2006-03-15

Antes de alguns começarem a atirar para todos os lados, deixem-me justificar a inclusão deste post. Este post tem única e exclusivamente a haver com um modelo de interacção e ligação de planos. Falta aqui uma parte muito importante sobre a unidade de planeamento, muitos consideram que um verdadeiro ordenamento do território deve ter como fundamento a bacia hidrográfica e isso não foi aqui discutido, mas fica para uma próxima. Gostava que pudessem dar opinião e aprendermos todos uns com os outros, é da diferença que surge o conhecimento.



Ordenamento do Território em Portugal

Em Portugal o Ordenamento do Território está definido para funcionar em três níveis interdependentes. O nível nacional, o regional e o municipal. A nível municipal o Ordenamento do Território é estipulado em Planos Municipais de Ordenamento do Território (PMOT´s- de entre os quais destaco os Planos Directores Municipais- PDM’s), a nível regional por Planos Regionais de Ordenamento do Território e a nível nacional por um Plano Nacional de Ordenamento do Território, que não existe e que se espera conclusão para breve (mas ontem já era tarde). A interdependência faz-se do âmbito nacional para o regional e do regional para o loca e está estipulada como o garante da lógica de ordenamento nacional. Para além do que escrevi, existem Planos de Ordenamento Especiais, tais como os Planos de Orla Costeira e os Planos de Albufeira, que devem “condicionar” os outros planos devido à sua especificidade. Este sistema foi definido na Lei de Bases do Ordenamento do Território e do Urbanismo e não funciona por dois motivos. O primeiro está relacionado com a inexistência de um Plano Nacional de Ordenamento do Território, pelo que a interacção entre este Plano e os restantes não pode ser feita, e o segundo, semelhante ao primeiro, diz respeito à falta de articulação entre os restantes Planos. Estes dois motivos congregados dão origem a problemas estruturais que originam especulação imobiliária, competição entre municípios, não cumprimento de regras e normas básicas de ordenamento do território e falta de coesão territorial, com o consequente aumento das assimetrias regionais do país. Mal comparado o exemplo, é como se um atleta numa prova de 100 metros tivesse como perna direita o Alentejo e como perna esquerda a Área Metropolitana de Lisboa, a sua perna esquerda desenvolvia movimentos mais rápidos e numa outra direcção do que a perna direita, impossibilitando o alcance da meta, impossibilitando o alcance do objectivo traçado a nível nacional. Este panorama tem de ser alterado e é o resultado de 40 anos de Estado Novo e Centralismo e também de alguns recuos como a não aprovação da regionalização, que é sem dúvida a melhor forma de harmonizar o desenvolvimento das regiões, garantindo que a articulação entre planos realmente funcione. Esta questão não pode ser esquecida e nem foi resolvida com a criação de outras Áreas Metropolitanas, ou de Comunidades Urbanas, porque na prática estas não assumem a articulação entre planos como um dos seus objectos de trabalho, como um desígnio nacional. Concorde-se ou não com a regionalização, a coesão nacional e o desenvolvimento do país são de certo aspirações de todos os portugueses que gostam de Portugal. Esta questão não pode ser esquecida e deve ser trazida para a discussão política porque é fundamental no quadro do Ordenamento do Território Nacional. O objectivo de tornar Portugal mais moderno, mais produtivo, mais equilibrado e solidário não pode ser desligado de esforços conjuntos e direccionados para um correcto ordenamento do território. Este objectivo começa pela sensibilização e informação, dotando assim os portugueses de conhecimento para se tornarem parte integrante do processo.

57 comentários:

Anónimo disse...

Eu sou demasiadamente ecologista para comentar tudo isto, eu sou daqueles que acha que se devemos "reger" pela natureza, aprender com a natureza e estar em equilibrio e harmonia com a natureza. As massificações, cimento ás resmas e a restante "complexidade" politico-económica, nunca defendem quanto a mim o bem comum, o nosso futuro, o nosso ambiente, infelizmente Portugal continua sem uma politica ambiental séria e saudável, eu sei que o post é sobre ordenamento e que o ordenamento é mais complicado do que isto que eu falo mas, não podia deixar de falar sobre protecção ambiental porque quando já não houver nada para proteger, quando já não houver verde, quando os glaciares derreterem de vez, é a nossa própria sobrevivência que fica posta em causa.

Mário da Silva disse...

Caro Nuno,

Poderemos transcrever este artigo para O Plano? Acho-o muito interessante e bem escrito e foca alguns dos problemas que todos os que se dedicam a estas coisas também pensam.

Até mais.

Anónimo disse...

este gajo tem uma lata!

nunocavaco disse...

Podem usar o artigo da forma como entenderem. Um abraço.

joao figueiredo disse...

Mário da Silva, certamente conhece um livro chamado Dr Jekyll & Mr Hide?

dizem que é um dos mais belos romances escritos sobre a hipocrisia

Mário da Silva disse...

Não. Não.

Dá-se o caso que o que está lá escrito e que você vem aqui referenciar sem dizer tem um sentido e foi feito com o objectivo pedagógico. Tem o sentido de mostrar como é desagradável quando os visados dos insultos e dos vitupérios somos nós e como isso nos incomoda. Porque vocês sentiram-se incomodados como demonstra a sua frase.

É evidente que eu não considero o Nuno um FdP nem nada que se pareça. Desde já lhe peço desculpa pelo insulto.

Mas assim talvez vocês percebam como deverá ser desagradável para o Raminhos, para os restantes políticos e para as outras pessoas que são insultadas e vilipendiadas na sua honra e no seu nome. Porque essas pessoas têm o seu nome e não um mero pseudónimo exposto à jocosidade alheia.

Como dizem os americanos: Mission accomplished.

Espero sinceramente que moderem um pouco mais isto e que dêem um sinal claro a esses arruaceiros que isto aqui é para conversar e até, por vezes, desconversar; mas nunca para o insulto gratuito.

Até mais.

Anónimo disse...

Mesmo típico do Nuno, a velha questão da regionalização. Foi a mando do P.C.P. ou foi apenas um acto inconsequente. Olha a Mafalda mandou-te à fava.

Anónimo disse...

temos aqui um falso francisco, infelizmente já começam a copiar nicks, depois não venham dizer que são os defensores dos blogueiros do Banheirense

nunocavaco disse...

Francisco afinal sempre vens mais vezes, deve ter sido o Sócrates a solicitar a presença de vossa excelência no blog. Um bejo à Mafalda. Quanto à questão da regionalização, percebeste porque é que a coloco no artigo? A questão é político-administrativa, é para fazer cumprir a interligação entre planos. Mas o artigo não corresponde exactamente à minha opinião, falta a questão da unidade de planeamento, que a meu ver deveria ser a bacia hidrográfica por vários motivos- que também vão merecer um post. Aliás e para ficarem informados este artigo foi colocado à discussão para o melhorar e para melhorar o meu conhecimento sobre as coisas. O post é redutor e imcompleto, mas para post é muito extenso. Se repararem o facto de referir a bacia hidrográfica como unidade de planeamento fundamental faz com que a questão das posições dos partidos perca sentido e é talvez por isso que esta não se coloca na agenda política (acaba-se a guerra dos votos). Gostava e sinceramente que o Av1 comentasse o artigo e obviamente quem o quiser fazer, mas o AV1 particularmente, porque apesar de discordarmos considero e muito algumas das suas opiniões. Não faço este repto como pedido de desculpas, nem nada que o valha, mas como um sincero pedido de opinião. Um abraço.

Mário da Silva disse...

Caro Francisco,

Discorde do Nuno com argumentos. Isso do "a mando" é um comentário sem inteligência e um bocadinho gasto. Não me diga que no PCP não existem pessoas com opinião contrária à do Nuno sobre este assunto?

Até podemos não gostar do PCP mas daí a dizer que aquilo é uma mole imensa com um único pensamento vai um passo muito grande... mesmo que por vezes essa imagem até passe um pouco para o exterior.

Elevemos a discussão, o tema até merece. É que assim não tarda nada nem vale a pena ter um blog com comentáriso abertos para nada Faz-se uma coisa para o umbígo e pronto.

Até mais.

joao figueiredo disse...

isto cheira a acto de contrição...

Anónimo disse...

Eu hoje tou virado para o ambiente e portanto vou escrevendo sobre isso, hoje apetece-me relembrar as praias que estão a desaparecer, especialmente no norte de Portugal, também algumas no centro e aqui bem perto de nós as praias em frente á Costa da Caparica, a causa práticamente comum em todas essas praias tem a ver com a construcção em "cima" das praias e a destruição das dunas que combatem a erosão, que tal isto para ordenamento? não existia uma lei que impedia construcções até 150 metros de distância da água?

AV disse...

O MdS está em contrição.
Claramente.

AV1

Anónimo disse...

Voltando ao tema sobre o qual hoje me apetece escrever, vi há pouco tempo uma reportagem sobre a poluição nos rios portugueses, é realmente uma pena e uma vergonha para Portugal o estado dos nossos rios.
Os rios servem de depósito de lixo para muitas empresas, que mesmo que sejam apanhadas preferem pagar a multa pois é irrisória, o nível de poluição dos rios atinge em alguns casos proporções catastróficas em que nada sobrevive, nada mesmo, nenhuma fauna , nenhuma flora.
O nosso tejo tem por exº um nível de coliformes fecais 100 000 vezes acima do que seria aceitável para a saúde humana, faz-me realmente muita impressão ver pessoas a tomarem banho nas praias do tejo como o clube naval barreirense por exº.
O que mais me revoltou na reportagem que vi foi o facto de descobrir que existem vários projectos de limpeza e despoluição dos rios aprovados desde há anos mas, nenhum governo os colocou em prática, imagino que seja para poupar para as viagens de estado, ou para renovar a frota automovél do estado.
infelizmente uma das nossas maiores riquezas está podre e ao abandono.

Anónimo disse...

Pois, eu tal como o Helder não entendo nada do assunto pelo que não escrevo nada.

Pedro

Anónimo disse...

perdeste uma excelente oportunidade de ficares "calado" pedro, tantos pedros que andam por aqui, deve ser nome da moda

Anónimo disse...

Eu nunca disse que percebia do assunto, e se souberes ler pedro, vais ver que eu referi sempre que aquilo que eu estava a escrever nada tinha a ver com o post.
Talvez um pouco de literacia te fizesse falta pedro, para aprenderes a entender aquilo que lês em vez de vires para aqui apenas com a intenção da provocação.
Depois ainda dizem que quem arranja as confusões são os bloggers e os amigos dos bloggers. nota-se sem dúvida alguma, é constante a vinda a este blog de pessoas com a única intenção de provocarem e tentarem envenenar o ambiente mas, perdem o vosso tempo, isso garanto.

Anónimo disse...

O post está óptimo. Subscrevo os comentários inteligentes e, na qualidade de leigo, acrescentaria apenas, de momento, que o ordenamento do território nacional (como tudo na vida) não é nem pode ser, também, indissociável do elemento ideológico. Quero dizer, a atitude colectiva e, obviamente, a concepção da vida.
Já agora, estimado Nuno, permite-me um alerta(ao post)no que com toda a certeza foi uma gaffe: o resultado no (des)ordenamento-territorial do Estado novo fascista, dos execráveis salazar e caetano, durou para nosso atrazo, dramática e infelizmente, 48 anos e não os 40 anos (sei que foi gaffe) por ti citados.
Um abraço.

Anónimo disse...

Mais um candidato a futuro vereador. A (possivel)próxima lista da CDU à Câmara da Moita promete: Rui Garcia, Nuno Cavaco, Manuel Madeira, Teresa Tramouca...

nunocavaco disse...

Obrigado manel é a minha forma de generalizar e dá nisso. Ao amigo fâ do m&m olhe que essa equipa não era assim tão má.

Anónimo disse...

Ó Nuno os blogues não são para isso. Essa linguagem técnica, qual doce melodia, é verbo de encher. A maior parte dos que leram isto não possuem as suas capacidades de entendimento sobre a matéria. Eu não sei o que achar, até me parece um isco para a regionalização, a qual sou contra por motivos de partido. Até alguns opinadores da praça evitam de comentar o post, a isso se deve a carga técnica. Veja-se o caso do Av1 que opina sobre tudo e não tem bagagem nesta matéria para si. Talvez o Mário o consiga, mas também não lhe reconheço capacidades para se bater consigo no assunto. Assim não, é desonesto e até prepotente. Repare neste, ninguém o contesta, ninguém, o que é estranho. Também vi no Alhos Vedros ao Poder um desvio de atenção para os estatutos do seu partido, parece que´indicam que são contra isso. Olhe que ainda é expluso. Vá lá esforce-se mais, não se mova com tanta segurança que isso até é feio. Olhe continue a falar de cãezinhos.

nunocavaco disse...

Ser-se contra uma coisa e justificar com a posição do partido sem nem sequer saber qual é triste. Pelo menos diga-nos qual é o partido para percebemos a posição. Quanto à linguagem técnica, até acho que o artigo não vai por aí, mas poderá ser verdade. No ponto mais relevante do comentário discordamos totalmente e basta ver o post, " Este objectivo começa pela sensibilização e informação, dotando assim os portugueses de conhecimento para se tornarem parte integrante do processo." E quanto aos bloguers reconheço que existem muitos entre os quais, os que referiu Av1 e penso que o Mário e o Mário da Silva que tê pelo menos a mesma estaleca e conhecimento para discutirem isto comigo (não se trata de batalhas a vencer). Mas o importante aqui é a articulação entre planos que não existe, criando uma terra de ninguém onde muito é possível fazer. Outro dos problemas tem a haver com o grau de conhecimento e condições dos requerentes para executar o requerido ou para pressionar, ludribiar as entidades administrativas. Aí a questão prende-se com desigualdade de recursos e com problemas de escalas de decisão. Mas amigo meta-crítico a transparência dos processos é algo a ganhar e a modernização administrativa tem uma palavra a dar. Por exemplo com a consulta de processos online estarão criadas algumas condições para a tão desejada transparência e celeridade, mas o caminho é longo e trabalhoso e o amanhã já vem aí.

Anónimo disse...

meta critico, eu tenho lido o Nuno Cavaco a ser criticado por alguns por nunca responder ás questões com argumentos técnicos, porque foge á parte técnica etc...
que só fala da parte ideológica e politica, agora o Nuno Cavaco faz um post técnico, defende uma posição que não é defendida por nenhum partido pelo menos na sua totalidade, e é criticado por falar em termos técnicos e ainda o acusam de prepotência.
É o que se chama ser preso por ter cão e ser preso por não ter, começo a achar que tudo o que o Nuno escrever nunca serve para certos leitores muito sensiveis que pelos vistos têm é que deitar abaixo dê por onde der.

Anónimo disse...

Então parece que sentiram a minha falta em relação a este tema ?
Porqu~e ?
Já estou meio cansado de escrever sobre ele !
Não tenho nada a obstar à visão do NC sobre este assunto.
Aliás... quando o NC se dedida a tratar de assuntos técnicos, e independentemente de concordar ou não com as soluções, por via de regra as minhas observações aão cordatas.
Quanto a este tema, cumpre-me apenas, repito, sublinhar algo que já explanei em outras ocasiões:
a) Acho que 300 e tal PDM's não têm lógica a menos que sejam feitos de forma articulada a nível de supra-municipal (daí eu ser contra a criação, salvo raríssimas excepções, de novos municípios e até seja favorável à agregação de alguns).
b) Sou contra o renascimento da ideia da regionalização, como estrutura intermédia político-administrativa no nosso país, mesmo tendo como aparente justificação o que se infere do texto do NC.

Chega isto ou é preciso mais alguma coisa ?
É que eu estava convencido mesmo, que a minha presença não era necessária.
Para assuntos mais trécnicos, posso escrever alguma coisa mais, mas não num comentário que é sempre curto e redutor.

Anónimo disse...

Concordo com os PDM's articulados, uma politica de ordenamento que seja realmente integrada porque um dos problemas quanto a mim são as muitas competências que se atropelam umas ás outras, e sobre as quais a lei pouco ou nada clarifica, existem muitas contradicções.

nunocavaco disse...

Como o Av1 referiu e muito bem a desarticulação entre planos resulta numa grande falta de lógica. Av1 a sua presença é sempre necessária. Quanto à regionalização, na minha opinião (que é a do meu partido) um dos aspectos positivos é garantir a articulação entre planos. Quanto à unidade de planeamento, ou ordenamento, como lhe queira chamar, o que acha da bacia hidrológica Av1? Se calhar evita Guerras Políticas.

AV disse...

Meus caríssimos,
Se elevam a fasquia da discussão, já entramos em outro campeonato.

Vamos lá ver, em termos de princípios gerais, acima de momentos e interesses particulares:

a) Uma política ambiental tem, necessariamente, de ser uma pioridade nacional, consensualizada com o maior número de forças partidárias, para que não existam inversões de sentido a cada dois anos, mas sem que isso se traduza em consensos cinzentos. Difícil ? Talvez não ! Pessoas para isso ? Há, há, mas muitas já não andam por aí na po´lítica activa. Um Carlos Pimenta fazia falta, sim senhor. É do PSD ? Que se lixe, ninguém é perfeito !

b) A política ambiental deve organizar-se em torno de vectores (ou sub-polítcas) como a da gestão energética, da gestão das águas, do ordenamento do território (em especial das zonas de coberto vegetal nativo e zonas ribeirinhas), da gestão do mais variado tipo de resíduos domésticos e industriais (e em algum lado é preciso haver aterros e centrais destas ou daquelas), etc, etc, sendo que é essencial que a visão dos governantes esteja acima de interesses particulares, critérios economicistas e se fundamente em opções técnicas incontroversas.
c) Atendendo às características do nosso país, não se justifica a existência de organismos intermédios com poderes deliberativos que possam colidir com os interesses comuns nacionais, mesmo se a opinião das populações não pode ser desprezada.
d) De acordo com o atrás linhado, é óbvio que algo como a gestão de bacias hidrográficas (e não esqueçamos que a península de Setúbal está na confluência não só do tejo mas também do Sado) deve ser feita ao nível de um organismo supra-municipal em que estejam representados tanto o Poder Central, como Local, não esquecendo técnicos nomeados pelo currículo profissional e não pelo cartão ou favores políticos.

AV1 (fiquei cansado de dedilhar, me vou por agora...)

AV disse...

Reparei agora num reparo que pretende corrigir, incorrectamente, o NC.
O Estado Novo durou 41 anos, desde a aprovação em 11 de Abril da chamada Constituição de 1933 até 25 de Abril de 1974 em que passou a estar suspensa.
Antes de 1933, desde 1926, existia a chamada Ditadura Militar que o era, devido à inexistência de uma ordem (ditatorial ou não)constitucional, pois tinha sido suspensa a Consituição de 1911.
Por isso, em boa verdade, o Estado Novo só durou 41 anitos e 15 dias.
Mesmo assim muito, mas o err involuntário do NC fica muito menor.
Sei que é daquelas ajudas sem as quais se calhar passava bem, mas a corrigir-se uma coisa que se corrija para o certo.

AV1 (licenciado em Direito e leis várias, avulsas ou por atacado)

Mário da Silva disse...

isto cheira a acto de contrição... - JF

Eu pensei que já estava acabado mas vocês voltam.

Eu não faço actos de contrição. O que havia a dizer disse. Acho que se deve discutir as coisas sem os ataques simplistas. Não querem, por mim tudo bem.

E quando se fala de actos de contrição ainda não vi o vosso. Já fizeram?
É que ainda há muito lixo aí pelo blog.

Vá. Não vale a pena continuar. Quem tem tectos de vidro é melhor não atirar pedras aos outros.

Passar bem.

joao figueiredo disse...

MdS, por mim o assunto morreu a 15 de Março...

Agradeço os seu conselhos, mas estamos a tentar seguir uma via diferente da seguida nos seus blogs

Mário da Silva disse...

Não percebi essa mas 'tá bem. Foi profunda, ficamos assim.

Até mais.

Anónimo disse...

"Sei que é daquelas ajudas sem as quais se calhar passava bem..." -4:45PM,Março16,2006
A diferença (c/narcisismo à mistura) que me separa do escriba das 4:45PM explica a sua reserva mental e abusiva ligeireza na elaboração de processos. Faz lembrar um espirito Kafkiano. Não considero, nem alguma vez considerei, como certos e determinados bloggers, que "nunca erro e raramente me engano".
Só e apenas aos convencidos, tipo "sentiram a minha falta..." (espelho meu, espelho meu, há alguém mais belo do que eu?), com licenciatura..., mais ou menos penosa, avulsa ou por atacado, uma ajuda: não julgues o próximo à tua imagem e semelhança, nem tomes o todo pela parte.
Na perspectiva estritamente jurídica-constitucional o estado novo é como V.exa (ou qualquer manga-alpaca de 1/2 tijela) diz. Já na perspectiva histórica, ditadura, terror e opressão o fascismo, estado novo, iniciou (com a dissolução do parlamento, perseguições às organizações e militantes operários, censura prévia à imprensa...) em 28 de Maio de 1926 e efectivamente durou 48 anos (que contra a s/opinião não foram "só", nem muito menos, "anitos").
Na verdade, durante os longos 48 anos, o(s) ditador(es) e a lógica governativa foram a mesma e uma só: salazar/caetano e o cerceamento dos mais elementares direitos humanos.
Apesar de tudo não o tenho em má conta, mas deixe-me dizer que para "branqueamento" do deposto regime já nos chegam os ultras e respectivas matilhas.

Anónimo disse...

48 anos horriveis, subscrevo inteiramente.

Anónimo disse...

Gostei do comentário do eddie vedder. Foi mais longo do que o costume.
Esquece-se das perseguições aos anarquistas durante a República, da Formiga Branca, da noite sangrenta de 1921 em que a malta da GNR arrebanhou um série de gente, sendo mesmo alguns ex-ministros assassinados, etc, etc.
Ms também não se pode querer tudo. Quando se debita uma cartilha, os desvios às regras são anti-estatutários.

E quem se armou emcorrector paizinho foi o meu caro sun tzu, quando tentou mostrar o caminho ao NC.

Até à próxima Deadman.

Anónimo disse...

o av1 tá cada vez mais parvo

Anónimo disse...

Pensava que isso não era possível, mas obrigado na mesma.

Anónimo disse...

O que para aqui vai.

Cacav AV1 disse...

Olha, então mas não é o Av1 que costuma andar numa de mestre-escola?
Sendo assim, como é possível ter moral para acusar os outros do mesmo.

Anónimo disse...

pior o av1 está-se sempre a queixar de insultos e acusações mas, agora faz acusações ao Manuel Madeira a insinuar que ele escreve com outros nicks, é mesmo atirar para o ar a ver se pega, vai trabalhar av1, torna-te útil.

Anónimo disse...

quem escreve a verdade ja é util

Anónimo disse...

não escreveu a verdade logo não é útil

Anónimo disse...

Av1, não me obrigue a pensar que é estúpido, no seu comentário das 4:05PM-17deMarço, diz:"Esquece-se das perseguições aos anarquistas durante a República, da Formiga Branca, da noite sangrenta de 1921...". Não, não me esqueço, mas concerteza v.exa. não quer pôr ao mesmo nível a 1ª República e os 48 anos de ditadura, a não ser para suavizar a face carrancuda do fascismo. Comparar uma coisa com a outra é como nivelar a Rua da Botesga com o Rossio.
O senhor seu pai, segundo a sua conversa em tempos, um resistente anti-fascista, deve andar com a "alma em lágrimas" por causa das suas esdrúxulas posições.
Já lhe disse e mantenho:apesar de tudo não o tenho em má conta, mas deixe-me dizer que para "branqueamento" do deposto regime já nos chegam os pnr's e respectivas matilhas.

Anónimo disse...

O av1 também é anti fascista mas, quando se trata de ser anticomunista ou anti Manuel Madeira, a visão dele fica deturpada, e já não sabe contra quem é que há-de ficar.

Anónimo disse...

O av1 se alguma vez tiver que concordar com o Manuel Madeira fica doente, tal é o ódio do av1 contra o Manuel e contra o PCP.
Se para isso o av1 tiver que defender o salazar e a ditadura, ele defende só para não concordar com o Manuel Madeira.

Anónimo disse...

Meus caros, eu apenas corrigi uma correcção que foi feita com ar de mentor dos jovenzinhos e, por puro gozo pessoal, confesso, dei-me a preciososmos de exactidão que feriram algumas susceptibilidades.
Assinalo o facto mas repito que não é com erros grosseiros e inexactidões que se demonstra nada de válido.
Quanto ao senhor Manuel Madeira, não o conheço pessoalmente, pelo que não o posso "odiar", nem sequer ter qualquer tipo de sentimento de ordem pessoal.
Apenas nos últimos anos tenho lido o que escreve e acho que - é a minha opinião, compra-a quem quer - aquilo que escreve só convence os convencidos, fastando todos os outros, quando envereda pelas intimidação e qualificação dos adversários, sendo o mais notório o caso dos "olhos vidrados pelo poder", para não estender a lista.
Também não gosto muito que me chame AVzito, mesmo se ele é maior e mais velho do que eu 8embora pouco) porque dá a entender um tipo de intimidade de tratamento que só gosto de receber de pessoas com outro tipo de fisiologia, não sei se estão a ver, com formas mais curvilíneas, menos apêndices frontais abaixo do ventre, embora com massa peitoral mais desenvolvida.
If you know what I mean.

Quanto ao anti-fascismo, por amor da santa da Boa Viagem, eu não me arrogo de nada, porque acho parvo que quem tinha 10 ou 12 anos no 25 de Abril se arrogue disso.

Anónimo disse...

Grande cowboiada..

Anónimo disse...

"Quanto ao anti-fascismo, por amor da santa da Boa Viagem, eu não me arrogo de nada, porque acho parvo que quem tinha 10 ou 12 anos no 25 de Abril se arrogue disso."- 10:49 PM, Março 17, 2006

AV1, se é uma pessoa de bem, não insista neste discurso digno de quem quer intoxicar a opinião pública e à altura (não tem a ver com a sua baixa estatura, percebi que lhe tráz complexos. Mas as pessoas não se medem aos palmos.) da propaganda rançosa da extrema direita +ou- camuflada.
O fascismo foi a ignorância, o medo, as perseguições, as prisões, a tortura, a morte, o subdesenvolvimento... Ainda hoje vivemos negativamente marcados por esse passado tenebroso de 48 anos. As diferenças culturais, sociais e económicas que nos colocam nos últimos lugares são ilucidativas. De uma forma ou outra todos (o povo) sofremos. Todos temos histórias, se me permitem deixo-vos uma: em 1973, em Angola, numa das zonas libertadas pelo MPLA foi assassinado um irmão meu pela PIDE, a qual tanto assassinava em África como na Europa (só era preciso ser opositor do regime).
O fascismo foi barbárie e um dos períodos mais tristes da nossa história, por isso estou certo que qualquer pessoa decente e digna, independentemente da idade, se arrogará e dirá: fascismo NUNCA MAIS.

Anónimo disse...

Caro MM, cada um tem as suas mazelas do período da ditadura.
Não me vou gabar das da minha família, porque as considero assunto encerrado.
Acho apenas que o seu discurso ficou perdido no tempo e não se adaptou ao que são, actualmente, as verdadeiras ameaças à liberdade, pois para si Fascismo é tudo aquilo com que não concorda e, dessa forma, acaba por tornar impossível uma discussão a sério, porque vê as coisas apenas a duas cores.
Só que, a realidade não é assim. Ando a tentar não lhe apontar que regimes que não chamará de fascistas também foram bárbaros e assassinaram pessoas. Esse é o caminho fácil de lhe mostrar que essas dicotomias são básicas e que, complexos há muitos , e os seus me parecem bem mais graves do que os meus.
Só lhe dou um exemplo para ver como o seu maniqueísmo redutor pode ser falaccioso: quando se protesta contra a tentativa de reformar o sistema do arrendamento urbano em Portugal, acusando as novas medidas (justamente ou não), de serem más, defende-se um sistema instituído por Salazar~a meio do século XX e mantido nos últimos 30 anos, no essencial.
Nesse caso, já se faz por ignorar que se defende uma política do Estado Novo.

Todo o resto que escreve, mais as adjectivações da ordem, valem o que valem e não ajudam a compreender nada, apenas lançando barulho.
Porque a ignorância é, mais do que não saber ou conhecer, recusar saber, conhecer ou compreender a diversidade.
Sem que essa compreensão signifique aceitação. Pelo conrário, compreender permite desmontar os argumentos e a acção adversária de forma mais eficaz, evitando usar apenas a oposição cega e bruta.

E não considero como argumento de autoridade a quantidade dos que morreram nesta ou naquela família, pois essa é a doutrina que de aborto só podem falar as mulheres ou que de direitos das minorias só podem falar as minorias ou que de liberdade só podem falar ex-presos.
Só compreendendo isto é que o meu caro MM poderá estabelecer um diálogo em igualdade com alguém o que recusa sistematicamente colocando-se em posições de autoridade acrescida sem qualquer justificação cívica.

Anónimo disse...

AV1, não destorça a realidade, não manipule. O que contei não tem nenhum valor particular, apenas pretendi ilustrar um período, não longínquo, da história que devemos ter bem presente na memória e em paralelo a nobreza de o abominar. Mas você é apático. Faz lembrar o poema de Bertolt Brecht (poeta, dramaturgo e marxista) acerca de um personagem apático, também, com os acontecimentos históricos até ao dia em que o infortúnio se abateu sobre ele e aí pediu solidariedade. Mas foi tarde, porque com a sua complacência tinham sido todos presos e não restava alguém para o apoiar.
Não tenho complexos, nem problemas mal resolvidos com a história. No passado, ao contrário de alguns que se escudam na idade, optei por integrar (até Abril de 74) um movimento clandestino de oposição ao regime fascista. No dia 25 de Abril de 1974, acompanhei em Lisboa, como muitos outros, o movimento libertador dos jovens capitães. Vivênciei o fim do despotismo e voltei a "página".
Não me perdi no tempo e parti para outro combate. Aquele em que me encontro, o da construção da Democracia. Mas atenção, desiludam-se os que pensam, ou querem fazer crer, que a liberdade é um valor absoluto. Para esse efeito é preciso lutar e lutar sempre. E para isso a recordação do passado é imprescindível para compreendermos o presente e perspectivarmos o futuro.
AV1, comprometa-se; liberte-se do egocentrismo; mude de vida e participe. Seja útil e contribua de forma prática e activa para a transformação positiva da sociedade. Desça do alto da sua cátedra.

Anónimo disse...

Falaste muito bem Manuel Madeira, esse av1 que arranje uma vida própria e objectivos, ele pensa que o universo gira em redor de si mesmo.
É um verdadeiro apático que ali anda como muito bem disseste, cujo único objectivo mesquinho é atacar a CDU, algo me diz que este av1 tem motivos muito pessoais, traumas de adolescencia? mesquinhez vingativa por não ter obtido o que queria da CDU?
eu aposto talvez mais na revolta adolescente contra a figura paterna que nunca foi ultrapassada até hoje, só te digo av1 não tenhas vergonha do teu passado familiar e pára de lutar contra isso, vira a página.

Anónimo disse...

Enquanto andarem no "Fascismo nunca mais !", é porque pararam no tempo.
A resposta é válida para os dois, pois parecem irmanados no espírito,no pensamento e até na grafia.
Não sei porque raio gente tão diferente dá sempre os mesmos erros ortográficos; terão andado na mesma escolaq ?
E deixem-se de insinuações palermas psicologizantes.
Se o que se faz por aqui fosse feito por outro partido eu escrevia o mesmo.
Estou contra a moitice, que é a presunção aliada à ignorância. É uma determinada força partidária que tem o Poder, então é essa que leva. Em outros lados, são outras.
Já os meus amigos é que batem sempre para o mesmo lado.
Não explico isso por traumas, já nem sequer por convicções, apenas por interesses.

Quanto à cátedra 8daceira) não posso descer dela, porque não consigo chegar ao teclado sentado no chão.

Anónimo disse...

Correcção (o ensopado de borrego deixou-me ensonado e os dedos deslizam):
Quanto à cátedra (cadeira) não posso descer dela, porque não consigo chegar ao teclado sentado no chão.

Anónimo disse...

erros otográficos av1 devias ter vergonha, então confessa lá av1, tu quando adolescente não tinhas grandes guerras em casa com o teu pai por ele ser comunista, distribuir o avante e de certo modo querer impôr-te o comunismo?
não foi isso que levou a teres um certo ódio ao PCP?

Anónimo disse...

Eu tenho uma versão diferente em relação ao Estado Novo, não vou dizer que a minha está certa ou errada porque não sei, apenas vou escrever o que li em alguma pesquisa histórica.
As opiniões dividem-se conforme o historiador, li as versões apresentadas pelo av1 e pelo Manuel Madeira e li uma terceira versão que diz que, o Estado Novo foi assim chamado a partir de 1928 tendo por isso a duração de 46 anos.
Volto a repetir não sei qual das versões está correcta e pelo que me é dado a ver as opiniões dividem-se até mesmo entre historiadores.

Anónimo disse...

Desconhecido, guerras com o meu pai não as houve, mas se fica feliz por pensar nisso esteja à vontade e junte-se a todos os que neste blog se dedicam a atirrar barro à parede a ver se cola.

Quanto aos períodos, não penso que exista grande margem para polémicas, desde que se distinga do que se fala:
Ditadira, em geral, foi de 1926 a 1974, sendo que até 1933 foi Militar e a partir de então designada como Estado Novo.
Outra coisa é o período de governação de Salazar, que foi Min. Finanças de 1928 a 1932 e a partir de então Presidente do Conselho de Ministros.
As coisas cruzam-se mas não são todas o mesmo.
Qualquer história ou análise política, por muito tendenciosa que seja (Nogueiras Pintos ou Francos Nogueiras de um lado, Rosas e amigos do outro), não pode ignorar esses factos.
Estado Novo (1933-74).
"Salazarismo", quase o mesmo.
Ditadura em Portugal (26-74).

Quanto a "Fascismo" isso é todo um outro campeonato e aí sim muito há a discutir.

Para acabar, só um detalhe: não estou interessado na vida familiar de nenhum frequentador da blogosfera local,~ao contrário de uma certa obsessão de uma ou duas pessoas (não são mais do que isso), com a minha.
E como o assunto já voltou a envolver familiares meus de forma repetida e escusada, apenas como pretxto provocatório, da próxima fica(m) a falar sozinho(s).

Anónimo disse...

Sim foi isso mesmo que eu li av1, segundo alguns historiadores o Estado Novo é chamado como tal a partir da entrada de Salazar em 1928, outros consideram 1933, suponho que seja tudo uma questão de opinião, não vou discutir isso até porque não é a minha área, apenas quis introduzir mais uma versão na discussão (discussão num bom sentido)
Sobre o fascismo creio que é um termo que se generalizou em demasia e foi aplicado de forma mais ou menos errada em regimes ditatoriais diferentes.

AV disse...

Exacto.

AV1