O DN e a TSF vão debater hoje à noite, em Almada, a qualidade de vida na Margem Sul.
Do artigo do DN (no qual não é feito qualquer referência ao concelho da Moita) retiro algumas notas. É dito sobre o Barreiro que “foi pensado em função da actividade económica, foram construídos bairros para o operariado. O fim da indústria tornou-o numa zona envelhecida e pesada”. A Baixa da Banheira é, fundamentalmente, um desses bairros operários que nasceu décadas antes do “boom demográfico e urbanístico na margem sul do Tejo, logo após a construção da Ponte 25 de Abril”, tendo o seu crescimento sido consistente nestas décadas, então sim, devido à instalação da industria Metalúrgica e Construção Naval nos concelhos vizinhos, sem poder deixar de referir que muitos banheirenses encontravam também emprego nas indústrias corticeira e têxtil, então existentes em Alhos Vedros. Após o 25 de Abril e com o processo de descolonização, a nossa terra foi novamente destino de muitos dos que abandonaram África, instalando-se no Vale da Amoreira, que (salvo erro) em 1988 se tornou a segunda freguesia da Vila da Baixa da Banheira.
Frases como “Cresceram espontaneamente” ou “Cresceram desordenadamente como zonas dormitório e não mais conseguiram abandonar essa imagem” aplicam-se na perfeição à nossa terra, mas do “caos urbanístico” já discordo, porque apesar de não ser o desejável, estamos longe do caos que se verifica por outras paragens. Quanto à “conflitualidade social”, essa é fruto dos “índices elevados de emprego precário e de escolaridade básica”.
Concordo bastante com o que afirma Ricardo Martinez, sociólogo do Instituto Politécnico de Setúbal. "Os cinco concelhos cresceram em tempos diferentes e com grandes diferenças a nível historial e de estruturação demográfica. Nenhum pode ser caracterizado como concelho desenvolvido", defende. O boom urbanístico e o demográfico não foram integrados, em parte, devido às autarquias, mas também "por responsabilidade do poder central, que colocou dificuldades à descentralização". Não é por acaso que estes concelhos "mantêm bolsas de pobreza e que são um barómetro do País em termos de conflitualidade social", salienta. Por outro lado, a Margem Sul ainda é muito dependente da capital no que toca a vivência urbana, apesar das "boas" agendas culturais e desportivas de Almada e Seixal. "Lisboa é uma cidade cosmopolita, mas o outro lado do rio não conseguiu alcançar um prolongamento deste estilo, desenvolvendo um outro totalmente diferente". No que à Baixa da Banheira diz respeito, apesar do que ainda falta fazer, o Parque Zeca Afonso, Fórum Cultural José Manuel Figueiredo (com uma programação de relevo não só a nível local) ou as bibliotecas públicas, são um passo importante para esse desenvolvimento. Neste momento estamos à espera que o Governo Central disponibilize as verbas prometidas na Operação de Revitalização da Vila da Baixa da Banheira onde, entre outras coisas, estava prevista a construção de um Pavilhão Multiusos na Baixa da Serra.
Como nota final, direi que falta abordar o problema do trânsito local e estacionamento, que na Baixa da Banheira começa a ser um problema relevante, e sobretudo a mobilidade dentro da própria Margem Sul, especialmente entre os eixos Almada/Seixal e Barreiro/Moita/Montijo/Alcochete. O Metro poderá vir a aliviar este panorama, mas a demora na sua chegada aos concelhos do Barreiro e Moita promete prolongar-se por anos, e da ponte Barreiro-Seixal nem sinal.
Do artigo do DN (no qual não é feito qualquer referência ao concelho da Moita) retiro algumas notas. É dito sobre o Barreiro que “foi pensado em função da actividade económica, foram construídos bairros para o operariado. O fim da indústria tornou-o numa zona envelhecida e pesada”. A Baixa da Banheira é, fundamentalmente, um desses bairros operários que nasceu décadas antes do “boom demográfico e urbanístico na margem sul do Tejo, logo após a construção da Ponte 25 de Abril”, tendo o seu crescimento sido consistente nestas décadas, então sim, devido à instalação da industria Metalúrgica e Construção Naval nos concelhos vizinhos, sem poder deixar de referir que muitos banheirenses encontravam também emprego nas indústrias corticeira e têxtil, então existentes em Alhos Vedros. Após o 25 de Abril e com o processo de descolonização, a nossa terra foi novamente destino de muitos dos que abandonaram África, instalando-se no Vale da Amoreira, que (salvo erro) em 1988 se tornou a segunda freguesia da Vila da Baixa da Banheira.
Frases como “Cresceram espontaneamente” ou “Cresceram desordenadamente como zonas dormitório e não mais conseguiram abandonar essa imagem” aplicam-se na perfeição à nossa terra, mas do “caos urbanístico” já discordo, porque apesar de não ser o desejável, estamos longe do caos que se verifica por outras paragens. Quanto à “conflitualidade social”, essa é fruto dos “índices elevados de emprego precário e de escolaridade básica”.
Concordo bastante com o que afirma Ricardo Martinez, sociólogo do Instituto Politécnico de Setúbal. "Os cinco concelhos cresceram em tempos diferentes e com grandes diferenças a nível historial e de estruturação demográfica. Nenhum pode ser caracterizado como concelho desenvolvido", defende. O boom urbanístico e o demográfico não foram integrados, em parte, devido às autarquias, mas também "por responsabilidade do poder central, que colocou dificuldades à descentralização". Não é por acaso que estes concelhos "mantêm bolsas de pobreza e que são um barómetro do País em termos de conflitualidade social", salienta. Por outro lado, a Margem Sul ainda é muito dependente da capital no que toca a vivência urbana, apesar das "boas" agendas culturais e desportivas de Almada e Seixal. "Lisboa é uma cidade cosmopolita, mas o outro lado do rio não conseguiu alcançar um prolongamento deste estilo, desenvolvendo um outro totalmente diferente". No que à Baixa da Banheira diz respeito, apesar do que ainda falta fazer, o Parque Zeca Afonso, Fórum Cultural José Manuel Figueiredo (com uma programação de relevo não só a nível local) ou as bibliotecas públicas, são um passo importante para esse desenvolvimento. Neste momento estamos à espera que o Governo Central disponibilize as verbas prometidas na Operação de Revitalização da Vila da Baixa da Banheira onde, entre outras coisas, estava prevista a construção de um Pavilhão Multiusos na Baixa da Serra.
Como nota final, direi que falta abordar o problema do trânsito local e estacionamento, que na Baixa da Banheira começa a ser um problema relevante, e sobretudo a mobilidade dentro da própria Margem Sul, especialmente entre os eixos Almada/Seixal e Barreiro/Moita/Montijo/Alcochete. O Metro poderá vir a aliviar este panorama, mas a demora na sua chegada aos concelhos do Barreiro e Moita promete prolongar-se por anos, e da ponte Barreiro-Seixal nem sinal.
2 comentários:
Caros Amigos,
Hoje e passado muito tempo fora dos Blogs e Fotologs encontrei numas mensagens de Novembro do Ano Passado, no conhecido Blog "O Banheirense" uma triste interpretação de palavras. Admito que possa ter sido agressivo na escolha de palavras, o meu ataque não é contra o PCP nem a favor de outro partido, não sou filiado em nenhum partido nem me revejo sinceramente nenhum líder actual partidário, seja de Esquerda ou Direita. Tal como admirei Álvaro Cunhal ou Francisco de Sá Carneiro.
Na realidade eu critico a gestão camarária da Moita, e 32 anos foram MAUS , e ninguém mais que eu lamenta ter de dizer isto, porque eu amo a minha terra e não queria que assim o fosse! adoraria dizer que tinha um Carlos Sousa ( pcp de Palmela e Setúbal) na câmara e que cuidava do nosso património.
Vamos então ver como fui interpretado e criticado no Banheirense:
"A blogosfera é rica em opiniões. Todas elas têm um fundo de razão. Algumas parecem que não têm fundamento mas se o procurarmos, encontramos
Vejam este excerto de um post publicado em http://www.fotolog.com/regedor_av"
É assim que começa o texto ...
"Hoje o Concelho da Moita é composto por uma população maioritariamente Migrante, fabril, e envelhecida que tudo o que lhes resta do seu sonho de Riqueza Urbana, é o seu apartamento de ma qualidade com uma marquise, rotundas, supermercados"
“…foram construídos bairros para o operariado. O fim da indústria tornou-o numa zona envelhecida e pesada”. A Baixa da Banheira é, fundamentalmente, um desses bairros operários que nasceu décadas antes do “boom demográfico e urbanístico na margem sul do Tejo, logo após a construção da Ponte 25 de Abril”, tendo o seu crescimento sido consistente nestas décadas, então sim, devido à instalação da industria Metalúrgica e Construção Naval nos concelhos vizinhos, sem poder deixar de referir que muitos banheirenses encontravam também emprego nas indústrias corticeira e têxtil, então existentes em Alhos Vedros. Após o 25 de Abril e com o processo de descolonização, a nossa terra foi novamente destino de muitos dos que abandonaram África, instalando-se no Vale da Amoreira, que (salvo erro) em 1988 se tornou a segunda freguesia da Vila da Baixa da Banheira.”
-Portanto estes senhores achavam na altura que eu nem tenho um fundo de razão, que durante estes 32 anos foram sempre fantásticos e bem hajam por isso????
Mas o engraçado é agora o seguinte comment em que O Banheirense comenta a abordagem da TSF , e de um Sociólogo sobre a margem sul:
Diz o Banheirense :
…”Frases como “Cresceram espontaneamente” ou “Cresceram desordenadamente como zonas dormitório e não mais conseguiram abandonar essa imagem” aplicam-se na perfeição à nossa terra, mas do “caos urbanístico” já discordo, porque apesar de não ser o desejável, estamos longe do caos que se verifica por outras paragens. Quanto à “conflitualidade social”, essa é fruto dos “índices elevados de emprego precário e de escolaridade básica”. in O Banheirense
– Agora digo eu não discorda do CAOS URBANISTICO? MAS VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE É URBANISMO?, mais à frente afirma o Sociólogo que o emprego é precário e a escolaridade básica um dos problemas da margem sul … !!!
Depois afirma o Banheirense que :
“Concordo bastante com o que afirma Ricardo Martinez, sociólogo do Instituto Politécnico de Setúbal. "Os cinco concelhos cresceram em tempos diferentes e com grandes diferenças a nível historial e de estruturação demográfica. Nenhum pode ser caracterizado como concelho desenvolvido", defende. O boom urbanístico e o demográfico não foram integrados, em parte, devido às autarquias,”
NENHUM PODE SER CONSIDERADO COMO CONCELHO DESENVOLVIDO-SUBLINHO. Obrigado Senhor Sociólogo Ricardo, mas é que quando eu afirmei isso acharam que era loucura minha!!! Lol … E continua …
…“Não é por acaso que estes concelhos "mantêm bolsas de pobreza e que são um barómetro do País em termos de conflituosidade social", salienta. Por outro lado, a Margem Sul ainda é muito dependente da capital no que toca a vivência urbana, apesar das "boas" agendas culturais e desportivas de Almada e Seixal….Lisboa é uma cidade cosmopolita, mas o outro lado do rio não conseguiu alcançar um prolongamento deste estilo, desenvolvendo um outro totalmente diferente".
Fim de Citação.
O mais interessante é ver os comentários nesse comentário d’ O Banheirense, ver como o Banheirense agora até concorda com alguma coisa que eu disse, e ver como não conseguem admitir erros graves de governação e de incompetência.
Sinceramente não é prestigio dizer que se mora na Margem Sul, não é conotado como um bom lugar para se morar, e poderia ser porque tem as condições físicas, culturais, geográficas e históricas para o ser, agora talvez seja tarde demais!
Qual a diferença do Estoril e Cascais para o Seixal e a Moita? Quais as diferenças entre a Herdade da Aroeira na margem sul e o Penteado na Moita?
Uma casa nova em Alhos Vedros Nova custa menos que uma Usada no Barreiro!!! Já para não falar na sua diferença de custo entre Lisboa e Moita de um apartamento novo.
E o custo tem vários factores, mas a sua base é a Lei do Desejo, ninguém quer vir morar aqui, só os que não podem ir morar para outro lado…hoje a realidade é esta!
Cordiais Cumprimentos
Regedor de Alhos Vedros, (João)
e eu direi que é o auto-entitulado regedor de Alhos Vedros que (felizmente) não sabe o que é caos urbanístico. já aqui disse que o ordenamento urbano na Baixa da Banheira não sendo caótico, não é o desejável, e existe uma razão histórica para que assim seja. se quiser investigar um pouco, pode começar por este blog.
Como a cultura no Concelho da Moita está longe de ser apenas "noites de fado, sevilhanas ou Touradas" direi que o regedor, tb não conhece o lugar que diz defender.
no seu post de 11/01/06, entre outras coisas, confunde grau académico com cultura. eu direi que as mentalidades mais desenvolvidas não defendem esta dualidade, até porque são os primeiros a defender a cultura popular.
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