Hoje Só Te Trago Flores
Hoje só te trago flores, abdiquei do meu salário.
Hoje só um beijo triste, um amor operário.
Outra voz me encanta!
O espelho é magro, uma seara de corpos com movimentos de tempo.
Hoje só te trago a poeira das estradas,
como relevo das mãos suadas, uma outra solidão!
Subo a tua saia e firme de desejo descubro-te o sexo,
nele entrando com a raiva de um cão!
O azul é fantástico, o sol explodiu para lá dos montes.
Reparamos agora que a luz do meio dia nos trouxe o perfume das madeiras,
o brilho dos metais,
damos conta de um silêncio visitado, o pingar das torneiras,
o zunir dos insectos, o trabalhar do velho frigorífico,
a música que não existe, e ainda a música que não existe!
Encosto a cabeça ao teu peito, ouço o bater do coração,
Queria que batesse para sempre esta certeza meu amor.
Miguel Patrício.
sacado do Poetry Café
3 comentários:
faltou dizer que o Miguel é um grande amigo, e que entre muitas outras coisas, também é poeta. e claro, é banheirense.
Volta hl, estás perdoado.
Não és o único a olhar o céu..
Mas como eras claramente o pior, a malta ainda se ria um bocado.
Já neste caso o cheiro a transpiração tira toda a graça.
Construtivo o comentário do miolo mole
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