2007-02-13

"Há, no entanto, uma situação de grande pobreza à volta da exploração artesanal de diamantes. Veja-se as cenas retratadas no fime “Diamante de Sangue”, relativas à extracção de diamantes, que são cenas que continuam actuais, no que respeita à dureza do trabalho, e pense-se no número incalculável de jovens a trabalhar nas minas e a receber um salário diário de 60 cêntimos de euro, a que se junta uma refeição de arroz e pouco mais. Mas a pobreza nao é apenas um problema ligado aos diamantes. É uma situação comum a muitos outros sectores da actividade económica. É a contradição entre a miséria dos que passam o dia à procura das pedras e os que, no hemisfério Norte, pagam pequenas e grandes fortunas por elas. O que separa estes dois mundos são seis horas de voo e um oceano de desconhecimento, com muitas ondas de indiferença."

Este é um pequeno excerto de uma entrevista a Victor Angelo, diplomata português que chefia a missão das Nações Unidas na Serra Leoa, publicada na Visão Online. Como complemento podem encontar no site de Kadir Van Lohuizen, fotógrafo da Agência VU, dois portfólios dedicados ao seu (multipremiado) trabalho "Diamond Matters", onde o autor percorre os caminhos dos diamantes desde a sua fonte até ao consumidor final, entre Angola, Serra Leoa, Congo, Belgica, India, França, Holanda e Reino Unido

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