sensivelmente na zona das
Fontainhas?
É que essa estação vai interferir no negociozinho do Emidio Catum com o João Lobo.
entenda-se: empresas ou entidades representadas por eles, claro.