2006-03-28

Em França trabalhadores e estudantes fazem a maior manifestação nos últimos 20 anos. Lutam para travar acções contra o direito ao emprego com direitos. Em França as batalhas travam-se na rua mostrando ao governo que não pode governar a seu belo prazer, mas sim para o povo. Em França sabe-se dizer não e basta. Gostava que em Portugal também se passasse o mesmo.

9 comentários:

joao figueiredo disse...

mais importante que a luta contra uma lei, ou mesmo contra um governo, é a luta pela consciencialização do povo de que esta política global não serve.

como dizia o outro, o que importa é mudar o mundo...

nunocavaco disse...

Concordo mas parece-me um grande passo na consciencialização e na afirmação do direito à indignação e à manifestação.

joao figueiredo disse...

mas é evidente!

por mais que alguns meios de comunicação chutem os holofotes para meia duzia de arruaceiros, um milhão de pessoas na rua a lutar contra uma lei injusta, é uma clara demonstração da indignação do povo.

Anónimo disse...

Passar, passa. Tem é dimensões e projecções, nos media, diferentes. Ainda hoje houve em lisboa, promovido pela CGTP-IN, um protesto com centenas de jovens contra a precariedade no emprego. Para o próximo fim de semana estão programadas acções desta natureza e muitissimo mais poderiamos acrescentar sobre a luta dos trabalhadores aos mais diversos níveis, como a contratação colectiva e, apesar da repressão das direitas, com desfechos positivos (ex., não é único, Auto-Europa); dos estudantes (ainda recentemente) e da população em geral, acerca do encerramento de serviços de saúde, de escolas e da degradação da qualidade de vida. Ou seja: atentados (pelos governantes actuais, passados, ditos democratas e não democratas) aos "Direitos, Liberdades e Garantias dos cidadãos" constitucionalmente consagrados e, curiosamente, aprovados por todos os partidos na Assembleia da República. Direitos esses que nada têm de transcendental, considerando que se integram na Carta dos Direitos do Homem há muito aprovada pelas Nações Unidas.
Não houvesse luta e não estaríamos a falar da imperiosidade da indignação e da defesa da dignidade.
Não houvesse luta e a liberdade, bem como a construção da democracia há muito que teriam desaparecido.
Hoje como ontém vivemos, com ou sem conciência, um processo de luta de classes (trabalho/capital) e essa, conhecendo avanços e recuos, está no entanto longe do seu desfecho. E quando acontecer será por nós, que somos a maioria na terra.

Zelupi disse...

E o que dizem dos confrontos com a Policia eo com todos os que estavam "no caminho" da manifestação (jornalistas incluídos)?
Será que os fins justificam os meios?
Por muit arazão que tenham, e sem dúvida que a têem, começam a perdê-la quando aproveitam a manifestação para se armarem em vâdalos e darem à polícia razão para carregarem sobre eles, claro que dep+ois o que aparece nas notícias não são os actos de vandalismo, mas sim as cargas policiais, um pouco semelhante às manifestações contra a tristemente célebre PGA, na Avenida 5 de Outubro, em que não houve carro nenhum que lá estivesse estacionado que não ficasse com necessidade duma visita ao bate-chapas, depois admiram-se...

nunocavaco disse...

A questão que o zelupi aponta é muito pertinente, no entanto é inegável que muitos grupos estão nas manifestações para destabilizar, para fazer perder o sentido justo da acção e isso interessa a quem se dirige a manifestação.

Anónimo disse...

Não vale a pena questionarem quem eu sou, o Nuno sabe. Nuno ao tomares essa posição estás do lado mais fácil, da maioria que se expressa. As medidas tomadas por parte do governo são justas e necessárias. Os arruaceiros partem tudo o que custou muito trabalho é por isso que as manifestações deveriam ser proibidas, a bem da segurança nacional.

Anónimo disse...

Não senhor. Pergunto até se, em algumas ocasiões, não existirão agentes provocadores infiltrados para manobrar e descredibilizar as lutas.
Em 1975 numa célebre manifestação em Lisboa, a embaixada de Espanha foi vandalizada, coincindência ou não o Durão(ex.MRPP) foi um dos...(há imagens). Sabem quem envenenou e instigou os manifestantes a esse comportamento? Nada mais nada menos que Artur Albarram, na época a fazer a cobertura radiofónica da referida manifestação. Hoje, os citados senhores (dizem alguns a pés juntos) são respeitáveis guardiões da liberdade e do decoro.

Serão mesmo? Sempre foram? Qual é e qual era afinal a função deles e de muitos outros, com ou sem pseudónimos (e separo o trigo do joio), que por cá e por lá andam?
Acham justo comparar e confundir a morte de uma andorinha com o fim da primavera?

Anónimo disse...

A lei é profundamente injusta e serve apenas para manipular dados estatisticos, e o facto de alguns arruaceiros fazerem "porcaria" não invalida a luta justa de milhões de franceses que bem ou mal, eles é que sabem o que querem para si mesmos, em França não há meia dúzia de lobbies e politicos a ensinarem ao povo o que é que eles devem fazer, não há paternalismo politico a dizer "isto é o melhor para vocês, que nós é que sabemos"
em França o povo tem consciência do seu poder e isso assusta muita gente, é por isso que quem controla os media apenas dá enfâse aos disturbios.
É por assustar que quase todos os dias vem por exº no correio da manhã e diário de noticias, artigos de opinião de articulistas de direita na sua maioria, a criticar e a desvalorizar as manifestações, a dizerem que não é solução, que o governo é que sabe, lá está eles é que sabem e tal...
porque existe o medo de o nosso povo também despertar e voltar a ter força como já teve noutros tempos.