Ambientes
É normal encontrar escrito, ou testemunhar alguém dizer o meio ambiente, expressão tão difundida na década de 80. O meio significa exactamente o mesmo que ambiente. Podemos classificar o ambiente de várias formas, o ambiente urbano, o ambiente marinho, expressões semelhantes a estas: meio urbano, meio marinho. Sei que a Edite Estrela não intervinha melhor, mas este post é apenas um desabafo de uma coisa que me chateia.
28 comentários:
Eu sei disso, chateias-te com essa e também com a dupla "falésia e arriba"
Fora de brincadeiras são pequenos pormenores mas que são didácticos.
A velha questão da arriba e da falésia. Arriba é a palavra portuguesa, não me lembro do conceito e cor, mas é mais ou menos isto, uma vertente talhada pela acção do mar. Existem arribas mortas, ou seja, vertentes talhadas pela acção do mar, mas que já não evoluem por acção deste elemento ou agente erosivo e arribas vivas que evoluem por acção deste elemento; Havia tanto para dizer sobre arribas, mas como me afastei à alguns anos do assunto, se calhar deveria estudar um pouco mais antes de me armar em "douto".
Hélder faltou a parte do falésia é um anglicismo, deriva da palavra falesie (será que está bem escrito)? E referir ainda que me chateia como o caraças quando se usam estrangeirismos para substituir palavras portugueses, tais como o famoso e instituído coffe break (estará bem escrito). Não há nada como a língua portuguesa, que é nossa e deve ser defendida.
Ai, ai, ai o que vai por aqui...
Falésia quanto muito é um galicismo, pois deriva do francês falaise, pois em inglês a palavra é cliff.
Quanto ao meio ambiente, enfim, dizer que as duas palavras são equivalente ou sinónimas faz-me chorar (mas no bom sentido).
Vou ver se proponho a criação do Ministério do Meio e se passam a dar Educação Meial nas escolas.
:D
Não digam que isto não é construtivo.
AV1, licenciado,mmestre e doutor em línguas, estufadas e fumadas.
O que não faltam são galicismos na língua portuguesa. E na inglesa também. Concordo que se exagera nas expressões inglesas, mas não podemos ser radicais... Senão o que falaríamos? Celtíbero?
Galaico-português, ó faxavor !!!
E aqueles que deixaram vestígios no Bico da Passadeira já falavam galaico-português???
Se continuarmos a recuar vamos todos falar Indo-Europeu ou até mesmo Sânscrito que alguns defendem ser a origem da maioria das linguas.
Quanto ao meio e ao ambiente segundo alguns Professores de Geografia da Universidade de Lisboa são realmente o mesmo, vou acreditar neles :)
O Bartolomé, esses falavam grunhês, que é uma língua que ainda se ouve muito por aí.
É só ir a alguns restaurantes à hora certa e é ouvi-los, só que andam de jipe, BM ou Mercedes (também me dizem que em pick-ups) em vez de irem em cima dos bisontes lãnzudos.
:D
falou o maior grunho de todos, o av1, grunho mais grunho não há
Se calhar encalhei, mas no essencial penos que se uma palavra existe em português não deve ser usada outra de outra língua no seu lugar.
Os estrangeirismos surgiram para serem usados em termos e/ou objectos para os quais a nossa lingua não tinha vocabulário.
Usar estrangeirismos onde existem palavras portuguesas não tem sentido e em muitos casos é apenas um modismo linguistico.
Caro Av1 estamos cá também para desfazer equívocos e ignorâncias. Não sei se escreveu a brincar sobre meio e ambiente, mas a expressão meio ambiente é uma redundância. Por exemplo, em Portugal o Ministério responsável chama-se Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente [MCOTA] e não Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Meio Ambiente. Escusam de ir ver o espanhol porque o nome deles é uma perfeita anedota.
Exacto não existe ministério do meio ambiente.
"Meio" e "Ambiente", em determinados contextos podem ser intermutáveis, mas não sempre.
A espressão "Meio Ambiente" pode conter uma redundância, mas não são palavras que se possam usar, nos mesmos contextos ou em todos os contextos, como equivalentes.
O "meio" que nos rodeia, pode ser o ambiente que nos rodeia, mas não é o mesmo que falar de Ambiente como objecto de estudo ou área de acção política (ou outra).
Isso é fácil de perceber quando se tentam construir frases lógicas.
Porque as palavras não existem só de forma isolada, o contexto em que surgem é que lhes transmite muitas vezes o sentido ou significado exacto.
AV1 (encarnando de novo o espírito de um licenciado em Línguas Modernas, Clásicas, Mortas e Vivas)
"Expressão" e não "espressão", ai o caraças...
Não existem contextos para erros linguisticos.
Isso é certo, mas... mas... não irá negar que o significado de alguns termos, nomeadamente palavras homógrafas, só se consegue perceber no contexto de uma frase... ou não é assim ?
É verdade que eu a Língua Portuguesa raramente passava do "bom" pequenito, mas isso era por causa da arborescente dos sintagmas...
O termo meio ambiente é incorrecto em qualquer contexto.
Talvez (mesmo se mantenho dúvidas), mas o que eu contestei foi que "meio" e "ambiente" pudessem ser usados de forma equivalente e intermutável como se deu a entender lá mais para cima.
A isso não vi nenhuma objecção.
AV1
Podem ser usados de forma equivalente em qualquer contexto, com apenas uma excepção.
Quando o termo ambiente é usado para determinar um estado de espirito de um grupo num determinado lugar, como por exº No estádio o ambiente estava ao rubro.
Uma excepção só ?
Mmmmmmm........
Não vou insistir, mas ocorrem-me algumas mais.
Mas pronto, rendo-me, mesmo se não me rendo convencido, em especial depois de consultar as colunas 2440-2441 do vol IV do Dicionário Houaiss que até considera "meio ambiente" como uma expressão correcta e demonstra como "meio" é um termo mais amplo do que "ambiente", não podendo ser usados em situações similares indiscriminadamente (e não estou a escrever sore "meio" como "metade", claro).
Mas, pronto, está bem, fico por aqui, pois acima do Houaiss não tenho nada.
AV1
As enciclopédias generalistas têm esse problema, são muito generalistas.
O Dicionário Houaiss, o mais monumental dicionário contemporãneo de língua portuguesa é uma enciclopédia generalista ?
Então qual será a fonte que usa para o que afirma ? Não penso que o Lindley Cintra tenha andado por "meios" e "ambientes".
Mas se acha isso, já percebo que tenha problemas com a utilização correcta dos sinónimos.
Subitamente, fiquei mais descansado.
AV1
Eu não tenho problemas com os sinónimos, e utilizo-os muito correctamente, pode realmente ficar descansado.
Amigo anónimo não ligues ao avzero
as fontes dele são a revista maria e a caras.
Curiosamente melhor escritas que certos artigos de opinião na imprensa local, pelo menos em termos formais.
E tenho muito orgulho de ter aprendido bastante a ler A Bola, ao longo dos anos 70 em que ainda lá estavam grandes como o Homero Serpa, o Alfredo Farinha e muitos outros,relativamente à forma de estruturar um artigo.
Antigamente os jornalistas sabiam escrever, hoje infelizmente os erros abundam nos jornais.
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