A propósito da proposta do PS para limitar o vínculo ao Estado apenas aos funcionários da Defesa, Justiça e Polícia, o artigo que o Prof. Luciano Amaral assina hoje no DN tem um parágrafo notável:
“É a história da democracia portuguesa: só o PS pode jogar em todos os tabuleiros. Foi agente de radicalização do PREC até se ter reinventado como líder de uma frente direitista para pôr termo ao PREC. Foi guardião das "conquistas irreversíveis de Abril" consagradas na Constituição de 1976 até se decidir a ajudar a revertê-las na revisão constitucional de 1989. Foi o grande ideólogo do "Estado social" durante o "guterrismo", para agora aparecer como o partido da "reforma" do "Estado social". Quer dizer, atrasou sempre o processo de transformação institucional e económica do País, para melhor poder afirmar-se depois como o único intérprete legítimo das mudanças "necessárias". Nos períodos de contenção da mudança acusa PSD e direita de serem algozes do "Estado social". Nos períodos em que assume a "necessidade" da mudança acusa-os de promoverem o "neoliberalismo selvagem", de quererem ir longe de mais. Graças a esta estratégia bem sucedida, a verdade é que o PSD ficou circunscrito, ao longo dos últimos 30 anos, ao papel de coro grego, na oposição, ou de mero gestor da realidade criada pelo PS, no poder.”
É claro que, mais uma vez, esta não é a reforma necessária, porque reformar não é alterar vínculos laborais, mas sim analisar o Estado, alterar processos de trabalho, formar pessoas e serviços, para que o Estado melhor sirva os cidadãos e o País.
No fundo, o que falta a este Governo simplex é “controlo de qualidade”.
“É a história da democracia portuguesa: só o PS pode jogar em todos os tabuleiros. Foi agente de radicalização do PREC até se ter reinventado como líder de uma frente direitista para pôr termo ao PREC. Foi guardião das "conquistas irreversíveis de Abril" consagradas na Constituição de 1976 até se decidir a ajudar a revertê-las na revisão constitucional de 1989. Foi o grande ideólogo do "Estado social" durante o "guterrismo", para agora aparecer como o partido da "reforma" do "Estado social". Quer dizer, atrasou sempre o processo de transformação institucional e económica do País, para melhor poder afirmar-se depois como o único intérprete legítimo das mudanças "necessárias". Nos períodos de contenção da mudança acusa PSD e direita de serem algozes do "Estado social". Nos períodos em que assume a "necessidade" da mudança acusa-os de promoverem o "neoliberalismo selvagem", de quererem ir longe de mais. Graças a esta estratégia bem sucedida, a verdade é que o PSD ficou circunscrito, ao longo dos últimos 30 anos, ao papel de coro grego, na oposição, ou de mero gestor da realidade criada pelo PS, no poder.”
É claro que, mais uma vez, esta não é a reforma necessária, porque reformar não é alterar vínculos laborais, mas sim analisar o Estado, alterar processos de trabalho, formar pessoas e serviços, para que o Estado melhor sirva os cidadãos e o País.
No fundo, o que falta a este Governo simplex é “controlo de qualidade”.
2 comentários:
Excelente.
Mais, parece que os portugueses reconhecem validade a estas afirmações. Veja-se o caso de Mário Soares. Este sai pela porta pequena da política portuguesa (para não falar nas traseiras).
Contudo, o centro, terceira via ou o que mais inventarem para jogarem com todos os lados, utiliza as palavras moderação e radicalismo como o sustento para a situação.
É urgente para bem de Portugal parar esta onda de nacional-porreirismo. A confrontação é necessária. O controlo de qualidade é essencial.
“controlo de qualidade” que implica logo acabar com os negocios e as negociatas por debaixo do pano.
primeiro sao precisas leis anti-corrupcao serias e com penas pesadas e depois logo se ve o “controlo de qualidade”.
nao sao os “empregados” comuns, administrativos e operariado, que encravam o sistema; mas sim os que ocupam todos os lugares de chefia de ha anos a esta parte onde ate os chefes de divisao, cargo maioritariamente de cariz de chefia tecnica e operacional, sao de nomeacao e confianca politica.
se os virmos lutar para acabar com a partidarite e a cunha amiguista e/ou partidaria talvez este discurso de uma pseudo-esquerda nao fosse tao oco.
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